Blood Slaves escrita por Jéssica Aurich


Capítulo 12
Ex-namoradas


Notas iniciais do capítulo

Meus queridos, talvez eu não possa postar um capítulo novo semana que vem, ainda não tenho certeza, mas saibam que é por um óoootimo motivo (espero voltar com novidades o/).

Aaah, e não pensem que esqueci dos meus reviews, fiquei trite em ver que meu discurso serviu para nada (obrigada Aricia Rosier , por ter sido a única a comentar ;-;)

Enfim, boa leitura ♥



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Capítulo 12: Ex-namoradas

Infelizmente o fim de semana precisou acabar e para nós, meros mortais, isso significava escola. Edward, o imortal “todo poderoso”, estava fazendo uma visitinha a sua adorada doadora. Ele poderia ser um babaca mal humorado, mas era o MEU babaca mal humorado. No entanto eu precisava aguentar calada, se seguindo as regras de Carlisle ele só se alimentava de um humano, não quero imaginar como era antes.

Aliás, esse antes estava me atormentando por culpa de Rosalie. Eu não sabia nada verdadeiramente sobre o passado de Edward, e se quer podia cobrar, considerando que me recusei a contar o meu. Ainda assim o comentário da loira incomodava, por isso decidi aproveitar que os ouvidinhos aguçados do meu namorado estavam longe para atormentar Alice.

A manhã pareceu se arrastar e, para ajudar, os assuntos que os professores passaram não eram nada interessantes.

O sinal para o intervalo tocou e eu praticamente disparei para fora da sala à busca de Alice, só para esbarrar na miniatura de vampiro na saída da sala. Claro, quem caiu no chão com isso fui eu.

— Você disse que queria falar comigo — explicou com sua vozinha de sino, enquanto me ajudava a levantar.

— É, eu estava indo procurar você. — Fomos andando em direção ao refeitório.

— Bella, eu sei o que quer saber. Não disse nada ontem, mas...

— Como sabe o que quero saber? — Parei no meio do caminho.

— Você sabe, meu dom. — Fiz cara de paisagem e ela arqueou as sobrancelhas. — Oh, você não sabe. Edward não te disse? Posso prever o futuro.

— Uau. Não, ele não me disse, mas isso é muito legal. — Mil perguntas preencheram minha mente. Lembrei-me da noite em Port Angeles, sobre a “informante” do Edward.

— É, muito legal mesmo. Mas, voltando ao que interessa Bella, você tem certeza de que quer saber sobre os antigos rolos do Edward? Acho isso meio doentio.

— Obrigada pela sinceridade e preocupação, Alice, mas o que Rosalie me disse no baile me incomodou.

— Só não diga que não avisei. — Entramos no refeitório. Ela se sentou em uma mesa vazia, esperando enquanto eu pegava nosso almoço. Fomos fuziladas pelos meus amigos e a família dela, como se estivéssemos cometendo um pecado mortal. Achei que a essa altura já estivessem acostumados.

Depois que peguei minha bandeja, seguimos para as mesas do lado de fora do refeitório, para fugir da “audição aguçada” dos Cullen.

— Certo, pode começar a falar. Quem eram esses brinquedinhos do Edward? — Alice suspirou, ainda relutante.

— Edward te contou que ele só veio morar conosco há mais ou menos um ano?

— Não, mas meio que deduzi isso. É estranho, já que vocês são a família dele.

— Não tão estranho assim. Somos mais um clã que uma família, já que não temos relação de sangue. Vampiros geralmente vivem sozinhos, mas nós escolhemos nos unir, cada qual por seu motivo. O do Edward foi porque Carlisle o transformou.

— Pensei que ele fosse vampiro há séculos.

— E é, Carlisle o transformou há muito tempo, foi o primeiro. Edward estava morrendo e Carlisle deu a ele uma nova vida. Ensinou a ele o certo e o errado, tudo o que era capaz de fazer, e o obrigou a se alimentar apenas de sangue animal. — Fiquei imaginando um Edward com roupas antigas, deitado em uma maca de hospital, depois um vampiro sugando seu sangue. Senti pena por ele. — Essa segunda chance seria ótima para Edward, não fosse o que ele deixou para trás em sua vida humana.

— Imagino que isso envolva uma mulher — falei a contragosto.

— Sempre envolve. Ele tinha uma noiva a quem amava muito e também tinha uma família. O problema é que ele já não envelhecia e ainda não tinha controle sobre si mesmo. Para não revelar nosso segredo, foi obrigado a se manter afastado. Viu seus familiares envelhecerem, morrerem, o mesmo acontecer aos filhos, e aos filhos dos filhos. O que realmente machucou Edward profundamente foi ver sua noiva sendo obrigada a se casar e formar família com outro. Segundo Carlisle Edward era uma ótima pessoa, inteligente, amável e bondoso, mas esse cenário de morte mudou alguma coisa dentro dele.

“Um dia ele se rebelou. Disse que estava farto de beber sangue animal. Disse que a vida humana era insignificante e curta. Se foram feitos para ser alimento, por que os vampiros não deviam tratá-los como tal? A primeira vítima que fez foi uma descendente de sua antiga noiva, uma bisneta ou algo do gênero.”

Imaginei Edward sugando o sangue de uma pobre garotinha inocente, tirando a vida dela. Meus braços se arrepiaram, surpreendentemente, não de medo, mas sim pena. O quão perturbado ele devia estar para machucar alguém da família da mulher que tanto amava?

— Quer mesmo que eu continue? — perguntou ao notar meu estado.

— Ainda não chegou onde eu quero. — Ela revirou os olhos e continuou.

— Quando ele se revoltou, Esme, Jasper e eu já havíamos nos juntado ao clã. Edward estava deixando todos nós desesperados. E se alguém descobrisse sobre nós? Carlisle tentou encontrar uma solução, alguém que preenchesse o vazio dentro de Edward: Rosalie.

— Rosalie? — Não pude evitar o ciúme instantâneo que senti. A loira tinha um corpo escultural, como alguém podia competir com ela?

— É. Ela foi encontrada a beira da morte e salva por Carlisle. Por um tempo eles namoraram, e pensamos que tudo tinha voltado ao normal. Infelizmente não era para ser. Edward não voltou a antiga dieta, por mais que insistíssemos, e logo se cansou de Rosalie. Quando eles terminaram houve uma tremenda briga em nossa casa entre os dois e Carlisle. Edward decidiu, então, se mudar. Desde então ele vive viajando pelo mundo, nos visitando uma vez a cada ano, sempre com uma namorada diferente, todas vampiras. Isso até ano passado, quando se mudou de volta para nossa casa e, bom, encontrou você.

Eu estava chocada com aquela história. Então ele era um vampiro que desprezava humanos e era mulherengo. Em suma, ele não prestava.

— Fale alguma coisa — ela pediu. O sinal tocou nesse exato momento, salvando-me de uma resposta.

— Tenho que ir ou vou me atrasar. — Levantei rapidamente, levando a bandeja com a comida, praticamente intocada, para o lixo. — Obrigada mesmo, Alice. Eu precisava saber.

Corri em direção a saída, deixando Alice para trás.

Tentei me concentrar nos deveres de casa pelo resto do dia, na esperança de ignorar a história que Alice havia me contado. Ela tinha razão, arrependi-me completamente de ter perguntado, e sei que ela me contou a versão menos detalhada possível. Maldita Rosalie, maldita curiosidade, maldito Cullen.

Senti pena dele no começo, o pobre rapaz que perdeu a todos que amava, só que nós escolhemos o que fazer com a nossa dor. Ela pode virar um aprendizado ou uma sina. A escolha de Edward foi bem clara.

Álgebra. Voltei a me concentrar no caderno. 2x+8y+a = um vampiro filho da mãe. Uma vampira a cada ano x séculos de existência = incógnita. Por que depois de tanto tempo desprezando humanos e vivendo do jeito que vivia, por que Edward resolveu namorar a mim? Uma simples humana, como ele próprio insiste em me chamar.

No baile ele disse que eu era interessante. Olhei no espelho. Não havia nada de mais em minha aparência ou personalidade que chamasse tanta atenção assim. Sou mais bonita e inteligente que umas, mas bem menos que outras. Definitivamente bem menos que as vampiras que ele namorou.

Fui dormir enciumada e frustrada comigo mesma por ser tão idiota. Da próxima vez que alguém disser que não quero saber de algo, vou manter distância.

No dia seguinte acordei bem cedo e fui diretamente para o chuveiro. Esperava que a água quente me relaxasse e levasse embora os sonhos que tive com Edward e uma pobre garotinha.

Abri a porta do meu quarto e quase derrubei minha toalha com o susto. Edward estava sentado em minha cama. Seus olhos estavam mais escuros que o normal, as sobrancelhas e boca franzidas. Por alguma razão, sua expressão fez com que todo o meu corpo tremesse.

— O-o que está fazendo aqui? — perguntei cautelosamente, apertando ainda mais a toalha contra o meu corpo.

— Quando você disse que preferia guardar seus segredos para outra hora, eu saí perguntando para sua família e amigos do que se tratava? Eu insisti para que me contasse? — perguntou num falso tom calmo.

— Na-não.

— ENTÃO POR QUE FICOU CHERETANDO MEU PASSADO COM ALICE? QUEM LHE DEU PERMISSÃO? — seu grito soou como um rosnado, o que só piorou quando sua expressão se fechou ainda mais.

— Eu... Você não quis me falar... Rosalie... — Não conseguia encontrar palavras, meu corpo todo tremia agora. Aquela não era eu. Sempre tinha algo para responder.

— AGORA PROVOCAÇÕES SÃO MOTIVO PARA DESRESPEITAR MINHA PRIVACIDADE? — Nunca o vi com tanta raiva. Nem mesmo naquela noite, no beco. Eu não tinha feito nada de tão grave. Ou tinha?

Edward se aproximou de mim em um picar de olhos, encarando-me de cima. Podia sentir sua respiração em meu rosto.

— Quando quiser saber algo a meu respeito, venha até mim. Não faça com que me arrependa de ter poupado você.

Virou-se e andou em direção à janela ao invés de desaparecer como sempre fazia, talvez para dar ênfase ao que havia dito.

— Bom saber que sou apenas uma vítima a ser poupada, já estava estranhando eu, uma mera humana, ser mais uma em sua lista. — Que bela maneira de encontrar a língua, Isabella.

Edward virou apenas o rosto para o lado, rosnando. Depois continuou andando e desapareceu janela abaixo. Caí no chão, trêmula, coração acelerado. Nunca havia sentido tanto medo dele. Nem mesmo quando descobri que era um vampiro. O que eu havia feito?


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Notas finais do capítulo

Então, até quando der, meus amores!

NÃO SE ESQUEÇAM DOS REVIEWS! ù_u



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