Blood Slaves escrita por Jéssica Aurich


Capítulo 11
Formalidades


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey meus amores. Queria começar com um puxão de orelha! É muito frustrante saber que você tem mais de 100 leitores, mas é possível contar nos dedos os que comentam, ainda mais quando é colocado tanto esforço para escrever a história. Dizer o que pensa da história de vez em quando mostra que valoriza aquilo que lê.

Enfim, desabafos a parte, tenho um pedido a fazer. Quando Bella se sentar ao piano, busquem pela seguinte música: http://www.youtube.com/watch?v=v2jir8opKlc
Ouçam enquanto leem. Torna a leitura mais interessante.

Boa leitura ♥



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Capítulo 11: Formalidades

No dia seguinte eu acordei com uma batida infernal na porta da minha sacada. Peguei o livro que estava no meu criado mudo, pronta para atacar o que quer que estivesse ali, quando me deparo com um Edward sorridente do outro lado do vidro. Abri a porta.

— O que você está fazendo na droga da minha sacada a essa hora da manhã? — perguntei irritada.

— Você é um doce de pijamas, descabelada e com bafo, sabia? — Bati nele com o livro. — Para, isso dói. Melhor tentar com um urso de pelúcia. E a propósito, são 10:30 da manhã.

— Vai embora! — Joguei-me novamente na cama.

— Que isso amor, depois da noite incrível que tivemos ontem é assim que me recebe?

— Não posso te receber com beijos, tenho bafo, lembra? — Sentei-me na cama. — Ei, o que está fazendo aí fora ainda?

— Você não me convidou para entrar. Vampiro, lembra?

— Pode entrar então — Ele deu um passo cauteloso para dentro. — Sabe, vocês tem frescuras demais, não era para serem criaturas perigosas?

Edward olhou para mim com uma expressão assassina, pulou em cima de mim em um piscar de olhos me jogando no canto da cama e deu uma mordiscada em meu pescoço.

— O que ia dizendo? — sussurrou em meu ouvido.

Aproximou seus lábios aos meus. Era possível sentir seu hálito de hortelã. Roçou lentamente sua boca na minha e finalmente me beijou, um beijo lento e intenso como o de ontem. Apesar do coração acelerado, consegui me afastar.

— O que foi? — perguntou.

— Deixa eu me arrumar primeiro. Você disse que eu estou com bafo.

— Eu nem ligo para esses detalhes — falou rindo. — Mas se arrume mesmo, nós vamos sair.

— Para onde? — perguntei, sentando.

— Eu estava conversando com Alice, e lá em casa todos tem audição aguçada. Uma coisa levou a outra e... ou eu levo você para conhecer minha família ou sou expulso de casa.

— Edward, não vou a um covil de vampiros. — Levantei da cama e comecei a pegar minhas coisas para me arrumar no banheiro.

— Você vai todos os dias à escola e não reclama.

— Lá tem testemunhas.

— Bella, meus parentes são todos vegetarianos. Não corre perigo algum, a menos que seja um filhotinho de urso.

— Vamos fazer o seguinte: você vai passar pela inspeção do papai Swan primeiro. Enquanto eu me arrumo, você desce e bate na porta, como alguém normal.

— Sério mesmo?

— Sério mesmo.

— Quem diria, abandonei minha humanidade há séculos e agora tenho que voltar a ser um rapaz de família.

— Quem mandou se envolver com humanos? — Ele me lançou um olhar de puro desdém e desapareceu pela minha sacada.

Corri para tomar um banho e escovar os dentes, mesmo sabendo que nunca conseguiria ser tão rápida quanto ele. Olhei para o meu guarda roupa com desanimo. Precisava de algo que dissesse “não sou comida”, “por favor não me matem” e “gostem de mim” ao mesmo tempo.

Acabei decidindo por uma blusa branca comprida, calça skinny, cardigã cinza e uma echarpe esverdeada para cobrir o pescoço. A única pele exposta seria a do meu rosto e mãos. Não acho que vampiros gostem muito dessas partes. Acho. Pela primeira vez agradeci pelo clima frio de Forks.

Quando desci as escadas lá estava meu pai e Edward sentados no sofá gritando com a televisão por causa de um jogo de baseball. Que legal, foram precisos apenas alguns minutinhos para os dois virarem amiguinhos.

— Edward, vejo que já conheceu meu pai. — Dei o meu sorriso mais sínico.

— É, não me disse que seu pai era fã dos Dodgers!

— Acho que Bella sequer sabe o que é isso. — Que legal, meu pai agora era "time Edward" também.

— Tem razão, não sei. Vamos?

— Já vão? Não quer esperar o fim do jogo, rapaz?

— Não posso. — Edward se levantou e pegou minha mão. — Minha mãe está esperando a gente e não é muito legal deixar dona Esme esperando. Talvez possamos combinar de assistir o próximo jogo.

— Está combinado então. Cuide da minha menina, viu? — Sério pai?

— Vou cuidar.

Pela primeira vez percebi que eu não tinha ideia de onde ele morava. Passamos pela ponte sobre o rio Calawah, a estrada que serpenteava ao norte, as casas aparecendo rapidamente ao nosso lado, cada vez maiores. E depois passamos por outras casas, seguindo para a floresta brumosa. Ele entrou em uma estrada sem pavimentação, não tinha placa e mal era visível em meio às samambaias. A floresta invadia os dois lados, deixando a estrada à frente discernível apenas por alguns metros enquanto se curvava, como uma serpente, em torno das árvores antigas.

E então, depois de alguns quilômetros, havia um espaço no bosque e de repente estávamos em uma campina pequena. Mas a escuridão da floresta não cedia, porque havia seis cedros centenários que sombreavam meio hectare com seus longos ramos. As árvores lançavam as sombras protetoras nas paredes da casa que se erguia entre elas, tornando obsoleta a varanda larga que contornava o primeiro andar.

Eu definitivamente não estava esperando por isso. A casa era atemporal, graciosa, e devia ter uns cem anos. Era pintada de um branco suave e desbotado, tinha três andares, era retangular e proporcional. Pude ouvir um rio perto dali, oculto nas sombras da floresta.

— Uau.

— Gostou? — Ele sorriu.

— Bastante. Apesar de que, tenho que admitir, eu esperava que vocês morassem em uma mansão bem velha e empoeirada, tipo aquelas dos filmes de terror.

— Nós também não dormimos em caixões.

— Poxa, isso tira toda a graça de namorar um vampiro.

— Vamos, vou te apresentar toda a graça de namorar um vampiro.

Nós descemos do carro e seguimos até a varanda com ele segurando minha mão. A casa por dentro era ainda mais bonita. Paredes brancas, grandes janelas de vidro, uma escada elegante e um lustre enorme faziam daquele um ambiente elegante. Meu olhar foi atraído por um belo piano de calda que enfeitava a sala. Os pais de Edward estavam perto dele, nos esperando.

— Nós ouvimos vocês chegando. — Todos com audição aguçada, eu não ia esquecer disso. — Seja bem vinda, Bella. — Dr. Cullen estendeu a mão para mim e eu retribuí, meio receosa.

— Obrigada.

— O Edward aqui é um pouco fechado, mas Alice tem falado muito sobre você — falou a mulher que eu supunha ser Esme. Era pequena como a filha, os cabelos castanhos e ondulados chegavam à cintura e tinha um rosto no formato de coração.

— Espero que tenha dito coisas boas.

— Só a verdade — falou Alice do topo da escada. Ela desceu correndo e me deu um abraço. — Que bom que veio. Por que está toda empacotada?

— Sabe, para as pessoas normais hoje está fazendo frio. — Percebi Jasper no alto da escada. Acenei e ele retribuiu. Que progresso. Melhor voltar para quem realmente se importa.

— Alice, depois eu preciso falar com você.

— Pode deixar, a gente foge do Edward mais tarde. — Edward apertou minha mão.

— Ei, eu estou bem aqui! — Alice deu um beijo no rosto dele.

— Prometo que passo um tempo só com você depois!

Esme começou a falar para Alice se comportar melhor, então deixei que meu olhar voltasse a vagar pela sala, parando no piano. Eu sentia falta de tocar. Era a única coisa em minha vida que me trazia boas lembranças dele.

— Você toca? — perguntou Esme, voltando a prestar atenção em mim.

— Um pouco — falei, ficando extremamente tímida. Eu sabia aonde aquilo iria chegar e eu sabia que não iria negar, mesmo com tocas aquelas memórias dolorosas à espreita.

— Tenho certeza de que está sendo modesta.

— Podia tocar um pouco para nós — disse Alice fazendo cara de inocente. — Seria ótimo ver alguém superar Edward nisso.

— Como se fosse possível — disse ele em sua defesa.

— Bom, agora sou obrigada a tocar algo.

Sentei cautelosamente no banco em frente ao piano e deixei meus dedos escorregarem por sobre as teclas, o sentimento de nostalgia me invadindo. Fechei os olhos, deixando a memória me guiar.

Ian me arrastou até o piano e fez com que eu me sentasse no banco. Estava saltitante como uma criança que espera por um presente de natal.

— Essa música me lembra você — disse Ian com seu sorriso caloroso e empolgação no olhar. — Feche seus olhos e deixe a música alcançar sua alma.

Seus dedos compridos começaram a correr pelo piano e a música mais perfeita que já ouvi começou a sair dali. Ian realmente sabia como me emocionar.

Deixei meus dedos correrem pelo piano enquanto a incrível melodia de Sonata ao luar preenchia a sala. A verdade é que eu não tocava piano dês daquela época, apenas gostava da presença do meu piano. Como se as memórias devessem estar presentes, mas não serem reveladas. Foi duro ter que deixar essas memórias em Phoenix.

Quando cheguei em Forks me recusei a pensar no piano que estava ficando para trás. Preenchi minha mente com coisas desimportantes, como roupas e amizades, e por um tempo realmente esqueci. Até Edward trazê-las à tona com Clair de Lune.

Quando fui tocar a outra parte da música uma mão se adiantou embaixo da minha. Abri os olhos e encontrei Edward ali, meio embaçado. Acabei chorando sem perceber. Continuei tocando o que, agora, era um dueto. Sorri para ele. Alguém precisava me trazer de volta a realidade.

A música acabou e com ela um peso foi retirado das minhas costas.

Olhei ao redor: todos haviam desaparecido. Edward deve ter percebido a pergunta em meu rosto.

— Eles pensaram que queria privacidade. — Ele limpou uma lágrima do meu rosto. — Para mim parecia mais que estava pedindo socorro.

— Um pouco dos dois, eu acho. — Abracei Edward como na noite em que ele me salvou dos garotos do beco.

— Que tal eu te apresentar o restante da casa? — perguntou tentando me distrair.

— Seria ótimo.

O restante da manhã foi realmente interessante, fazendo-me esquecer novamente do meu passado. Pela primeira vez entrei no quarto de Edward e novamente me decepcionei ao perceber que não havia nenhum caixão ali. Detestava quando a literatura estava errada.

Engraçado mesmo foi quando descemos e Esme anunciou que almoçaríamos ali.

— Calma, o almoço não é você — brincou Edward ao ver minha expressão.

Nunca pensei que diria isso, mas almocei filé ao molho madeira com uma família de vampiros. Eu sabia que eles podiam comer o quanto quisessem, mas a cena ainda assim era cômica. Imaginei que só estivessem almoçando por minha causa. Edward disse que não, Esme sempre promovia almoços em família, era uma das formas dela de se manter o mais normal possível.

Não pude deixar de notar que Rosalie e Emmett não estavam ali. Não comentei nada, no entanto. Depois do baile, preferia manter distância da loira.

As coisas começaram a azedar um pouco quando Edward me levou para casa. Um carro desconhecido estava parado na porta e Jacob Black buscava alguma coisa dentro dele. Fiquei feliz com a presença dele. Já Edward...

— O que ele está fazendo aqui? — perguntou com um tom seco.

— Os nossos pais são amigos, devem estar visitando.

— Não gosto muito dos Black. — Fechou a expressão.

— Por causa do acordo feito com os quileútes?

— Então aquela é a sua fonte misteriosa? — Olhei para o lado assentindo lentamente. — Bella, é melhor manter distância dele. Os quileútes são todos hipócritas.

— Acho que sei me cuidar. — Dei um beijo na bochecha dele e saí do carro. Edward deu uma arrancada assim que me afastei. Fiz uma nota mental para nunca pisar no calo daquele vampiro mal humorado.

Jacob deu um sorriso enorme ao me ver, aquele tipo de sorriso que ilumina o ambiente. Cumprimentei-o com um abraço.

— Já estava pensando que tinha brincado quando disse que viria me visitar.

— Claro que não poderia ficar longe, alguém precisa proteger você de si mesma.

— Há, há. — Revirei os olhos para ele.

— Quem era aquele no carro? — perguntou.

— Edward, meu namorado. — Ele pareceu constrangido com o que eu disse e não entendi sua reação. Tentei recuperar a conversa. — Ei, que bom que veio, eu precisava falar com você.

— Diga. — Procurei desesperadamente alguma coisa em minha mente sobre a qual pudéssemos falar.

— Cinema! — eu disse num pulo. — Digo, está passando um filme ótimo no cinema. A gente tinha combinado de se encontrar mais vezes, então... — Vi que despertei sua curiosidade. Agradeci mentalmente, não queria cair novamente naquela história de Frios e lobos. Agora sabia coisas demais para isso.

— Realmente, precisamos nos encontrar mais vezes. — Nesse momento Charlie e Billy saíram de dentro da casa perdidos em uma conversa sobre o jogo de hoje. Homens, eu nunca entenderia!

— Bells, já voltou! Como foi o almoço com os Cullen? — Billy olhou desconfiado para nós. Distraio um Black e meu pai chama a atenção do outro. Obrigada, Charlie!

— Foi ótimo. E então, Jacob?

— Vamos sair sim. Essa sexta, então?

— Claro!

Eu cheguei no momento em que eles estavam indo embora. Eu gostei bastante da presença do Jacob, mas devo admitir que fiquei aliviada em não ter que falar sobre os Cullen na frente deles. Definitivamente não queria me envolver em uma rixa daquele calibre.


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Notas finais do capítulo

*A descrição da casa e do ambiente no qual se localiza pertencem à Stephenie Meyer



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