Não importa quem será o mentor, aliás, todos dos outros distritos são vencedores. Todos estavam lançando olhares furtivos para Peeta, inclusive eu.
"Agora vamos ao momento mais esperado", Capri, em primeiro momento aguardava alguma reação mais inesperada, pois dava-se para ouvir a respiração dos jovens ao meu lado. "Primeiro as damas", a mulher foi até o pote circular e mergulhou a mão. Haviam vários nomes. Até que ela puxou um papel. Foi na direção do microfone, quebrando o lacre. Uma pigarreada e então o nome. "Hadrian Greenlaw".
Eu já ouvi seu nome. Ela era mais velha. Entregava suas roupas para minha tia costurar. Da multidão de meninas de vários tamanhos, saiu uma garota baixa. Era uns seis centímetros a menos do que eu. Sua pele era cor de oliva. O cabelo castanho preso em uma trança que ia até o peito. Antigamente ela tinha um cabelo mais curto, acho que não passava do ombro sequer. Ela caminhou até Capri. Seus músculos estavam travados, sem dúvidas. Seu semblante apavorado. Ela tinha 16 anos, um ano mais velha do que eu, apesar de ser mais baixa.
Ela se posicionou ao lado esquerdo de Capri. Capri fez menção de uma saudação calorosa, mas pela expressão de Hadrian, creio que ela preferiu não falar nada, a não ser "Agora o tributo masculino". A mulher foi até a outra extremidade do palco, oposta ao pote dos tributos femininos. Ela mergulhou a mão, mexeu nos papéi e puxou um. Foi até o microfone, rompeu o lacre e anunciou o nome do tributo.
"Horatius Cannaghan". O menino sem uma mão. O sofrimento no seu olhar. Imóvel, perplexo. Um par de pacificadores caminhou até ele, tentando arrastá-lo. Ouvi gritos, gritos de sua vó. Uma pequena senhora com um lenço preso nos seu pescoço. O lenço era vermelho, um pouco desbotado. Um vermelho cor de sangue. Ia até o seio da senhora. Outro par de pacificadores para contê-la.
Os pacificadores já estavam arrastando-o. Não havia mais nada a se fazer. Abaixei a cabeça, torcendo para que a sorte esteja a seu favor. O que era irônico no momento.