O Sacrifício - Jogos Vorazes escrita por Tiago Pereira


Capítulo 2
2




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Jogos Vorazes. Um nome familiar. Pelas reações, nada agradável. Meu tio dirigiu a senhorita Capri Galloway para um edifício que ficava no centro do distrito 8.
Na volta dele, ambos, minha tia e tio me chamam para um conversa. Um conversa que refrescou minha memória.
Os Jogos Vorazes, basicamente é isso. Jovens de 12 a 18 anos, um menino e uma menina de cada distrito são jogados dentro de uma arena e devem lutar até a morte. Claro, eles tentaram me contar de forma mais infantil, mas não tem jeito, minha mente já não é mais de uma criancinha. Mas a parte de que eles vão voltar, é inédita para mim. Uma menina do distrito 12, Katniss Everdeen há uns trinta anos atrás venceu junto de seu parceiro de distrito, Peeta Mellark, os Jogos. Mas foi de forma desafiadora, eles forjaram um suicídio, e isso foi um sinal de rebelião. Ela voltou para a arena no Massacre Quartenário, e explodiu ela, creio que ela seja uma garota problemática. Mas eu entendo, depois disso todos os distritos se rebelaram, alguns, como o 8, 12 e 13 foram bombardeados. Mas, ela, sendo "o Tordo", conseguiu derrotar a Capital, pondo um fim nos Jogos.
Enfim a verdade, quatorze anos em busca dela e agora entendo o porquê das dificuldades que os distritos passavam, ou melhor, passam. Mas agora o que eu não entendo é o motivo da volta dos Jogos. Como se isso fosse previsto, um pronunciamento da presidente Paylor foi feito. Segundo ela, há trinta anos atrás uma reunião foi feita e decidido que os Jogos iriam acontecer, porém, como está bem óbvio, não ocorreu tão cedo. Por que nós temos que sofrer? Qual o sentido disso? Idiotas imprestáveis que estavam sentados em uma mesa que concordaram em nos matar? É isso? "Bons Jogos Vorazes, e que a sorte esteja sempre ao seu favor", esta frase corroeu meu interior, as minhas entranhas se apertaram. Por fim ela mostrou um vídeo da última edição dos Jogos. Agora não havia nada a se fazer.
Minha noite de sono foi muito conturbada, aliás, dormi umas duas horas. Deslizei minha mão pela lona áspera do colchão, já se tornou um costume. Fui ao banheiro, lavei o meu rosto. Meu semblante estava horrível. Então, resolvi tomar um banho antes do café. Lavei todo o meu corpo, retirando toda a sujeira, era um pouco ruim. Sentia que estava em uma bacia, tomando um banho com uma caneca grande. Não era exatamente uma bacia, mas quase uma banheira, e tomava banho com um balde.
Na minha cama tinha uma camisa de algodão bem desbotada, junto dela uma calça esverdeada, quase atingindo um tom amarronzado, e um cinto suspensório da mesma cor. Deixei que meu tio penteasse meu cabelo, estava igual ao dele. Só que ele se apresentava de forma mais elegante. Com um pullover azul e barba feita.
Calcei minhas botas. Fui tomar o café-da-manhã, furtivamente. Novamente o queijo. Retirei uma tasquinha dele, para caso eu seja chamado, sobre mais alimento para minha família. O leite me fez muito bem, para ser sincero, estava um pouco diferente, difícil de se explicar.
Saímos de casa e fomos ao centro do distrito 8, em frente de um prédio enorme, construído recentemente. O Edifício da Justiça. Tinha várias filas, padronizadas por idade. Eu fiquei na dos jovens com quatorze anos. Na minha vez eles colocaram um instrumento longo, que, como uma picada de mosquito, retirou meu sangue. Após a permissão, eu segui para o lado onde os meninos ficavam, concentrado a esquerda.
De longe, vi um garoto se aproximando, praticamente arrastado pelos Pacificadores. Ele não tinha uma das mãos. Aliás, eu conhecia esse garoto, era Horatius. Eu me lembro dele quando o vi na fábrica, no dia que fui levar o almoço ao meu tio. Ele perdeu a mão trabalhando com as máquinas, e isto é meio triste, vendo que ele, além de ser um ou dois anos mais novo do que eu, trabalha. Enquanto fico reclamando de trabalhar alguns dias com minha tia. Bom, eu também tinha meus motivos, sempre machucava meus dedos, por isso eles ainda estavam com algumas faixas. Sempre são os dedos médio e o indicador.
Após conseguirem, esforçadamente, colocarem Horatius no aglomerado, saiu de dentro do Edifício uma mulher. Eu a reconheci pela sua extravagância. Era um vestido azul claro, o cabelo afofado, brilhoso e violeta. Ela nos saudou, todos estavam quietos, apreensivos. Então, passou um vídeos sobre os Jogos. O hino de Panem começa e então uma voz conta sobre a primeira rebelião dos distritos contra a Capital, até esta mais recente. Mostra a colheita, como ela era. Depois, alterna para o desfile dos tributos. Focavam principalmente uma garota e um garoto que estavam em chamas. Reconheci ser a tal Katniss e Peeta. Isso pouco importa para mim, por isso pouco prestei atenção no vídeo. A única coisa que vi, foi o fim, quando mostrava os tributos no clímax, ganhando os Jogos. Fim do hino.
"Que lindo, não acham? Agora, antes de começarmos a selecionar os nomes dos tributos, venho aqui para apresentar o novo mentor do distrito 8! Bem, como não há vitoriosos vivos", Capri fez uma pausa, forjando comoção. "Bem, uma pessoa se ofereceu para ser mentor deste ano. Senhoras e senhores, o novo mentor de vocês...". A porta se abriu, um homem com um cabelo um pouco longo, loiro, escorrido na testa. Sua barba bem feita, semblante um pouco sorridente. Eu o conhecia, é claro que conhecia. Não era ninguém mais e ninguém menos do que o homem que eu vi nos vídeos e ouvi falar. Peeta Mellark.


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