A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 27
O fim da neve




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/446083/chapter/27

Corri para perto dele e me abaixei a seu lado. Coloquei a cabeça dele no meu colo e notei o quanto sua testa estava quente.

–Henry, olha pra mim. –Falei enquanto fazia carinho em seu rosto. –Eu to aqui, olha pra mim.

–Margot? –A voz dele praticamente não saia.

–Eu mesma. Vem amor. –Meu coração palpitava e uma onda de preocupação tomava conta de mim.

Consegui, com muita dificuldade fazer ele se levantar, deitei Henry na cama e fui pegar uma bacia com água, panos e remédios.

Quando voltei pro quarto ele estava suando muito. Molhei o pano e comecei a passar em seu rosto. Fiz com que ele tomasse os remédios e a cada dez minutos eu passava mais o pano em seu rosto.

Algumas horas depois a febre já estava mais baixa, mesmo Henry continuava dormindo. Aproveitei para descer e preparar uma sopa. Da cozinha eu ouvi quando alguém abriu a porta da sala, corri pra ver quem era e não acreditei no que meus olhos estavam vendo.

–O que você está fazendo aqui? –Perguntei quando vi a Angelina.

–Ah você voltou. –Ela tinha um tom de ironia na voz. - Eu vim cuidar do Henry, coisa que você não está fazendo.

–Sai da minha casa. –Falei.

–Ui, ta bravinha?! Você não estava aqui quando ele ficou doente. E sua volta é algo desnecessário.

–Desnecessária é a sua existência. Agora por favor saia da minha casa antes que eu não responda mais por mim.

–O que ta acontecendo? –Henry perguntou da ponta da escada.

–Você deu a chave de casa pra ela Henry? –Perguntei.

–Dei. Mas eu tenho uma explicação.

–Era só isso que eu precisava saber. –Subi as escadas correndo e me tranquei no meu quarto.

Eu podia ouvir ele falar o meu nome várias vezes mas não queria olhar pra cara dele agora.

Já era de madrugada quando ele parou de me chamar. Abri a porta do quarto de vagar e vi que Henry estava em seu quarto. Ele não conseguia me ver mas eu queria saber se ele estava bem, mas ainda sim eu não queria olhar pra cara dele.

Voltei para o meu quarto e deitei na cama, mas não consegui dormir. Por que o Henry deixou aquela garota entrar na nossa casa? Será que eles fizeram alguma coisa? Ah a minha cabeça estava doendo e meu peito também.

–Ou você me deixa entrar ou vou ficar aqui parado até você sair. –Ouvi ele dizer do outro lado da porta.

–Entra! –Gritei. Me encolhi toda na cama e não conseguia olhar pra cara dele.

–Posso explicar? –Ele falou enquanto sentava na ponta da cama.

–Fala logo. –Respondi.

–Sábado depois que você saiu eu fui pra casa de uns amigos e ai de tarde começou a rolar um churrasco, acontece que eu fiquei mal e tomei um remédio. Só que o churrasco se estendeu até de madrugada ai eu comecei a beber mais, e não pode misturar remédio e bebida. Tudo que eu lembro foi da Angelina me trazendo em casa.

–Isso não explica o fato de você ter dado a chave da nossa casa pra ela.

–Espera, eu ainda não terminei. Isso aconteceu de madrugada. Antes de você chegar em casa ela tinha saído pra ir pra casa dela tomar um banho e depois voltar. Eu disse que não precisava, mas ela insistiu então eu entreguei a chave. Margot me desculpa. –Ele se aproximou de mim e eu me afastei.

–Você podia ter me ligado.

–Eu sei, mas você estava com os seus amigos e era a sua primeira vez dormindo fora. Eu não queria atrapalhar isso.

–Você já está melhor? –Perguntei.

–Já. Os remédios que você me deu ajudaram muito.

–Ótimo, então você já pode voltar pro seu quarto.

–Mas Margot...

–Volta pro seu quarto Henry. –Eu ainda não tinha olhado pra ele. Só virei o rosto quando tive certeza que ele não estava mais lá.

Eu até entendo os motivos dele, mas por que justamente ela? Com tantas pessoas naquele lugar o por que que tinha que ser essa menina?

Mas eu ainda sou um pouco culpada por isso. Eu devia ter ficado aqui em casa com ele, é o mínimo que eu posso fazer. Eu devo cuidar dele e não fiz isso direito, pelo contrário, outra garota fez.

Peguei meu casaco e sai de casa. Fui até o fundo da casa onde ficava o lago e fiquei lá sentada na beira dele encarando a minha imagem refletida na fina camada de gelo.

O meu corpo estava cansado mas a minha mente não. Deitei no pouco de neve que tinha e fiquei olhando para o seu. A neve já estava indo embora e aquele lugar não parecia mais tão especial, mas antes ele era, principalmente quando eu e Henry deitamos aqui juntos.

–A gente já ta de bem? –Levantei rápido quando ouvi o Henry gritar. –Eu sinto muito. –Ele estava na porta dos fundos da casa gritando pra mim.

Acabei não resistindo, levantei e fui correndo na direção dele. Henry começou a correr também até que finalmente nos encontramos em um abraço. Henry segurava todo o meu corpo com os braços e eu me prendia em seu pescoço.

–Estamos de bem sim. –Falei.

–Desculpa amor, eu fui um idiota. Mas eu juro que não aconteceu nada entre a gente. Eu não amo mais ninguém Margot. Só você. –Henry nunca tinha dito que me amava.

Eu não consegui responder, simplesmente o beijei. Esqueci completamente os motivos que tinham feito com que eu ficasse brava com ele. Os lábios dele são o meu paraíso.

Senti quando alguns flocos de neves caíram acertando bem nossos lábios fazendo com que eles ficassem gelados. Pensei que já tinha acabado a neve mas parecia que eu estava de longe vendo eu e o Henry nos beijando enquanto começava a nevar.

–Eu também te amo. –Falei entre o beijo.

Pude sentir quando os lábios dele formaram um lindo sorriso juntos ao meu.

Podia estar frio, chovendo, congelando, mas meu coração sempre iria estar aquecido desde que eu estivesse com o Henry.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A love of porcelain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.