A love of porcelain escrita por Cherry Bomb


Capítulo 21
Firework




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/446083/chapter/21

–Tá legal. Em qual você quer ir primeiro? –Eu não sabia o que responder, era muita coisa nova.

–Acho que aquele ali. –Apontei para um que tinha vários cavalos rodando.

–O nome dele é carrossel. Você nunca foi em um desses?

–Não sou muito de sair lembra?

–Então hoje vai ser a melhor noite da sua vida! –Samuel me puxou pela mão e fomos até os cavalos.

Cada um de nós sentou em um e então eles começaram a girar e subir e descer com uma música relaxante tocando de fundo. Tudo é tão iluminado e bonito, nem parece real.

Depois foi a vez do carrinho de bate-bate. Samuel foi o que mais apanhou, chegou uma hora que o carrinho dele estava cercado de outros carrinhos comandados por crianças.

Fomos em um que tínhamos que usar uma arma para acertar o alvo. Se acertássemos todos ganhávamos algum bichinho de pelúcia.

–Eu não sei fazer isso. –Falei.

–Eu te ajudo. –Eu estava segurando a arma. Samuel veio por trás de mim e cobriu meu corpo com seus braços me posicionando para atirar. – Apoia ela no ombro porque o impulso é forte. –Seu rosto estava colado no meu. –Mire e atire. –Foi o que eu fiz, mirei e atirei, infelizmente não acertei onde deveria.

–Droga! –Reclamei.

–Qual bichinho você quer? –Ele perguntou.

–O panda.

–Vou conseguir pra você. –Samuel entregou o dinheiro para o rapaz da barraca e pegou uma arma. Ele mirou e acertou em um único tiro o alvo.

O cara pegou o panda e entregou para o Samuel que entregou pra mim.

–Obrigada. –Falei.

–Não foi nada. O que acha de comermos uma maçã do amor?

–Ah não, eu não gosto. –Eu nem sei o que é isso na verdade.

–Olha nunca vi você comer, vai acabar ficando doente.

–Não se preocupe, tenho uma saúde de ferro.

Posso não precisar comer mas Samuel precisa. Fiquei observando as pessoas enquanto ele comia e notei que mais uns três casais tinham feito a mesma coisa que eu e Samuel quando estávamos atirando. A moça tentando e o rapaz a ajudando, mas no caso deles recebiam o agradecimento com os lábios das garotas nos deles.

–Nunca viu um casal se beijando? –Samuel perguntou.

–Claro que já. Só acho esquisito.

–Por que? Quando você beija também acha esquisito? –Eu nunca tinha feito isso com ninguém então não sabia o que falar.

–Eu não sei.

–Quer dizer que você nunca beijou Margot?

–Sempre fui sozinha, nunca tive contato com outras pessoas então a maioria das coisas que você já fez eu não fiz.

–E aquele cara? Você mora com ele e nunca teve nada?

–Não. Henry não me vê desse jeito. –Na verdade eu nunca tinha parado para pensar nisso. Nunca tinha me imaginado beijando o Henry mas agora que o Samuel falou eu gostaria de beijar o Henry.

–Onde quer ir agora?

–Na roda gigante. –Falei.

Quando entramos na cabine uma senhora com duas crianças também entrou. Os dois pequenos não paravam de encarar eu e o Samuel, a senhorinha também olhava as vezes mas depois dava uma disfarçada.

A vista daqui é ainda mais bonita. As pessoas parecem menores e as luzes parecem ainda mais brilhantes. Quando descemos ouvimos a senhora dizer “Esses jovens de hoje” enquanto ajudava uma das crianças a descer as escadinhas.

–Tá pronta pra melhor parte? –Samuel perguntou e então apontou para a enorme montanha russa.

–Sim! –Ficamos um pouco na fila e logo nosso carrinho chegou.

Sentamos no primeiro banco. Eu nunca tinha ido em uma dessas antes então não sabia o que iria sentir, mas eu já tinha visto as pessoas antes da gente e em filmes e todas sempre gritavam.

Quando o carrinho começou a andar agarrei a mão do Samuel sem pensar e então eu senti. Minha barriga estava tremendo, não pareciam borboletas parecia mais um furacão. O carrinho subia, descia e ficava de ponta cabeça, eu estava sentindo algo tão forte que abri a boca e um som muito alto saiu. Era uma sensação muito boa.

Saímos do brinquedo e eu estiquei a minha mão. Ela tremia muito e isso nunca tinha acontecido antes, minha respiração estava mais acelerada. Decidi por a mão no meu coração para ver se ele estava batendo, mas infelizmente nenhum sinal dele, mesmo assim, aquela tinha sido uma das melhores experiências da minha vida.

–Gostou? –Samuel perguntou.

–Muito! Podemos ir de novo?

–Claro! –Fomos mais duas vezes e eu sempre sentia a mesma emoção.

Samuel realmente estava fazendo com que eu me divertisse. Eu estava gostando de passar um tempo com ele.

–Meia noite vai ter fogos de artifícios, você quer ver?

–Sim, por favor. –Eu também nunca tinha visto fogos de artifícios.

Nós estávamos arrumando um lugar para assistirmos ao show dos fogos que estava prestes a começar quando senti meu celular vibrar.

Venha para perto da entrada.”

Dizia a mensagem, e ela era do Henry.

–Samuel eu já volto.

–Tudo bem mas não demora se não vai perder os fogos. –Sorri pra ele e comecei a abrir passagem entre as pessoas.

Na entrada do parque vi Henry encostado com uma jaqueta de couro, calça jeans, cuturno e uma bandana vermelha na testa.

–Aconteceu alguma coisa? –Falei.

–Sim. Eu não quero você com aquele cara.

–Devia ter dito isso antes de eu sair.

–Olha eu entendo que você está fazendo novas amizades e até acho isso muito bom, mas esse cara, ele quer mais que amizade Margot.

–Henry eu preciso voltar. –Eu estava me virando quando Henry me puxou pelo cotovelo. Seu braço passou pela cintura e me segurou firme.

–Você é minha entendeu? E eu sou seu Margot. – Henry colou os lábios nos meus e então meus olhos se fecharam.

Eu ouvia os fogos de artificio enquanto beijava o Henry. Meu primeiro beijo. Nossos lábios se moviam como uma musica, era como se Henry fosse a letra e eu a melodia, seu hálito era doce e seus lábios quentes. Seu braço me prendia ainda mais e eu senti sua mão se perder no meu cabelo.

Quando nos afastamos eu vi seu rosto sorrindo pra mim e atrás dele inúmeras cores explodindo no céu. E então eu senti. Algo estava batendo dentro de mim e batia muito forte e rápido como se estivesse prestes a pular do meu peito.

Henry tinha feito meu coração bater.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A love of porcelain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.