Miro havia voltado de uma viagem pelo mundo. Sem guerra e sem lutas conhecer o mundo foi uma boa escolha. O escorpiano conheceu o mundo, conquistou pessoas tanto amorosamente quanto em amizade solidas e sinceras, em suma, fez o que tinha que fazer. Agora é hora de subir até a casa de aquário e conquistar aquilo é que é seu por direito. O coração de Kamus.

Ao subir as escadarias tinhas visto os olhares dos outros amigos de armas. Uns olhavam com pena e outros com um olhar que não soube identificar. Deixou isso de lado quando viu o símbolo de aquário à frente, notou que Hyoga saia feliz do templo.

- Miro! – o jovem aquariano se assustou com a presença do escorpiano ali.

- Bom dia para você também Hyoga. – falou pensando que talvez ele estivesse magoado por ter atingindo com as agulhas na batalha das doze casas.

- O que faz aqui? – perguntou o aquariano mais novo com cara de poucos amigos.

- Vim vê Kamus e...

- É melhor ir embora. – o cavaleiro de cisne o cortou e completou. – Mestre Kamus esta e vai ficar muito feliz sem vê-lo.

- Ora seu...!

Ia fala umas verdades para aquele moleque de bronze, mas viu os outros cavaleiros de bronzes saindo do templo de aquário e resolveu não arrumar confusão. O cavaleiro de dragão o puxou pela mão Hyoga e notou os olhares que viu dos outros cavaleiros de ouro.

Recordou se de Saga que sorriu de forma enigmática para si quando passou pelo templo de gêmeos. Deixou para lá aquele aprendizes de cavaleiros de ouro e entrou no templo, notou dois cosmos, um era de Kamus, mas o outro...

- Bom dia! – falou uma menina de pele morena e olhos cor de mel que brincava na sala de estar.

- Bom dia! – abaixou se para ficar da mesma altura que a menina. – Eu sou Miro amigo de Kamus e você é? – aproximou se do cavaleiro alegre por conhecer mais pessoas naquele lugar.

- Sou Mel. – sorriu. – Você é amigo do meu pai?

- Quem é seu pai? – estranho tal pergunta vinda da menina.

- Meu pai se chama Kanon.

Então o segundo cosmo é mesmo do marina. E o que ele fazia ali e porque essa menina se diz sua filha? Afinal não ficou tanto tempo longe a ponto dele ter uma filha dessa idade.

- Você também é amigo do meu papai Kamus. – falou a menina da mesma maneira que conversou com os outros cavaleiros que a visitou hoje.

Miro a fitou por um longo tempo tentando assimilar o que ela falou. Como assim papai Kamus? Assustada a menina correu para dentro do templo deixando o cavaleiro sozinho em seus pensamentos quando sentiu o cosmo do marina.

- Bom dia Miro! – falou o marina que estava de bermuda e sem camisa, os cabelos longos preso numa trança mal feita e com Mel em seus braços muito assustada.

- Kanon... – não estava gostando da maneira que ele estava vestido na casa do aquariano.

- Tudo bem meu doce. Miro é nosso amigo.

A menina sorriu e se acomodou mais nos braços do pai temendo por algo. Talvez a expressão do cavaleiro de escorpião não lhe deixava a vontade. Quando o escorpiano ia questioná-lo mais um pouco sobre o que fazia ali e que roupas eram aquelas, os três ouviram uma voz ao fundo.

- Amor você viu onde esta o martelo? Ainda falta perdura o quadro que Mel fez para nós no dia dos pais... – entrou na sala e o viu. – Miro!

- Kamus!

O escorpiano o fitou de cima a baixo porque vê-lo vestido com uma bermuda, camisa regata e com os cabelos presos num rabo de cavalo baixo era realmente estranho e excitante. Porém voltou a realidade quando recordou do que ouviu até o momento.

- Acho que vocês precisam conversa um pouco. – falou o marina dando um beijo nos lábios do francês. – Estaremos procurando o martelo e qualquer coisa pode me chamar meu ruivinho.

- Hum... Hum... – apenas assinou com a cabeça e sorriu para o marina de forma amorosa que o escorpiano só viu uma vez na sua vida quando se declarou a ele antes de começar toda aquela loucura de guerra.

Os dois esperaram que o marina e a menina saíssem da sala. Miro queria acreditar que aquela cena não era real e nem o que viu e nem o que escutou é verdade.

- Miro você demorou demais. – falou o aquariano quebrando o silêncio. – Eu esperei tempo demais por você.

- Kamus eu...

- No dia que você se foi para conhecer o mundo eu fiquei aqui no meu templo esperando por noticias suas e nada. Sabia que até tive problemas de saúde por você não obter uma noticia. Nem um: eu estou bem Kamus não se preocupe. Você sumiu, não deu noticias e volta agora.

- Desculpa Kamy...

- Kamus. Para você é Kamus. Por consideração a nossa amiga não me chame mais de Kamy e nem de nada doce Miro de escorpião porque agora estou tentando pensar se a nossa amizade vale mesmo à pena. Você sumiu e me deixou aqui sozinho.

Kamus contou o que sofreu por esses longos anos. Quantos dias ficou esperando resposta. Quantos dias passou mal. Emagreceu, foi socorrido e imaginando o pior do amigo. Até que um dia Kanon lhe estendeu a mão, deu lhe carinho e agora tem uma vida juntos.

Se casaram, adotaram Mel e agora iam dá um passo muito importante na vida deles. Ia passar as férias escolares de Mel na França como uma família. Miro escutou tudo calado. Recordou de que não havia se lembrado de mandar noticias. Sempre achou que seu grande amor ia esperá-lo sem questionar, mas a verdade estava ali bem na sua frente. Dava para ver a felicidade de Kamus. Olhou uma última vez para o ruivo que tanto amou e parou a poucos centímetros dele.

- Kamus. – viu o olhar frio que os outros viam quando ainda tiveram um relacionamento e precisava manter as aparências perante os cavaleiros. – Desejo para você toda a felicidade do mundo. Boa sorte meu amigo.

Ia abraçá-lo, mas recuou e foi embora triste com o coração despedaçado. Kamus respirou fundo e entrou no seu templo para as dependências dos quartos. Lá viu o que sonharam com Miro, um companheiro fiel e prestativo, uma filha a quem dará amor e uma família que sempre desejou.

- Mel poderia pegar aquela foto do papai Kamus com o tio Saga na biblioteca. – falou o marina assim que viu o ruivo entrar.

- Certo.

Ao vê a menina saindo se aproximou do aquariano e alisou o rosto dele.

- E ai? O que deu a conversa? – questionou o marina ao marido.

- Eu sempre achei que ia ser difícil falar com o Miro depois de tudo que aconteceu comigo, mas...

- Mas?

- Se ele não tivesse ido fazer sua exploração pelo mundo acho que nunca conheceria a pessoa maravilhosa com quem me casei e com quem tenho uma filha linda e amada.

- Hum... – coçou o queixo. – Acho que merecemos uma comemoração à noite. – puxou o aquariano. – Só eu e você, fazendo umas loucuras depois de colocamos Mel na cama, o que me diz?

- E você acha que eu vou recusar?

- Entendo isso como um sim

Deu um beijo amoroso nos lábios do ruivo e se separou ao ver a filha deles entrando no quarto com a foto de Saga e Kamus preparando os papéis para o casamento deles. Kanon achou perfeito o sumiço do escorpiano porque teve a oportunidade de conhecer o aquariano e ter uma vida que nunca imaginou. Pensando bem às vezes temos uma única chance de sermos felizes e Miro perdeu a chance dele.

Continua?