Crescidos !! escrita por Bianca Saantos


Capítulo 41
Graças a Ludmi!


Notas iniciais do capítulo

Oii



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_Se acontecer algo com ela... Não sei nem o que seria de mim... – ele disse num sussurro, e caiu de joelhos na minha frente, eu só conseguia pensar em como fazer a Vilu voltar, e nunca mais ver León naquele estado outra vez...

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Por Ludmila #

Eu estou aqui... Não se esqueceram de mim né? Bom... Eu fui para um lugar mais afastado... Preciso refletir sobre umas coisas aí! Estou com a Naty, e estamos na Praia... É tão bom sentir essa brisa vinda do mar... E o melhor de tudo, só tem nós duas nesse paraíso... Sim, estamos sozinhas, Maxi ficou lá na cidade, ele está resolvendo uma papelada no escritório...

_Ludmi... Vamos? Eu acho que estou cansada... – Naty falou colocando o chapéu.

_Ai Natália... Deve ser os remédios que você está tomando – falei.

_Deve ser... Mas eu vou indo para a pousada... Você vai? – ela perguntou e eu neguei, então a mesma se foi.

Fiquei tomando sol e observando as ondas que viam do mar... Respirei fundo, estava no meu momento “zen”. Decidi caminhar um pouco... Coloquei minha saída de praia, e comecei a caminhar pela areia fina. Já estava bem distante da pousada, não estava cansada, pelo contrario, sentia mais vontade de caminhar e descobrir as coisas que existiam por ali...

No “finalzinho” da prainha, havia tipo, uma “floresta”, muitas arvores, de longe avistei uma linda rosa, mais tão linda, que chamou minha atenção, e não foi só pela cor, ela era perfeita! Lembrei-me quando o Federico me deu uma rosa de aniversário... Foi o melhor dos presentes, sem brincadeiras...

Corri e adentrei na mata, a rosa continuava distante, então acelerei ainda mais os meus passos. Quando finalmente cheguei perto da mesma, respirei fundo, não tinha mais fôlego, meu coração estava a mil por hora. Sorri e arranquei a única rosa que havia ali, a mais perfeita rosa... Senti seu perfume e novamente lembrei-me de Federico... E uma onda de recordações tomou meus pensamentos... Como aquela vez que ele disse: “Você é capaz de mudar... Você é capaz de amar...” ou quando o abracei por impulso e ele retribuiu... E lembrei-me da minha época, que eu era extremamente orgulhosa, ele gostava de mim, quando éramos simples adolescentes, mas eu... Eu também gostava, mas nunca admiti isso, não gostava de gostar de alguém... Para mim, isso seria sofrimento na certa. E por fim recordei do nosso primeiro e único beijo... Eu fiquei estática quando ele fez isso... Dei risada lembrando desse acontecimento, eu fui tão idiota, depois do nosso beijo, eu tive a capacidade de dizer que não tinha gostado e discuti com ele. E depois disso, a Francesca entrou na vida dele... Mais que ódio eu sinto disso! Não sinto ódio pela Francesca, pelo contrario, sinto ódio de mim, por não ter dado valor a ele, por não me dar a chance de amá-lo, como ele realmente queria...

Fui interrompida de meus pensamentos, com um grito, ensurdecedor, eu diria, era tão fino que eu levei um susto de imediato... Não sou dessas pessoas de recuar no primeiro momento, eu gosto de saber o que significa, gosto de investigar o porque das coisas...

Foi andando vagarosamente por aquela mata... Até achar uma casa? Não diria casa! Diria que era uma caixa... Parecia que nem tinha porta! Era tudo branco... Não havia janelas, vi uma portinha, estreita, era estranho, será que o grito veio de lá? Deve ter sido né?

Aproximei-me de lá, mas logo tive que me esconder... Uma mulher saiu aos nervos de lá de dentro... Quando vi seu rosto, assustei-me... Lara?! O que ela fazia lá?! Estava irreconhecível! Seus cabelos exageradamente grandes, e seu vestido colado, a deixava vulgarizada.

Suas bochechas estavam vermelhas, e pelo visto ela estava furiosa... Vi um homem saindo da caixa, e novamente levei outro susto. Diego?! Ele não estava no hospício?! Gente, preciso sair daqui urgentemente... Não quero ser alvo de vingança, não!

Comecei a sair lentamente de trás da moita, mas fui interrompida, quando ouvi outro gritinho, como um miado, talvez... Travei na hora! Não era a Lara que estava gritando... Tinha alguém na casa! Alguém sofrendo... Ou pior... Estremeci ao pensar nisso.

Suspirei... E tentei espiá-los, mas eles falavam baixo demais, estavam tramando algo... Com certeza!

Eles saíram apressados, deixando a caixa lá, olhei para os lados e não vi ninguém, dei passos largos e cuidadosos, até que cheguei na portinha, estava trancada, sério? Peguei um grampinho que estava em meu cabelo, e coloquei na fechadura, depois de uns 30 minutos consegui abrir, ou melhor, invadir, seria mais certo...

Em cima de uma minúscula mesa, havia um pano, com um liquido vermelho, engoli um seco e me aproximei, tomando o pano em minhas mãos. Coloquei perto do nariz... Sim... Era sangue! Fiquei com medo, não por estar vendo sangue, e sim com medo de encontrar alguém morto, ou pior agonizando, seria uma imagem horrível para a minha linda memória.

Peguei uma sacola que estava jogada no chão e pus o pano dentro, iria levar aquilo, para investigar.

Decidi dar mais uma olhada dentro daquele lugar, achei um canivete, uma faca, e uma arma... Ai meu Pai! Peguei aquelas coisas e as enrolei num pano limpo que eu encontrei sobre uma cadeira, e logo coloquei na “minha” sacola.

Vi outra portinha, bem mais estreita e pequena... Aproximei-me da mesma, e na maçaneta havia algo vermelho... Com certeza era sangue... Estava me sentindo como uma investigadora e era legal, e bem perigoso, pois se me pegassem ali... “Adeus Ludmila”.

Escutei uns murmúrios, vindo de trás da pequena porta, eram quase inaudíveis, mas eu podia escutar... “So-Soco-rroo” ouvi. Pelo menos a pessoa ainda não estava morta... Peguei um lencinho de minha bolsa, limpei a maçaneta e forcei a mesma, mas... Estava trancado. Peguei meu precioso grampinho e abri a portinha.

Fiquei pálida... Levei... Levei um... Choque... Sangue, muito sangue... Faca, uma faca, jogada no chão com sangue, muito sangue... Não consigo raciocinar, meu cérebro congelou, minhas mãos ficaram sem cor e fria, muito fria, meus olhos estão vidrados na cena, meu coração estava batendo tão rápido, que eu nem sentia, sentia apenas uma dor... A dor do desespero, a dor do medo... E do perigo!

A sacola com as provas que eu tinha conseguido, haviam caído no chão, comecei a suar, suar frio, minha cabeça não pensava em nenhuma solução...

_Vi...O...Le...TTa... – foi a única coisa que disse, e mesmo assim minha voz ficou rouca, e quase eu mesma não escutei o que acabei de murmurar.

Ela estava sentada numa cadeira, suas mãos para trás, estavam supostamente amarradas, a mesma tinha os olhos fechados e repetia o mesmo nome toda hora: “León... León...”. Seus cabelos estavam inundados e vermelhos... Sangue! Assustei-me mais ainda quando vi sua perna... Aquilo embrulhou meu estomago... Havia um enorme e gigantesco corte ali, e sangrava, o chão todo estava vermelho... Ela havia perdido sangue pra caramba! Aproximei-me dela preocupada, olhei para a sua cabeça, e estava machucada por isso o cabelo estava com sangue... Ela tinha pequenos arranhões no braço.

_Vilu – chamei-a passando a mão em seu rosto um pouco sujo.

Ela abriu os olhos, estavam marejados, parecia que ela iria apagar a qualquer momento. Seus lábios estavam roxos, sua pele estava mais branca como nunca esteve. Seus olhos que eram castanhos estavam escuros, não havia brilho, e parecia que ela não tinha mais esperanças.

Ela começou a chorar desesperadamente, fiquei com uma coisa ruim dentro de mim... Fui para trás da cadeira, e desamarrei seus pulsos, estavam cortados, ela tinha se remexido muito na cadeira... Depois que a desamarrei, ela levou as mãos vagarosamente para o colo, ela olhou os pulsos e os massagearam, ela me olhou tristemente...

_Me... Tira... Daqui! – ela sussurrou fraca e logo desmaiou. Não sabia o que fazer!

Depois de um tempo tentando acordá-la, vejo que ela precisa rapidamente ir á um hospital. Mas antes de sair dali, tive que fazer uma ligação para uma pessoa especial para ela... León!

_Alô? Ludmila? – ele perguntou atendendo o telefone no terceiro toque.

_León! – falei aflita. – A Vilu, León! Sangue... Sangue... Muito! Machucada... Ajuda! – não conseguia falar nada com nada, estava desesperada.

_QUE?! Ludmila fala com calma, por favor! – ele quase berrou.

_Machucaram ela! – falei resumidamente.

_QUE?! QUEM FOI O SEM NOÇÃO QUE FEZ ISSO?! – ele gritou no meu ouvido.

_Lara – falei.

_Eu vou matar aquela desgr... – eu o interrompi.

_Me ajuda! Preciso que venha para cá o mais rápido possível! – falei tentando me controlar.

_Onde vocês estão?! – ele perguntou nervoso.

_Sabe a prainha? Então estou num matagal, próximo a ela... Sabe? – perguntei sem graça.

_QUE?! Ludmila! Eu vou chegar daqui quatro horas! Não vai dar tempo! – ele disse aflito.

_Vem com o meu jatinho – eu disse o mais natural possível, e ele se calou. – É sério León! Vem com ele... ELA precisa muito de você agora – disse triste.

_Obrigada... – ele disse mais tranqüilo. – E obrigado também por me avisar...

_Que nada León... Tá tudo certo, mas venha logo! – eu disse.

_Pode deixar! – disse e desligou.

Eu estava longe da cidade, o único jeito era esperar León chegar... Tirei Violetta da cedeira, e tentei a puxei para fora daquela casa, me escondi atrás de uma grande moita, pois quando Lara e Diego chegassem... Iriam querer saber o que aconteceu, e não seria muito legal o meu destino...

_Minhas roupas já estavam manchadas pelo sangue de Vilu... Deitei a cabeça dela em meu colo, e ela continuou deitada sobre a grama, não me importei se ela estava sangrando ou se ela iria me sujar inteira...

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Já haviam se passado quinze minutos... E nada de León! Cadê aquele garoto?! Ouvi gritos e pude ver Lara e Diego discutindo... Ela estava furiosa... Seus olhos raivosos mostravam o tamanho de sua raiva... Ela não estava encontrando a Vilu, Diego só escutava calado, eu sei que ele não queria estar fazendo aquilo...

Ouvi alguns passos apressados vindo da mata... Olhei para ver se era quem eu estava esperando... E sim era ELE! León! Ainda bem...

Ele me olhou assustadíssimo. Não moveu um músculo, seus olhos estavam congelados ao ver Violetta naquele estado. Ele ajoelhou na minha frente e tomou Vilu nem seus braços, manchando sua camiseta branca. Peguei minha sacola com as provas que eu tinha recolhido. Ele correu... Correu muito, eu quase não o acompanhei direito. Chegamos no meu carro e partimos para o hospital!

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Chegando la, já a colocaram numa maca... León parecia tao seguro de si... Mas assim que o médico saiu, ele caiu em lágrimas.

_Eu preciso dela... Não sou nada sem ela... Preciso protegê-la – ele disse com as mãos em seu rosto.

_Te... Entendo... – falei e o abracei, o mesmo retribuiu, e desabafou em suas lágrimas.

Por Violetta #

Acordei em um lugar diferente... Não estava naquele lugar branco, quer dizer, o local era branco, mas tinha algumas variações de cores. Eu estava deitada? O que houve comigo? Virei para o lado, e encontrei meu braço cheio de arranhões e curativos, eu estava tomando soro? Ah! Agora entendi... Estava num hospital.

Passe minha mão sobre minha cabeça... Estava enfaixada, olhei para minha perna que também estava enfaixada, senti minha cabeça latejar, eu queria sair daqui, e ir para a minha casa... Queria que Ele estivesse aqui comigo...

Fechei os olhos desejando que aquilo tudo, não tivesse passado de um mero pesadelo... Mas quando os abri novamente, vi que estava na minha mais pura realidade.

Ouvi a porta se abri, e logo um homem... Homem? Ah! Meu... Só Meu! Era ele, meu perfeito e mais lindo noivo, senti meus olhos enxerem d’água, e soltei um fraco sorriso, mas muito sincero.

_León... – ele colocou seu dedo em minha boca, e balançou a cabeça.

_Você não pode fazer esforços, meu amor... Está frágil, mal alimentada... E perdeu muito sangue – ele disse calmo acariciando minha bochecha. Me agitei ao lembrar de Diego, de Lara, e da... Faca. Me remexi na cama agoniada, e León me olhou preocupado. – Violetta... – eu o cortei.

_Lara! A faca... Di- Diego! – disse desesperada.

_Vilu... – eu o cortei de novo.

_Querem me matar! – falei chorando.

_Não vão te matar – ele disse firme. – Tente se acalmar... Ludmila recolheu excelentes provas contra eles dois!

_Ludmila? – perguntei fraca.

_Sim... Ela te salvou – ele disse sorrindo.

_Fale a ela que eu estou muito... Agradecida – falei e ele assentiu ainda sorrindo. – Só mais uma coisa... Desculpa por nossas brigas e discussões diárias – falei triste.

_Toda relação tem seus probleminhas Vilu – ele disse rindo e eu o acompanhei, mas logo comecei a tossir e ele me olhou novamente preocupado.

_Eu te amo tanto León... Você não sabe o quanto – falei sorrindo.

_Acho que posso imaginar – rimos. – Mas... Eu também te amo, e não posso viver sem você – ele disse beijando minha testa, suspirei aliviada, e logo meus olhos se fecharam novamente, e agora poderia dormir um pouca mais tranqüila.

...


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Notas finais do capítulo

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