Pov Rapunzel

Será que era apenas um sonho? Ou o Peter Pan existia? Acho que posso estar ficando louca. Talvez a obsessão de tentar entender a história contada de Wendy esteja me causando alucinações. Ou eu apenas posso estar com sorte...Quem sabe se eu me beliscar, eu posso acordar, mas e se eu não o vê-lo novamente?

Minhas pernas tremiam e eu mal conseguia respirar. Sai bruscamente da janela e olhei em volta. O quarto estava escuro, somente a luz da lua e das estrelas brilhavam. Do lado direito se encontrava Merida caída no sono. Será que foram embora? Tentei retornar minha memoria para saber quem além de Peter estava lá. O único que ousaria atirar pedrinhas em minha janela seria “Jason”, e quanto ao resto? Seriam todos garotos de rua como Jason?

–Ué, porque ela desapareceu? –Ouvi uns dos garotos dizer de alto som.

–Acho que ela pode estar com medo. –A voz era de Jason.

Medo? Eu nunca pensará nessa escolha. Será que posso estar com medo de vê-los? Estava mesmo pronta para conhecer o garoto do livro?

Minha cabeça latejava. Eu gostaria de vê-lo mais uma vez, mas não conseguia dar mais um passo para a janela.

–Medo? – O voz presumi ser de Pan. –Eu vou lá ver.

Como assim “Vou lá ver” ?! Antes que pudesse ficar louca o garoto já estava no parapeito da minha janela.

–Ah meu deus. –Sussurrei. Ele sabia voar, era o verdadeiro Peter Pan.

–Está tudo bem? –Ele perguntou preocupado. Sua voz era suave e brincalhona. Fitei ele e suspirei. É lindo, muito lindo. Como o garoto do livro, só que melhor.

–Estou sim. –Respondi balançando a cabeça concordando. –Você existe mesmo!

Ele levantou uma de suas sobrancelhas e sorriu satisfeito.

–Sou Peter Pan –Ele se curvou. –Mas isso já deve saber.

Ri e me curvei também.

–Sou Rapunzel. – Cumprimentei sorridente. –Mas todos me chamam de Punzie.

Ele riu. Até ele? Será que não tem outro sobrenome que fosse pior que o meu?

Quando ele parou nós ficamos em silencio. Um olhando para o outro. Analisando os traços e sorrindo de forma constrangedora. Foi então que Merida bocejou.

–Falando sozinha Punzie? – Os olhos dela estavam fechados. Ela mal sabia que Peter Pan estava em nosso quarto.

–Nossa, eu mal percebi a ruiva. –Peter riu. Atraindo Merida que arregalou os olhos e caiu da cama. Ri junto de Pan e nos contemos quando ela se levantou.

–Meu deus! – Ela gritou olhando para Pan. –Quem é você?!

Peter já ia responder quando ela pegou seu arco escondido debaixo do cobertor.

–Rapunzel fique atrás de mim. –Ela mandou mas não fiz. – Rapunzel!

–Calma Merida. –Retruquei. –É o Peter Pan.

Ela ainda não abaixou o arco.

–Qual é? Cadê seu espirito de acreditar? –Peter perguntou revirando os olhos. Em seguida levantou voou.

–Ai... Meu... Deus –Merida disse pausadamente soltando o arco. – Você realmente existe!

Ela tinha o brilho nos olhos encanto olhava para o garoto que voava em todo o quarto – como eu - Mas depois balançou a cabeça.

–Me belisca –Ela mandou direcionada a mim.

–Oque? –Perguntei . Ela deveria estar achando que seria um sonho. Como estava achando antes...

–Rapunzel! Acorda! Só deve ser um sonho! –Ela disse amarga. –Peter Pan não existe! Sininho e nem Terra do Nunca existe!

Arregalei os olhos. Como ela podia dizer isso? Ouvi um estrondo e me deparei com Peter caído no chão.

–Você está bem? –Perguntei chegando até ele. Pan parecia apenas ter batido em algum móvel. Mas ele estava diferente, seu corpo brilhava . Um tom esverdeado acendia e desligava em torno do seu corpo alpino.

–Sininho. –Ele murmurou para si mesmo. Em seguida voou até a janela e foi embora.

Sininho? Será que por Merida ter dito aquilo em voz alta, a fada pode estar em perigo? Oh não! Está acontecendo , Sininho está perdendo suas forças. Merida ainda estava seria , como se não importasse com oque acabará de ver.

–Como pode?! –Eu gritei para ela.

–Oque? Rapunzel acorda! Isso não existe! – Ela gritou de volta. Corri até ela e dei um beliscão oque a fez gritar de dor.

–E agora? – Perguntei mantendo o tom de voz normal. –Está acontecendo Merida.

Ela arregalou os olhos e se sentou na sua cama pesadamente colocando as duas mãos na boca.

–Acontecendo oque? –Ela perguntou curiosa.

–Sininho está morrendo. –Respondi. As lagrimas rolavam e já estavam caídas no chão.

Não aguentei e acabei sentada no chão...Chorando.

Pov Peter Pan

–Sininho! –Gritava desesperado. –Sininho!

Já havia contornado três vielas e duas ruas e nada!

–Sininho! – Gritei novamente. Não me importava se iam acordar algumas pessoas, só queria Sininho.

Como pode estar acontecendo tudo novamente? Será que sempre quando volto para Terra aconteça isso? Eu precisava encontra-la.

–Sininho! –Berrei indignado. Entrei em um beco mas quase não se enxergava nada.

–Aqui! – A voz era de um garotinho e ele me chamava com a mão. –Ela está aqui.

Corri até lá e dobrei o corredor. Lá estava ela. No chão inconsciente.

–Sininho. –Sussurrei. Corri até ela e a pus em minhas mãos. – Por favor, acorde.

Era inútil. Sininho estava preste a morrer por causa de uma garota que não acredita! Como pode ser tão hipócrita a ruiva?

Minhas lagrimas já batiam em seu rosto pequeno. Mas nem um brilho se iluminava. Sininho estava morta? Não posso acreditar nisso.

–Eu acredito em fadas. –Sussurrei para ela.