NARRADOR

Conforme a noite prosseguia, mais Peter ficava angustiado. Sininho demorava bastante para retornar com alguma descoberta, e ele estava mais preocupado do que o normal. Não deveria ter se separado dela. Será que aconteceu algo ruim ? Pensava repetidas vezes , em seguida balançava a cabeça expulsando qualquer pressentimento ruim. Os meninos estavam entristecidos, queria ver muito a Fada, e estavam alguns até chorando até pararem “pensando” que ela estava bem .

Logo Peter teria de ir para Terra do Nunca por falta de alimento. Já que sobrara só 3 maçãs depois do pequeno jantar dos meninos . Mas não iria sem Sininho. Ele mesmo deveria estar em busca dela nesse instante, porém deixar os meninos sozinhos parecia uma maneira –para ele – de abandono. Peter sim, era o garoto mais valente , destemido, e salvador para as crianças da Terra, mas -admite ele -que não seria nada sem Sininho. A fada é como se fosse uma parte sua, uma parte que nunca pode perde-la.

A sete quadras daquele lugar, Sininho reunia um pequeno grupo de garotos de rua, que logo se tornariam meninos perdidos. Claro que não era fácil se comunicar com eles, mas sua sorte foi grande, ao perceber que os garotos já sabiam quem ela era. Eram 7 no total, ela sorria convencida por achar garotos fofos como aqueles. Os cinco mais velhos eram : Thomas , Alec, Diego, Felix e Gravil. Em seguida os dois mais novos que eram chamados por Felipe e Michael.

Porém, apesar da sua grande felicidade estava preocupada com Peter. Oque ele poderia estar fazendo ou se estivesse arrumado alguma encrenca. Precisava encontra-lo rapidamente.

Peter estava no mesmo lugar. No mesmo ponto que ele e Sininho haviam se separado.

–Que tal assaltarmos uma padaria aqui por perto? –Perguntou Lancelot enquanto prendia sua corda ao seu cinto.

–Está maluco?! Claro que não, podemos muito bem ir na ... –Ruper parou ao pensar em garotos sujos invadirem sua casa no meio da noite, seus pais não eram bastante acolhedores. E apesar de ter feito uma grande amizade com os meninos, ainda sim era esnobe.

Peter já não olhava para o além em busca de Sininho, ele precisava fazer algo para esquecer da repentina demora da fada. Com isso chegou perto dos meninos.

–Que padaria? –Ele perguntou atraindo a atenção de todos.

–Tem uma bem por perto, mas a Punzie mora lá com sua amiga. –O garoto que atendia por “Dragão feroz” murmurou. Peter riu com o nome da garota; Quem apelido é esse? Pensou ele enquanto tentava conter o sorriso de brincalhão.

–Bem , acha que pode pedir para ela? –Peter perguntou ainda sorrindo.

–Acho que sim. –Ele deu de ombros. –Fica naquela esquina.

Os garotos pegaram seus pertences e foram a caminho.

–Aquela padaria é um sonho! – Ruper falou para Peter. –Tem os melhores pães !Meu pai sempre comprava lá, mas ele...-O garoto parou em seguida. Trazes as lembranças a tona não era bom para ele, já que a maioria não era boa. Estava pronto para chorar ,mas sentiu uma mão em seu ombro.

–Então...-Peter engasgou um pouco. –Quando eu era mais novo, essa Padaria não existia. Quem ocupava era um velho senhor, dono de uma loja de antiquários.

Ruper se animou com a conversa deixando de lado seu passado atordoado enquanto caminhava com Peter.

Dragão caminhava na frente sendo seguido pelos demais, assim que chegou parou bruscamente levando um empurrão.

–Aii! -Tico e Teco balbuciaram enquanto levantavam do chão. Lancelot gargalhou e tampou a boca ao notar que alguém poderia ouvir .Pararam todos ao ouvir o som de pedrinhas sendo jogadas. Dragão as jogava em uma janela do segundo andar.

Então de lá apareceu a garota loira.

Alguns segundos antes...

–Merida...-Chamou Rapunzel.

–Que é? –Ela perguntou amarga enquanto tentava pegar no sono novamente.

–Tem pedrinhas aqui no chão. –Rapunzel sussurrou se levantando da cama e pegando uma delas. Só que então levou uma bem na cabeça fazendo um gemido. –Quem foi?!

Ela se atirou na janela e procurou até chegar seu olhar abaixo. Encontrando o olhar dele. Encontrando o garoto do livro. E vendo que Peter Pan existe.