Pov’s Annie

Caminhei lentamente pelo grande salão do Sanatório sempre recebendo olhares de nojo de alguns enfermeiros e alguns olhares cheios de compaixão sobre mim de outros pacientes do lugar.

Hoje eu acordara com uma súbita vontade de andar na grama, sentir a terra sob meus pés, respirar o ar puro dos dias ensolarados que se faziam do lado de fora dessa prisão.

Andava distraidamente pelo salão que só retornei a realidade quando esbarrei em alguém, não era um enfermeiro ou qualquer outro paciente, mas não. Era a única pessoa neste Sanatório que mesmo não falando nada pra mim toda vez que nos encontrávamos já me fascinava e conseguia me acalmar de todos os temores ao meu redor.

Ele era único. Ele era belo. Ele era simples. Ele era honesto. Ele era Finnick Odair.

Pov’s Finnick

O que me fascinava nela era que não importa o quão louco todos eram ela simplesmente queria conversar com muitos e odiar poucos. Os olhos verdes em contraste perfeito com os cabelos ruivos e a pele branca lisa e de um jeito que fazia você sentir vontade de tocá-la.

Fui tirado de meus devaneios amorosos com o impacto de minha cadeira de rodas com o corpo leve e delicado dela. Annie Cresta.

A ruiva me encarava com certo brilho no olhar e somente agora eu percebi que ela estava sentada em meu colo na cadeira de rodas - Oh me desculpe. –ela disse erguendo-se visivelmente constrangida, eu apenas limitei-me a balançar a cabeça e encarar suas madeixas ruivas caindo cm cascatas por seus ombros.

–Você está bem? –questionei baixinho e vi os olhos verdes de Annie se arregalarem, eu não sou muito de conversar e as únicas pessoas com que já falei todos esses anos aqui no Sanatório foram minha enfermeira e minha prima Glimmer que vem sempre me visitar.

–S-sim... –ela gagueja e eu solto uma risada de lado, a ruiva fica tão bela constrangida que dá uma certa vontade de tocar suas bochechas e acaricia-las até que o rubor suma.

–Que bom. –digo sorrindo e ela assente - Quer caminhar comigo lá fora? Quer dizer, você andando e eu empurrando a cadeira de rodas. –digo rindo de canto e a ruiva faz o mesmo, a risada dela é tão gostosa... Tão contagiante...

–Quero sim. –ela diz e vai atrás de minha cadeira e a empurra para fora do grande salão do Sanatório, no meio do caminho alguns enfermeiros nos barram, mas logo depois nos liberam, mas permanecem com os olhos vidrados em nós dois até que sumimos de seu campo de visão.

Quando chegamos no jardim do Sanatório sinto a brisa gélida bater de encontro ao meu rosto e o calor dos raios do sol atingem minha pele me aquecendo um pouco, observo Annie ao meu lado, seus cabelos ruivos balançam conforme a brisa do vento. –Você é muito bonita Annie. –digo e a garota desvia seu olhar do céu para mim e sorri de canto.

–Você também é muito bonito Finnick. –ela diz e deposita um leve beijo em minha bochecha, sinto meu rosto enrubescer, mas não ligo muito apenas presto atenção em Annie Cresta e o quanto ela está feliz e sorridente ao meu lado nesse jardim.

Eu posso me acostumar com isso. Posso aprender a conviver com o jeito extrovertido de Annie e sua singela bipolaridade, seu jeito carinhoso e o brilho diferente em seus olhos toda vez que me vê. Sorrio de canto com esses pensamentos e fico desfrutando desse momento de calmaria ao lado da garota pela qual eu irei me acostumar a muitas coisas.