Ela é tão linda, engraçada, seus cabelos ruivos me encantam, seus olhos... ai! Estou apaixonada. Aliás, ela tornou-se uma fixação para mim.

Toda paixão tem um começo, certo? E essa, como muitas outras, começou com uma simples e inocente amizade. “Ela” tem um nome -muito bonito por sinal-, chama-se Renne de Carvalho. A Ren, como chamo hoje, é uma linda ruiva de olhos castanho claro, pele clara e corpo escultural. Tem 19 anos e estuda publicidade na Universidade Federal de SC. Foi aí onde a conheci, há dois anos, e nessa época eu nem cogitaria a possibilidade de estar apaixonada por uma garota. Sim! Também sou uma! Deixa eu me apresentar: me chamo Mariá Tavares. 20 anos. Tenho pele clara, cabelos pretos cacheados e um corpo legal, fruto de academia + genes de pais magros. Como a Ren, faço publicidade na UFSC, um período a frente dela, estou no quinto e ela no quarto.

Faz pouco mais de dois anos que passei no vestibular para fazer publicidade, esse é o curso dos meus sonhos e jamais pensei fazer algo diferente. Logo de primeira me identifiquei com meus colegas de classe e o início do curso foi maravilhoso. Não demorou a surgir pretendentes na Universidade. Fiquei com dois garotos do meu centro e depois vi que aquilo não chegaria a lugar nenhum, estava cansada das relações superficiais e não conseguia, por mais que os meninos fossem lindos e atenciosos, firmar algo mais sério. Então resolvi esperar que alguém especial aparecesse, não ficaria só por ficar e enquanto esta pessoa não surgisse em minha vida, iria trabalhar as amizades, nada de se envolver.

Não tardou para eu ser conhecida como a garota certinha e exigente. Os meninos vinham, de todos os tipos, todos os cursos e eu gostava de conversar com eles, mas quando eles me pediam em namoro a resposta já estava na ponta da língua: “desculpe, gosto muito de ti, mas quero apenas sua amizade”. Alguns ficaram com raiva, e outros, realmente, viraram meus melhores amigos, que junto com algumas meninas de minha turma, formavam o grupo dos 13. O grupo dos 13 eram os amigos inseparáveis, 7 meninas e 6 meninos e eu sentia orgulho de ser uma do 13. Nós brigávamos e nos amávamos, tudo isso ao mesmo tempo. Dentro do grupo existiam três casais que namoravam sério, já os outros sempre estavam “pegando” alguém. Eu era a única que ficava forever alone, mas não achava ruim, era até engraçado a Lívia pegando no meu pé por eu ficar sempre sozinha, de todo o grupo ela era a mais próxima a mim. Como eu amo essa garota maluca! Minha resposta era sempre a mesma: “relaxe! Uma hora meu prícipe vai chegar” e ela sempre ria dizendo que “ele deve estar vindo de ré, só pode!”.

Foi então quando “Ela” apareceu.