Familia Caixão escrita por Deuzalow


Capítulo 4
Advogado da Família


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouco, mas ta ai mais um capitulo. Criei um personagem para interagir com Cassandra. Só depois que eu parei para pensar em colocar um já existente. Mas no geral ficou bom. Aproveitem..



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Visão Cassandra:

Estava face a face com o homem e não sabia muito bem como receber uma visita. Respirei fundo ainda olhando fixamente para o chão tentando encontrar forças para receber a visita de forma educada. Eu não ia deixa-lo entrar sem ao menos saber seu nome. Então resolvi fazer minha pergunta.

Cass: Bom Dia.

Falei com a minha voz falhando, o que me deixou com raiva. Eu percebia que estava nervosa e nunca fora boa com apresentações, então devia estar tremendo.

Homem: Bom Dia, senhorita?

Cass: Cassandra. Com quem eu falo?

Homem: Nome bonito. Eu sou Roger prazer em conhece-la. Não sei se seu pai já havia falado de mim, mas sou o advogado da família.

Cass: Bem... Falou por alto, mas eu achei que depois de tudo você não fosse mais aparecer. Entre, sinta-se em casa se quiser pode se servir de café.

Roger: Obrigado, mas eu tomei café no meu escritório. Quem é esse rapazinho?

Quando ele fez essa pergunta meu irmão grudou em mim e não queria sair de perto, foi engraçado. Ele parecia envergonhado ou intimidado sei lá.

Cass: Esse é meu irmão Alexandre. Falei bagunçando seus cabelos, tentando descontrair o momento.

Roger: Como você vai Alexandre?

Alex: Vou indo, mas não se preocupe comigo, minha irmã está pior do que eu. Se quiser pode me chamar de Alex. Bem tenho que ir meu ônibus escolar já chegou.

Eu o olhei incrédulo, não esperava que ele fosse falar isso na frente de um funcionário do nosso falecido pai. Tentei ignorar o que ele disse da melhor forma possível. Antes dele seguir para escola, se aproximou de mim e me deu um abraço apertado parecendo que nunca mais ia me ver, o que me deixou um pouco tensa. Meu irmão sempre fora pé no chão e lembrava meu pai no quesito razão acima da emoção, mas depois de todos os acontecimentos ele estava um pouco mais relaxado, talvez rebelde não sei dizer.

Alex: Até mais mana. Agente se vê por ai Roger.

Sentei-me na mesa novamente para me servir de café. Eu realmente estava apreensiva. Não sabia exatamente o porquê dessa visita repentina do advogado do meu pai.

Cass: È Roger né?

Roger: Sim.

Cass: Bem... Não quero parecer indelicada, mas temos algum assunto pendente para tratar?

Roger: A sim e esse é do interesse de muita gente por isso vim o mais rápido possível.

Visão Roger:

Eu sou advogado da família caixão há uns quatro anos já que o anterior desistiu do cargo, por desentendimento com o senhor Vladimir. Tenho um escritório em uma avenida movimentada da cidade. Eu não conheço nenhum dos filhos de Vladimir caixão, apenas o que ele me contava. Até onde eu sei Cassandra era uma cientista nerd e seu filho caçula era o pirralho da família. Sempre que ele precisava de meus serviços ia a meu escritório. Quando eu descobri da fatalidade que recaiu sobre a família caixão, não pude deixar de pensar em como seus filhos estavam vivendo no momento e claro em como iam disputar a grana da família. Quando acordei hoje me veio a cabaça que eu tinha que encerrar os meus serviços com a família caixão, assim não ai ter problemas pro meu lado.

Quando eu cheguei e vi quem abriu a porta, fiquei surpreso porque na verdade não esperava encontrar ninguém na mansão. Era a primeira vez que tinha contato com um dos filhos de Vladimir. Pelo jeito essa era sua filha na qual não me lembro o nome agora. Ela estava usando o cabelo preso e um vestido longo. Seus óculos estavam um pouco embasados indicando que havia chorado. Percebi que ela estava um pouco tensa, mas tentei disfarçar para não criar um clima ruim no ambiente. Ela pediu para que eu entrasse. Logo avistei o outro filho Caixão, um garotinho, magricela e miúdo, parecia ter seus dez onze anos não sei bem. Ele tinha que ir para escola, mas não sem se despedir. Quando vejo os dois irmãos se abraçando percebo o quanto eles são unidos. Eles pareciam muito cumplices um do outro, era uma conexão bonita de se ver. O garoto segue para a escola e agora eu me vejo conversando com a Cassandra.

Cass: È Roger né?

Roger: Sim.

Cass: Bem... Não quero parecer indelicada, mas temos algum assunto pendente para tratar?

Roger: A sim e esse é do interesse de muita gente por isso vim o mais rápido possível.

Roger: Bem Cassandra, como você sabe muitas pessoas vieram me procurar para saber sobre a herança da família Caixão. Gostaria de saber se seu pai deixou algum documento por escrito e assinado falando sobre o destino dessa fortuna. Dina já falou comigo e eu desconversei falando que não tinha uma posição sobre o assunto, mas que ai providenciar.

Quando falei o nome da Dina o rosto calmo e sereno que Cassandra me apresentava mudou logo de figura, agora estavam severos e cheios de raiva. Dava para ver que as duas não se davam bem.

Cass: Eu ainda não mexi nas coisas do meu pai, mas acho que ele tinha escrito uma carta, tipo um testamento. Só que eu não sei bem o que ta escrito lá.

Roger: Sem problemas eu te ajudo a procurar.

Cass: Não precisa eu vou pegar, deve estar no guarda roupas dele.

Ela foi subir as escadarias da mansão, eu fiquei imaginando como era morar em uma casa tão grande e fria como essa. Todos os cômodos eram enormes e bem decorados, dava para ver que o senhor Vladimir tinha bom gosto. Tinha mais quartos do que moradores e havia um jardim bem grande. Um belo carro ocupava a garagem, porém parecia pouco usado. Assim que eu terminei minha analise Cassandra chega com um documento em mãos.

Cass: Bem Roger. Eu só encontrei esse manuscrito aqui. Não sei se vai ser útil.

Me levantei devagar e me aproximei dela para poder ver o que estava escrito, mais logo percebi que ela não estava se sentindo a vontade. Não entendia bem a senhorita Cassandra. Ela sempre agia de forma tão rápida e fria não estendia muito o papo.

Roger: Desculpe-me, eu posso ler o documento?

Cass: Pode sim. Ele é todo seu. Ela falou timidamente.

Roger: Bem aqui diz o seguinte.

Eu Vladimir Caixão escrevo esse manuscrito caso seja preciso usa-lo em meu leito de morte. Antes que partir para o que realmente as pessoas acham importante, quero dizer que sempre amei muito os meu filhos queridos. Cassandra você é uma cientista brilhante e vai ter muito sucesso na vida, eu não aprovo seu noivado com o Dom, mas lhe desejo toda a felicidade do mundo. Cuide bem do seu irmão para que ele não faça nenhuma bobagem e diga a ele que eu o amo. Falando do que interessa, deixo minha casa em nome e Cassandra e Alexandre Caixão. Meu carro em nome de Dina caliente assim como minha conta bancaria pensando assim no futuro dos meus lindos filhos. Obrigado pro tudo.

Ass: Vladimir Caixão “

Roger: Obrigado Cassandra. Isso serve como testamento.

Cass: Mais ai diz que mais da metade da nossa fortuna vai parar nas mãos da Dina isso é um roubo.

Quando ela falou isso, eu parei para pensar um breve momento. Eu teria que fazer algumas perguntas pessoais para Cassandra, mas não sabia se eu estava totalmente pronto. O pouco que eu conhecia dela me fazia pensar bem no que eu ia fazer.

Roger: Gostaria de saber se você tem algum tipo de desavença com ela.

Cass: Nunca falei diretamente isso pra ela, mas acho que ela estava se aproveitando do meu pai. E você sabe que quando uma pessoa ama a outra pode ficar meio sega. Nesse quesito meu pai nunca me deu ouvidos, mas para reclamar do meu ex-noivo ele fazia isso com muito prazer.

Cass: Sim, ele mesmo.

Ela responde e logo abaixa a cabeça, percebo que ela fica vermelha devia estar envergonhada. Seu rosto estava com um misto de tristeza e decepção. Eu não sabia que ela tinha terminado com o Don. Eu não era muito chegado a esse lado da vila, mas tinha minhas especulações sobre o ocorrido já que ele era o homem mais conhecido e falado da região. Agora entendia o que o Alexandre havia tentado me dizer. Cassandra tinha duas decepções caindo com peso sobre suas costas. Seu pai tinha recém falecido e ela terminara seu noivado, que pelo que contavam já durava dois longos anos. Ela parecia amargurada e eu não sabia o que de fato fazer. Ela parecia ser uma pessoa legal e não merecia passar por tudo isso. Cassandra agora não tinha bem com quem compartilhar tudo o que sentia e eu era advogado e não psicólogo apesar de querer muito poder ajudar.

Roger: Desculpe a intromissão, mas é que isso vai interferir no meu trabalho. Você tem ou não algum vinculo com Don Lotário?

Cass: Não mais. Ela falou com os olhos marejados, parecia que ai começar a chorar.

Roger: Ei não se preocupe, vai dar tudo certo vamos conseguir resolver todos os problemas.

Falo tentando acalma-la, mas vejo que foi em vão. Ela se levanta e retorna a falar.

Cass: Não, não vai Roger. Meu pai deixou quase toda a nossa fortuna na mão de uma pessoa desonesta e traiçoeira. Só ele não via o mal que ela estava causando a nossa família. Quantas vezes aquela loira aguada me ameaçou e disse que ia casar com o pai e não tinha nada que eu pudesse fazer. Era como se ela tivesse jogado um feitiço nele, fazendo assim ele ficar alienado a tudo o que o cercava.

Cassandra já estava bem alterada e misturava palavras com choro. Ela tentava disfarçar, mas suas lagrimas escorriam com rapidez em seu rosto formando uma pequena cascata. Em um impulso do momento me aproximei dela para poder lhe dar um abraço. Dessa vez ela aceita, mas não de forma totalmente segura. Ficamos alguns segundos nesse abraço que pra mim foi a porta para poder conhecer melhor como era a Cassandra de perto.

Cass: Me desculpe Roger eu não devia te encher com meus problemas. Eu só to passando por uma fase ruim que parece não ter fim.

Roger: Tudo bem Cass, se é que posso te chamar assim. Eu estou aqui para te ajudar, foi essa a função que seu pai delegou a mim. Pode contar comigo para o que você e seu irmão precisarem certo?

Cass: Você está falando sério?

Logo que falei percebi um olhar de duvida surgir nos olhos de Cass eu queria ganhar a confiança dela, mas sabia que ia demorar um pouco. Eu acho que estava começando a gostar dela. Quando Vladimir ia ao meu escritório e contava as façanhas de sua filha mais velha eu só ficava imaginado como ela seria ou há via somente por fotos. Hoje eu percebo que ela é muito melhor do que qualquer imaginação e fantasia criada pela minha mente.

Roger: Sim, mas eu posso te chamar de Cass?

Ela reluta um pouco em responder essa pergunta, mas então torna a falar.

Cass: Tudo bem acho que não faz mal algum. Eu queria saber se tem como Dina não levar toda a nossa grana embora.

Roger: Se você realmente acha que ela fez algo ilícito. Você tem que ter provas concretas de que ela não é de confiança ou de que fez algo errado.

Logo em seguida percebi um desanimo vindo da parte dela.

Cass: Tudo bem, mas você pode adiar o julgamento?

Roger: Vou fazer o que tiver ao meu alcance para ajudar a família Caixão.

Cass: Obrigado Roger, eu tenho que ir tralhar. Eu te acompanho até a porta.

Eu estava indo em direção da porta, quando já estava de saída. Ao abrir a porta damos de cara com um policial que estava prestes a tocar a companhia. Ele era baixinho e gordinho. Tinha pouco cabelo e segurava um chapéu da policia em suas mãos. Tinha uma viatura parada na porta da casa da família Caixão. Se algum vizinho passasse por perto ia achar que eles estavam caçando algum bandido da região. Cassandra estava com uma cara espantada em seu rosto, mostrando que estava surpresa tanto quanto eu.


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Notas finais do capítulo

Valeu pessoal que acompanhou até aqui. Comentários e sugestões são bem vindos. Até a próxima.



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