Familia Caixão escrita por Deuzalow


Capítulo 2
Don Lotário


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que estiverem lendo essa história. Não sou muito boa para cenas românticas então fiz o melhor que pude, mas eu gostei. Sou suspeita para falar já que sou fã do jogo. Espero que gestem desse capitulo.



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Visão Don Lotário:

Meu nome é Don Lotário sou um típico homem Garanhão, pelo menos é o que dizem sobre mim. A melhor forma para me descrever é falar o que os outros fofocam por ai, já que sou o cara mais badalado da cidade de Bela Vista. Bem, nasci em uma pequena cidade do interior e depois que cresci fui morar nessa cidade maravilhosa que me acolheu de braços abertos, onde ultimamente anda cercada de mistérios. Sou um cara extrovertido e muito comunicativo por isso logo ganhei muitos seguidores na cidade e para minha alegria e maioria são mulheres, que costumam estar aos meus pés. Durante a minha infância, logo depois que minha amada mãe faleceu vi o meu pai trazer durante algum tempo um grupo variado de mulheres para casa com quem ele se relacionava. O que me fez duvidar sobre o amor que ele sentia da minha mãe. Meu pai nunca escondeu que flertava fora do casamento, porém minha mão não o largava por respeito a mim. A morte dela foi como uma libertação de um casamento fracassado e sem cumplicidade alguma. Aposto que no fundo meu pai sentiu um alivio por tudo que estava passando. Não tenho muito contato com ele, porém acredito que tenha virado um velho sovino e ranzinza.

Agora anos depois me vejo em uma situação parecida com a do meu pai. Estou noivo de Cassandra Caixão. A famosa filha do cientista louco. Porém sem animo algum para levar essa historia adiante. Não posso negar e nem mentir que estou com Cassandra por puro interesse, talvez seja pela grande fortuna que sua família construiu ou pelo status que vou ter se casar com ela. De uma coisa eu sei ela é uma pessoa legal e não merece um cara como eu que estou jogando com os sentimentos dela. Nesse dia nublado de domingo está acontecendo o velório de Vladimir Caixão no qual eu fui chamado pela minha noiva, porém dei uma de minhas desculpas clássicas para faltar a mais um encontro tedioso com Cassanda. Eu não era muito chagado com pai da Cass então não ia me sentir bem nesse velório. O pai dela ficava de marcação cerrada em mim como se eu tivesse fazendo algo de errado o tempo todo. Definitivamente erámos diferentes e isso um fazia questão de deixar bem claro para o outro.

Sou um cara bastante eclético, gosto de filmes, música e livros. Um dos meus programas favoritos é malhar em casa para manter meu corpo lindo e sentar na banheira de hidromassagem com uma de minhas companheiras. Eu trabalho na carreira medica e dedico uma parte do meu tempo a ajudar os outros. Esse não é bem o meu sonho, porém ganho bastante fama e respeito nessa carreira. Confesso que to de olho na minha emprega já faz algum tempo, porém tem a Nina Caliente que não larga do meu pé. E a irmã dela, que é muito gotosa e gastou seu corpito para se casar com o pai da minha noiva e ter filhos com ele isso foi o fim da picada, mesmo eu querendo tirar um casquinha dela não acho que ela fez a escolha certa. Eu não acredito muito na Dina mesmo sendo amigo dela, porém eu também não muito confiável. È aquela velha historia no final somos tudo farinha do mesmo saco. Todos erram só que nós não nos arrependemos, pelo menos até então isso nunca aconteceu. Hoje o dia não está la essas coisas vou malhar um pouco e tirar o stress do trabalho.

Minha casa não é muito grande e para mim o que importa mesmo é o meu quarto, ele sim tem que ser confortável e aconchegante. Eu estou lá na minha sala malhando como sempre até que o telefone toca. Acho que infelizmente vou ter que interferir meu momento saúde. Não fiz questão de correr para atender ao telefone já que estava ocupado. Quando cheguei para atender ao telefone ouço uma respiração ofegante do outro lado da linha o que me deixa um pouco preocupado. Eu estava curioso para saber com quem eu estava falando.

Don: Alô? Quem fala? Perguntei tentando transparecer tranquilidade.

Cass: Olá, Dom aqui é a Cass sua noiva.

Ao ouvir essa palavra me deu frio na barriga, como se eu tivesse fazendo algo errado ou cometendo o maior erro da minha vida. Respirei fundo para manter a conversa em um tom educado, já que estava sem animação para continuar o diálogo com ela e sabia muito bem onde isso ia terminar. Noventa por cento das nossas conversas terminava com: “Don você está me enrolando quando vamos marcar a data do casamento?” Até então eu estava me saindo bem em inventar desculpas mirabolantes para adiar a data do casamento. E eu sabia que minha habilidade para mentiras estava ficando fraca, teria que fazer algo para acalma-la, ou eu ia me ferrar.

Don: Oi, como você vai? Falei meio desanimado lembrando-me do velório de hoje cedo.

Cass: Posso dar uma passadinha na sua casa? Eu to precisando ficar com alguém adulto se sabe. Fica só eu e meu irmão aqui nessa mansão, é muito solitário. Eu to com saudades.

Ela falou com a voz manhosa que eu tanto gostava, assim não tinha como recusar. Dava para perceber o quanto Cass tinha ficado magoada com a minha ausência no velório, eu tinha que recompensá-la de alguma forma.

Don: Tudo bem eu também senti saudades e não vejo a hora de ter você aqui pertinho de mim. Mas e seu irmão onde ele vai ficar?

Perguntei louco para que o pestinha não viesse. Ele ficava me encarando como fosse mais forte que eu aja paciência, mas eu odeio criança ainda mais o metido do Alexandre.

Cass: Não se preocupe, eu já cuidei de tudo ele vai ficar na casa de um amiguinho.

Pulei de alegria quando ouvi que ele não viria, só seria eu e Cass como nos velhos tempos.

Don: Tchau, minha flor te espero aqui.

Deliguei o telefone, na maior euforia. Tinha que fazer o meu ritual de quando a Cass vem em casa. Tomei um banho mais demorado, fiz a barba e passei aquele perfume que ela adora. Retirei qualquer fio branco que possa ter aparecido no cabelo e escovei os dentes para ficar com aquele sorriso. Depois de me produzir todo sentei no sofá para assistir um pouco de TV. Esse é um sofá cheio de lembranças e recordações. Foi o lugar onde dei um anel de noivado para Cass, onde conheci minha empregada e onde passo um tempo com Nina ou tiro uns cochilos da madrugada. Estava prestes a mudar de canal quando a campainha toca. Resolvo desligar a TV para atender a porta. Abri a porta na maior euforia, e para minha felicidade era quem eu desejava. Fui chegando perto para dar um beijo na minha Cass eu realmente tinha sentido sua falta. Segurei sua cintura e puxei-a para perto diminuindo nossa distancia. Eu estava muito envolvido com a situação até que percebo que ela havia recuado. O que? Eu tinha beijado o vento isso nunca tinha acontecido antes eu sempre fui bem aceito e correspondido por qualquer pessoa. Quando olho profundamente em seus olhos vejo o porquê da situação. Eu estava diante de uma Cassandra magoada, machuca e desolada ela não queria que eu fosse logo me impondo, ela precisava de apoio, carinho e atenção coisa que eu não era muito bom. Eu não estava muito acostumado com esse tipo de situação, já que as mulheres com quem eu fico preferem falar menos e bom o resto você já sabe. O fato é que eu pouco conhecia sobre minhas amantes eu só conhecia mesmo era a Cass, porque ela me contava tudo. O negócio para a maioria das mulheres era que fosse rápido mais intenso. Eu nunca me queixei disso até ver a Cassandra nesse estado. Ela parecia uma moradora de rua com suas roupas amaçadas, cabelo embaraçado e olhos inchados. Seus óculos estavam embaçados provavelmente de tanto chorar. Confesso que fiquei envergonhado com o que tentei fazer com ela, não era uma ação digna de um homem.

Don: Desculpe-me Cassandra eu não devia ter te agarrado. Não foi cavalheiro.

Cass: Tudo bem eu te entendo, mas eu não to no clima hoje se é que você sabe.

Ela falou tentando manter a calma, só que tava na cara que ela não tinha gostado do meu gesto e com razão. Ela era realmente incrível até fraca e mal ela conseguia ser dócil e gentil.

Don: Entre, pode se sentar no sofá.

Cass: Don eu não o que vai ser da minha vida daqui pra frente e o meu irmão?

Ela estava aos prantos e eu não sabia como reagir. Então eu segurei sua mão e olhei fundo nos seus olhos. Assim eu pelo menos disfarçava minha dificuldade com diálogos silenciosos como gestos e abraços. Ela aproveitou e encostou sua cabeça em meu ombro, dava para sentir sua respiração pesada e ofegante como se ela tivesse corrido uma maratona. Suas lágrimas escorriam com pressa sobre minha camisa de seda brilhante o que me deixou molhado. Seu coração agora já não batia tão acelerado como antes, ela já estava ficando mais calma. Agora daria para conversar com ela sem ser atacado. Ela vai se desvencilhando do abraço devagar como quem não quer soltar e enxuga suas lagrimas. Ela uma vez ou outra engole os soluços para tentar se acalmar.

Cass: Don obrigado por me receber em sua casa eu precisava do seu apoio. È sempre eu tendo que ajudar meu irmão e eu tinha que desabafar sabe ficar com tudo entalado no coração não me fez bem. Eu achei que tinha me preparado para esse momento. Meu pai já estava ficando velho, mas me enganei descobri que nunca se está totalmente pronto. E isso dói muito é uma perda que não tem volta e um dia você briga ou despreza uma pessoa no outro ela parte para nunca mais voltar.

Nossa eu estava ficando louco a ouvindo falar tudo isso eu nunca parei para pensar, talvez eu não tenha dado o devido valor a minha família e agora era só eu e Cass nessa cidade. Por anos e até agora estou sem falar com o meu pai por puro orgulho e ainda chateado pro tudo que ele fez a mamãe passar.

Don: Bom eu... Eu estava meio tenso, então coloquei a mão sobre o pescoço e continuei a falar, realmente tava difícil de me expressar sem desaponta-la.

Don: Olha Cass talvez só tempo diga o que vai acontecer com a sua vida. Você não sabe se ainda vai morar na mansão, como vai estar seu irmão ou se vai estar casada. È só questão de tempo para tudo voltar ao seu lugar.

Respirei fundo e logo depois percebi a besteira que tinha feito. Tinha tocado no assunto do casamento outra vez, assim não dava eu estava me denunciando. Ela ficou o tempo toda nervosa e tensa, mas quando falei do casamento seus olhos brilharam.

Cass: Já que você tocou no assunto do casamento, o que você acha de agilizar a data do casamento?

Eu já imaginava que essa pergunta viria à tona, só não estava pronto para responder. Não foi bem surpresa porque eu já enrolava Cassandra nesse lance do casamento havia um ano. Eu Don nunca tinha sido muito bom com palavras era por isso que tanto temia essa pergunta.

Don: Sabe Cass eu acho melhor esperar as coisas esfriarem. È tudo muito recente e os policiais ainda vão investigar a mansão. Não ai pegar bem para nós se tudo fosse feito as pressas.

Depois do que eu falei senti que seu olhar ficar triste de novo era como se a pequena luz que reascenderá em seus olhos tivesse sido apagada. Por mais que eu quisesse adiar o casamento essa era a melhor atitude a ser tomada acerca do assunto. Assim iriamos criar menos boatos e problemas para nossa relação que já estava bastante conturbada e um pouco desgastada devido a tantos problemas. Já estava na hora de fazer alguma coisa, pois estava me coçando no sofá. Estava com a gata da Cassandra e pela primeira vez ainda não tinha me excedido com ela. Estávamos apenas conversando o que para mim nunca é vantagioso. Olho para ela e dou uma piscadinha de lado ela entende o recado, com isso a coloco em meu colo e começo a beija-la. Foi algo amoroso e terno, porém dava para sentir o medo correndo em suas veias e a insegurança que ela sentia. Continuei agarrado a ela até que a companhia toca. Droga bem agora, tinha preparado todo o terreno para poder ter um momento a sós com a Cassandra e alguém vem me perturbar.

Don: Fique ai Cass que eu já volto, só vou atender a porta.

Espero que não demore ou eu vou bater em quer que seja. Abri a porta com a pior das intenções, estava mal humorado e isso eu não ia perdoar. Levanto a cabeça para ver quem é e descubro que é a ruiva chiclete que não larga do meu pé. Ela correu para me agarrar e me beijar era tudo uma loucura.

Don: Nina se tá louca? Eu to com a minha noiva não da para te receber hoje aqui. Eu já te falei para ligar antes de aparecer assim sem mais nem menos.

Nina: Há quem se importa Dom, não foi você mesmo quem disse que gosta de viver perigosamente? Então vamos ver do que você é capaz.

Eu já estava me casando da ruiva magricela, ela era só um passatempo e isso eu fiz questão de deixar bem claro já no primeiro dia em que ficamos jutos, mas acho que não compreendeu. Depois falam que as loiras são burras. Eu queria mesmo era pegar a sua irmã. Ela me olhou de novo e repetiu o gesto anterior eu tentava me soltar dela, porém ela grudou que nem carrapato.

Cass: Don porque você está demorando tanto? Aconteceu alguma coisa?

Don: Não, já to indo.

Falei em meio aos beijos. Quando me dei conta foi tarde de mais Cassandra tinha me visto aos beijos com Nina a ruiva de quem eu nunca ia esquecer, aquela que arruinou minha vida. Assim olhei para Cass senti um vazio enorme preencher meu peito. Não sabia como ia ser sua reação. Apenas vi um sorriso sair do rosto de Nina. Eu realmente tinha assinando minha sentença do coração. Eu podia não amar a Cassandra de verdade mais ainda sim tinha respeito e admiração por ela e isso me fez me sentir um lixo diante dela. O que eu ia dizer para ela se os fatos estavam bem diante dos seus olhos?


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Notas finais do capítulo

Valeu galera, mandem sugestões e comentários para que eu possa sempre fazer um capitulo melhor que o outro. Obrigado!



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