POV Maxon

Eu andava de um lado para outro, como se isso pudesse tirar a raiva que crescia dentro de mim. Desde da noite do cinema, alguma coisa me dizia que havia algo errado. Devia ter seguido meus instintos e pesquisado sobre o soldado Leger. Que idiota eu fui!

Toda minha vida tem sido assim. Sou subestimado e usado. Pelo meu pai, pelo conselho e, agora, pela garota que amo.

Alguns papeis e outros objetos que estavam em minha mesa foram derrubados ao chão. Eu queria quebrar algo. Mais especificamente alguém. E eu me assustei com a forma com aquele sentimento estava tomando conta de mim.

Sai do escritório e fui em direção ao meu quarto. Kriss estava na escada, provavelmente descendo para o almoço, me deu um enorme sorriso. Forcei um sorriso mas não podia lidar com Kriss nesse momento. Desviei o olhar para baixo até que cheguei em meu quarto.

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– Seja quem for, estou um pouco ocupado aqui. – Gruni, quando ouvi batidas em minha porta;

– Ocupado até mesmo para sua mãe? – Minha mãe perguntou enquanto se aproximava. – O que esta acontecendo querido?

Sentei na ponta da minha cama e minha mãe me acompanhou, sentando ao meu lado.

Apoiei a cabeça sobre as mãos – Nada – respondi

– Nada mesmo? Será que foi o mesmo nada que atingiu a senhorita Singer?

Bufei. Como ela sempre acertava?

– Quer me contar? – ela perguntou quando eu não respondi.

– É complicado mãe. – Admiti. – Eu pensei que finalmente tinha feito a escolha certa, que eu iria conseguir algo que queria... – Eu parei, avaliando minhas palavras. – Eu só me enganei, ok?! Vou ficar bem...

– Você a ama? Você ama a America, filho?

Levantei a cabeça e olhei para minha mãe. Eu apenas concordei com a cabeça, não querendo mais dizer aquelas palavras.

– Filho, antes do inicio da seleção eu prometi que iria apoiar qualquer decisão sua. Você sempre foi um garoto sensato e inteligente. E você tem ótimas garotas ali, querendo ser sua esposa, e tenho certeza que qualquer uma delas estaria mais que feliz em tomar o papel. Prometi a mim mesma que não iria me intrometer em suas decisões. Mas sinto que preciso falar agora. O verdadeiro amor é complicado. É como uma montanha russa, cheio de altos e baixos. Mas sabe o que? No final, são os altos e baixos que fazem da montanha russa divertida. Não sei o que aconteceu com America e você, mas sei que podem superar isso. Eu já observei vocês. Vi a forma como vocês se olham, como agem um com outro, e até mesmo como brigam. – Disse, deixando um sorriso escapar na ultima parte. Sorri também. – Isso que vocês tem, Maxon, é especial. Varias pessoas passam a vida buscando por algo assim, mas poucas pessoas tem a sorte de encontrar. Então não desperdice a chance.

Ela depositou um beijo terno em minha testa e mexeu no meu cabelo como sempre fez ao longo dos anos, e depois saiu pela porta.

O alarme soou, sai no correndo aonde minha mãe ainda andava. Ela olhou para trás e voltou em minha direção. Guardas apareceram e nos levaram para o abrigo real.

Fomos os primeiros a chegar, e depois meu pai chegou. Aos poucos as garotas da elite desceram. Meu pai me encarou com seu rosto serio, me indicando a ir falar com as selecionadas. Como se eu já não soubesse.

A esse ponto da Seleção as garotas já estavam acostumadas com os ataques. Passei um tempo conversando com Elise, Celeste e Kriss, que me distraiam. Um certo tempo já havia se passado e notei que America não havia descido. Pedi licença as garotas e me aproximei de um guarda, perto dos meus pais.

– Aonde a senhorita Singer está?

– Eu não a vi, alteza.

Outros guardas desceram no abrigo, e eu corri para pergunta-lhes a mesma coisa.

– Passamos no quarto dela, mas ela não estava. Viemos checar se estava aqui, alteza.

– Nortistas ou sulistas? – Perguntei baixo para o soldado.

O olhar dele denunciou que havia algo muito errado.

– Norte ou sul? – perguntei novamente, impaciente.

– Os dois, alteza.

Meu maxilar travou. Qualquer raiva que estava sentindo hoje cedo pareceu uma grande besteira depois de escutar isso. America estava em perigo lá fora. Eu precisava acha-la.

Fui em direção a porta mas a voz do meu pai cortou a sala. – Aonde você pensa que vai, Maxon?

Virei para ele, que me observava com um olhar desafiador. – Estou indo buscar America, Senhor.

– Você não vai a canto nenhum. – Ele sentenciou.

– Eu preciso ir. – Enfatizei. – É minha culpa ela ainda esta la fora.

– Não seja tolo, Maxon. Ela deve esta em um dos abrigos menores. Você não vai sair daqui e arriscar sua vida por essa garota. – Ele se aproximou para dizer algo em meu ouvido. – Ou preciso lhe lembrar das consequencias?

Eu estava pouco me importando com as consequencias. Ele podia me dar quantas chicotadas quisesse. Estávamos falando da vida da America. Eu estava pronto para confrontá-lo, mas minha mãe me puxou gentilmente para o canto com ela.

Sentado ali com ela, incapaz de sair, fechei os olhos, desejando que America estivesse segura.Que os rebeldes não a tenham levado ou pior, a matado. Essas ultimas 24 horas tem sido loucas. E fiquei lembrando das palavras da minha mãe. E como ela sempre estava certa.