– Como posso ajudar? – O som da minha voz denunciava toda minha confusão e curiosidade.

– Você já leu os diários do Gregory, correto? – Alexis perguntou

Abaxei a cabeça. Não tinha certeza se confiava neles ainda. E se eu dissesse que sim, ele iriam querer saber aonde eu os encontrei.

– Ok, – Zach iniciou. – Você quer o fim das castas?

Se eu queria?! Boa parte da minha vida eu sonhei com o fim das castas. Sonhava com um mundo aonde eu pudesse casar com quem quiser e aonde meus pequenos irmãos poderiam ter a chance de fazer o que quiser. A breve visão May e Gerard seguindo as profissões que desejarem aqueceu meu coração. May provavelmente tentaria ser modelo, já que princesa esta “meio ocupado”. E Gerard?! Oh, ele poderia ser tantas coisas. Eu queria tanto o fim das castas.

– Eu quero o fim das castas. Mas não posso dizer aonde os livros estão. Eu prometi. – Confessei, disposta a não quebrar mais nenhuma promessa que fiz a Maxon.

Zach se afastou, bufando. Eu entendo o ponto dele, estava com algo que ele queria. Mas não posso e não vou dizer.

Zach voltou com sua voz elevada – America, você esta entendendo a importância dessa situação? Todo um pais esta dependendo disso!

Me encolhi no banco – Desculpe.

Jeremy puxou Zach no canto, me deixando só com a Alexis.

– Desculpe-me por isso. Ele pode ter um temperamento forte as vezes. – Brincou com uma careta.

Alguns minutos se passaram, antes que Jeremy volta-se com Zach.

– Desculpe, America. Não devia ter gritado com você daquele jeito – Ele pediu, e mesmo parecendo meio contra a vontade dele, eu aceitei, sabendo que seria o maximo que conseguiria.

– Ok, me escute agora docinho – Jeremy se aproximou – Eu entendo que você prometeu a alguém, mas pense nisso. Pense em milhares de vidas que seriam transformadas. Quantas pessoas das castas inferiores poderiam melhorar de vida. E tudo isso esta em suas mãos agora. Você disse que não pode me contar aonde os livros estão, certo?

Assenti.

– Então porque você não pega os livros para nós?

– O que você quer dizer?

– Está claro que você prometeu não mostrar o lugar. E se você trouxer os livros pra fora? Você não estaria quebrando sua promessa.

Pensei sobre o que disse. Esses momentos que passei com eles, cada informação nova que me era dada, me fazia querer confiar neles. Deveria eu?

– Claro que você teria que se esquiva e talvez correr muito, mas é mais fácil, já que você esta por lá.

– Eu não posso fazer isso. Eu não sou uma rebelde. – Admiti

– Você é. Apenas não sabe disso. Esta no seu sangue, America.

Olhei confusa, alternando entre o rosto dos três, procurando por respostas que não estavam ali.

– Como assim? – exigi.

– Venha, vou lhe mostrar.

Jeremy levantou da mesa e caminhou até a porta. Alexis me cutucou com a mão, me incentivando a ir. Respirei fundo e levantei, indo em direção ao Jeremy.

Ele atravessou o corredor que havia nós trazido ao que agora conheço como o observatório e parou diante de outra porta branca enorme.

Ele me olhou nos olhos, e perguntou: – preparada?

– Com certeza. – Respondi sem duvidas, mesmo sem saber do que aquilo realmente tratava. O dia foi cheio de descobertas, coisas que passavam pela minha mente e outras que eu nunca poderia imaginar. O que mais eu poderia descobrir.

A porta se abriu, mostrando uma grande sala de reuniões. Alguma pessoa estava sentada na cadeira da ponta, de costas para mim.

– Senhor, ela esta aqui. – Jeremy anunciou em um tom serio.

A cadeira foi subitamente sendo girada, e pude ver sua silhueta sendo formada. Minha cabeça estava lotada de palavras porém nenhuma delas conseguia sair.

Então minha voz soou pela sala – Papai?