(CDZ)Diligit quod transcendit escrita por Mione St


Capítulo 13
Epílogo - Quem ama também pode ir para o céu


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o epílogo... Iniciei a postagem dessa fic ontem, mas como já a tinha toda digitada e no pen drive, decidi postar tudo de uma vez, vocês merecem, afinal eu ainda espero ter algum leitor por aqui, né?



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Mila: Meu amor... meu amor, que susto você me deu...
Ela sorriu para ele, acariciando sua mão.
Mila: Em breve iremos juntos para a casa. Falaremos sobre nosso filho e teremos um futuro juntos pela frente. Não sei o que faria da minha vida sem você meu amor. Eu nem mesmo quero imaginar... provavelmente seguiria você, não conseguiria ficar aqui sozinha... eu te amo tanto...
Ela apertou a mão dele com força. E de repente sentiu que o aperto era retribuído. Mu acordara.
Mu: E eu... (ele disse com voz cansada) não ia deixar você fazer isso nunca. Eu ia virar um anjo e ia te proteger da onde estivesse, impedindo que você fizesse essas loucuras.
Mila: Mu. Você acordou. (ela começou a chorar) Estou tão feliz por te ver bem...
Mu: E eu estou feliz por te ver novamente, meu amor. Mas não pense que eu não ouvi as besteiras que você falou. Me seguir... como se isso fosse necessário. Mesmo que eu morresse, eu jamais deixaria você.
Mila: E eu não me conformaria em ficar sem você. Mas... como se sente? Está doendo? Está maxucado? Estive tão preocupada nestas últimas horas...
Mu: Já estive melhor. Por um longo momento pensei que fosse morrer mas... isso não aconteceu.
Mila: Não me fale em morte, meu amor. (ela deu um selinho nele) Não fale em morte. Não quero nem imaginar como teria sido minha vida se você tivesse partido...
Mu: Sabe, esse momento em que fiquei anestesiado, eu tive um sonho. Sonhei que realmente tinha virado um anjo para te proteger. Sonhei que nunca te deixaria sozinha. E sonhei que venci a morte e pude voltar para você. Eu te amo tanto, Mila, tanto, que creio que esse sonho pode ter sido realidade.
Mila: Eu também te amo. Mas fico feliz que tudo isso tenha sido um sonho. Anjo ou não quero você do meu lado, sempre, e só me deixará quando ambos morrermos. Nunca antes disso. (as lágrimas escorreram) Céus, Mu, você não sabe como eu tive medo. Pensei que nunca mais teria paz nessa vida, que teria que sofrer todos os dias por você... ainda bem que você se salvou meu amor, ainda bem que está aqui comigo...
Ele, embora fraco, se ergueu para encontrá-la. E depois de um longo e profundo beijo, o qual ambos demonstravam seu amor e o desespero que sentiam caso não ficassem juntos, Mu sussurrou contra os lábios de Mila, quase que em transe.
Mu: Não há mais motivos para se preocupar meu amor. Pode ficar em paz. Eu estou vivo, eu estou aqui. Fique em paz, Mila. Simplesmente... descanse em paz, meu amor. Eu estou aqui.
–-

E esta foi a última cena que presenciei.
E esta é a história. Minha história, a história de Mila, a história de Mu e a história de Shaka. Nossa história. Uma história onde para alcançar a felicidade de um outro teve que renunciar a seu futuro. Uma história de amor, de amizade e de sentimentos mais profundos.
E ela teve seu fim. Sei que muitos pensam que eu sou uma insana, mas eu disse: correria o risco porque sabia que era uma história que merecia ser contada, mesmo que fosse vista como uma fantasia. Cumpri minha missão até esse momento.
Eu não devia ter me lembrado. Sabia que também deveria ter esquecido, como aconteceu com todos, mas isso não aconteceu. Talvez eu devesse ter me lembrado apenas para poder contá-las aos outros ou simplesmente por castigo, como eu pensei que era realmente. Não sei.
Mas um outro evento deve ser contado. E esse evento envolve a minha pessoa.
Como eu disse no começo, eu não sou a personagem central, mas essa história envolvia a mim também. E meu fim também merece ser dito.
–-

Quando cheguei em casa, naquela noite, tudo o que eu queria era dormir. Dormir e me esquecer de tudo. Acordar no dia seguinte sem me lembrar de como era ter sido feliz por um momento. Estava cansada. Cansada de ter sido como sempre fui, cansada de ser implacável, cansada de ser a terrível Eliza Derus. Eu queria ser novamente aquela mulher insegura, para quem Shaka havia dito que amava. Eu queria que meu futuro fosse mudado e que eu tivesse uma chance.
Mas, sendo um castigo divino, era claro que isso nunca ia acontecer.
Tomei um banho, troquei de roupa e fui procurar pela minha cama. Estava esgotada daquela noite e das minhas lembranças. Tudo o que eu queria era dormir.
Mas, a campainha da porta soou e eu senti que meus desejos de dormir e morrer iam ter que ficar para mais tarde.
Me ergui cansada e fui até a porta, mas não a abri. Primeiro: estava cansada, segundo, era tarde. Só um completo idiota abriria a porta naquele horário sem se certificar quem era antes.
Eliza: Seja quem for, compre um relógio e me deixe dormir, a menos que esteja aqui por coisas sérias.
Shaka: Sou eu, Eliza.
Shaka. O que ele estava fazendo ali? E como ele sabia que eu morava ali? Exceto no outro futuro, ele nunca havia estado em minha casa.
Engolindo o cansaço, abri a porta. E me deparei com Shaka no batente. Estava com um olhar cansado e parecia abatido. Ao mesmo tempo parecia estar feliz em me ver.
É melhor não sonhar, Eliza, pensei cansada.
Eliza: O que faz aqui?
Shaka: Não vai me convidar para entrar?
Eliza: Sim, Virgon. (dei espaço e ele entrou) Aconteceu algo com Mila?
Shaka: Mila está bem. Me telefonou para dizer que Mu acordou e que ambos ficarão bem. Estou aqui por outros motivos.
Eliza: Que seriam? E desde quando sabe onde eu moro?
Shaka: Sei de muitas coisas desde que acordei esta madrugada com o telefonema da Mila, me contando a respeito do acidente de Mu.
Fiquei quieta. Ele seguiu até um sofá e se sentou lá.
Shaka: Quando ela me acordou, eu estava tendo um sonho estranho.
Eliza: Psiquiatras acreditam em sonhos estranhos?
Shaka: Não, normalmente. Mas neste sonho acreditei. Ele me contava como era um futuro alternativo, um futuro onde Mu morria, onde Mila tentava se matar e onde ele voltava como um anjo, para protegê-la. E nesse sonho.... nesse futuro, eu disse que a amava. Depois desistimos de tudo para voltarmos no passado e mudarmos o futuro de Mila e Mu.
Eu abri e fechei a boca num piscar de olhos. Deus. Ele também se lembrara.
Shaka: Acordei e tudo aconteceu de maneira semelhante, exceto que Mu está vivo e bem. Me perguntei se estava louco ou se tinha realmente pago aquele preço. E me perguntei por que havia me lembrado.
Eu nada disse. Apenas fiquei quieta, esperando não ter enlouquecido de vez, como temia estar acontecendo.
Shaka: A conclusão que cheguei era que apenas ambos se lembrando dessa história era a maneira que poderíamos ficar juntos. Apenas ambos sabendo o que havia acontecido era uma maneira de não perdermos tudo. Eu me lembrei, mas não sabia se você tinha se lembrado. Por um momento, temi que não. Mas, depois que vi a sua postura no hospital, tive certeza que você também sabia.
Eliza: Como pode ter certeza que não acho que você seja um doido?
Shaka: Você está tremendo. E, quando me viu naquele hospital, agindo como eu sempre costumava agir, quase teve vontade de chorar. Você me disse, antes do tempo voltar, que as pessoas mudavam e que talvez mudaríamos também. No hospital, me disse a mesma coisa. E foi aí que eu tive certeza.
Eu estava de pé, do lado do sofá, de frente para ele. Senti quando ele se levantou e se aproximou de mim, me puxando contra ele.
Shaka: Eu a amo, Eliza. A amo demais. Temi muito não poder lhe dizer essas palavras novamente... não sabe como estou feliz em me lembrar de tudo, de poder saber tudo que descobri a seu respeito, de poder lhe repetir isso de novo...
Eu sorri para ele. Balancei a cabeça.
Eliza: Eu achei que o motivo pelo qual havia me lembrado era apenas um castigo de Deus pelos meus atos. Nunca imaginei que seria uma chance para nós. Eu também o amo.
Ficamos assim, abraçados, saboreando a certeza que ficaríamos juntos. Sem voltas aos passados. Sem complicações. Sem problemas. Dois casais felizes, nenhum feliz a custa do sofrimento dos outros.
Pensei em tudo o que passei, em tudo o que sofri para ter chegado aquele momento. Nos anos de sofrimento e de solidão. Nas incertezas da minha vida. Na minha amizade com a Mila, a única coisa decente que tive em minha vida.
Entendi então que eu já havia pago pelos meus erros havia muito tempo. E que não precisava continuar sofrendo. Eu, que nunca fui religiosa, que nunca acreditei em Deus e muito menos no perdão, entendi aquelas frases que aprendia na catequese de que Deus era mais misericordioso que um carrasco.
E entendi que eu não era tão má quanto aparentava. Ou queria ser.
Abracei Shaka com força. E finalmente me senti em paz. Uma paz que eu sabia que ia durar muitos anos, se não fosse eterna.
Talvez eu vá para o céu, afinal de contas.

Fim?

Não! É apenas o começo...


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Notas finais do capítulo

É isso.

Aos que aqui chegarem... Por favor comentem, critiquem, sugestionem...

Beijos no tum tum!



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