Diabolik Lovers escrita por Pinkie chan, FeerChan


Capítulo 4
Assombrosa Aparição


Notas iniciais do capítulo

Como será a recepção do Natsu quando colocar novamente a vista em Lucy?
Bom muito fácil, só ler o capitulo e descobrir :P
Obrigada a todos os lindos leitores que comentaram :)
Bom esperemos que gostem, desculpem qualquer erro ortográfico.
O próximo também será presente, nos vamos colocar passado e presente mas não quer dizer que seja sempre pela mesma ordem.



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2013 Presente

Já deviam ter se passado das três horas da madrugada, toda a baderna da discoteca estava se amenizando e naquele momento os únicos que restavam eram homens e mulheres tontos e extremamente bêbados. O som ainda tocava alto, e Lucy, por sua sorte, já estava terminando seu expediente. Por ser ainda uma estudante, ela tinha o direito de ir embora mais cedo do que os outros funcionários. Bateu o cartão às três horas em ponto. Já ia se retirando do bar e despedindo-se da albina que estava aos flertes contínuos com Laxus, mas foram surpreendidos com a voz berrante de Gray chamando MiraJane.

– Alguns guardas que estavam contendo uma briga encontraram sua irmã caída no chão desmaiada... Acho melhor você leva-la para casa. – o moreno disse num tom de voz superior e esnobe, um tanto quanto rígido. Gray por ser filho do dono da boate, possuía um poder muito elevado dos outros. Ele controlava a festa por menores, todos os dias. Mira sentiu um frio lhe percorrer a espinha. Lisanna sempre passava do limite com o álcool, mesmo sendo jovem, mas nunca chegara ao ponto de desmaiar. – Lisanna tem muita sorte, não sei como não foi pisoteada.

– Onde minha Irma esta? - a albina perguntou em pânico já saindo de trás do balcão. De longe avistara um homem alto e forte a segurando. Suspirou pesadamente, de fato queria levar a irmã para casa, mas não poderia ir embora antes de cumprir com seu horário. “O que eu devo fazer?” – pensava torturando-se por não conseguir duplicar-se. Nesses momentos queria ter um clone, tudo definitivamente seria muito mais simples.

– Gray meu expediente ainda não acabou, se eu sair eu certamente vou acabar por ser demitid...- antes que a albina terminasse a fala e que o seu vice chefe, falasse alguma coisa, similar a uma bronca. Heartfilia, após um longo suspiro desistente, disse num tom de voz tranquilo e decidido.

– Pode ir, eu fico no seu lugar – essa não seria a primeira vez na qual Lucy tomaria o lugar da albina. Strauss não tinha culpa se sua irmã mais nova era uma criança imprudente que se achava madura a ponto de ir a discoteca, e beber e fazer outras coisas quais queres. – Cuide de Lisanna.... Vai tudo dar certo. – essas foram as palavras da loira. Nenhum dos presentes conseguiam acreditar no que estavam ouvindo. A estudante do ensino médio, com seus dezessete anos, realmente estava novamente abrindo mão de uma noite de descanso para ajudar uma colega de trabalho?

– Lucy, não sei como te agradecer! – Mira disse com um imenso sorriso de gratidão. Lucy não disse nada apenas acenou com um meio sorriso. Logo sem mais delongas Mira e Laxus saíram carregando Lisanna pelos braços. Provavelmente a Strauss mais nova estaria em uma baita encrenca quando acordasse.

Heartfilia que a pouco estava aliviada por poder finalmente livrar-se do barulho infernal, agora estava novamente preparando-se para continuar o batente até as quatro horas. “Apenas mais uma horinha... eu consigo” – ela pensava tentando animar-se, em vão, já que não havia nada que a deixaria feliz naquele lugar. Ajudou Gray a despachar algumas pessoas da casa, já que o lugar estava fechando, e em seguida arrumou as coisas no bar.

– Lucy vá para casa... – o moreno pronunciou-se com uma voz serena, bem diferente da que ele normalmente utilizava no período de expedientes – Eu não vou meter a Mira em encrencas... amanha você tem que acordar cedo para ir ao colégio...precisa dormir ao menos umas cinco horas. – ele suspirou depositando uma de suas mãos no ombro curvado da garota, e logo sorriu – Você fez um ótimo trabalho hoje.

– Obrigada Gray... – ela sibilou em um suspiro profundamente exausto. Finalmente poderia ir para casa. Andou com passos pesados e rasteiros rumo a sala dos fundos, colocou o blazer, pegou a bolsa e saiu da boate. Inspirou profundamente uma quantidade demasiada de oxigênio, aquele ar puro da madrugada era realmente revigorante após sair daquele inferno de lugar.

Logo já havia iniciado a tranquila caminhada, não era o melhor horário para uma garota andar em ruas tão desertas, mas Lucy estava procurando um caminho alternativo no qual conseguiria chegar em sua casa o mais breve possível. A inicio tentou ao máximo ignorar a sensação de estar sendo observada, mas após algumas ruas andando tranquilamente se sentiu na obrigação de apertar o passo. Nunca em tantos meses de trabalho algo parecido havia ocorrido, e agora ali estava ela, fugindo de alguém ou alguma coisa.

Vez ou outra seu corpo arrepiava-se, sentia calafrios que vinham da ponta de seus pés até o ultimo fio de cabelo. O vento que passava por sua nuca sussurrava palavras... Não, aquilo estava sendo algo totalmente improvável. Desde quando o vento falava? “Vamos nos divertir um pouco..” – foi o que ela ouviu inicialmente. No mesmo instante apertou ainda mais o passo, sentia-se em constante perigo.

“Não adianta correr... Eu não vou deixar que minha presa escape” – novamente uma voz soou em seu ouvido. Lucy estava apavorada, nunca em toda sua vida havia sentido tanto medo quanto sentia naquele instante. Aquilo só poderia ser uma brincadeira. Ela realmente sentia-se observada, mas não havia ninguém naquela rua, e a voz que vinha acompanhada com a brisa fria a atormentava mais ainda.

“Eu definitivamente irei mata-la” – esse fora a ultima coisa que a garota pode ouvir, daqueles inúmeros sussurros aterrorizantes. Em meio a corrida acabou tropeçando nos seus próprios pés, antes que pudesse colidir com o chão, apoiou suas mãos assim como ambos seus joelhos no alcatrão da estrada, evitando uma queda mais prejudicial. –Ittaii...- pigarreou olhando o joelho todo ralado sangrando. A dor que se seguiu era suportável, sentia ardência nos lugares esfolados mas nada que em poucas horas não passa-se. “Eu estou ficando maluca... aquele lugar esta me deixando maluca... preciso dormir, já estou até mesmo ouvindo vozes” – ela pensava ainda caída no chão observando o joelho. Por um breve instante todo aquele pânico havia dispersado, como pó, mas logo escutou uma risada abafada provocando uma forte palpitação no seu coração.

– Não foi uma queda muito bonita... – a voz, tão rouca, mórbida e sombria na qual ela jurava estar ouvindo há poucos segundos atrás, agora estava ali, intacta, saindo da boca de um homem. Ela não conseguia vê-lo muito bem, na verdade ela nem desejava. Estava imenso escuro, e só de pensar no que havia escutado “Eu definitivamente irei mata-la” – aquilo só provocava mais medo. O homem havia lhe estendido a mão mas Lucy rejeitou a ajuda e levantou-se toda desajeitada apressadamente, dando dois passos para trás. – Porque eu sinto que você quer manter a distancia de mim.

Ela manteve-se calada, olhando o homem que possuía cabelos curiosamente róseos. Não o analisou muito, apenas pode notar isso, e em seguida deu-lhe as costas. – Não devia me voltar as costas... nunca.- o homem sussurrou próximo de seu ouvido. Heartfilia deu dois passos para frente afastando-se daquele halito frio e em seguida olhou para onde o rosado deveria estar, mas a única coisa que ela pode ver, foi a rua totalmente vazia. “O que esta acontecendo?”

Sem pensar muito, Heartfilia tratou logo de voltar à caminhada rumo a sua casa, queria ser rápida neste processo, mas não conseguia graças ao hematoma em seu joelho. Olhou para seus lados, e não via nada, apenas a solitária escuridão. Perguntava-se onde aquele homem estava... Provavelmente aquilo deveria ser fruto de sua imaginação, ninguém conseguia aparecer e sumir tão depressa.

– Ótimo, ainda por cima estou imaginando coisas – murmurou em um suspiro abafado. Continuou andando meio manca, um pouco mais tranquila, afinal aquela sensação de antes havia simplesmente dizimado.

Foi então, quando ela estava virando a esquina para entrar em uma rua, sentiu novamente um vento frio lhe passar pela nuca, acompanhado com um murmúrio rouco. “Não devia andar sozinha a noite... é perigoso” – Lucy instantaneamente parou. Estava em baixo de um poste no qual a luz estava falhando sucessivas vezes. Ela queria acreditar que estava imaginando coisas, mas aquela voz já estava a atormentando. Passou agilmente seus olhos em sua volta, não havia nada. Mas ela simplesmente não podia negar que havia algo errado.

Fechou os grandes orbes castanhos na tentativa de acalmar-se. Por algum motivo seu coração apertava, sentia-se em constante perigo. Inspirou profundamente o ar,e antes de espirar conseguiu ouvir uma risada. Não era uma risada brincalhona, na realidade parecia um tanto quanto sínica, e sombria. Seu coração palpitou assim que percebeu que o autor do riso estava próximo... Apertou a alça da bolsa que carregava em seu ombro, não queria abrir os olhos, mas precisava. Era necessário fazê-lo.

Lucy não viu nada, apenas uma silhueta vinda de um canto da rua.Tentou correr,mas com seu joelho todo esfolado não executou a tarefa com muito êxito. “Não adianta fugir de mim...”– a voz soou em sua mente novamente, fazendo com que pequenas gotículas de água fossem formadas no canto de seus olhos. “Minha casa ainda esta muito longe... Preciso me esconder!”- ela pensou em desespero. Sem mais delongas entrou em uma rua estreita a sua direita. A única luz que iluminava o local era a do céu. Ela encolheu-se em um canto, tentando controlar a palpitação de seu coração e principalmente seu medo atordoante. Um silencio tranquilo tomou conta do local, após alguns minutos ali, sem mover um único músculo, Lucy sentia-se um pouco mais tranquila, talvez o homem havia a perdido de vista.

– Pretende ficar quanto tempo parada ai? – aquela voz novamente havia pronunciado-se. Ela olhou para o lado direito da rua, em um canto, era possível ver a sombra de um homem robusto, utilizando roupas pretas, o cabelo era espetado e possuía um movimento que acompanhava a brisa. Lucy tentava ver sua face, mas aquele não era seu verdadeiro objetivo. Ela tinha que sair logo dali. Mas antes mesmo que conseguisse pensar, o homem havia, em uma velocidade na qual estava fora da normalidade, ficado frente a frente consigo. “O que é isso?” – pensou desesperada ao fitar o rosado de perto, os cabelos róseos faziam contraste com os profundos e sedentos olhos dourados. “Tão lindos” – pensou, mas no mesmo instante sentiu seu corpo tremendo de medo. Retrocedeu de forma a se afastar do garoto na sua frente, mas aquilo já fora o suficiente para que seu corpo colidisse com a parede.

– Vai fugir para onde agora? – ele indagou com um sorriso nos lábios, tão sínico que Lucy poderia vomitar. Ela sentiu-se por breves instantes, hipnotizada por aqueles olhos sinistros, não querendo encara-los mais, abaixou a cabeça quebrando o contato visual passando a observar o chão, torcendo para que aquilo não passasse de um sonho. O jovem ao perceber que ela não estava relutante, mas sentia medo, decidiu divertir-se com a deliciosa visão. Ver uma humana com medo era algo como um colírio para seus olhos. – Olhe nos meus olhos. – ele mandou, mas Lucy simplesmente o ignorou, definitivamente não iria olhar naqueles olhos sombrios. Como Lucy não o obedecera, o rosado impaciente agarrou com força no queixo da menina de forma a ter uma melhor visualização de seu rosto.

Aquela face de vitória e desejo que a pouco o garoto esboçava, no exato instante em que pode analisar atentamente a face da menina, desvaneceu-se. Aquele cabelo loiro, mesmo um pouco curto e liso escorrido, juntamente com aqueles brilhantes olhos de cor avelã... aquela face gentil, infantil e inocente, sobrecarregada de traços finos...porque? Porque tinha de ser tão parecida com a pessoa que tanto queria esquecer. Fungou demonstrando sua irritação – Você não é uma garota muito sortuda. – ele sibilou com uma voz rouca. Natsu estava sentindo um ódio anormal, olhar para aquela cara fazia com que se lembra-se de seu passado. A única coisa que martelava em sua mente era em mata-la... como queria vê-la gritar de dor enquanto a rasgava com suas garras banhando-se de seu sangue, mas não… Não tão rapidamente, iria se divertir primeiro.

– Q-Quem é você? – ela indagou com a pequena coragem que ainda possuía. O rosado que ainda segurava seu queixo com a mão direita, deslizou sua mão pela face, fazendo uma leve caricia que causou arrepios nada inocentes no corpo da loira, devido ao contato de sua pele fria com a quente da jovem. Ele aproximou-se da face da menina, ainda olhando diretamente em seus orbes castanhos. Lucy estremeceu com a proximidade, o halito fresco do garoto batia contra seus lábios.

– Não interessa quem eu sou.... mas sim o que vou fazer com você. – Heartfilia sentiu seu coração falhar, sua respiração parou assim como seus olhos arregalaram-se de medo. Queria chorar, mas manteve-se firme,seus dentes chocavam uns com os outros involuntariamente, sua mão suava frio e suas pernas se encontravam bambas.– Sua carinha de medo esta me excitando..sabia... – ele sibilou em um sussurro rouco no ouvido da mesma, enquanto mordiscava o lóbulo de sua orelha. “Mexa-se!” – Lucy gritava em seus pensamentos, tentando tomar alguma providencia,mas por algum motivo seu corpo não queria obedecê-la. Era como se estivesse totalmente a mercê daquele homem tão estranho de cabelos exóticos.

Lentamente uma das mãos dele deslizou do ombro direito da garota até um pouco a baixo de sua cintura, e com uma força gostosa a puxou para mais perto de si, fazendo com que seus corpos se juntassem. Lucy arregalou os olhos ao sentir a musculatura do corpo do rosado e suas mãos calejadas tocando seu corpo delicado. Definitivamente aquele cara sabia o que estava fazendo, ele tinha controle sobre tudo o que planejava. Heartfilia queria falar, queria se afastar, mas não conseguia. Suas cordas vocais pareciam ter sido cortadas e seu corpo estava totalmente sem vida. No mesmo instante Natsu mantinha a mão direita por entre os fios de cabelo dourados, puxando-os com força, sutil, fazendo a cabeça da menina arquear, dando visão para o pescoço, tão branco,liso e delicado quanto uma porcelana.

Levou seu rosto para o pescoço, enquanto apertava Lucy para mais junto de si, sentia o aroma que a menina esbanjava, como era delicioso. Era realmente muito parecida com aquela mulher, mas alguns pequenos detalhes conseguiam a deixar mais interessante, e o desejo de mata-la tornava-se ainda mais ansiado. Lambeu o pescoço da mesma, que gemeu assustada ao sentir a umidade e calor da língua do rosado contra sua pele. –P-Pare, P-por favor... – ela disse em um murmuro baixinho, quase forçado. Natsu a apertou com mais força, afastando o rosto de seu pescoço, enquanto vislumbrava os olhos castanhos, com seus lábios róseos quase tocando os da menina.

–Você devia aprender a ficar de boca fechada – ele falou sorrindo de maneira maliciosa. Sem o consentimento mordiscou o lábio inferior da menina, provocando um corte que em menos de um segundo já escorria o tão desejado sangue. Natsu sentiu uma adrenalina dominar seu corpo, queria chupa-la até que não restasse mais nenhum pingo de sangue em seu corpo. – Eu irei lhe ajudar com isso. – e antes que Lucy talvez pensasse protestar, seus lábios já estavam selados contra os do jovem de cabelos cor de rosa.

O beijo era avassalador, não possuía um pingo de sentimento e muito menos pudor. Era apenas um desejo insaciável, de cede por sangue. Lucy relutou em alguns instantes, mas seu corpo parecia possuir vida própria, e antes mesmo que conseguisse tomar nota em pensamento, já estava envolvida naquele beijo. Natsu era frio, e seu beijo era pós e contras de facilmente levar uma garota ao delírio. Ele dava profundas investidas com sua língua dentro da boca de Heartfilia, e ao mesmo tempo apertava-a para mais perto de si, sentindo o calor que o corpo da mesma exalava. Lucy só podia gemer involuntariamente, não era como se desejasse ser beijada por um completo estranho, em um beco, aquilo era muito suspeito e assustador... mas não deixava de ser delicioso. Um sabor metálico envolvia o beijo, provavelmente era seu próprio sangue e a isso fazia com que sentisse calafrios, aquele garoto parecia um sádico de carteirinha. Lentamente, ele parou de beija-la, Lucy arfou tentando recuperar seu fôlego, nunca na vida poderia imaginar que iria ficar desapontada por um beijo com um completo estranho fosse cessado, mas ao mesmo tempo ela sentia-se aliviada, por ter seus lábios novamente somente para si.

Enquanto a loira recuperou o ar que lhe fora roubado no beijo, Natsu trilhou beijos que vinham da lateral da boca dela até a metade do pescoço. Inspirava fundo sentindo o aroma delicioso da mesma, não conseguindo mais resistir seguiu seus instintos animais. –Fique bem quieta. – proferiu rouco e autoritário antes de fincar suas presas no pescoço da garota.

Heartfilia por impulso apertou com força os ombros do garoto na sua frente assim que sentiu sua pele sendo perfurada. Como se duas agulhas em brasa terrivelmente grossas penetrassem sua carne, mordeu seus lábios em tentativa de prender um gemido de agonia e de certa forma amenizar a dor. A todo o custo tentou desprender-se do rosado, aquilo era totalmente doentio, um garoto sedento por sangue? Estava alucinando? Quanto mais se remexia e tentava o afastar de seu corpo mais intensa a dor se alastrava.

Natsu percebendo que sua presa estava com intenções de escapar, forçou o corpo dela contra a parede aumentando a força de suas presas. Desesperada tentou acertar com uma de suas mãos no rosto do garoto de forma a conseguir o arranhar, algo que o fizesse parar com aquela loucura, mas foi em vão, seus pulsos foram agarrados com brutalidade contra a parede, por mais que tenta-se mexer seus braços nada parecia fazer efeito, como se cimento rodeasse seus pulsos, a força do rosado era monstruosa.

A ardência que antes era insuportável por algum motivo foi amenizando, seu corpo estava mostrando indícios de relaxamento, como se tivessem acabado de lhe dar uma anestesia. Uma dormência apoderou-se de seu pescoço, aquilo de certa forma provocava sensações nada inocentes em seu corpo, estava gostando? Como era possível?

Gritou, o som que mantinha-se entalado em sua garganta finalmente havia saído. O que antes era relaxante e de alguma forma gostoso reverteu-se para tortuoso, as lágrimas involuntariamente escorriam por seus olhos avelã, a sensação de sua carne queimando por dentro era terrivelmente dolorosa, a cada segundo apenas tinha tendências para aumentar, chegando ao ponto de desejar morrer, a dor era inexplicável, não conseguia comparar a dor com nada parecido. Pedia a deus e mundo para acabar, não queria sofrer mais, queria morrer...

Como se deus estivesse a escuta, já não mais sentia dor, respirar era um ato impossível a cada segundo que se passava, seu corpo não mais respondia a seus mandados, seus pulsos escorregaram por a parede assim que ele os soltou, por mais que tivesse intenções de tentar o empurrar não conseguia, havia perdido forças, agora era apenas aguardar que tudo terminasse e que nunca mais volta-se a acordar para o mundo. Que belo fim daria na sua vida, um completo maníaco sugando seu sangue, perfeito...

Natsu não conseguia controlar-se, não a queria matar, era deliciosamente prazeroso o sabor que aquela garota possuía, era um misto de doce e amargo.. Uma mistura deliciosa na qual nunca em toda sua existência pudera provar...

Pouco a pouco o corpo de Lucy não possuía equilíbrio, só mantinha-se de pé por conta dos braços de Dragneel, que a seguravam firmemente contra a parede. Não conseguia imitir nenhum barulho, seus olhos não mais distinguiam as cores, um misto de negro focava sua visão.

Natsu não queria acabar com sua pequena brincadeira naquele beco. Aquilo ainda iria durar longos dias...Iria matar seu ódio daquela mulher, utilizando esta garota,que era tão parecida com a mesma. Lambeu os lábios limpando os escorrimentos de sangue enquanto se afastava de Lucy. A menina não passava de uma marionete, os olhos que ate então estavam cheios de vida agora haviam perdido todo seu brilho. Escorou suas costas na parede com os olhos fechados. Graças a Deus, ela ainda estava viva, pensava consecutivamente.

Lucy estava a ponto de desmaiar, iria perder os sentidos, sentia isso, seu corpo estava desgastado, havia perdido muito sangue suas pernas fraquejavam tentando buscar forças onde não existiam, ergueu seu rosto para o ver, queria ver uma ultima vez o rosto de quem a havia machucado. Mas por mais que força-se sua vista não conseguia enxergar direito, apenas imagens borradas.

“Nos veremos novamente... em breve...”

Foi o ultimo sussurro que conseguiu escutar, o vento soprou forte contra seu rosto naquela noite escura e tenebrosa e percebeu que ele não mais se encontrava junto de si. Via-se afastada de qualquer conforto ou chama de esperança. Estava perdida, agonizada pela dor e cansaço, o receio de o voltar a ver era tremendo. Queria correr, o mais rápido que suas pernas pudessem alcançar, queria chegar em casa, trancar-se no quarto e rezar para que tudo não passa-se de um sonho e que em poucos minutos o despertador traria de novo ao mundo real. Apoiou-se no muro apalpando-o de forma a conseguir caminhar reto, sua visão mantinha-se embaciada, tentava puxar ar para os pulmões mas a cada investida seu peito contraia-se de dor.

Gray caminhava apressado tentando chegar o mais brevemente a seu apartamento, tal como Lucy, ele também vivia sozinho, nunca foi menino de exigir dinheiro aos papás, sempre gostou de sua independência, e mal completou seus dezoito anos, fez questão de começar a trabalhar como barman, economizando seu salário para por fim poder ter seu próprio espaço.

Em meio ao percurso, sua visão contemplou um vulto próximo ao muro, tentou não ligar muito a sombra pois provavelmente seria um mendigo, mas seu subconsciente quase que o obrigava a desviar seus orbes para o vulto encostado tentando a todo o custo ficar de pé. “L..Lucy”, processou a imagem de uma jovem loura cambaleando tentando caminhar. Não podia ser, como? Como era possível ela ainda estar ali, ainda mais naquele estado?

Esquecendo suas perguntas interiores que não o levariam a lugar algum, correu ao auxílio de Heartfilia o mais rápido que pode.

– Lucy o que aconteceu? – perguntava Gray em meio ao pânico colocando seu braço em volta da cintura da loira. O corpo dela tremia ao seu toque como se não consegui-se enxerga-lo ali na sua frente.

Antes que pudesse perguntar mais alguma coisa seu nome foi sussurrado pelos lábios rosados da jovem antes de desfalecer em seus braços, a única explicação plausível que ele encontrava para aquele comportamento rebatia-lhe em seu consciente. “Esta exausta, não é para admirar com o expediente que se submeteu”, colocou uma de suas mãos por entre as pernas de Heartfilia enquanto que com a outra depositou-a atrás das costas da jovem podendo assim leva-la ao colo. Em principio pensou em a levar para a casa dela, mas estava muito tarde e como seu apartamento ficava mais perto do percurso decidiu coloca-la aos seus cuidados.

Não demorou muito a chegar ao seu destino, depositou-a na sua cama, retirou-lhe o blazer que trazia vestido assim como as botas, estava pronto a tapa-la com a coberta quando captou dois pequenos furos marcados no fino pescoço da loira. Arregalou os olhos surpreso, se não soubesse que seres sobrenaturais não existem ia jurar que quem havia feito aqueles dois pontos havia sido um vampiro, riu por seu pensamento sem qualquer cabimento, isso seria totalmente impossível, mas logo cessou a risada pensando quem poderia ter feito uma maldade daquelas a uma jovem tão doce como Lucy.

Decidiu deixa-la descansar no quarto, aquela noite dormiria na sala. Nem havia passado uma hora, Lucy havia despertado, de inicio ficou aliviada achando que tudo o que havia vivido naquele dia não passava de um puro e simples pesadelo, mas logo esse alivio se desvaneceu quando observou os cantos do cômodo não os reconhecendo como seu quarto, não conseguiu deixar escapar um gemido de dor que havia alastrado por seu pescoço. Levantou-se aterrorizada, suas vestimentas continuavam intactas, menos mal, correu para a porta de forma a sair do local.

Percebeu que era a casa de Gray quando atravessou o corredor e reconheceu a decoração, além que o moreno agora estava deitado no sofá assistindo algum seriado na TV.

– Gray? – pronunciou-se surpresa, como ele a havia encontrado? Como ele a havia trazido e pior, o que ele havia visto?

– Você está bem? – ele perguntou levantando-se do sofá caminhando para perto da loira que continuava tentando afastar as imagens que a atormentavam de horas antes. – Não devia ficar até tão tarde trabalhando, você não tem que se submeter sempre que acontece alguma coisa com um colega. – suspirou pesadamente enquanto continuava com seu discurso. – Não desgaste seu corpo, você ainda é muito nova para arcar com tanta responsabilidade, cuide mais de si. Sua sorte foi eu ter passado aquela hora na rua, se não nem quero pensar o que poderia ter acontecido com você.

– Me desculpe, eu tive uma noite longa e deveras estranha, prometo tomar mais atenção comigo mesma, não precisa se preocupar Gray. – Lucy respondeu sorrindo e ao mesmo tempo aliviada, talvez fosse isso, sua imaginação pregando-lhe uma peça, afinal estava exausta e devido a isso alucinou toda aquela idiotice, afinal vampiros não existem. Repetiu mentalmente a frase diversas vezes tentando convencer-se a si mesma.

– Claro que eu preciso me preocupar, você é demasiado gentil……me explique, porque eu não consigo entender como pode deixar ele maltrata-la.

– Gray já falamos sobre isso, eu gosto dele, eu sou feliz é o que importa. – É verdade que Gray sabia de tudo, a e como sabia, tantas e tantas vezes aparecia no trabalho com marcas arroxeadas, inventava sempre uma desculpa para o aparecimento de cada uma, o comum era as quedas, dizia ser muito desastrada, mas Fullbuster nunca havia caído nessas farsas, sempre soube a verdade e tentava sempre colocar juízo na loira, pedia para ela terminar com Loke, que a relação não tinha futuro, que ela conseguiria arranjar algo melhor e que aquele lixo não merecia um pingo de respeito, muito menos uma namorada gentil, bonita e carinhosa como ela. Aquilo o frustrava, sabendo que Lucy sofria, queria pregar socos naquele infeliz, mas Heartfilia amava demais o desgraçado para o largar de vez.

– Você é sado masoquista por acaso?! – aquilo era ridículo, sem dar conta começou a elevar sua voz. – Gosta de apanhar dele? E agora até aceita ser sugada, você enlouqueceu Lucy?

Ficou longos segundos processando o que Gray havia acabado de berrar, como assim sugada? O que demônios ele estava falando?

– Não estou entendendo nada de sua conversa, que sugar se refere? – perguntou totalmente confusa arqueando uma sobrancelha, parecia que quem já estava alucinando era Gray.

– Não se faça de desentendida Lucy, você sabe muito bem do que estou falando, esses dois furos em seu pescoço, como pode permitir que aquele bastardo a machuque ao ponto de sangrar, estava lhe satisfazendo em uma das fantasias psicopatas dele, era? – perguntou, estava furioso, detestava não poder ajudar sua amiga porque ela própria não queria ser ajudada, e ainda se submetia a tudo que Loke dizia calada, sem protestar. – Ele decidiu virar vampiro agora, querem ver…

“Vampiro”, uma simples palavra que martelava na cabeça de Lucy, não.. não podia ser, havia sido um pesadelo, certo? Nada daquilo era real correto?

Gray confuso pelas feições assustadas de Lucy tentou aproximar-se de forma a tentar acalma-la, mas antes que pudesse chegar perto Heartfilia já corria em meio as portas procurando um espelho onde pudesse conferir os tais furos que seu amigo havia comentado, implorava para que nada estivesse marcado em sua pele, queria que tudo não passa-se de um pesadelo.

“Vampiros não existem….vampiros não existem…..vampiros não existem”, as únicas palavras que rodavam no seu consciente repetidas vezes como um disco riscado. Mas tentar convencer-se de si mesma que eles não existiam acabou sendo em vão assim que viu com seus próprios olhos as marcas das presas marcadas na pele branca de seu pescoço. Agora sim não havia como fugir da verdade.


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Notas finais do capítulo

Bom merecemos comentários? Se sim, podem deixar os vossos lindos comentários sobre o que estão achando sobre a fanfic, e como já tinha comentado nas notas iniciais, o próximo é novamente no presente. Bjinhos Minna ^^