Apenas confie escrita por Tyuxui


Capítulo 4
Capítulo 3 - Delicada


Notas iniciais do capítulo

Peço mil desculpas a todos! Eu disse que não ia demorar a postar, e acabei demorando, né? - Podem entrar na fila pra me matarem. O motivo da demora foi minha internet, ela anda muito ruim ultimamente e pra piorar meu PC também não está tão bom assim. Eu também tive que reescrever o capítulo já que perdi o arquivo que não tinha salvo. Só isso mesmo como justificativa.
Mas, o próximo está aí e com um pouco de mistério, aproveitem!



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Delicado: adj. 1 Brando, macio, mole. 2 Doce, suave. 3 Meigo.

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– Gosto desse lugar – Começou ela – Sempre vinha aqui com meu antigo amor. – Ele a fitou sem dizer nada – Sua comida preferida era lámen. – Sorriu, seguido de um suspiro – Onde será que está agora?

Ela pareceu pensar por alguns instantes. Kiba só a olhava num completo silêncio, examinando todo o rosto da jovem que mantinha o olhar longe, talvez, em outro tempo. Desviou os olhos pequenos para a janela ao lado, olhando o nada.

Estavam na lanchonete Ichiraku’s.

– Kiba – Ela chamou, forçando-o a virar-se para si – Trabalhava no que antes?

– Eu era entregador de pizza.

– Pizza? Não me lembro de você ter feito entregas em casa. – Ela estranhou.

– Eu não sou fixo. Vivo mudando de empregos. – Explicou.

Hinata estava curiosa sobre ele, e disposta a perguntar o que fosse preciso. Curvou-se na mesa à frente dele, cruzou os dedos com as mãos rente a boca – do mesmo jeito que fazia sempre que assistia animes.

– Por um acaso fez alguma coisa ruim que o deixou assim?

Ela estava bastante atenta à espera de uma resposta, porém não a recebeu. Kiba a olhou mais uma vez, sua face grave agora se encontrava mais carrancuda. Era estranhamente difícil conversar com aquela garota delicada.

– Sempre quer saber tanto sobre a vida das pessoas? Eu não te conheço, você não me conhece. Acho que não devo tantas satisfações assim para você. Não me importo com tanta coisa e não é só porque você é muito curiosa que vou me importar em contar do meu passado. – Essa foi sua resposta.

Ele estava irritado e ela sabia disso. Hinata recuou ao seu acento vagarosamente, em silêncio. Ficaram assim tempo suficiente até que o garçom chegasse com os pedidos. Ele retirou-se, e Kiba aproveitou para tomar seu café sem açúcar. Hinata estava petrificada. Ele revirou os olhos, olhando ao redor do lugar, certificando-se de que estavam longe dos olhares alheios. Hinata virou o rosto rapidamente, de volta a ele, e disse a primeira coisa que veio à mente.

– O antigo amor que mencionei antes era um garoto que eu sempre fui apaixonada. Desde a infância, eu já o conhecia mesmo sem nem ao menos ter trocado uma única palavra. – Ela disse, tentando amenizar a curiosidade dele.

Kiba fincou sua atenção nela após ouvir a frase, e relaxou na cadeira, mantendo uma das mãos na xícara pequena de café.

– Ele sempre foi apaixonado por sua vizinha, que não dava muita bola para ele. Ela era esnobe e tinha um cabelo estranho – Riu sem achar graça -. Nunca entendi o motivo de ela me odiar tanto.

– Não estou entendendo o que quer dizer. – Murmurou ele.

– Eu fui traída... – Abaixou o olhar.

O silêncio se fez novamente.

[...]

– Obrigada por ir ao teatro comigo hoje. – Agradeceu. A voz fraca – Se apresse e vá, já o incomodei muito hoje, desculpe por isso.

Já ia abrindo a porta e adentrando o local, até ser chamada por ele. Continuou de costas, apenas ouvindo.

– Eu sou órfão. Sou uns três anos mais velho que você, já que tem vinte e dois. Não sei de muita coisa, mas sempre procurei me manter firme. – Explicou – Então, será que podemos recomeçar do zero?

Ela virou-se para ele.

– Boa noite, Kiba. – Sorriu abertamente – Até manhã.

Ele estranhou aquela atitude e entendeu como um “sim” para sua pergunta. Voltou para casa agitado, passando por um Pet Shop fechado no caminho, olhou a vitrine, avistando com dificuldade devido a pouca iluminação, alguns filhotes de diversas raças de cachorros, até que seus olhos miraram exclusivamente um: era bem branquinho e miudinho, tendo as orelhas pintadas de marrom. Seus olhinhos eram tão fechados que ele nem parecia que podia enxergar. Riu com o próprio pensamento e por um acaso, lembrou de Hinata.

Logo lhe surgiu uma idéia.

[...]

– Aqui.

– Ah! O que é isso?!

Ele simplesmente jogou o animal em cima dela. Espantada pegou o bichinho, se perdendo na pelagem macia dele. Ajeitou-o melhor nos braços e sua atenção alcançou Kiba.

– Um cão?

Ele a encarou como se ela tivesse deixado escapar alguma coisa muito óbvia.

– Ele será um cão-guia quando crescer. – Acrescentou.

– Já tem um nome? – Perguntou, animada, às vezes enterrando o rosto na pelagem do filhotinho.

Aka.

– Aka? – Estranhou.

– “Aka” significa “vermelho”, e é uma cor que eu realmente acho cativante, sem contar que é minha favorita.

– Então, Akamaru? – Sugeriu.

– Me parece um bom nome. – Concordou.

Ele observou a feição de alegria que o rosto dela se fez, e deu uma risadinha baixinha contente com aquilo. A morena logo ergueu a cabeça para ele e colocou o cãozinho de um lado do ombro.

– Obrigada, Kiba. – Disse risonha.

– Foi à única alternativa que encontrei como pedido de desculpas.

Ela sorriu para ele. Sabia que o tinha irritado na noite passada e ainda o fez admitir tal culpa. Sentiu-se mal com esse pensamento e até pensou em recusar o presente, mas sabia que ele não aceitaria tal ato, então dispensou aquela alternativa. Kiba era um cara diferente a seu ver, mesmo não aparentando, ele sabia se importar com as pessoas e era de uma excelente companhia para assistir animes, bem diferente de sua irmã casula que, não parava quieta no sofá. Lembrar-se da irmã a deixou melancólica em questão de segundos, sentia falta dela e do primo mais do que sentia de seus pais.

[...]

– Agencia telefônica Konohagakure, em que posso ajudar?

– Eu queria saber por que não vieram instalar minha internet ainda?! Estou esperando já faz duas semanas e nada!

– Senhor, acho que estamos com problemas em nosso sistema e...

– Acha?! Você acha?! É melhor darem um jeito nisso logo porque eu não vou continuar pagando uma coisa que ainda nem recebi!

– Se quiser posso verificar agora o sistema e providenciar sua... Senhor? Alô, senhor?

Hinata suspirou. Já era o terceiro aquele dia que ligara reclamando. Decidiu ignorar aquilo por momento, e voltou a digitar algumas cobranças a pedido de seu feche.

– Estão tratando bem os clientes? – Uma voz grave soou alto. – Não se esqueçam que estão concorrendo a funcionário do mês.

Algumas respostas foram ouvidas positivamente e alguns preferiram não se dirigir a palavra, Hinata se encaixou bem nesse grupo, e manteve seu silêncio breve até sentir duas mãos grandes em seus ombros doloridos. Não se virou por saber de quem era aquela presença, mas seus olhos alargam-se um pouco com o susto discreto. Os dedos largos começaram apertar os músculos fazendo uma massagem não relaxante nela.

– Você daria uma bela funcionária do mês, Srta. Hyuuga. – A voz grave soou perto ao seu tímpano, que protestou um pouco pela malicia que nela continha – Sabe que está concorrendo também, não é? – Ele apertou ainda mais forte seus ombros, obrigando-a concordar.

– Sim, Sr. Uchiha.

– Boa menina. – Tirou suas mãos dela – Sabe, qualquer dia você poderia me convidar para um chá – Sugeriu –, o que acha?

– A-ah... Senhor, eu não ach...

– Então está combinado. – Cortou-a, já aceitando um convite proposto por ele próprio.

O homem alto e magro saiu andando até a porta por onde entrou, e assim que Hinata percebeu que sua presença não era mais sentida, suspirou pesadamente e passou as mãos nos ombros, dando leves apertos nos lugares doloridos. Xingava-o mentalmente por fazer sua dor nos músculos aumentar um pouco mais.

[...]

Destrancou a porta de vagar, abrindo-a e fechando logo em seguida, porém, a mesma fora bloqueada por uma mão grosseira que segurara a porta antes mesmo dela completar seu trajeto. O homem olhou a jovem de canto, com malícia nos lábios e adentrou a casa – sem ser convidado - silenciosamente, se pondo ereto a frente dela.

– Então, é aqui que mora, Srta. Hyuuga? – Examinou toda a extensão do local, cada canto, cada parede, até encontrar o rosto assustado dela novamente. – Até que parece ser confortável, apesar da aparência pouco cativante.

– O-o que o senhor quer? – Arriscou perguntar. As mãos tremendo discretamente e o olhar assustado disfarçado.

– Eu vim tomar um chá, lembra? Mas já que pergunta, então vou lhe dizer o que realmente quero, Srta. Hyuuga.

Sem hesitar, o homem atacou Hinata jogando-a contra a parede tom amarelo fraco da sala, e se colocou bem rente a ela, grudando seu rosto arrogante a face corada. Primeiro, passou uma das mãos em uma das pernas grossas cobertas pela calça jeans preta, e subiu até suas nádegas segurando firme ali. Hinata percebendo que rumo aquilo levaria, debateu-se contra o corpo do outro, que a segurou com ainda mais força e com a boca começou a beijar-lhe o pescoço, subindo para o rosto. Quase chegando na boca, foi atingido por um tapa e empurrado para longe. Em seu rosto, uma linha fina de sangue escorria de uma ferida em sua bochecha provocada por uma unhada defensora.

– Olha o que você fez no meu rosto, vadia!

– D-desculpe, Sr. Uchiha!

– Não me chame de Sr. sua piranha imunda! Meu nome é Uchiha Madara, sua vaca!

Ele estava alterado, muito nervoso. Aproximou-se dela mais uma vez e lhe atingiu um golpe feroz no rosto, fazendo-a cair em seguida, e montou-lhe em cima, segurando os braços finos e impedindo-a que tentasse fugir.

– Você não queria saber o que eu queria?! Então, vou lhe mostrar!

Com uma mão segurou firme os pulsos dela no alto da cabeça, e a outra começou a abrir os botões e zíper de sua calça social negra. O desespero lhe tomou conta quando percebeu algo lhe ser direcionado entre suas pernas, rapidamente ele tinha abaixado pouco da sua calça, e agora o membro rígido estava posto em cima de sua calcinha branca. Hinata gritou.

– Cala essa maldita boca, vadia!

– P-pare! Por favor, n-não faça isso!

Madara já ia penetrá-la pelo canto da calcinha, mas foi atingido por um chupe bem na mandíbula, o que o forçou a sair de cima de Hinata. Ela vendo-se livre, engatinhou até a parede mais próxima e se encolheu – estava em choque –, nem se preocupou em vestir a calça novamente. Madara ergueu-se subindo a calça junto da cueca rapidamente e logo levou um soco na bochecha direita. O cara quem o golpeava repetidas vezes era Kiba que já muito descontrolado, o colou na parede, segurando seu pescoço e olhando bem para sua cara toda ensangüentada: um olho roxo, a boca enxada e o nariz quebrado.

– Olhe bem para mim! – Ordenou – Se você se atrever a chegar um milímetro se quer dela, eu acabo com você! Entendeu?!!

Ele só balançou a cabeça positivamente com devida dificuldade e quando foi solto, saiu correndo da casa sem nem olhar para trás. Kiba virou-se para Hinata. Ela estava quieta e chorava baixo.

– Você está bem?

– Olhe para mim, acha mesmo que estou bem?

Seu rosto estava machucado. A pele fraca se encontrava enxada na região do olho esquerdo, a boca sangrava levemente e as bochechas estavam coradas demais.

– Kiba, por que fez isso?

– Hã?

– Por que fez isso?!

– Eu apenas te ajudei. Ele ia te estuprar, Hinata.

– Você não devia ter vindo...

– Eu não podia deixar que ele...

– E agora como vou me sustentar?! – Ela o cortou – Esse foi o único emprego que me aceitou como sou. Como vou viver agora?

– Eu vou te ajudar.

– Como, Kiba? – As lágrimas caiam – Vai bater em todos assim como vez com Madara?

– Hinata...

– Mesmo eu sofrendo esses assédios eu tinha um emprego e conseguia me sustentar, agora como vou viver? – Ela fungou.

– Hinata... Apenas confie...

– Kiba, sai daqui... Por favor, sai daqui...

Ele fez como ela pediu, mas antes que saísse depositou um pequeno beijo ta testa dela e saiu fechando a porta atrás de si. Estranhou o fato de Akamaru não estar com ali, e no segundo seguinte se lembrou que ela o tinha deixado no Pet Shop. Foi direto para casa. Hinata levantou-se bem devagar, estava muito dolorida no rosto e com uma forte dor de cabeça. Andou pela sala pequena – com a calça violada nas mãos – passando pelo balcão que dividia a cozinha da sala, e foi aí que percebeu algo. Pegou no objeto já conhecido por ela – sua tigela – e tentou reconhecer a outra coisa que estava ao lado. Tateou com cuidado.

Flores. Um mini ramo com apenas sete flores.

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* Quem era o "Antigo Amor" de Hinata?


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Teve um mistério aí, né? Estou pretendendo revelar o passado de Hinata no próximo ou quinto capítulo, o que acham? E esse Madara, hein, bem que mereceu hihi. Espero vocês no próximo, amores.

DICAS:
— Antigo amor
— Lámem
— Lanchonete Ichiraku's