"O que eu...

Finalmente abri os olhos.

... Estou fazendo aqui?"

É um lugar lindo. Há arvores em todo lugar. Borboletas, flores e coelhinhos. Uma harpa toca, vindo de não sei onde.

Mary Ann: Mas que lugar... Oh!

E parece que, aqui, minha promessa acabou. E estou enxergando!

Eu estou livre para falar outra vez. Mas algo me perturba.

Algo me chama. Uma voz. Vinda de uma falha no chão. Um buraco. Levanto-me e voo até o lugar...

Espera. Eu tenho asas?

Como não estranhei isto antes? Porque tudo parece tão normal?

Olho para baixo e vejo Lysandre chorando rente... Rente ao meu corpo, estendido no meio da rua.

Mas o que está acontecendo? Porque eu estou aqui? Porque eu tenho asas? O que estou fazendo lá embaixo?

E lembranças me vêm...

Flashback ON

Eu tinha acabado de ganhar minha bengala e tinha saído para dar uma volta com ela.

Quando eu estava na calçada, senti alguém me empurrando. Ao cair no asfalto, ouvi um barulho de freada e um grito:

"Mary!"

Lysandre.

Depois disso, tudo ficou branco... E acordei nesse lugar.

Flashback OFF

??? : Então, minha querida... Você veio.

Viro-me para trás. E dou de cara com minha avó materna.

Mary Ann.

Avó: Minha querida, eu te esperei tanto!

Nós nos abraçamos. Eu não a via desde...

Desde que ela morreu.

Mary Ann: Vovó, eu...

Avó: Não, ainda não.

Mary Ann: Então... O que estou fazendo aqui?

Avó: Você está em uma corda bamba. Você pode cair ou continuar nela. Aquele rapaz gosta muito de você, não é, minha neta?

Mary Ann: Sim... E eu também gosto dele.

Avó: Quanto ao outro, não se preocupe com ele. Aliás, não se preocupe com nada.

Mary Ann: Mas eu morri!

Avó: Ah, meu amor. Se eu fosse você, eu pularia.

Mary Ann: Pularia? Ah...

Compreendo.

Pulei dentro do buraco. Agora não estou mais com minha avó.

Estou dentro do meu corpo.

POV's Mary Ann OFF

POV's Lysandre ON

Ela não pode... Não pode...

Eu estava saindo da escola quando aconteceu. E não é nenhum exagero afirmar que eu estou à beira da histeria. Estou chorando como um condenado.

Ou melhor, estava.

Até que ouvi uma singela respiração.

Lysandre: Graças a Deus.

Abracei-a. Ela está viva.

Agora que ela está bem (digo, mais ou menos) hora de vermos um singelo espetáculo antes da ambulância chegar.

Um ruivo falso, um lesado engravatado e uma loira oxigenada enrolados no tapa.

Nathaniel: AMBRE, VOCÊ VAI ACABAR PRESA POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO!

Castiel: ANTES DISSO ELA MORRE!

Ambre: NÃO ENCOSTA NA MINHA BOLSA!

Castiel: OLHA O QUE EU FAÇO COM A SUA BOLSA!

Pronto, fudeu. Ele cuspiu na bolsa da Ambre.

Ambre: AAAAAH FILHO DA PUTA, ELA FOI CARA!

Nathaniel: Ambre, olha a educação!

Castiel e Ambre: AH, VAI TOMAR NO CU!

Gargalhadas gerais de uma multidão antes assustada.

Lysandre: Armin! Alexy! Ajudem aqui, a ambulância chegou.

Alexy: Estou iiiindoooo!

Armin: *revirando os olhos* Meu Jesus...

***

Lysandre: Que susto você me deu, meu pequeno anjo.

Agora Mary Ann está acordada. Estamos no hospital.

Lysandre: Precisamos conversar.