Lágrimas de Amor escrita por XxLininhaxX


Capítulo 2
POV Esme




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Fazia dois dias que não via meu marido. Não conseguia dizer o quanto eu estava sentindo sua falta. Meus filhos passavam praticamente o dia todo na escola, então, só os via à noite. Ficava o dia inteiro sozinha naquela casa enorme. Apenas sentindo o cheiro da minha tão adorada família. Sei que não era a única que sentia falta de Carlisle. Alice também estava bem pra baixo. Rose, embora não admitisse, também estava emocionalmente abalada. Edward nem se fala. Esse menino apronta cada vez mais, apanha e, mesmo assim, não consegue desgrudar do pai. Realmente, uma das coisas que mais amo em Carlisle é esse dom que ele possui de cativar as pessoas. Não importa a situação, todos ao seu redor acabam se apegando a ele. Não preciso nem comentar que comigo não foi diferente. E foi de uma maneira tão intensa que, mesmo depois de anos, ainda parecemos um casal de adolescentes apaixonados. Sorri com tal pensamento, mal podia esperar para matar essa saudade.

Estava em meu quarto preparando a cama para quando meu lindo esposo chegasse. Sabia que ele chegaria exausto. Apesar da pose de durão, ele é bem manhoso. Dei uma pequena risadinha com tal pensamento. Não me importava nem um pouco com isso, afinal, amor em mim é o que não falta para oferecer aquele homem. Não conseguia sequer descrever a sensação de ter aqueles braços ao meu redor, aquelas mãos me acariciando e aqueles lábios me beijando. Era como se eu estivesse no céu. E como se esse amor já não bastasse, ele ainda me deu seis filhos lindos e perfeitos. Não tinha como não amá-lo. Ele fazia a minha vida, mesmo após a morte, perfeita.

Ouvi o barulho dos meus filhos. Eles estavam acordados esperando pelo pai. Claro que a maioria não admitia isso, mas eu conhecia todos eles muito bem. Como estavam de férias, não importei que eles ainda estivessem acordados. E também acredito que Carlisle esteja com saudade de todos eles, por isso também não vai se importar. Com certeza ficará muito feliz. Pelo que ele me disse, amanhã não deve ir trabalhar. Por isso poderemos aproveitar bastante.

Estava começando a ficar ansiosa. Quando ele chegaria? Quanto tempo mais ele demoraria? Pelo horário que ele disse que sairia, já devia estar em casa. Será que aconteceu alguma coisa e ele não pôde sair? Uma vontade incontrolável de ligar para ele me atingiu. Sabia que estava sendo boba, afinal Carlisle com certeza me avisaria se tivesse acontecido algum imprevisto. Mas a saudade era tamanha que eu simplesmente não conseguia me controlar. Peguei meu celular, pronta para acabar com aquela ansiedade, mas antes de digitar o número senti o doce aroma do meu amado invadir minhas narinas. Claro que só podia sentir por conta do meu olfato extremamente aguçado de vampira, mas isso foi suficiente para que eu me acalmasse.

Vesti meu hobby de seda preto, pois já estava de baby doll. Saí do quarto e desci as escadas em velocidade vampiresca. Quando cheguei à porta, todos os meus filhos já estavam lá, esperando pelo pai.

– Até que enfim! Papai demorou demais dessa vez. – disse Rose em um tom meio revoltado.

– Não o culpe princesinha. Você sabe que precisavam dele lá no hospital. – disse tentando amenizar um pouco a situação.

– Vocês são todos exagerados. Foi só dois dias. – disse Edward, como se não se importasse.

– Ah! Tá aí o garotinho que ficou todo choroso à noite porque o papai não estava em casa. – disse Bella em tom de deboche, rindo logo em seguida.

– Quem foi que ficou choroso, hein?

– Qual é Ed?! Todo mundo sabe que você é o bebê do papai. – disse Emmett gargalhando, junto com os irmãos.

– Mãe, olha o Emm. – disse Edward em seu famoso tom manhoso.

– Parem com isso todos vocês! Seu pai deve estar cansado, então não quero saber de vocês o perturbando com briguinhas e birras.

Todos ficaram sérios. Foi então que vimos a luz do farol se aproximando. Se meu coração ainda batesse, com certeza estaria com taquicardia. Realmente era um exagero, mas só quem conhecia Carlisle podia entender.

– Ele chegou! – disse Alice correndo em direção ao carro, que havia acabado de parar em frente a casa.

Seus irmãos a seguiram. Carlisle mal saiu do carro e foi soterrado em uma avalanche de abraços. Eu sorri vendo aquela cena. Aquela família realmente era única.

– Ei ei ei! Calma aí! Deixem o papai entrar primeiro. – Carlisle também sorria.

– Muito injusto pai! Você passou dois dias sem nos ver! Vai ter que nos compensar! – disse Alice fazendo bico.

– Oh minha bonequinha, o papai não teve opção. Mas sim, prometo compensá-los. – disse Carlisle dando um beijo no topo da cabeça de Alice.

– O senhor bem que podia fazer como os outros médicos e tirar férias junto com os filhos. – disse Rosalie.

– Não fique assim, princesa. Prometo que darei um jeito de tirar pelos menos alguns dias de férias antes que suas aulas retornem.

– Amanhã você vai trabalhar, pai? – perguntou Emmett.

– Não meu filho. Amanhã serei todo de vocês. – Carlisle sorriu docemente. – Agora vamos entrar, estou morrendo de vontade de tomar um banho.

Nossos filhos entraram correndo em casa. Carlisle ficou parado no mesmo lugar, olhando para mim. Era impressionante como aquele olhar ainda mexia comigo. Se eu pudesse ficar vermelha de vergonha, com certeza estaria. Vi meu marido abrir os braços, como que me chamando para me aninhar ali. Sem demora corri para os braços que tanto me acolhem. Foi um abraço apertado, como se ele não quisesse me soltar nunca mais. Soltamo-nos apenas para nos encararmos. Finalmente nossos lábios se selaram em um beijo apaixonado. E o tempo parou, como todas as vezes que nos beijávamos. Mas a realidade sempre nos puxa de volta.

– Você demorou, meu amor. Já ia te ligar. – disse acariciando o rosto de Carlisle.

– É. – Carlisle deixou que o sorriso morresse e ficou com um olhar distante.

Estranhei. Mesmo que estivesse cansado, não era de seu feitio tal comportamento. Alguma coisa aconteceu e algo me dizia que logo eu saberia. Mas não era o momento para isso. Queria apenas cuidar do meu amor.

– Por que não entramos e você toma um bom banho?! Assim você relaxa um pouco a mente e depois me conta o que aconteceu.

– Não dá pra esconder nada de você, não é? – Carlisle abriu o sorriso novamente.

– Existe algo que eu não possa saber, por acaso? – perguntei em tom de brincadeira.

– Claro que não! Pra você sempre serei um livro aberto.

Abraçamo-nos novamente e entramos em casa. Nossos filhos estavam assistindo algum filme na TV. Pelo jeito que as meninas estavam, provavelmente foi escolha de Emmett. Carlisle e eu nos olhamos e sorrimos.

– Vá tomar um banho. Eu vou esquentar um pouco de sangue para você.

– Obrigado, meu anjo.

Carlisle depositou um pequeno beijo em meus lábios e subiu para o quarto. Dirigi-me para a cozinha, tirei um pacote de sangue da geladeira e despejei em uma panela. Coloquei o sangue para esquentar e me lembrei das crianças. Deixei o sangue no fogo e fui para a sala, onde meus filhos estavam.

– Estou esquentando sangue para seu pai. Alguém mais vai querer?

– Não. – responderam em uníssono.

Voltei para a cozinha e esperei até que o sangue estivesse no ponto ideal. Assim que estava pronto, coloquei na caneca de meu marido e subi para o quarto. Carlisle ainda estava no banho. Deixei a caneca sobre o criado, ao lado da cama, e me deitei um pouco. Comecei a divagar sobre o que poderia ter ocorrido com Carlisle. Pelo seu olhar já podia imaginar que em nada tinha a ver com o trabalho. Mesmo que ele tivesse perdido alguma vida, seu olhar não ficaria perdido daquela forma. Talvez com uma pontinha de tristeza, pois mesmo tendo que lidar com a morte de pacientes com frequência, sabia que ele jamais se tornaria impassível. Mas se não era por conta do trabalho, o que poderia ser? Será que ele se encontrou com algum Volturi ou com alguma pessoa desagradável? Será que havia descoberto algum grupo de vampiros nômades que poderia colocar em risco a nossa família? Várias coisas passavam pela minha cabeça. Acabei fechando os olhos sem perceber e fiquei por um tempo pensando em todas as hipóteses possíveis.

– Está com sono meu anjo? – Carlisle entrou no quarto com a toalha em volta da cintura e outra secando os cabelos.

– Não. Só estava pensando em algumas coisas. – disse me sentando na cama.

– Não precisa ficar tão preocupada. Garanto que o que aconteceu não foi nada demais.

O sorriso que Carlisle mostrou após aquela fala foi o suficiente para me tranquilizar.

– Como foi o dia de trabalho? – perguntei, enquanto Carlisle procurava uma roupa.

– Bastante corrido. Você ficou sabendo do acidente que aconteceu?

– Fiquei sim. Acredite ou não, dava para sentir o cheiro de sangue daqui.

– E foi tranquilo com as crianças?

– Foi sim. Já tínhamos ido caçar, então não nos afetou tanto quanto deveria.

– Entendo.

Carlisle terminou de se vestir e sentou ao meu lado. Pegou a caneca com o sangue e tomou quase que em um gole só. Provavelmente devia estar com muita fome. Após terminar, colocou a caneca de volta no criado e sentou-se na cama, encostando na cabeceira. Abriu espaço entre suas pernas para que eu me acomodasse. Sentei de costas para ele, enquanto ele me envolvia em seus braços. Ficamos algum tempo em silêncio; ele acariciando meus cabelos e eu suas pernas. Perguntei-me até quando ele pretendia ficar em silêncio.

– Querida, posso te perguntar uma coisa? – ele começou, me deixando ansiosa.

– O que quiser, meu doce.

– Você gostaria de ter mais um filho?

Arregalei meus olhos e me virei para meu marido. Será que Carlisle pretendia adotar outra criança? Olhei bem dentro de seus olhos, ele estava sério. Como se estivesse ansiando fervorosamente por minha resposta. Sorri.

– Que pergunta é essa Carlisle? Claro que eu adoraria ter mais um filho. – sorri docemente para meu marido, que me sorriu de volta.

– Não sabe como fico feliz ao ouvir isso.

– Então me diga: quem será meu próximo filho? – perguntei já inquieta.

– Filha.

– Quer dizer que ganharei mais uma menina? Que ótimo, meu bem!

Mais uma mocinha! Que felicidade! Carslisle não tinha nem ideia de como aquela notícia me deixara feliz. Mas tive um pequeno lampejo. Se aquela era uma notícia tão boa, por que ele parecia tão perdido naquele momento?

– Me explica essa história direito, Carlisle. Quem é ela? Onde ela está? Como vocês se conheceram?

– Esse é o problema. Não sei quem é e também não sei onde está.

– Como assim Carlisle? Você não a conheceu? – perguntei confusa.

– Eu a atropelei quando estava voltando para casa.

– O que? – Carlisle atropelar alguém? Isso era tão absurdo que se ele próprio não estivesse me contando, eu não acreditaria.

– Estava muito escuro e ela apareceu de repente. Não consegui frear a tempo. Mas pelo que vi não houve nada demais.

– E então? Você conversou com ela? Ela virá quando?

– Ela não quis me escutar. Pedi para que ela viesse comigo, pelo menos para que eu me certificasse que estava tudo bem, mas ela se recusou. E ainda usou um tom bastante atrevido, pro meu gosto. Se já fosse minha filha teria levado um belo puxão de orelha. – dei uma risadinha com esse comentário. Sua autoridade paterna era muito evidente.

– Como ela se chama?

– Também não sei. Ela não quis me falar.

– Então como vamos encontrá-la?

– Gostaria muito de te dar uma resposta, mas não tenho ideia. Acreditaria se eu te dissesse que apenas sinto que a encontrarei de novo?

– E alguma vez eu duvidei de você?

– Não.

Carlisle sorriu e nos beijamos. Se ele acreditava naquilo, então eu também acreditaria. Aquela notícia me deixou tão feliz. Esse sentimento de maternidade era tão gostoso. Mesmo não sendo mãe biológica, sentia como se cada um dos meus filhos tivessem nascido de mim. E agora eu ganharia mais uma mocinha! Como será que ela era? Será que era novinha? Será que era doce? Ou será que tinha um gênio forte? Será que se adaptaria a nossa família? Será que ela iria me chamar de mãe? Será que ia gostar de mim? Quantas perguntas!

– Já vi que você está doida para conhecê-la. – Carlisle me disse sorrindo.

– Claro! Você me chega com uma notícia dessas e não me dá nenhuma informação sobre minha filha. – falei em tom de revolta, fazendo Carlisle gargalhar.

– Sinto muito. Prometo que você a conhecerá o mais rápido possível. Mas agora, acho que seria melhor darmos um pouco de atenção pros nossos filhotes.

– Concordo.

Nos levantamos e descemos até a sala de estar. Nossos filhos discutiam sobre o próximo filme que assistiriam.

– Nem vem Emm! Você nos obrigou a assistir aquele filme hiper violento, agora é nossa vez de escolher! – disse Alice.

– Ah Lice! Você vai escolher aquelas coisas melosas e sem graça. – reclamou Emmett.

– É Lice. Assim não dá! – disse Rosalie.

– Eu nunca posso escolher o filme! – Alice fez bico.

– Gente, deixem ela escolher. Não custa nada. Quem sabe vocês não gostem do filme? – disse Jasper.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou Carlisle, interrompendo a discussão.

– A Alice quer ver um filme e o Emmett não quer deixar. – disse Bella.

– Ah pai! Os filmes que ela escolhe são um saco. – disse Emmett.

– Não são não! – retrucou Alice.

– Podem parar! Já que não conseguem entrar em um consenso, eu escolherei o filme.

– Aaahh! – nossos filhos reclamaram em uníssono.

– Nada de "Aaahh".

Eu me sentei no braço do sofá que Carlisle normalmente se sentava, esperando que ele escolhesse um filme. Quando ele escolheu e colocou para assistirmos, sentou-se no sofá. Era um filme de comédia. Bem típico de Carlisle, escolher um gênero neutro que agradasse a todos. E realmente o filme era muito bom. Demos boas risadas. E o tempo passou até rápido. Quando o filme acabou, Carlisle desligou a TV.

– Ah pai! Vamos assistir mais um! – disse Emmett.

– De jeito nenhum! Todos para cama agora! – disse Carlisle.

– Mas estamos de férias pai! Quê que tem? - disse Edward.

– Tem que eu quero vocês na cama agora! Não quero saber de vocês dormindo o dia inteiro. Vocês pegam esse hábito e quando as aulas retornam não conseguem levantar.

– Só essa noite paizinho. – disse Alice.

– Não. Todos para cama. Agora! – Carlisle foi firme.

Muito a contra gosto eles se levantaram e subiram a passos humanos. Carlisle e eu já estávamos subindo, quando Alice veio correndo até nós.

– Pai! Alguém está se aproximando!

Foi só ela terminar de falar e ouvimos um estrondo do lado de fora.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Yooo ^^

Só pra avisar...Reneesme não aparecerá na história! Será como se a Bella nunca tivesse engravidado, como se tivessem transformado-a antes do casamento.

Bom, é só isso por hora.

Bjs,

o/



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