Nunca havia desejado tanto ser invisível como naquele momento, demorou o dobro do tempo estimado para chegar a Sala Comunal da Grifinória, sendo a todo instante parado nos corredores para explicar como estava vivendo ao ser apelidado de “Herói Elementar de Potter” e como havia conseguido ajudar Harry a derrotar Lord Voldmort. Sentia-se extremamente irritado ao ser chamado assim, mas aquela não era a melhor hora para entrevistas constrangedoras e irônicas. Desviou-se do assedio dos colegas e chegou a frente do quadro da Mulher-Gorda gritando em alto e bom som:- Bubotuberas Vivas! - Entrou , ignorando os resmungos do quadro.

 Subiu para o dormitório, fechou as cortinas da cama e se deitou. – “O que está acontecendo com você, Ronald Weasley? – perguntava a si mesmo, sabia que havia errado em falar daquela maneiras com Hermione, mas o que ela esperava? Que ele desse Boa Sorte ao novo professor? Que ficasse feliz ao saber que sua namorada havia escondido até ali que sabia que a pessoa com que ela havia dado seu
primeiro beijo ensinaria a eles agora ?. – Rony, se controla cara, você nem ao menos tem certeza se ele a beijou mesmo, não é? Nem coragem para perguntou isso você teve ainda Ronald Weasley, ARRE, você confia nela. Sim, sim eu confio nela mas, não nele.

- Rony, você está bem? – Rony se assustou, não havia percebido a chegada de Harry e para sua sorte Dino não havia entrado com ele. Não queria conversar com ninguém, mas pensando melhor sabia que podia confiar em Harry. Não respondeu de imediato, mas ao constatar que Harry esperava sua reação, apenas ignorou o amigo perguntando:

- Você está ai há quanto tempo? – Se sentia sem graça, observando Harry sentar na cama que ocupava desde seu primeiro dia de aula há sete anos. – Escutei o bastante para ter certeza que você morrendo de ciúmes dela cara. – O amigo esboçou um sorriso, esperando alguma reação de Rony, mas ele por sua vez não reagiu, então continuou: - Cara, ela não te contou nada porque sabia que você ia ficar assim e...- pausou, Rony percebeu que o amigo escolhia as palavras para continuar, chegando a alguma conclusão, continuou: -...não voltaria para Hogwarts também.

Harry havia escolhido a melhor maneira para atacar alguém apaixonado: “O Remorso”. Rony se sentiu culpado por não tentar entender Hermione. – “Ela não voltaria para Hogwarts”. A voz de Harry ecoou por um logo período em sua cabeça , sabia que havia exagerado, mas não conseguia tirar a visão de Krum sorrindo para ela.

- Ok, não precisa dizer mais nada cara! – sorriu, de repente esqueceu Hermione pela primeira vez naquela noite ao ouvir auditivamente o seu estômago reclamar. Harry sorriu ironicamente, apenas chamando: - Monstro e Winky! – Rony entendeu de imediato o que seu amigo pretendia fazer. Os elfos domésticos se materializaram instantaneamente em cima de sua cama, quase matando Rony de susto derrubando-o no chão.- Caros senhores Potter e Weasley! – reverenciaram juntos. Estão irreconhecíveis, trajando uniformes elegantes com o brasão da escola no peito. Com os tufos dos cabelos penteados e limpos como Rony e Harry jamais haviam visto.

 Mais uma vez seu estomago fez sua reclamação incrivelmente auditiva, pediu impaciente deitando novamente na cama com o estomago e (depois da queda) com a testa doendo. – Monstro, pode me trazer comida, cara! Estou com o estomago furado, nem vento tem mais aqui.- Implorando comicamente acariciando sua barriga. Monstro não respondeu, tão pouco se moveu, apenas estalou os dedos e de repente havia um banquete na frente dele. Comeu até não conseguir ingerir os últimos pedaços de pudim de maça ainda existentes em cima da cama totalmente coberta por migalhas de pão e comida. Agora Rony sorria, conversou abertamente com Harry, Monstro e Winky por um longo tempo até que a chegada de Dino que sentia cansado e extremamente mal humorado, dizendo que teriam um longo dia na manhã seguinte. Ele se deitou, ainda rindo das imitações que Monstro e Winky fazia de trouxas bêbados. Sem perceber desviou seus pensamentos em Hermione por um longo tempo, visualizado seu rosto sorrindo. Com os olhos fechados pensou em como encararia ela no dia seguinte, se ainda estariam namorando, se ela o ignoraria ou se já havia perdoado sua falta de tato e ciúme. Escutou a respiração profunda e lenta de Harry e Dino descompassadas entre si como um mantra lento, ele não resistiu e adormeceu, ainda pensando em Hermione.