"A mais nobre paixão humana é aquela que ama a imagem da beleza em vez da realidade material. O maior prazer está na contemplação." disse Leonardo da Vinci, e quem saiba seja verdade. Ver os olhares enigmáticos e apaixonados entre Francesca e Marco, ou a forma como ela podia se aconchegar nos braços dele no fim da tarde como se aquele fosse o lugar onde nada a atingisse era algo belo de se contemplar, era agradável de ver e Emma não podia deixar de reparar.

Eram essas pequenas sensações, detalhes, entre os dois fidanzatos que dizia a ela que a nova irmã tinha feito a escolha certa. Em menos de uma semana aquela casa tinha virado a própria casa de nossa protagonista, a família ali tinha se tornado a dela e a estima que Emma tinha por eles só costumava crescer, mesmo com Raoul, mesmo sentindo-se estranha por esconder da maioria o projeto. Francesca confiava nela e isso faz qualquer pessoa se sentir mais querida ainda naquele lugar, ouvir uma história triste como a que uma moça mais nova que ela carregava era uma infortúnio do destino, ver alguém que se ama de uma forma totalmente única partir era com certeza uma das piores dores que se podia sentir, mas esse é o problema, a dor precisa ser sentida para se saber*. E Emma depois de tudo, nunca tinha sentido, perdeu o avô quando pequena, mas era algo que hoje ela entendia, mas pensar na situação de perder o amor da sua vida era algo que ela não compreendia, simplesmente sabia que queria a amiga feliz com aquele que fizesse bem a ela, que fosse fácil como respirar, natural e verdadeiro. Marco parecia ser a pessoa certa e Emma torcia que fosse.

Francesca estava instável e nervosa naquela manhã, e acalmá-la parecia uma tarefa impossível até que as Pietra e Emma compreenderam que ela só ficaria calma com ele ali ao seu lado, e isso fez Emma rir como boba.

– Perché stai ridendo di me? Cosa Pietra ha reso i miei capelli? – Porque está rindo de mim? O que Pietra fez no meu cabelo? - Perguntou a loira aflita, procurando pelo espelho na cama onde esperava a irmã prender seu cabelo.

– Non ho fatto niente con i capelli ancora, Fran, ma farò se non essere tranquillo! – Eu não fiz nada com o seu cabelo ainda, Fran, mas vou fazer se você não ficar quieta! - Respondeu Pietra segurando a nuca da irmã para que ela não se mexesse enquanto fazia uma trança embutida.

– Allora, perché Emma è ridere? – Então porque a Emma está rindo? - A testa lisa se contraiu e enrugou em frustração por haver algo para se rir nela. - Diga, Emma!

– Ora sto ridendo in faccia. – Agora eu estou rindo da sua careta. - Respondeu depois de tomar ar e ainda te tanto controlar o sorriso que insistia em brotar em seu rosto. - Estava rindo porque tenho certeza que é amor verdadeiro! E isso é lindo!

– E 'quasi sciocco che sì, e certamente non è una cosa da ridere. Emma, ​​non si rese conto che il mio amore non sarà mai abbastanza? Non potrò mai sento che è giusto? – É quase bobo isso sim, e com certeza não é algo para rir. Emma, você não percebe que todo o meu amor, se realmente o amo, nunca vai ser suficiente? Que eu nunca vou sentir que isso é certo?

– Tutto sarebbe più facile se dividiamo tra giusto e sbagliato, esiste il vero amore e vedo nei tuoi occhi, anche se la tua mente insiste a fare dubitate, questo è solo qualcosa che si dimostra so bagliore vedo quegli occhi, la mia madre mi ha sempre detto che l'amore è voler essere la felicità di qualcuno, ma amare veramente è se si è mai dubbio la migliore opzione per la felicità di quella persona. – Tudo seria mais fácil se se dividisse entre certo e errado, amor verdadeiro existe e eu estou vendo nos seus olhos, mesmo que sua mente insista em te fazer duvidar, isso só é algo que prova que eu sei o brilho que vejo nesses olhos, minha mãe sempre me disse que amar é querer ser a felicidade de alguém, mas amar verdadeiramente é chegar a duvidar se você é a melhor opção para a felicidade dessa pessoa.

– E 'una bella pensione, ma il mio amore sembra bello, grande o abbastanza buono per lui. – É um bonito conselho, mas meu amor não parece bonito, grande ou bom o suficiente para ele. - Respondeu ela olhando com os olhos baixos e a voz quase sumindo.

– Ecco perché credo che davvero lo ami! Ora dimmi perché sano di mente non sarebbe un bene per lui? La media, amarlo, era una delle persone migliori che abbia mai incontrato, i due mi ha fatto sentire parte della famiglia e mi ha fatto sentire e fare cose uniche. Se questo quadro non è amare, lui è un idiota. – É por isso que eu acredito que você realmente o ama! Agora me diga o porque em sã consciência você não seria boa para ele? O entende, o ama, era uma das melhores pessoas que eu já conheci, as duas me fizeram sentir parte da família e me fizeram sentir e fazer coisas únicas. Se esse Marco não a amar, ele é um idiota.

– Mas eu tenho defeitos...

– Todo mundo tem! E nenhum defeito é mais importante que qualquer pedacinho bom dentro de você. Aproveite, você encontrou o que muitos passam a vida procurando. -Emma suspirou, ela mesma procurou e jamais encontrou nem a sombra do verdadeiro amor, mas sempre admitiu que ainda era cedo, mas ali na frente havia uma garota que tinha ganhado o analgésico para toda a dor que ela teve antes e que merecia mais que muitos, ser feliz.

A mamma tinha anunciado no café da manhã o convidado para o almoço, o que criou um silêncio perturbador e que justificava parte do nervosismo de Francesca, Pietra resolveu interceder pela irmã.

– E 'una grande notizia, ora per favore non rovinare nulla – É uma ótima notícia, agora, por favor não estraguem tudo - olhou acusatória para os irmãos - a mamãe está tão feliz nessa manhã e não é pelo bolo!

Foi um comentário trivial, se Dona Marília aprovava aquilo e ficava feliz pela filha, não poderia um deles estragar a felicidade de Francesca. Nenhum dos irmãos então se manifestou, contra ou a favor, pareciam talvez impressionados com a notícia e o fato de serem os últimos a saberem já que Emma tinha um sorriso delator no rosto assim como Pietra e Dona Mantovani.

Já estavam agora no fim da tarde, uma bela tarde, todos pareceram realmente ter ficado felizes pela enamorada, logo depois da chegada de Marco, que parecia tão nervoso como Francesca até vê-la e receber então um abraço da sogra. As mulheres cuidaram do almoço preparando um assado e os acompanhamentos do lombo ao molho de ervas finas e vinho seco - a ideia havia sido de Francesca, a que também mais se dedicou, mesmo precisando ir cumprimentar o namorado com o avental tampando a bela roupa que Pietra tinha incrementado um pouco com um lenço de bolinhas vermelhas saindo do bolso da frente da jardineira e dando um ar diferente a roupa de garotinha para uma de "garota que vai receber o namorado em casa para conhecer a família", somente a caçula era capaz disso.

Tudo ficou bem quando Francesca usou o trunfo que tinha, ao dizer aos irmãos que o namorado também era um torcedor do Fiorentina**, naquele momento não faltaram perguntas para testar o nível do recém chegado cunhado. Emma nunca pensou serem todos os homens da casa fãs do futebol, não os ouvira falando sobre o assunto na mesa ou qualquer lugar, mas se provou enganada.

Depois do almoço tranquilo e animado, foi aberta até uma garrafa de vinho Mantovani especial do ano de 1960 para simbolizar a união, que por um momento pareceu mais um casamento, mas os verdadeiros noivos só iriam trocar alianças em exatamente um mês. Na sala eles se organizaram, conversavam enquanto jogavam cartas o mesmo que fizeram antes do almoço - outro hobbie que Emma só veio descobrir neste domingo - e ela preferiu se afastar por não jogar bem ou não ver melhor momento para trabalhar enquanto todos estavam distraídos e não a surpreenderiam com perguntas e talvez até um flagra, da mesa da copa ela podia ver o jogo se desenvolvendo animado, os gestis a amiga e a confirmação de que Marco sentia por ela o mesmo, a felicidade de ambos; as crianças no sofá vendo a um programa infantil na televisão e o trabalho no computador a sua frente, mesmo não sendo muito interessante, era algo que Emma tinha gosto de fazer, mesmo que quase as escondidas, contar a história daquela propriedade, daquela casa, do vinho e daquela família que agora se sentia agregada.

Não tento muita informação para avançar no texto, resolveu revisar e apresentar os detalhes que sempre escapavam na pressa. Depois de terminar e então começar a escrever um e-mail a sua mãe todos voltaram para a sala e se organizaram no sofá, mas ela só foi entender quando viu a TV anunciar o início do jogo, e mesmo não sabendo muito dos campeonatos, sabia com certeza pela forma como pareciam tensos, principalmente os homens, que aquele era um jogo importante. Logo a chamaram para se juntar a eles e assistir o jogo, o que fez de bom grado se sentando entre os homens, já que as mulheres pareciam muito apertadas no outro sofá.

– Gosta de futebol? - Perguntou Ignazio ao seu lado.

– Não sei, eu teria que assistir para saber!

– Então você vai se surpreender! - E Emma se surpreendeu, todos comemoravam sempre, por cada movimento do time e no começo ela não soube o que fazer, mas quando finalmente desistiu se entender ou de ficar quieta em um csnto apenas observando, fazer parte daquilo foi maravilhoso.

Gritar e vibrar junto com todos foi talvez um dos melhores momentos que ela já tinha experimentado, nem importava tanto o placar ou o que estava acontecendo, mas a felicidade ali era contagiante, a comemoração e animação principalmente de Danilo, Gianluca, Raoul e quem diria, Pietra! Ela parecia estar no próprio estádio e entender tanto daquilo como o técnico!

E ali estavam, Francesca e Marco sentados abraçados e assistindo o jogo, as vezes se perdendo nos olhos um do outro e fazendo algo dentro de Emma se mexer eufórico. Naquele momento não teve de que reclamar, ou tempo para se perguntar sobre a própria vida amorosa, o que parecia sempre ser um ponto fraco para ela. Estavam todos felizes e aquilo era o que importava.

Raoul Mantovani, foto do Richard Armitage.

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* Parafraseando A Culpa é Das Estrelas de Jonh Green.

** time de futebol de Florença da série A.