Wolf Prince escrita por Poliana Melo


Capítulo 3
Capítulo 3 - Explicações? Pra quê?




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A Srta. Black se levantou na hora e virou para o buraco na parede.

― Fique atrás de mim Lupus! ― nem me mexi, estava em choque, e já estava sentado atrás dela mesmo...

A poeira estava começando a baixar e eu finalmente consegui ver o que havia entrado pela abertura. Ver eu via, mas não consegui acreditar. O homem parado ali era enorme, tinha mais de dois metros de altura, e não era só alto, ele tinha os músculos de um lutador de MMA, mas nem de longe isso era o mais assustador nele. A pele do cara era cheia de tatuagens, ou o que acho que eram tatuagens, que lembravam o padrão de um tigre, o cabelo em estilo militar era ruivo e preto como o pelo de tigre, suas orelhas eram pontudas, os olhos eram dourados com pupilas verticais, e ele estava sorrindo então pude ver os enormes caninos amarelados. Como se não bastasse, ainda usava um cinto cheio do que suponho ser uma espécie de granada e carregava um machado duplo com laminas do tamanho de um skate.

― Hum? Então esse é o pirralho? Obrigado por me levar direto até ele, Lyka. ― Disse o homem-tigre, sorrindo ainda mais.

― Acha que eu não previ que você me seguiria até aqui? Pense de novo, Tora! ― Ela ergueu o braço esquerdo, arregaçou a manga, o que revelou um bracelete de ferro. Assim que a Srta. Black o touco, o metal se liquefez e envolveu a mão dela, quando se tornou solido de novo não era mais um bracelete, parecia o cano de uma bazuca.

― Isso não vai funci... ― nesse momento um raio de energia violeta atingiu o homem-tigre e ele caiu inconsciente. Parece que funciona sim, Sr.Tora.

Eu olhei para onde estava a secretária e ela ainda estava jogando paciência no computador como se nada estivesse acontecendo. A Srta. Black virou para mim e me apressou:

― Rápido, temos que sair daqui agora, ele não vai ficar apagado para sempre! ― ela me puxou pelo braço e começamos a correr.

Quando saímos do prédio da diretoria fomos em direção a um carro prata que estava estacionado ali perto.

― O que foi aquilo? Quem é você? O QUE ESTÁ ACONTECENDO? ― eu estava entrando em parafuso.

― Basicamente aquele homem está tentado te matar e eu estou tentando impedir ele. Agora entra no carro! ― disse “docemente” a Srta. Black.

― Certo. ― entrei no carro. Algo me dizia que era melhor obedecer ou ela me forçaria a entrar. De qualquer forma, eu não queria estar por perto quando aquele homem assustador acordasse.

Como a Srta. Black conseguiu tirar carteira de motorista é um mistério. Nunca vi ninguém dirigir em velocidade tão alta, fico surpreso de não termos batido em nada ainda. Estou quase desejando ter ficado na escola esperando o brutamontes acordar.

― Srta. Black, para onde estamos indo? ― perguntei quando finalmente consegui lembrar como falar.

― Para o orfanato. ― respondeu rispidamente.

― Por que estamos indo pra lá? Não seria melhor procurar a polícia? Ou a S.W.A.T?

A Srta. Black suspirou.

― Certo. Pra começar, pode me chamar só de Lyka.― pediu Lyka. Esperei ela prosseguir ― Enfim, não adiantaria pedir ajuda às pessoas comuns, simplesmente achariam que estamos loucos, elas não podem ver o que está realmente acontecendo. Você viu como a secretária parecia não ver nada? É por que ela de fato não estava vendo. As pessoas não conseguem ver coisas que não podem ser entediadas na sua concepção de realidade.

― Certo... ― não entendi tudo, mas vou deixar quieto ― Mas por que o orfanato?

― Chegamos. ― anunciou Lyka. Ela não me respondeu...

Estávamos em frente ao orfanato. Lyka saiu do carro, eu sai em seguida. Assim que sai, ela apontou a chave para o carro para trancar a porta, mas não foi isso que aconteceu. O carro se liquefez como eu havia visto o bracelete fazer, o volume diminuiu e em questão de segundo eu esta olhando para uma miniatura de prata que mais parecia um carrinho da Hot Wheels. Lyka pôs o carrinho no bolso e foi em direção à porta do orfanato.

― Vamos, Lupus, não temos tempo a perder. ― chamou.

― Ahm... ― eu ainda estava um pouco boquiaberto ― você ainda não disse por que estamos aqui. ― disse enquanto entrava no prédio atrás dela.

Há essa hora não havia ninguém na sala de estar, os órfãos estavam na escola ou brincando no quintal dos fundos ou na sala de TV, a pessoas que trabalhavam no orfanato deviam estar cuidando das crianças ou na administração.

― Onde fica o seu quarto? Você vai arrumar as malas, tem que ir para um lugar seguro. ― disse ela.

― O que? Tá falando sério? M-mas... eu não posso simplesmente ir embora daqui, é a minha casa! E onde é esse “lugar seguro”? ― falei entre risos nervosos. Eu não queria deixar o orfanato, mesmo com um psicopata tigrado tentando me matar.

― Você não tem escolha, Tora não é o único que vai vir atrás de você, aqui não é seguro. E se você ficar, não será o único em perigo, todos que estão aqui vão acabar mortos. Se quer manter a si mesmo e todas essas pessoas em segurança é melhor vir comigo. ― disse Lyka me lançando um olhar gélido.

Engoli em seco. Eu com certeza não queria que mal algum acontecesse a Joe e às pessoa que me acolheram.

― Ok. Mas pode ao menos me dizer o porquê de estarem atrás de mim? ― perguntei.

― Vou explicar quando estivermos seguros, agora pegue suas coisas.

― Tudo bem. ― estava claro que ela não ia me dizer nada.

Então subimos para o meu quarto para arrumar minhas malas. Eu podia estar fazendo a maior besteira da minha vida, mas eu não me importava. Quando as coisas não fazem mais sentido é fácil se deixar levar pela corrente, eu não sabia pra onde ela ia me levar e já tinha desistido de tentar descobrir. O que me resta agora é torcer para não ser arrastado direto para uma cachoeira.


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Notas finais do capítulo

E o mistério continua... Quem é Lyka? Pra onde eles vão agora? Por que há pessoas querendo matar Lupus? Cadê o Joe pra fazer fanservice? kkkkk