Wolf Prince escrita por Poliana Melo


Capítulo 2
Capítulo 2 - Estranho, estranho e mais estranho!




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É o intervalo das aulas aqui na Academia Cristtal e, para variar, eu estou no canto da sala com meus fones do celular nos ouvidos, ouvindo música em volume baixo e lendo o mangá que o Joe, depois de enrolar por 4 dias, comprou pra mim. Sinceramente não gosto nada desse lugar, só aceitei estudar aqui porque as aulas têm um bom conteúdo e ter um diploma da Cristtal é um excelente meio de impressionar uma boa universidade. Os professores são uns idiotas, vivem tentando me fazer passar vergonha por ser um bolsista, é claro que não dou esse gostinho a eles, sou o melhor aluno daqui e meu desempenho é perfeito até mesmo em educação física. Mas os professores não são nada se comparados com os alunos, nos primeiros dias de aula já tentaram me intimidar, mas não deu muito certo graças aos meus abençoados olhos demoníacos, atualmente só me evitam e ficam cochichando coisas nada lisonjeiras a meu respeito quando passo por perto.

― Lupus? O aluno Lupus está aqui? ― um dos auxiliares de corredor está me chamando da porta da sala, espero que não seja outro caso de algum aluno tentando me culpar por algo que não fiz.

― Aqui. ― fui até ele ― Algum problema?

― Ah... er... o diretor vê-lo, está a sua espera na sala dele. ― ele parece nervoso.

― O que ele quer falar comigo? ― nunca fui chamado pelo diretor, o máximo que me aconteceu foi ter que esclarecer algumas acusações falsas ao coordenador de disciplina ou ao presidente do conselho estudantil.

― Eu não sei de mais nada, apenas me mandaram aqui para chama-lo, e disseram para você levar suas coisas. ― respondeu o auxiliar.

― Hum... certo, então. ― Ok, isso está ficando realmente estranho...

Guardei meu material escolar, meu mangá e meu celular de volta na mochila, coloquei-a nas costas e segui para a sala do diretor. Um dos vários pontos negativos dessa escola é que ela é enorme, o prédio onde fica a diretoria é o mais distante do prédio das turmas do ensino médio, é uma longa caminhada até lá. Por onde eu passo os alunos começam a conversar e me encarar, o que não é nada incomum, mas dessa vez é diferente, não é normal que um aluno seja chamado na sala do diretor, eu nem estou na metade do caminho e a noticia já deve ter chegado aos ouvidos de todos. “É o plebeu, ele foi chamado pelo diretor, está encrencado!”, “Com certeza vão expulsa-lo, o lugar dele não é aqui.”, “O pobre foi expulso, dizem que ele estava envolvido com gangster”. Sou um gangster e nem sabia, que legal. Mas admito que esses comentários sobre ser expulso estejam me deixando um pouquinho nervoso.

Finalmente cheguei á sala do diretor, pigarreio pra chamar a atenção da secretaria, que estava pintando as unhas com um esmalte vermelho-cor-de-calcinha-de-puta.

―Ah? O que? ―pergunta a secretária erguendo os olhos confusa. Como alguém assim consegue manter um emprego numa empresa de alto nível como essa escola, eu nunca vou saber.

― Disseram que o diretor quer me ver.

― Você é Lupus? ― confirmo com a cabeça ― Pode entrar, estão a sua espera. ― Opa, como assim “estão”? Enquanto caminhava em direção à porta ouvi a secretária murmurar algo que soou como “Esses delinquentes...”.

A essa altura eu já estava beirando o pânico, quando entrei na sala já estava me preparando para ter que imploram dizendo que era inocente, que não tinha feito nada e para, por favor, não me expulsarem. Ao entrar na sala percebo que o diretor, de fato, não está sozinho. Uma mulher de cabelo curto e grisalho quase prateado, usando roupas sociais cinza chumbo, está sentada de costas pra mim e em frente à mesa do diretor. Eles não pareciam estar tendo uma conversa muito animada.

― Hum... Sr. Diretor? Sou Lupus, mandou me chamar? ― perguntei hesitante.

― Sim, sim, sente-se. ― O diretor indicou a cadeira ao lado da que a senhora estava sentada.

Apressei-me a obedecer, já que estava prestes a ter que defender minha estadia na escola eu deveria pelo menos começar com uma boa impressão. Ao sentar-me a senhora olhou para mim, e, para minha surpresa, ela não era uma senhora. Devia em torno de 30 anos e, apesar das escuras olheiras abaixo de seus olhos negros , era uma mulher bem bonita.

― Lupus, está é a senhorita...

― Black, Lyka Black ― completou a mulher.

Lyka? Parece que não sou o único no mundo com um nome estranho.

― Enfim, a Srta. Black é a representante de uma importante universidade que parece ter se interessado por você devido ao seu fantástico desempenho acadêmico. ― não vou ser expulso no fim das contas. Universidade importante? Bom. ― Ela veio aqui para uma entrevista particular com você, se se sair bem você ganhará uma bolsa de estudos. ― Bolsa de estudos? Bom também. Entrevista? Nem tanto. ― Vocês podem conversar na sala de espera.

A Sr. Black se levantou. Ela é mais alta que eu, Joe teria me zoado por isso. A segui até a sala de espera. Quando passamos pela secretária ela já tinha acabado de pintar as unhas e estava jogando Paciência Spider no computador. Essa mulher não trabalha não?

― Então, Srta. Black, sobre o q... ― comecei a perguntar enquanto me sentava numa poltrona e ela no sofá em frente.

― Você ainda tem aquele pingente, Lupus? ― interrompeu-me. Pingente?

― O-o que? ― perguntei confuso. Do que raios ela está falando?

― O pingente que estava com você quando foi deixado à porta do orfanato. ― esclareceu em tom sério.

― T-tenho... Espera! Como você sabe disso? E o que diabos isso tem a ver como uma bolsa para a universidade? Aliás, de que universidade você é? ― e minha confusão só aumenta...

Eu já estava a ponto de sair correndo, mas aquela mulher, embora o que ela estivesse dizendo fosse mega suspeito, parecia estar mais assustada e nervosa do que eu, e havia certa urgência e preocupação na voz dela que eu não havia notado enquanto estávamos na sala do diretor, ela olhava pra paredes como se elas estivessem prestes a explodir.

― Eu não sou de uma universidade, eu sou...

BOOM!

Oh... de fato a parede do lado oposto a onde estávamos explodiu. Era só uma expressão, não precisava explodir a parede de verdade, né?

― Te achei, Lyka... ― alguém, ou alguma coisa, entrou pelo buraco parece, mas ainda não pude ver nada por causa da nuvem de poeira causada pela explosão.

As estranhezas não param de acontecer...


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Notas finais do capítulo

Um dos gêneros dessa história é a aventura, não é? Está na hora de dar inicio a ela.