Dean parou de correr ao fim do corredor. Eles estavam em uma mansão. O lugar tinha partes bonitas. Outras eram frias, sombrias. Dean virou-se para o demônio e sussurrou.

— Onde estão os pais das garotas?

— Em outra sala, subindo as escadas.

Dean olhou para frente. O corredor terminava em um grande salão com mobílias maravilhosas e muito bem arrumado. Do outro lado havia uma porta que estava aberta, deixando as escadas à mostra.

O único problema era os três demônios sentados em um sofá de couro conversando, impossibilitando a passagem discreta dos caçadores.

Dean entrou no cômodo acompanhado do “demônio ajudante” e pôs-se a gritar.

— Ei idiotas! Venham me pegar!

Os três demônios presentes foram em direção ao loiro. O Winchester estava pronto para o combate, com uma das facas angelicais na mão direita e um demônio a seu favor do seu lado esquerdo.

Sam e as garotas passaram correndo por trás dos dois para chegarem a escada.

Em poucos segundos, Dean e a loira acabaram com os demônios sem dificuldade. Depois de vários socos e facadas, de ambos os lados, o conflito logo chegou ao fim.

Dean se aproximou do irmão e perguntou se as armas que eles tinham eram suficientes. Sam balançou a cabeça positivamente.

— Ótimo. Eu e... E a dama aqui, vamos procurar uma saída fácil. Vocês vão procurar os Garcías. — Dean virou-se para o demônio — Você vai ajudar, né?

— Por que não?

Dean e a loira foram para o corredor. Sam seguiu com as meninas pela escada até o segundo andar, sempre à frente para protegê-las de qualquer coisa. Sandy e Rebbie seguravam armas nas mãos enquanto Sam tinha uma das facas dos anjos.

Chegaram ao último degrau e se agacharam perto do corrimão para não serem vistos pelos dois demônios parados em frente a uma porta.

— Vocês têm boa mira, certo? — Sam sussurrava de uma forma que parecia só ser possível entendê-lo se você olhasse para os lábios dele.

— Uhun. — Rebbie balançou a cabeça afirmativamente.

— Então é o seguinte, vocês vão pular na frente dos demônios e vão atirar o máximo que puder. O sal não vai matá-los, mas vai deixá-los lentos e doloridos. Depois eu assumo. Vão.

As meninas estavam nervosas com o tal plano, mas concordaram e fizeram o que Sam havia dito. Elas ficaram de pé, cada uma em frente a um demônio e começaram a atirar com as balas de sal. As balas acabaram e enquanto as coisas gritavam de dor, Sam enfiou a espada em cada um matando-os.

O mais velho virou-se para as meninas e perguntou.

— Prontas?

— Abre logo essa merda! — respondeu Sandy.

Sam deu um leve sorriso e chutou a porta fazendo-a cair.

O local era um quarto pequeno de paredes brancas sem nenhuma mobília. Só não estava vazio por causa da presença de duas pessoas. Jerry e Emily García. Acorrentados à parede e com as bocas tampadas.

— Mãe! Pai! — Sandy gritou correndo até eles sendo seguida pela irmã.

— Afastem-se um pouco. — disse Sam — Vou atirar nas correntes.

Depois de libertos e sem a fita na boca, os quatro Garcías se abraçaram e ficaram nessa posição de união e afeto por alguns minutos. Mas Sam precisava interromper aquela bela cena.

— Precisamos sair daqui.

Sam foi à frente descendo as escadas. Logo atrás dele estava Sandy e Jerry com armas nas mãos. Por último vinha Emily e Rebbie abraçadas. Passaram pelo salão e ao chegarem ao final do corredor, Cainn apareceu na frente de Sam com os olhos negros.

— Onde vocês pensam que vão?

— Para casa! — Dean respondeu atrás do demônio.

Cainn se virou e Dean enfiou a espada angelical no coração da coisa que caiu morto no chão.

— Vamos, a saída é por aqui. — Dean balançou a cabeça na direção de uma sala.

No final do corredor havia uma sala não muito grande, por onde eles já haviam passado. No fundo daquele cômodo tinha uma porta branca que dava para os fundos.

— Dean, é seguro? — perguntou Sam.

— Agora é. — Dean piscou para o irmão.

E em menos de 3 minutos eles estavam salvos.

A loira estava esperando por eles.

Visto que o perigo já tinha passado totalmente, a família García se abraçou novamente e dessa vez bem mais forte. Aquela experiência foi horrível, mas com certeza os fortaleceu e os uniu ainda mais.

Dean se aproximou da loira de olhos negros.

— Você sabe que eu terei que matá-la, certo?

— Verdade. Mas não hoje meu amor. — e o demônio desapareceu.

Sam e Dean se entreolharam, mas preferiram ficar calados. Deixariam aquilo para uma outra aventura.

— Oh meu Deus! — disse Emily — Olhe para eles Jerry!

Jerry se aproximou dos irmãos.

— Os filhos do John... Deus, como vocês cresceram. O pai de vocês teria muito orgulho. Nem sei como agradecê-los.

— Isso não é necessário. — Sam sorriu — Faríamos tudo de novo só para vê-los bem.

— Obrigada! — Emily disse abraçada a sua filha mais nova.

Sandy correu até Dean e Sam e os abraçou o mais forte que conseguia. Sussurrou para que só eles escutassem.

— Obrigada seus idiotas. Vocês sempre serão meus heróis.

Dean olhou nos olhos da garota e disse com um tom de brincadeira:

— Tente não se meter em encrenca de novo.

— Não garanto nada. Talvez eu arranje encrenca só para dividir uma torta com você!

Os três caçadores se abraçaram novamente.

Era muito bom ver uma família unida de novo. Ver que nem tudo no mundo dá errado. Que eles ainda podiam salvar vidas.

O caminho dos caçadores de dividiu ali. A família García iria reconstruir a vida bem longe dali. Sam e Dean... Bom, eles viram mais uma vez a importância da família. Não faz diferença se anjos caíram ou se os demônios estão armando uma guerra. Juntos eles podem resolver qualquer problema.

FIM