The Famous Singer Santana escrita por L Tudo Menos Normal


Capítulo 20
Quinn


Notas iniciais do capítulo

Pobre Brittany, perdida neste mundo. Será que vai ter sorte?



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Senti a minha barriga a roncar. Não tinha terminado o meu almoço, por causa daquela conversa, o que é que ia fazer? Não tinha ninguém. Sim tinha, mas não queria falar com a Santana ou a Rachel, não sei porquê.

Como é que me ia impor á minha mãe, duvido que ela mude de atitude, depois do que disse. Tive que sair da beira dela, da minha casa, porque não suportava ouvir nem mais uma palavra saída da sua boca. Como se eu pudesse escolher gostar de raparigas! É impossível, eu não consigo mudar ou escolhe de quem devo gostar. O coração é apenas um meio, por entre muitos caminhos. A Santana é muito boa para mim, claro que haveria um dia em que me apaixonaria por ela. Se calhar tudo que deveria ter feito era continuar com a Lopez e deixar que a minha mãe lê-se as revistas e percebesse ai, quem eu realmente era. Mas agora já vou tarde. Não sei, mas eu não queria chatear a Santana com os meus problemas, ou até queria este tempo sozinha para pensar.

Continuei a andar sem saber para onde ir. Vagueando pelas ruas, sem retorno. Até que me doerem os pés. Parei e sentei-me perto de uns apartamentos. Encontrava-me com frio, com fome, com dores, com sono. Comecei a chorar, não sabia onde estava, nem sequer tinha trazido o telemóvel. E se eu quisesse falar com alguém? Não poderia.

–Estás bem? – Perguntou-me alguém. Não olhei para ver quem era, tudo que sei é que tinha voz feminina.

–Sim. – Menti, ultimamente estava a tornar fácil usar a mentira como recurso á verdade.

–Não precisas de mentir. Dá para perceber que não estás bem. Prometo que não te vou fazer mal. Sou uma estranha, mas tenho dignidade. – Riu-se, fez-me sorrir. Olhei finalmente para a cara da rapariga, era loira, bastante bonita, parecia mais velha do que eu. Estava a ser bastante simpática. Parecendo que não tinha segundas intenções.

–Obrigada.

–Não precisas de agradecer. – Sorriu-me. – Que aconteceu?

–Tive uma discussão com a minha mãe. A meio do almoço. Tive que sair de casa, não aguentava nem mais um segundo perto da minha mãe. – Disse com ódio. Lembrei-me mais uma vez da feia discussão. E da falta de compreensão da minha mãe.

–Mas já são umas 16:00 horas. Que fizeste até agora? – Perguntou-me, neste momento a rapariga também estava sentada ao meu lado.

–Bem … Eu estive a andar até me doerem os pés. E agora não sei onde estou. Nem sei o que fazer, também não trouxe o telemóvel por isso.

–Eu vou trabalhar agora, mas se quiseres anda comigo, já que não tens nada para fazer, mais vale te entreteres com alguma coisa. Nem que seja, veres-me a trabalhar. – Sorriu para mim mais uma vez. O seu sorriso era contagioso, não sabia o porquê mas esta rapariga estava a ser bastante simpática para mim.

–Pode ser. Espera qual é o teu nome? – Não sei como, mas ainda não sabia o nome da rapariga, por isso decidi perguntar-lhe.

–Quinn. E o teu?

–Brittany.

Fomos no carro da Quinn, até ao bar/café, até que parecia acolhedor. Tinha o nome de “Satanás”, nome estranho, para um sítio tão bonito. Suponho que devia atrair pessoas.

–Olá Neves, trouxe companhia hoje, sim!? – Disse a Quinn para um Homem, de maior autoridade definitivamente.

–Sim Fabrey, como queiras. – Disse um homem gordinho, devia ser o gerente ou algo do género.

–Vou-me vestir linda. Senta-te para aí, sente-te como se tivesses em casa. – Disse-me a Quinn. Tratei de me sentar numa mesa, perto da janela. Tinha uma vista muito bonita, para um jardim botânico onde tinha uns bancos. Tratei de olhar melhor para a Sala, vi um poster de uns cantores espalhados pelas paredes. Num deles encontrava-se a Santana, bem que bom. Até neste sitio ela era conhecida, mas agora não era um bom momento para pensar nela. Não queria pensar em ninguém apenas em mim. Como é que faria para viver o dia de hoje? Onde ficaria? Para casa não iria? Não desta forma? Nunca esperei nada da minha mãe, mas a maneira de ela falar, magoou-me seriamente. Estava a tratar-me de igual forma a uma doente mental, como se esta orientação sexual fosse tratável, ou fosse uma doença. “Tu não és lésbica” aquelas palavras entraram na minha cabeça duma forma desnaturada. “Vais voltar para o Sam” nunca vou voltar para ele, nunca. Para além de eu não o amar, ele tratou-me de uma forma inegrume, chamou-me burra. Odeio bullyng. A minha mãe não podia simplesmente dizer-me o que fazer. Não podia.

–Olha está aqui uma mista e um copo de leite. Achei que tivesses com fome. – Sorriu-me. Sim tinha fome, mas não tinha dinheiro comigo.

–Por acaso até tenho fome, mas não tenho dinheiro comigo desculpa.

–Não faz mal. Eu também achei que não tivesses. Mas não te preocupes. É por conta da casa. Assim que eu tiver um tempinho falamos, está bem!?

–Sim. Obrigada mesmo. Nem sabes como me estás a ajudar. – Agradeci da melhor forma que sabia.

Comi tudo, depois levei o prato e o copo para a bancada. A Quinn estava atarefada, praticamente havia sempre alguém a vir aqui. Era bastante concorrido este café. Voltei outra vez para onde estava. Uma hora depois a Quinn finalmente pôde descansar. Veio ter comigo.

–Olá linda. Estás melhor? – Falou a Quinn, sentando-se á minha frente.

–Sim, Quinn. Obrigada por tudo. Sou uma estranha e tu estás a fazer tanto por mim.

–Não tens que agradecer. Eu vi que precisavas de apoio, não te preocupes. Já consegues falar sobre o que se passou?

–Talvez. Mas depois de eu falar, não sei se vais continuar assim comigo.

–Tenta, sou compreensiva.

–Esta bem. O que se passou hoje, foi porque eu disse á minha mãe que estou apaixonada por uma rapariga. – Calei-me, tinha a certeza que a Quinn me ia expulsar do café.

–Não te preocupes, eu não vou fazer nada. Eu sei o que é ser-se lésbica. Quer dizer, a minha melhor amiga é lésbica. O que é que a tua mãe disse após tu dizeres-lhe isso? – Às vezes as pessoas surpreendem-te na positiva.

–Bem, ela disse que eu não era lésbica. Disse de uma forma bruta, como se eu fosse doente. Como se tivesse escolha, e escolhesse por quem me apaixono. – Começou-me a cair uma lágrima. Fui abraçada pela loirinha. – Bem e depois disse que eu tinha que voltar a namorar com o meu ex namorado. Nada faz sentido, para mim. Só vi uma solução nesse momento fugir para bem longe da minha mãe.

–Ela um dia vai aceitar, não te preocupes. Sim ela reagiu mal, mas tens que pensar que isso é uma espécie de choque. Ninguém imagina os seus filhos gays. Se quiseres podes ficar na minha casa até ficares bem com a tua mãe.

–Posso? Tens a certeza? Eu não quero estorvar, mesmo.

–Não estorvas nada. Se quiseres até me podes ajudar aqui no café. – Sorriu-me. – Como podes ver temos tido muita gente.

–Sim, não me importo, é o mínimo que posso fazer. – Nem acredito que já tinha um sítio para ficar por enquanto. Parecia o destino. – Disseste que tinhas uma amiga lésbica, que lhe aconteceu? Como é que a mãe dela reagiu?

–Ela é feliz, actualmente. A mãe dela reagiu bem, já desconfiava, não foi nada do que aconteceu contigo. Mas em muitos casos gays, acontece como no teu caso. Se precisares de alguma coisa eu estou aqui Brittany. Seja o que for ouviste!?


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Notas finais do capítulo

Comentem :)
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O que acham que devia acontecer no proximo capitulo?



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