# Harry

Já se passaram dois dias que a Moranguinho foi embora, mesmo que tenha sido apenas uma noite, eu estou magoado por ela ter ido embora sem ao menos se despedir.

– Harry, porque essa cara horrível? – Emmert entrou em meu quarto e me arrancou dos meus pensamentos.

– Não é da sua conta, Emm. – Respondi ríspido.

– Está pensando nela? – Emmert era o meu irmão mais velho, e mesmo que sempre brigássemos, como quaisquer irmãos, ele sempre sabe o que está acontecendo comigo.

– De quem você está falando? – Desconversei.

– Da Moranguinho. – Emmert sentou na minha cama. – Olha, eu sei que você gostou dela, que está assim porque ela foi embora sem dizer adeus. Mas Harry, a Moranguinho só queria uma aventura.

– Não quero falar sobre isso com você, Emm.

– E vai conversar com quem? Harry desde que a Hermione morreu, você não se envolveu com mais ninguém. Foge dos seus amigos como se fosse o culpado pela morte da garota.

Quando Emmert falou isso, vi um filme passar na minha mente.

( 2 anos atrás)

Hermione estava tão linda com aquele vestido, estávamos em Las Vegas, quebraríamos todas as regras impostas por meu pai. Eu só queria ser feliz com a mulher que escolhe e amava.

– Tem certeza que quer ser a Senhora Potter? – Perguntei quando Hermione iria assinar os papeis do casamento.

– Quero ser a senhora Harry Potter. – Ela me beijou e eu não poderia está mais feliz.

Hermione assinou os papeis e eu também, agora estávamos casados e ninguém poderia questionar nada. Meu pai não queria que eu me casasse com uma garota pobre, queria que eu me casasse como ele, com uma garota rica e subisse na vida. Mas minha mãe me apoiava, às penso que ela só continua com o meu pai por ter nascido em uma época que as mulheres eram obrigadas a passar o resto da vida com o mesmo marido.

– Agora você é oficialmente a senhora Harry Potter. – Falei a pegando no colo e entrando no quarto do hotel onde tivemos a nossa primeira noite de casados.

– Eu te amo Harry. – Hermione segurou minha mão e me distrai por um momento, foi o tempo que um carro invadiu a nossa pista e depois acordei no hospital com o corpo coberto de aparelhos e uma cicatriz na testa.

– Mano, cadê a Hermione? – Perguntei desesperado ao lembrar do acidente que sofremos quando voltamos para Forks.

– Mano. – Emmert segurou minha mão, seus olhos estavam inchados, isso me preocupou, ele não era o tipo que chorava, nunca tinha visto o meu irmão chorar.

– Onde a Hermione está? – Tentei arrancar os fios que me ligavam aos aparelhos.

– Calma, mano. – Emmert me segurou e chorava. Senti uma forte dor no peito e ele me abraçou sem dizer nada, mas eu já sabia que nunca mais teria a minha Hermione de novo.

(Atualmente)

– Harry, você não foi o culpado pela morte dela. – Emmert tentava me consolar.

– Eu a perdi para sempre. – Não consegui controlar as lágrimas.

– A Moranguinho ainda está viva, ela você ainda pode ter. - Emmert levantou e parou na porta. – Os nossos pais chegaram, desça logo.

Os nossos pais tinham ido participar de uma festa de uma das sócias das empresas da nossa família, eu e o Emmert fugimos do compromisso é claro, sempre quisemos ter nosso próprio dinheiro. Ele comprou um clube aqui mesmo em Forks, mas já tinha planos de expandir os negócios, eu me formei recentemente em publicidade, poderia trabalhar com o meu pai, mas nunca faria isso.

– Vocês perderam uma grande festa meninos. – Mamãe nos abraçou e meu pai nos olhava feio.

– Vocês perderam a chance de fazerem grandes negócios e parcerias.

– Nos divertimos muito aqui, mamãe. – Emmert falou ignorando o comentário do nosso pai.

– Quando vocês vão crescer e pararem com essa birra de não quererem trabalhar nos negócios da família? – Meu pai se estressou como sempre e minha mãe interferiu.

– Não fale assim com os meninos, Hagrid. – Eu já estava cansado dela situação.

Arrumei as minhas coisas e resolvi procurar emprego longe dali, tinha um bom dinheiro guardado e conseguiria me manter por um tempo. Emmert fez questão de me dar mais dinheiro, realmente aquilo não era preciso, mas não recusei.

– Quando quiser voltar, pode trabalhar comigo, preciso mesmo de um sócio que coloque aquele lugar para cima. – Emmert era um cara e tanto, não questionou a minha decisão de ir embora, só me fez prometer que não sumiria.

– Valeu, mano. Mas espero que não seja necessário que eu volte tão cedo.

– Se ela aparecer o que quer que eu diga? – eu sabia que ele tinha esperanças que a Moranguinho voltasse a nos procurar.

– Ela não vai voltar, Emm. Você mesmo disse que foi apenas uma noite.

– Mano, eu conheço garotas que só querem sexo. – Emmert falou sério. – E aquele não era o caso dela. Você é muito certinho para imaginar que uma garota tem as necessidades dela também, não é só os homens que precisam extravasar às vezes.

– Emmert onde você está querendo chegar.

– Estou querendo dizer que ela é uma garota bacana, que não é uma vadia por ter transado com nós dois ao mesmo tempo. – Tentei falar algo,mas ele me cortou. – Eu sei que você gostou dela, diria até que você está apaixonado, e meu conselho é: Se a encontrar por aí não a deixe fugir mano.

– Você está louco. – Eu não estava apaixonado por ela. Claro que não estava.

– Mano, eu sou a pessoa que quem mais te conhece. Você pode até mentir para se mesmo, mas não tente fazer isso comigo.

As palavras de Emmert não saíram da minha mente. Será que eu estava mesmo apaixonado pela Moranguinho? Tudo bem, que eu fiquei louco ouvindo os gemidos dela transando com o meu irmão no quarto ao lado, tão louco ao ponto de aceitar dividir uma mulher com ele, mas isso era apenas desejo acumulado durante dois anos que fiquei afogado em tristezas e lembranças.

– Senhor Potter é a sua vez. – A secretária me chamou para mais uma a entrevista de emprego, era a décima que fazia naquela semana.

– Sentisse Sr. Potter. – Uma loira me mandou sentar a sua frente. – Sou Rosalie Cullen. Vejo que tem ótimas recomendações. – Disse me analisando com um olhar malicioso.

– Participei de ótimos programas na faculdade. – Comentei desconfortável com a situação.

– Mas eu tenho uma dúvida, porque não trabalhar nas empresas da sua família?

– Quero vencer por meus próprios esforços.

Consegui o emprego, mas me manteria afastado da srita. Cullen, ela era tarada. Tentou apertar a minha bunda quando eu saia da sua sala, tirando isso o clima no meu novo emprego era legal, fiz amizade com Jacob Black e fugi de todas as garotas da empresa. Não sei, mas acho que elas nunca viram homem.

– Rosalie é muito louca, e não vai descansar até levar você pra cama. – Jacob trabalhava no setor financeiro e eu na produção. – A minha chefe é muito melhor, eu sou tipo o braço direito dela, mas ao que dizem ela terminou com o noivo e surtou.

– Como assim surtou?

– Deixou tudo em minhas mãos e pediu férias. A Bella sempre mereceu mais do que aquele idiota do Edward, mas ela parecia que não enxergava isso.

Jacob ficou falando um tempão sobre o pessoal da empresa, eu só ouvia, e recolhia informações, ele me explicou como era cada pessoa.

– Bella, tem um jeito doce, mas é linha dura no trabalho.

– Parece que você é apaixonado pela sua chefe. – Brinquei depois que perdi as contas de quantas vezes ele tinha falado o nome dela.

– Harry, a Bella é tudo o que qualquer homem sonha, eu seria um louco se tivesse uma chance com ela e não aproveitasse.

– E quando vou conhecer essa deusa? – Brinquei.

– Ninguém sabe quando ela vai voltar, parece que ela sumiu de novo.

Meu telefone tocou e eu atendi. Era Emmert.

– Oi, mano. – Falei ao atender.

– Harry você não vai acreditar quem apareceu aqui. – Emmert estava todo empolgado, mas tinha outra pessoa me ligando e pedi para ligar para ele depois.

– Oi, senhorita Cullen. – Atendi formalmente. – Sim, mas não pode ser amanhã? - Ela queria que eu fosse até a sua casa ver um material para a nova campanha. – Sim, claro, estarei aí em vinte minutos.

– Amanhã você me conta como foi a noite com ela. – Jacob bateu em meu ombro quando coloquei algumas notas na mesa para pagar a conta.

– Eu não vou transar com ela. – Fui enfático.

Cheguei ao apartamento de Rosálie e ela já tinha liberado a minha entrada. Era um apartamento de classe média, nada muito requintado. Rosálie atendeu a porta com um vestido super curto e vermelho.

– Entre, Harry. – Entrei e fiquei esperando que ela me entregasse logo o material. – Não quer beber algo? – Tentou fazer uma voz sensual e eu acabei comparando o que Emmert havia dito.

A Moranguinho não era mesmo oferecida e vulgar, ela tinha um propósito, ela buscava algo. Já Rosalie parecia vazia, o seu corpo, sorriso, e charme eram artificiais.

– Não, obrigado. – Respondi. – Onde estão os materiais que você me pediu para vim buscar.

– Porque a pressa, Harry? – Rosalie me encostou na parede.

– Senhorita Cullen, não confunda as coisas. – Me esquivei dela, mas oh mulher insistente.

# Bella

Depois que terminei com Edward senti um alivio tão grande. Meu pai não aceitou a situação, mas eu não estava preocupado com a opinião dele. Rosalie também não me deixava em paz, dizia que o irmão estava sofrendo muito, engraçado como ninguém percebeu que eu estava sofrendo antes, e eu me recuso a aceitar o papel de vilã da história, Edward não valarizou o meu amor e ainda acho que ele não esteja sofrendo por mim e sim por não ser mais o genro de Charlie Swan.

– Emmert? – Li o nome na agenda do meu celular e fiquei em choque, eu não tinha pedido o numero dele, nem de Harry. Mas estava ali, passei o dia na duvida se ligava, mas eu estava com saudades.

– Alô! – Sua voz me fez lembrar da noite que passei com ele e Harry.

– Eu só queria saber como o seu número veio parar no meu telefone. – Perguntei e ele deu uma gargalhada.

– Eu sabia que você sentiria falta de nós, Moranguinho. – Emmert tinha um tom de voz divertido.

Emmert me convenceu a encontrá-lo no um bar no fim da tarde, era o tempo que ele levaria para chegar a Forks. Eu confesso que estava com saudade dele, mas também sentia falta do Harry, e o que eu menos queria no momento era ficar indecisa entre dois irmãos, afinal, tinha sido apenas uma noite.

– Oi, Moranguinho. – Emmert me cumprimentou com um selinho e eu corei. – Fica ainda mais linda corada.

– Corta essa Emmert. – Falei sem graça.

– Porque as mulheres não acreditam quando as elogiamos? – Perguntou intrigado, mas logo se sentiu e ficou sério.

– O que tinha para falar comigo que tinha que ser pessoalmente? Perguntei quando o garçom a notou os nossos pedidos.

– Quero conversar com você Moranguinho sobre o meu irmão. – Emmert parecia despreocupado com o tempo. – Como você tem passado esses dias?

– Emmert não seria mais fácil pular a enrolação e fosse direto ao assunto? Eu tenho que organizar a minha viagem para a Inglaterra.

– Quando você vai viajar? – Emmert parecia tenso.

– Amanhã à tarde.

# Emmert

Fiz questão de encontrar a Moranguinho pessoalmente, sabia que ela era a garota certa para o meu irmão. Ele a amava, mesmo não querendo admitir isso. Desde que Hermione morreu, o Harry se tornou um garoto triste e solitário, se formou, tinha um futuro brilhante, mas não tinha motivação para continuar, tive medo que ele não agüentasse a pressão e a culpa e fizesse algo contra a sua vida, mas ainda bem que ele não tentou nada.

– Moranguinho, eu sei que você não é uma vadia. – Ela ergueu uma sobrancelha, era engraçada a forma que o seu rosto concentrava no meu. – Eu a riscaria que só queria uma aventura quando ficou comigo e com o meu irmão.

– Emmert, eu não sei aonde quer chegar com isso, mas não estou interessada em saber se você acha que eu sou ou não uma vadia.

– Moranguinho, me deixe terminar, é importante. – Moranguinho se encostou na cadeira e aguardou que eu continuasse. - Você é uma garota especial, linda, educada e ótima de cama. – Ri ao comentar isso e ela deu um sorriso contrariado. – Eu sei que você procura mais que uma noite, e se eu fosse um homem que quisesse isso no momento brigaria com o meu irmão por você. – Ela abriu a boca para rebater, mas a impedi. – Só me escute. Meu irmão se apaixonou por você. E você merece um homem igual a ele.

– Emmert, o que você andou bebendo? – Ela não estava acreditando em mim.

– Eu estou sóbrio. – fiz careta e ela riu. – Sei que é estranho eu está lhe falando sobre os sentimentos do meu irmão, mas ele é muito fechado para admitir qualquer coisa, é capaz de deixar a felicidade escapar das mãos deles. E já o vi sofrer muito para desejar vê-lo assim de novo.

– Emmert, eu acabei de sair de um relacionamento e o que não quero é passar por tudo o que passei de novo. A noite que tive com você e o seu irmão foi incrível, mas sei que foi apenas uma noite, só isso.

– Não precisa ser apenas uma noite, pode ser muito mais que isso.

– Você não pode falar por ele. – Ele rebateu.

– Você tem razão, mas eu sei que se encontrarem mais uma vez vão ver que são o que faltava um para o outro.

– Emmert você é um ótimo irmão, mas o que posso oferecer ao seu irmão?

– Vida. – Fui firme. – Eu não estaria aqui se não fosse verdade. Só com você ele sorriu de novo Moranguinho. Der uma chance a ele. – Pedi. Ela parecia pensar na proposta. – Eu ficarei aqui até o fim da semana, farei você se encontrarem e depois disso você está livre para decidir.

– Mas eu viajo amanhã para a Inglaterra. – Bella falou.

– Uma semana, Moranguinho.

# Bella

Eu não precisava ir para a Inglaterra, era uma viagem a passeio, nada que eu não pudesse adiar por uma semana, e ter a consciência que eu fui até o final daquela história. Emmert parecia sincero em suas palavras e mesmo que seja difícil eu admitir, meu coração acelerou quando ele disse que o Harry gostava de mim.

Depois daquela conversa com Emmert, resolvi passar na casa de Rosalie para saber como estavam as coisas na nossa empresa. Mesmo que eu queira, não consigo me desligar completamente do trabalho, ainda mais quando sei que Rosalie tem uma maneira maluca de lidar com tudo a sua volta. Ela era minha amiga de faculdade, eu fazia administração e ela publicidade, como minha mãe morreu eu tinha muito dinheiro para gastar, mas nunca fui uma garota de momento, sempre pensei no futuro, então convidei Rosalie para montar uma empresa de publicidade comigo, ela ficaria na parte criativa e eu na administração. Foi aí que conheci Edward, eu me apaixonei por ele a primeira vista, fiquei completamente louca por ele, afinal, Edward era tão lindo quanto a sua irmã mais nova.

– Senhorita Swan. – O porteiro me cumprimentou com entusiasmos e autorizou a minha entrada.

– Obrigada, Rodrigo. – Falei, indo em direção ao elevador.

Parei na porta do apartamento de Rosalie e toquei a campainha. Eu sabia que ela ainda estava acordada aquela, mas corria o risco que ela estivesse com alguém, não liguei antes, pois sabia que ela contaria ao Edward que estaria aqui e não queria mais vê-lo. Eu não tinha raiva dela, mas quando o amor morre é melhor se distancia e seguir em frente sem olhar para trás.

– Bella. – Rosalie estava com um vestido vermelho.

– Desculpa se atrapalho alguma coisa. – Rose sorrio contrariada e me impediu de ver com quem estava. – Namorado novo?

– Quase isso Bella, mas você sabe como são as coisas. – Rosalie deu a entender que estava acontecendo algo, ela quero que eu fosse embora dali o mais rápido possível.

– Senhorita Cullen, eu preciso ir embora. – Eu reconheci a voz que vinha de dentro do apartamento.

– Quem está aí com você, Rosalie?

– Harry Potter, ele é o novo estagiário da nossa empresa.

Harry apareceu na porta e ficou me encarando, estava tão surpreso quanto eu. Rosalie se virou para ele e deu um beijo no canto da boca deixando uma marca de batom ali.

– Melhor eu ir embora. – Falei abalada por ver Rose se jogar nele.

– Moranguinho volte aqui. – Harry tentou me alcançar, mas o elevador se fechou antes que conseguisse.