Céu e Inferno escrita por HR


Capítulo 10
Capítulo 9 - Voltando à realidade


Notas iniciais do capítulo

Acho que esse capítulo está bem dividido; em questão de momentos ótimos que aconteceram e alguns não tão bons assim... Boa leitura.



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Damon vê pelo espelho retrovisor que as motos desistiram de vir atrás dando meia volta, indo embora. Elena adormece em poucos minutos, enquanto Damon dirige agora pela estrada calma e silenciosa. Ele olha para a garota dormindo angelicalmente do seu lado e acaricia o rosto da moça de leve, sem acordá-la. Sorrindo, Damon volta a prestar atenção na estrada.

Ao abrir os olhos, Stefan se vê amarrado numa coluna de material resistente com cordas cheias de verbena. Sua cabeça está pendendo para o chão e ao levantá-la com fraqueza, vê Katherine acorrentada numa cadeira com a sua roupa rasgada. Stefan tenta se rebater para se salvar das cordas, mas não consegue aguentar a queimação das verbenas, acaba desistindo.

–Dormiu bem? – Katherine murmura ironicamente e um tanto quanto fraca – Quem são esses idiotas?

–Talvez sejam de alguma entidade mística, ou, só um bando de pessoas que não tem o que fazer...

Um homem um tanto quanto alto e forte chega com uma faca em mãos cheia de sangue. Stefan vê Katherine encolher o seu corpo e só então ele viu as manchas de sangue na blusa de Katherine. O tal homem sorri para os dois e mostra a faca pontiaguda, de modo irônico.

–E então, quem será o primeiro a dizer algo realmente importante?

–Do que está falando? – Stefan tenta manter sua cabeça erguida com esforço.

–Quem de vocês sabe onde está Dean Winchester? – O homem aponta a faca para cada um, ameaçadoramente.

–Morto, eu já disse. – Katherine diz com rigidez.

–Morto? – O homem franze a testa, desconfiado, indo até Katherine.

–Sim, morto. Por que o interesse nele? – Stefan diz antes que o homem chegasse em Katherine com aquela maldita faca.

–Ele matou minha filha. – O homem encara Stefan com revolta – Uma garota loira, alta e magra de olhos verdes. Conhecem?

–Sim, meu irmão a enterrou. – Stefan responde com desdém, sentindo a faca do homem perfurar o seu abdômen. Stefan berra ao sentir a verbena demolir seu tecido e sente um enorme alívio quando a faca é retirada.

–Onde ele a enterrou?

–Na beira do riacho. – Katherine responde tentando livrar a pele de Stefan. – Atrás do museu. Ela estava possuída por um demônio e Dean levou um susto ao vê-la atrás dele e atirou sem pensar. Foi um acidente! E mesmo que queira se vingar dele, terá que ir para o inferno. E nisso, eu posso te ajudar. – Katherine, mesmo nessas condições, sorri ameaçadoramente.

–Como sabe de tudo isso? Você não estava lá... – Stefan franze a testa, olhando-a.

–Querido, sou Katherine Pierce.

–Você também estava lá? – O homem encosta a faca no pescoço de Katherine.

–Não, não estava. Fiquei ocupada demais fugindo de um vampiro doentio. E se não tiver mais perguntas, gostaria que nos soltasse. Estamos em uma lua-de-mel.

Stefan mesmo sem entender, prefere não comentar. Isso poderia tirá-los de lá, ou então, fazer com que fiquem mais tempo. Não tinham nada a perder, já estavam fracos e presos do mesmo jeito. O tal homem se distancia e começa a rir malignamente, e por fim, crava a faca na perna de Stefan. Não demora muito para uma fumaça negra e densa, sair do corpo do homem e fazer com que caia no chão de repente, fazendo com que Stefan e Katherine se olhem apreensivo.

Elena está acordando, e ao olhar pela sua janela, não consegue avistar nada além de campos verdes gigantes, montanhas e árvores. Então olha para a estrada, que é incrivelmente reta e parece não ter fim, fazendo com que se sentisse um pouco insegura. Por um lado, estava receosa por não ter para onde correr caso Damon tente algo. Mas ao mesmo tempo, se sentia segura com Damon. E por fim, chegou a conclusão de que devia pensar menos nas probabilidades. Damon está ultrapassando em alta velocidade uma fila enorme de carros e ao longe, Elena consegue ver um caminhão se aproximar, o que a deixa agoniada.

–Damon, volta pra fila, tem um caminhão vindo à nossa direção!

–Elena, relaxa. Eu sei o que estou fazendo.

Então ele pisa ainda mais fundo a ponto de fazer Elena imaginar o velocímetro explodir. O caminhão está cada vez mais perto e Elena já está grudada no banco, repleta de medo. Está mais perto e Damon insiste em terminar a fila de carros. Mais perto. O caminhão está a mais ou menos trinta metros de distância, quando Damon entra na outra pista e Elena pode por fim relaxar no banco.

–Achei que íamos morrer. Isso que não faz nem um dia que eu estou com você.

–Pare de se preocupar tanto, cria rugas. – Damon liga o rádio do carro e acompanha o batuque da música com batidas no volante.

–O que acha que iremos encontrar com Alaric?

–Talvez algum demônio. Temos sal? – Damon olha para Elena que ergue as sobrancelhas em choque por um tempo. – Elena? Tá tudo bem?

–Damon!

Elena grita milésimos antes de Damon ver um carro vindo na contramão da estrada. Damon gira o volante para desviar do mesmo, mas acaba não vendo o outro carro que vinha na pista, fazendo com que o seu carro gire repetidas vezes na pista e seja jogado pelo declive depois do acostamento.

***

Dean tenta abrir os olhos, mas é algo impossível. Então tenta mexer os braços, mas há algo pesando seus movimentos. Com um impulso e muito esforço, consegue mexe-los e por intuição, cava o que for que está sobre seu corpo. É algo macio, mas pesado. E então mexe os braços em busca de alívio, conseguindo por fim mexer o corpo. Sua mão se estica para o alto e Dean sente uma brisa passar por entre seus dedos. Então ele entende toda a situação: “Estou enterrado”. Dean cava com as mãos, até colocar a cabeça para fora da terra e poder enfim respirar. Uma senhora idosa está pasma diante de Dean, mais pálida do que o normal para uma mulher daquela idade.

–Olá, senhora. Você poderia me ajudar? Eu...

–Santo Deus! – Ela grita e sai correndo simplesmente. – Socorro!

Dean ergue as sobrancelhas e por fim dá de ombros. Logo, uma mão ajuda Dean a sair da cova e quando ergue a cabeça, vê um homem moreno em boa forma sorrindo. Estranhamente, ele não parece assustado e muito menos pálido. Dean se limpa um pouco, e então o homem estende um lenço branco à Dean, que sem pensar muito o utiliza para limpar o rosto coberto por terra. Mais limpo, Dean mata sua curiosidade.

–Desculpe, eu te conheço?

–Sim, você me conhece. Mas não neste corpo.

Dean sente seu corpo rígido, imaginando ser o pior. Procura olhos amarelos no tal homem, na intenção de achar ser o demônio que matou sua mãe e a namorada de Sam, mas seus olhos estão castanhos. O corpo de Dean relaxa, mas seu cérebro continua a mil por hora tentando processar nomes de diversas línguas.

–Foi mal, acabei de voltar a vida... Você foi ao meu enterro?

–Não. – O homem sorri, gentilmente. – Sou Castiel. Seu “anjo da guarda”.

–Ah. – Dean responde confuso. – E já que você está aqui, obrigado. Eu estou incrivelmente inteiro e em boa forma. – Dean mostra seus bíceps - Mas e você, por que está nesse corpo?

–É uma das minhas habilidades. – Ele ajeita a gravata, gabando-se – E então? Achei que iria querer ver seu irmão, mas continua aí parado.

–Oh, é verdade, eu tenho um irmão. – Dean diz confuso – Isso de trazer pessoas de volta à vida é loucura, sabia? Eu quase não sei mais quem eu sou. – Ironiza.

Dean caminha até um ponto de táxi, mas é recusado por estar coberto de terra. Então decide ir caminhando mesmo pela avenida quase deserta. Começa a falar sobre o inferno com Castiel, mas ao olhar para o lado, percebe que ele sumiu. E andando agora sozinho, sob olhares curiosos das pessoas que passam por ele, Dean chega à casa de Ana. Toca a campainha duas vezes até que a porta se abre. Sam.

–Dean?! Meu Deus! – Sam recua, apavorado.

–Eu esperava algo parecido com “Dean? Fiquei com saudades, vem aqui e me abraça”, mas eu entendo o seu espanto.

–Dean? Eu ouvi certo? – Bonnie aparece atrás de Sam, boquiaberta.

–Como isso é possível?! É você mesmo? – Sam dá pequenos tapinhas no rosto de Dean para checar.

–Sou, sou eu mesmo. – Dean sorri.

E então os dois se abraçam fortemente. Dean está sujando a roupa de Sam, mas o irmão não liga para isso, pois está absorto demais tentando absorver o que estava acontecendo por ali. Depois do breve resumo da situação, Dean percebe que Ana ainda não aparecera.

–Ana está em casa?

–Dean... – Sam murmura entristecido.

–Sam, por favor, não diz que ela...

–Não. – Sam dispara. – Ela está internada no hospital. Entrou em depressão depois do acontecido com você e o bebê está correndo risco.

–Não... – Dean diz em negação, sentindo os olhos lacrimejarem. Dean engole em seco. – Não...

–Tome um banho primeiro. Depois a gente pode visitar ela, que tal? – Bonnie sugere num tom tranquilo.

–Sim, mas... Se Ana ou o bebê, ou as duas... – Dean não completa a frase, então respira fundo e continua. – Eu juro que eu nunca vou me perdoar por ter subido as escadas preocupado em encher a casa de sal, do que ter ficado com ela no andar de baixo, cuidando do que realmente importava; ela e o bebê.


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Notas finais do capítulo

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