Depois da morte de Augustus Waters escrita por Malia Stilinski


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

~ Tomara que estejam gostando, é um prazer escrever ~ 'NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR'



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– Fico feliz que você aceitou vir, Isaac. - falou minha mãe no carro. - Viu, Hazel. Eu disse que ia ser uma boa ideia continuar frequentando o grupo de apoio.

– Ah, é mãe... - respondi. A questão não era frequentar o grupo de apoio, era se relacionar mais com os meus amigos. Mas até que ir hoje foi uma boa ideia.

– É, minha mãe também insiste para eu sempre ir e eu vou só por que ela insiste, mesmo. Se não nem ia, aquilo lá é um tédio total Sra. Lancaster.

Eu ia estender a minha mão para fazer um "toca aí" com Isaac, mas me lembrei que ele era cego, então deixei a ideia de lado.

Chegamos em casa e o ajudamos a descer do carro e levei-o até lá dentro. Sentamos na mesa da cozinha e minha mãe foi preparar o almoço, enquanto conversava com a gente.

– Como está a sua mãe, Isaac? - Nossas mãe se conheciam vagamente por causa do grupo de apoio.

– Está bem. Ela não trabalha mais, né, depois da minha operação... - respondeu.

– Ah, claro. É eu também não trabalho para passar mais tempo com a Hazel. - minha mãe acrescentou.

Depois disso ficamos um tempo no silêncio... Era ilimitada a lista de coisas que eu podia fazer com Isaac e com certeza convidá-lo para assistir um filme não fazia parte dessa lista.

– Porque não sobe com Isaac? - perguntou minha mãe. - A comida vai demorar um pouco ainda, querida.

– Ah, sim. Quer subir?

– Pode ser.

Foi meio complicado uma garota com câncer, ajudando seu amigo cego a subir as escadas e ter que carregar seu carrinho de oxigênio, mas ele se ofereceu para carregar o carrinho pra mim enquanto eu o ajudava a subir.

Quando chegamos no meu quarto sentei do lado dele na minha cama. Ficamos um bom tempo sem falar nada, porque não havia muito assunto entre nós até que Isaac comentou:

– Deve difícil andar pra lá e pra cá carregando esse carrinho.

– Pois é. Mas já estou acostumada. - respondi, e ele fez um movimento de compreensão com a cabeça.

Silêncio de novo.

– Deve ser difícil pra você não enxergar, né. - falei, imitando ele e nós começamos a rir.

– É, não é nada legal não enxergar.

– É, também não é nada legal não respirar direito. - E começamos a rir de novo.

Antes que o silêncio tomasse conta de novo, perguntei:

– Com que idade você descobriu que tinha câncer?

– Desde os treze anos... Aí comecei o tratamento, mas não funcionou muito bem, então tive que retirar o olho, depois o câncer apareceu de novo e levou meu outro olho, e agora estou SEC (sem evidência de câncer). E você?

– Fui diagnosticada com câncer de tireoide em estágio IV aos treze anos também. Passei por algumas cirurgias, radioterapia, quimioterapia, mas não funcionou, porque aos quatorze anos os tumores voltaram de novo. Aí, testaram em mim uma droga lá, chamada Falanxifor, que por milagre funcionou! Mas sou uma paciente terminal. - resumi.

– Por que por milagre?

– Por que não funcionava em mais ou menos 70% das pessoas.

– Uau, que milagre. Hazel, você foi a escolhida para o milagre do Falanxifor! - comemorou Isaac.

– Aham. - concordei rindo.

– Hazel! O almoço está pronto!- gritou minha mãe lá de baixo. Eu não estava a fim de descer, agora que estávamos conseguindo conversar, eu e Isaac, porém, descemos do mesmo jeito.

Comemos em silêncio, e tive que ajudar Isaac a comer, já que ele não enxergava a comida no prato. E fiquei imaginando que isso deveria ser bem engraçado.

Depois do almoço, subimos de novo para o quarto e foi difícil começar a conversar de novo.

– Obrigada por me ajudar com o almoço, Hazel. - Isaac agradeceu.

– Não tem problema. - respondi.

– Hazel. - ele chamou. - Você acha que a Mônica terminou comigo só por que eu fiquei cego?

– Pergunta difícil. - respondi. - Não sei o que se passou na cabeça dela.

– Boa resposta. Mas o que você acha?

– Talvez tenha sido difícil pra ela também.

– Ou será que ela não me amava de verdade?

Falar sobre isso me fez lembrar do Augustus. Mas eu não iria chorar ali na frente do Isaac, então tentei terminar logo a conversa.

– Pode ser, também...

Ele deve ter percebido a minha mudança de humor, e falou:

– Acho que minha sensualidade foi retirada junto com meus olhos. - E começamos a rir.

O problema é que depois que você pensa algo, é difícil largar o pensamento. O silêncio voltou, e fiquei pensando no Augustus e obviamente Isaac estava pensando na Mônica.

– Você está pensando no Augustus? - ele perguntou de repente.

– Sim. Como sabia?

– Sei lá.

– Você estava pensando na Mônica? - chutei, tentando mudar de assunto.

– Mais ou menos. Fui interrompido por lembranças do Gus.

Acho que ele realmente queria falar sobre a morte do Gus. Mas eu não queria. Eu não me sentia muito íntima do Isaac pra conversar sobre meus sentimentos com ele. Mas acho que ele precisava de alguém pra desabafar, mas, se ele acabasse falando sobre o Gus, eu, consequentemente, começaria a falar também. Então começaria a chorar e eu não queria chorar.

– O Gus era um grande amigo pra mim... Eu sinto falta dele. - continuou

– Isaac... - eu começava a perder minhas forças, queria pedir pra ele parar, mas a minha voz, parecia ter sumido. - Isaac... - repeti.

– Hazel... - algumas lágrimas caíram de seus olhos, e eu comecei a chorar também.

Num reflexo, me encostei no ombro de Isaac e ele encostou a cabeça na minha. Deve ter percebido que eu estava muito frágil com tudo isso. Eu queria parar de chorar, principalmente, na frente do Isaac, mas, eu precisava muito de uma amigo.

– Hazel... - ele me abraçou, e eu abracei ele. E eu percebi como precisava de Isaac.

Abracei ele com mais força e choramos juntos.


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Notas finais do capítulo

~ Ficou meio chatinho o ínicio do capitulo, eu sei. Mas espero que tenham gostado! ~ "não deixem de comentar, amores!" ~ :3