Céu Selvagem escrita por Ariadene Caillot


Capítulo 19
O “baile” de máscaras


Notas iniciais do capítulo

Demorei de novo, mas consegui terminar o capítulo 19 *___* Desculpem a demora, mas a facul ta puxada uahsuashu Mas terminarei essa fanfic com ctz, estou determinada. u.ú Espero que gostem e bem eu não sabia que nome dar nos capítulos (sempre tenho dificuldades com isso), mas achei que o "baile" máscara em sentido de metáfora, conseguiu passar a alma deste capítulo!
Boa leitura! ;)



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–Chefe, descobrimos que a Vongola não está mais no Japão. – Era Sabrina falando ao celular. Parecia estar em uma pista de voo pelo barulho ao fundo.

–Como!? Onde está a irmã inútil de Claudio? – respondia Adelina.

–Com eles. E o pior, Basílio também estava. – silêncio perdura. – Chefe? Chefe?- Adelina desliga o telefone. -Ela desligou!!!

–Contou para ela os elementos surpresas que estamos levando para casa?- perguntou Sandra.

–Não. Ela desligou antes disso.

Aquele começo de dia não poderia ser mais frustrante para Adelina. A Vongola havia pulado alguns passos do seu plano. Era certo que deveriam estar se dirigindo para a Itália, a loira devia ter contado tudo a eles. Agradeceu a si mesma em não ter fornecido tantas informações para a garota ou estaria fuzilada. Mas a parte preocupante era Basílio.

“Traidor. Minhas desconfianças apenas se afirmaram.”

–Acharam minha irmã? – indagava Claudio sentado confortavelmente em uma poltrona. Sua feição mostrava que ainda estava se recuperando.

–Devia riscar ela da lista de familiares para o natal. É uma traidora. Está com a Vongola.

–Vongola!?

–Se ela arruinar tudo eu...

–Temos um acordo. Faça algum dano a ela e revelarei tudo.

–Chantagem? – fingia ficar surpresa. - E eu ainda salvei a sua vida! – concluiu sarcasticamente.

–Apenas lembrando-se das clausulas do nosso acordo.- ele levanta e aproxima-se dela.

–Mas não se esqueça, se eu cair te levarei junto!

–Conheço os riscos.

–Vá descansar! Preciso de você inteiro! A Vongola com certeza estará vindo para a Itália. Já colocou os feitiços na mascara de Jack que eu pedi?

–Duvidando da minha eficiência, Adelina?

–Vá dormir logo e me deixe em paz. - ordenou ela tentando disfarçar um sorriso.

Ele riu em resposta.

–Viu o passarinho verde, Claudio?- Adelina colocou o polegar e o dedo indicador no queixo do rapaz para direcionar o olhar dele para ela. -Esta situação não tem graça.

–Sua recente frustação parece ter passado. Apesar de a Vongola adiantar o plano, sei como está feliz de estarem caindo na armadilha.

–Suma da minha frente. – disse sorrindo.

Claudio estava sorrindo quando estava fechando a porta da sala dela, com uma grande marca de batom bordo no rosto. Sua felicidade virou motivo de vergonha quando viu Lorenzo parado o observando, tentando disfarçar o riso.

–O que você quer?

–Apenas observando situações raras. Isso me faz lembrar algo que há muito tempo está aqui, en mi mente. – Lorenzo apontava para a própria cabeça. Claudio tentou recordar quando foi à última vez que havia visto o homem arrastar aquele sotaque espanhol.

–E o que está en tu mente?– falou Claudio tentando imitar o sotaque do mestre, fazendo Lorenzo soltar o riso que estava segurando.

–O motivo de você ter entrado no jogo de Adelina. – Claudio amarrou a face.

–Não estrague meu dia, Lorenzo.

Lorenzo passou um braço por volta dos ombros de Claudio e o arrastou próximo as escadas.

–Meu jovem, você sente algo por aquela mulher?

–O quê!? Lorenzo, sinceramente, de onde vêm essas merdas que você concluiu?

–Do que eu observo. Escute-me!- Claudio lembrou das nostálgicas conversas com o seu pai.-Isso explicaria sua revolta contra ela, talvez tivesse partido o seu coração. – Claudio não consegue disfarçar a sua surpresa. – Eu sabia que estava certo. A questão é: você ainda vai continuar a enxergar a realidade ou o seu amor por ela vai iludi-lo mais uma vez? Além do mais, se sua intenção é ficar com ela, você pode estar dando um grande tiro no escuro. Até mais, meu amigo. – ele bate no ombro de Claudio e segue seu caminho.

–Obrigado, eu acho...

–Ora, conte comigo. Sempre falo a você, que se estivéssemos no mesmo lado, seriamos grandes amigos. – Claudio sorriu. – A propósito, tem uma marca de batom no rosto.

Claudio correu para o primeiro espelho que encontrou no corredor e realmente a marca estava lá. Xingou-se de idiota e descuidado, e entendera como Lorenzo havia descoberto um dos seus segredos.

Giannini havia montado uma pequena base atrás do bosque que rodeava o monastério, com câmeras instalas nas árvores. Dentro estava o grupo de Tsuna e o assustador grupo de Basílio: todos usavam mascaras, roupas pretas e objetos metálicos. Pareciam ter saído de um pesadelo.

–Esse é o monastério? – indagava Tsuna.

–Exato! Meus companheiros trouxeram algumas roupas que as pessoas usam lá dentro.

–Eu não sei se é uma boa ideia Tsuna entrar lá. Se minha intuição estiver certa, a minha irmã está lá dentro e poderá reconhecer o meu clone. – alertou Patrícia.

–Mas será mais fácil resgatar Tsuna, com ele tendo seus poderes e memórias novamente, Patrícia. Terá que convencer sua irmã a colaborar conosco.- justificava Reborn.

–Tome cuidado, por favor!- implorou Patrícia para o clone.

–Sim!

–Irá eu e mais dois companheiros. Sobraram quatro roupas, quem vai?

Tsuna teve um frio na espinha ao observar as roupas, ela parecia fazer parte dos seus sonhos mais macabros: as máscaras lembravam muito as usadas no famoso carnaval de Veneza, as roupas eram em tons pretos, brancos e marrons, completadas com uma capa de capuz feitas de tecido fosco. Havia também luvas pretas e brancas.

–Precisamos que Patrícia e Tsuna vão, Reborn poderá se esconder na capa de Tsuna.

–Eu vou. Afinal sou o braço direito do décimo.

–Também me ofereço, hahaha.- falou Yamamoto.

Usem esses comunicadores. – falava Giannini.

Era um dia nublado e um pouco frio, a respiração de Marcella formava formas instantâneas no vidro. Um pouco da brisa entrava pelo vão da janela, deixando o quarto frívolo o que obrigou a garota a enrola-se em uma manta bege. Estava sentada no mesmo lugar na qual vira seu irmão pela última vez. As marcas que Adelina fizeram ainda estavam lá, ardentes e incomodas Marcella sequer quis olhar-se novamente no espelho ou sair daquele quarto, obrigando os empregados a trazerem suas refeições. A solidão assolava e sentia muita falta da única companhia que tivera naqueles meses: Cielo.

“Idiota, por que eu levei aquelas fotos comigo aquele dia? Sou uma estúpida”. -pensava.

A jovem ouvem toques na porta.

–Quem é? – perguntava em seu mal humor. Ela passou a detestava visitas.

Novamente o toque leve e gentil.

–Quem é? Não está nas horas de refeições! – e teve em resposta novos toques na porta. A única pessoa que poderia pensar era em Claudio e isso fez ferver o seu sangue. Jogou sua manta no chão e saiu energeticamente para abrir aquela porta. Estava pronta para dar mais socos em seu irmão e abriu a porta violentamente. Mas sua raiva foi inibida pela sua surpresa, em quem estava por detrás dela.

–Marcella? – perguntou Cielo timidamente.

–Ci-Ci-Cielo!? Mas como!? Você...Você...

–Ouvi uns caras falando que iam levar seu almoço, eu os segui e assim descobri. Posso entrar antes que me vejam?

–Já devem ter lhe visto. Melhor ir embora!- ela já ia fechado à porta, quando Cielo colocou um dos seus braços a impedindo.

–O que aconteceu? Você está com marcas de feridas no rosto. Estou preocupado! Você sumiu!

–Apenas vai complicar ainda mais minha situação se entrar aqui. Saia.

–Não!

–Cielo não discuta comigo! Saia!

–Que lugar antigo!

Tsuna cochichava para Reborn enquanto Basílio falava com os seguranças da porta da frente.

–Décimo, sempre fique perto de mim, eu te protegerei. Tome cuidado também, loirinha.

–Tudo bem, eu tenho o fofo do Yamamoto para cuidar de mim.- ela encostou-se nele.

Patrícia não pode ver o vermelhão nas bochechas do rapaz graças a máscara, mas apostava que havia acontecido.

–Gokudera, é melhor que você não chame Tsuna por décimo quando entrarmos. Acabará revelando nossa identidade.

–Mas... mas... isso vai ser difícil, mas é pelo bem do Décimo.- falava ele determinado.

–Será que finalmente terei a oportunidade de te ver o chamando pelo nome, Gokudera-kun? – indagava Patrícia sarcasticamente.

–Não, porque também não podemos chama-lo pelo nome. Céu Selvagem conhece a identidade de Tsuna. – explicava Reborn deixando Patrícia decepcionada.

–Senhores, vamos. – chamava Basílio.

Tsuna ficou surpreso com o lugar. Ele palpitou que devia ter no mínimo uns trezentos anos de existência. Havia vitrais enormes em vários locais representando cenas da natureza e afazeres dos monges que ali moraram certa vez, apesar do tamanho, o local era escuro e frívolo. As portas lembravam portas medievais de madeira, todas entalhadas com animais e plantas. Uma delas estava entreaberta e parecia dar acesso a uma capela. Algumas vezes topava com algumas pessoas, que pareciam mais vultos pelas capas negras e longas. Viu também uma grande escada de madeira envelhecida e empoeirada, parecia que não a limpavam há anos.

Basílio os levou para além de uma enorme porta de madeira, a única totalmente aberta que dava acesso a um jardim. Era a única coisa não assustadora naquele lugar. Havia um pequeno lago no centro, árvores altas e lindas flores ao redor delas e dos bancos. Tsuna pode ver a continuação do monastério: construções retangulares com portas pequenas que davam acesso direto ao jardim, na qual, imaginou que foram os quartos dos monges. Mais ao horizonte teve a impressão de ver alguns animais e plantações.

O homem mandou seus capangas disfarçarem sentando em bancos, andando aleatoriamente e assim dirigiu-se aos quarto. Gokudera, contra vontade, e Yamamoto, também tiveram que se desvincularem do grupo para disfarçar.

–O quarto de Cielo é por aqui.

Tsuna sentiu seu coração vibrar de ansiedade e temor. Finalmente conheceria o verdadeiro décimo e também o fim da sua existência. Sentiu uma gota de suor escorrer por detrás da sua máscara. Seu coração batia mais forte à medida que se aproximavam e quando Basílio girou a maçaneta, parecia que ele ia sair pela sua boca, isso só não aconteceu pelo imprevisto.

–Vazio! O quarto está vazio! – afirmou Basílio temeroso ao adentrar o quarto, os outros o seguiram.

Tsuna observou bem o quarto. Era pequeno, rústico e não havia muitas coisas; apenas uma cama simples com cobertores revirados, um criado mudo com um abajur e um livro disposto sobre ele. Havia um armário no lado oposto, uma escrivaninha pequena e uma janela com visão para o jardim.

–A cama ainda está quente, Basílio! Ele estava há segundos aqui. – afirmou Reborn.

–Havia outra pessoa que ele tinha contato?

–Com alguns daqui para servir refeições. Para conversar, ele tem o Jack. Mas eu não vi o carro do Céu Selvagem quando entramos.

–Está achando que fizeram alguma coisa a ele? Ou o levaram?-indagou Patrícia.

–Bem, a grandes chances de terem descoberto ou suporem que você está conosco Patrícia. - afirmou Reborn.

–Mas eu não sabia de tudo, Reborn. Não tinham nem ideia da existência desse lugar.

–Não me parece que ele saiu daqui ás pressas. Não a sinais!- afirmava Basílio enquanto examinava o quarto.

–Então aonde ele iria?-indagou Patrícia.

–Eu me lembro de o ver lendo no jardim. Mas o seu livro está aqui.

–Pessoal, estão ouvindo esses gritos?- falou Tsuna.

–Parecem vir do jardim.

E era, parece que a outra família mafiosa era mais atentos do que a Vongola esperava. Os membros mascarados do monastério estavam lutando contra os capangas de Basílio, Gokudera e Yamamoto. Não possuíam poderes, mas eram muito habilidosos.

Cielo estava sentado na cama de Marcella, com ela ao seu lado.

–Por favor, Marcella. Conte-me o que está acontecendo.

–Não está acontecendo nada, Cielo. Vá para o seu quarto!

–Mas você me deixou entrou.

–Apenas porque apareceram alguns seguranças perto do meu quarto.

–Por que me deu aquele medalhão sem nem me conhecer?- Ela apenas o encarou. - Isso aqui não foi por sentimentalismo não é? A algo nele. – ela virou o rosto e começou a encarar o nada.

–Eu só queria saber quem eu sou, pois eu me sinto um monstro sendo escondido de todos.

–Você não é um monstro.

–Então o que eu sou?

–Apenas um garoto!

–Se apenas sou um garoto, por que estou trancado aqui?

–Meu deus Cielo! Pare com essas perguntas!- ela levanta indignada e fica diante a janela. Parece que olhar através do vidro era a única coisa que a acalmava agora.

–Perguntas? Eu tenho muitas. Uma delas é como você ficou machucada deste jeito. Eu percebi que você geme de dor. É por isso que não sai daqui?

–Não é da sua conta!

–Eu ainda te vejo como a bela garota que conheci! Essas cicatrizes vão se curar.

–Mas as marcas não.

Ele se levanta e vai até ela. Dispõe uma das suas mãos sobre o ombro da moça. Marcella apenas vira a cabeça até encontrar os olhos dele por detrás da máscara.

–Nós encontraremos um jeito!- ele fala gentilmente e sorrindo. Marcella apenas sente gotas escorrerem pelo seu rosto e o encontro dos braços quentes do garoto a envolvendo-a em um abraço. Ela não conseguia mais se lembrar de quando foi a última vez que foram gentil com ela. Encostou-se ao ombro do garoto, ele era mais novo, mas possuíam a mesma altura.

–Obrigada...-dizia com sua voz trêmula enquanto chorava. Ele era a única fonte de calor para ela naquele frívolo quarto.

–Marcella, está ouvindo esses gritos?

–Gritos? – ela limpou as lágrimas rapidamente e sondou o jardim pela porta, conseguindo ver a luta entre as duas famílias.-“Nos descobriram”- e fechou a porta rapidamente, puxou o tapa sol da cortina e fez sinal para Cielo ficar em silêncio.

–O que está havendo?

–Shsss!!! Nunca te ensinaram ficar quieto?-cochichava.

–Mas parecem que estão lutando lá fora.

–Se não ficar quieto, te faça dormir à força.

Ele sentou-se novamente a cama e cruzou os braços.

Tsuna e Patrícia haviam se escondido em outra parte do monastério, longe do jardim. Antes de iniciarem a missão, haviam combinado que qualquer imprevisto, os dois jovens deviam focar-se em encontrar Cielo. Não podiam correr o risco de serem capturados, já que ambos eram partes essenciais no sucesso do resgate.

Estavam escondidos em um depósito que cheirava a fezes de animais. Totalmente desagradável, mas o melhor lugar como esconderijo.

–E agora? Não conhecemos Cielo.

–Temos que tentar convencer minha irmã a se juntar a nós.

–Não tem como procura-la do jeito que a situação está. Se sairmos daqui, tem que ser para um local em especifico.

–Nem sabemos se ele ainda está aqui. Você possuiu a hiper intuição do décimo verdadeiro! O que ela diz?

–Não tenho certeza se ele está aqui, mas a algo com algum elo forte.

–E qual direção ela diz para seguir.

–Isso eu não consigo dizer. Talvez minha hiper intuição não sejam tão boa quanto à do verdadeiro. Você não consegue sentir a energia da sua irmã?

–Hum... De certa forma, nós temos um elo e faço parte de uma rede de energia graças a você. Poderia tentar rastreá-la. Só espero que eu tenha energia para isso.

–Use a minha se for necessário. - ele pega em uma das mãos da jovem.

–Você vai sofrer.

–Não me importo! É para salvar o verdadeiro décimo!

Ela sorriu e fechou os olhos para se concentrar.

–Sim, eles estão aqui. – afirmava Marcela enquanto falava baixo no celular.

–Estão atrás de Cielo! Basílio está com a Vongola. - Responde Claudio.

–Você não devia tê-lo deixado saber sobre ele.

–Se eu impedisse ia levantar mais dúvidas.

–Enfim, o que eu faço? Não tem como sair daqui sem sermos vistos.

–Adelina já enviou o resgate de vocês.

–Então finalmente vai começar. Meus parabéns! Cumprir o nosso trato.

–Sempre sou eficiente. – Claudio desliga.

–Vamos sair daqui. A um grupo de resgate vindo.

–Quem são eles Marcella?

–Inimigos.

–Estão atrás de nós, não é mesmo? Ou melhor, atrás de mim?

–Atrás de todos nós. –ela guarda o celular no bolso. -Adelina enviou resgate, então fique sossegado.

–Desde quando Adelina passou a se importar comigo?

–Cielo...- ela escolhia as palavras. – Você não um monstro... Mas... É alguém especial!

–Esse é o motivo de eu estar aqui?

–Sim!

–Mas... eu sempre morei na Itália? Pelo meu nome, eu sou do Japão certo?

–Não, você nem sempre morou neste país.

–E minha família?- ele a agarrou pelos ombros. – Onde eles estão? Por que nunca tive noticia deles? Sabem que estou aqui?

Marcella apenas o encarava pesarosamente.

–Não pode me contar não é?- ele sorriu de forma tão triste que a jovem teve que segurar as lágrimas.

–Sinto muito. - o garoto se afastou dela, sentou-se novamente na cama e encarava o chão. Marcella apenas sentou ao seu lado, achando o silêncio a melhor escolha naquele momento.

–Ela está aqui!- dizia Patrícia repentinamente, assustando Tsuna.- Está aqui. Não acredito. – Ela chorava emocionada.

–Para qual direção, Patrícia?

–É perto daquele jardim.

–Deve estar em algum daqueles quartos.

–Como vamos chegar até lá?

–Hum... Gianini, está me ouvindo?

–Sim décimo! Em que posso ajuda-lo?

–Tem alguma rota alternativa para chegar aos antigos quartos? Estamos em uma espécie de depósito.

–Um momento, irei checar. –o silêncio perdura por alguns minutos.- Chefe, se você passar pela plantação de milho, conseguirá chegar aos quartos.

–Tsuna, a alguns guardas se aproximando!

–Eles não param de aparecer!!! Droga!!!

–Hahaha, calma Gokudera. Está sendo divertido. Eles são bem treinados.

–Jovens, isto aqui é uma istração. – afirma Basilio.

–Quê!?

–Huhuhu, demoraram demais para perceber. Nunca iram passar pela nossa defesa. – Dizia o chefe do lugar, enquanto fumava um charuto.

–Háh. Tente nos impedir. – desafiou Gokudera, já lançando algumas bombas para chefe dos capangas.

–Você congelou eles??? – afirmava Patrícia assustada.

–Sim, é uma técnica antiga da Vongola. Eu sei...Tsuna usou isso a primeira vez quando lutou contra Xaxus.

–Xanxus?

–Filho do nono.

–Hum...Se eu viver, vou querer explicações.

Ele riu. –Eu te contarei quando voltarmos. - seu sorriso se transformou em tristeza. – É mesmo, eu não irei voltar.

–Desculpe, eu-eu não sei o que dizer.

–Tudo bem. Vamos completar o que viemos fazer aqui. - ele indicou a plantação de milho e ambos correram até ela.

Escondiam-se e andavam com cautela para não fazer muito barulho, com Patrícia guiando. Conseguiram ver alguns flash da luta, e as explosões de Gokudera e os riscos azuis brilhantes que vinham das espadas de Yamamoto. Às vezes escutavam tiros, certamente vindo de Reborn ou de Basílio e seus capangas.

–Temos que correr, antes que se matem.

Tsuna apenas assentiu com a cabeça. Conseguiram chegar a duas construções retangulares separadas do resto do monastério. Eram maiores, mais limpas e melhor decoradas. Algumas portas estavam abertas, pareciam que haviam saído às pressas. Esgueiraram-se para de trás de uma árvore.

–Não parece ter ninguém aqui.

–Mas eu sinto a energia dela vindo daqui.

–O que houve?- indagou Cielo assustado.

Marcella parecia ter levado um susto repentinamente.

–Ela-Ela...Patrícia! Está aqui! - Marcella sem pensar duas vezes, abre rapidamente a porta e sai no corredor.

–Minha irmã!!!- Patrícia entrou em êxtase.

–Patrícia!!!- ela a chamava.

–Marcella!!!- a jovem tirou a máscara e saiu correndo de braços abertos.

–Meu deus!!! Você está aqui mesmo. – Marcella também corria com os olhos derramando gotas.

Tsuna observou a cena sorridente e viu alguém encapuzado sair logo atrás de Marcella. Parecia ser um garoto usando uma jaqueta branca e uma mascara preta. Em segundos ele viu um homem todo de preto, encapuzado e usando máscara agarrar o garoto pelas costas.

–Patrícia, cuidado!!! – avisou Tsuna e começou a correr até a garota.

–Marcella! – chamou o garoto a obrigando a virar para trás.

–Cielo!!! Larguem ele!!!

–Cielo!? “Aquele garoto é o verdadeiro Tsuna!?”. – pensava o clone surpreso.

Marcella voltou para ajuda-lo, mas também foi presa por mais homens encapuzados.

–Viemos resgata-los.- falou um dos homens encapuzados.

–Não!!! Eu preciso falar com ela. Larguem-me!!!- sem dar ouvidos a Marcella, ela e o garoto são arrastados para um carro preto.

–Vamos Patrícia! Temos que sair daqui!

–Mas a minha irmã...- argumentava ela chorando.

–Vamos salva-la, não se preocupe. - Tsuna a arrastou novamente para a plantação de milho.

–Eles estão fugindo!!!- avisou Basílio.

–Até mais senhores!- falava o homem que apareceu fumando charuto. Sua roupa estava bastante danificada e havia vários ferimentos em seu corpo. Foi um prazer lutar contra vocês!- ele tirou um controle do seu bolso e quando apertou um dos botões, o jardim pegou fogo e o resto de seus capangas fugiram.

Yamamoto rapidamente utilizou seus poderes para trazer a chuva e apagar o fogo, mas era tarde demais.

–Droga!!! Eles fugiram. - Basílio atirou-se ao chão furioso. Seus capangas tentaram acalma-lo, mas foi em vão.

–Décimo!

–Patrícia!- Yamamoto correu abraça-la. Lágrimas escorriam pelo rosto dela.

–Desculpem, mas não conseguimos resgata-los. Eles levaram Cielo e Marcella antes de fazermos algo.- desculpou-se Tsuna.

–Agora resta saber para onde foram levados.- afirmou Reborn.

Era mais um dia tedioso para Jack. Estava treinando com Lorenzo como sempre e Claudio estava sentado em um banco de madeira, os observando. Pelo menos naquele dia, os dois ainda não haviam discutido, o que foi um alivio para o garoto.

Jack sentia-se um pouco estranho desde quando desmaiou no jardim, após conversar com Adelina. Teve um sonho estranho na qual atacava Lorenzo e Claudio. Apenas lembra-se que uma raiva perturbadora havia invadido os seus sentimentos e mais nada. Quando acordou, estava sentindo-se diferente, parecia mais confiante, forte e habilidoso, mas quando estava só, algo parecia estar inquieto dentro dele. Como uma mina, na qual, com o menor dos movimentos iria explodir. O que iria acontecer ele não sabia, mas temia o quer que fosse e preferia que isso fica-se no canto mais profundo do seu coração.

As portas se abriram e dele saiu Adelina. A cara de desagrado de Lorenzo era evidente e Claudio parecia temoroso ao olhar para a mulher. Ela andou com sua arrogância até o garoto e fingiu estar pesarosa com algo.

–Jack...- ela disse colocando uma das suas mãos no ombro dele.

“Até que ela sabe imitar a voz de alguém realmente preocupado”. – pensou o garoto.

–Eu nem sei como lhe dar está noticia... Mas... Invadiram o monastério e...

–Cielo está bem?- perguntou atropelando as palavras da mulher. Ele percebeu o desagrado dela por atrapalhar sua interpretação de sofrimento.

–Bem... A Vongola invadiu o monastério e...

“Fale logo!!!” – ele teve quase vontade de gritar para que ela conta-se logo a história.

–Eles feriram muito dos nossos e capturaram algumas pessoas, inclusive o Cielo.

“Conseguiram salvar o décimo!!!”- Lorenzo pensava tentando disfarçar sua felicidade.

Jack ficou abismado. Ele era o único amigo dele daquele mundo confuso e traiçoeiro na qual ele vivia.

–Sei como são amigos e sinto que é sua obrigação resgata-lo.

–Adelina, já que capturaram Cielo, eles podem saber a nossa localização! – argumentou Claudio.

–Eles já sabem!

–Como pode ter certeza, Adelina?-indagou Jack.

–Porque...- ela colocou uma das mãos na cabeça do garoto. – Basílio está com eles!

–O que!? – agora era a vez de Lorenzo interpretar o desconsolado. - Devem tê-lo rendido.

–É Lorenzo. Eles com certeza deve o estar “obrigando” a contar os segredos da família. – Jack nunca viu Adelina ser tão sarcástica e irônica como naquele fala.- ela passou um dos braços pelos ombro do garoto. – Jack, peço que se prepare. A qualquer momento podemos estar em uma batalha. E prepara-se, porque tudo estará em jogo.- Jack pode ver o sorrio de contentamento da mulher.


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Notas finais do capítulo

Bem espero que tenham gostado e a partir daí mais e mais tretas iram surgir aushuashu Rumo ao capítulo 20 *_*
bjus seus lindos! o



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