Eles me colocaram dentro da banheira e começaram a jogar produtos e mais produtos na água, deixado-a com uma coloração bem suspeita:

–I-Isso é mesmo necessário?-eu pergunto tentando soar amigável, tentando...:

–É sim querida! Você precia aparecer delicada e não durona com calos nas mãos como você realmente é!-fala a laranja. Não sei como e segurei para não afogá-la naqula banheira. Vai ver é que eu tinha consciência de que já havia problemas demais com o Snow, e não precisava de mais um problema com ele quando eu for para a arena.

Eles me esfregaram toda, me depilaram ali mesmo e passaram um líquido azul fluorescente em minha pele que coçava horrores.

Puxavam os meu poucos cabelos e os massageavam de um jeito estranho e exagerado. Juro, que por um milésimo de segundo sentir dor nos cabelos!

É... Tinha esquecido como isso era pior do que tortura!

Quando eu finalmente havia acabado esta parte, nem sentia mais a minha pele de tanto que a esfregaram e depilaram.

Sentei-me em uma cadeira de frente para um enorme espelho e começaram a me maquiar e a passar algo estranho e com um cheiro doce enjoativo horrível em minha pele. Sentia dor nas sobrancelhas que eram tiradas sem dó e dor nos dedos das unhas também.

Quando terminaram minhas unhas estavam douradas e minhas sobrancelhas perfeitamente alinhadas, minha pele parecia reluzir e brilhar, e apenas com os olhos podia se sentir a maciez delas:

–Ótimo trabalho!-falou Marco:-Passo dois!

–Meu Deus, dai-me paciência porque se me der força eu tampo esse povo da janela!-eu digo voltando a fechar os olhos.

Eles começaram a me maquiar e a arrumar os meus cabelos. Eu não via nada porque meus olhos estavam fechados para o mundo, eles podiam me transformar em um monstro que eu não iria ver nada apenas quando estivesse pronta.

Pelo menos, não estava sentindo mais dores.

Depois de algumas horas, eu acho, ouço algo sendo retirado de dentro de um saco plástico. Com certeza deve ser a minha roupa do desfile:

–Eu posso abrir os olhos, agora?-pergunto:

–NÃO!-as duas mulheres praticamente berram no meu ouvido:

–Ai... E por quê não?!-eu grito também:

–Porque se fizer isso, a maquiagem já era.-fala uma delas:

–Que inferno...-eu murmuro:-Vou colocar a roupa sem vê-la antes?!

–É o jeito!-fala Marco:-Então seja boazinha e venha querida!

–Não me chame de querida.-eu digo já com raiva.

Deixo aquelas duas retardadas me guiarem e sinto a toalha sendo retirada do meu corpo e um som de exclamação da boca dos três. Idiotas!

Já com a parte de baixo colocada, sinto o tecido do vestido descendo pelo meu corpo. Ele era longo e de um jeito pesado.

Coloco os sapatos que percebo serem com saltos bem altos e uma espécia de braceletes em meus dois pulsos que também pesavam:

–Ela está maravilhosa!-fala uma das mulheres:

–Só solte seus cabelos!-fala Marco e eu estranho um pouco essa sua frase.

Alguém puxa meus cabelos e sinto um peso a mais em minha cabeça, e algo roçando contra minha coluna:

–Posso abrir os olhos agora?-pergunto:

–Tudo bem... Agora!-fala Marco.

Eu abro os olhos bem lentamente e vejo meu reflexo na frente do espelho. A vista ainda estava meio embaçada, mas eu conseguia ver o vestido com cor de madeira horrível sobre mim, com alguns detalhes verde escuro, os braceletes negros e a maquiagem perfeita. Somente um detalhe deixou meu sangue fervendo, e não era o vestido ridículo e sim o meu cabelo!

O cabelo longo que eu costumava usar quando era somente uma simples garota no distrito 7 muito boa com machados. O cabelo que Terence elogiava e todos olhavam, o cabelo que eu tive que cortar quando brigava por minha vida nos jogos, o cabelo que me faz lembrar tudo o que eu deixei de ser para me tornar uma assassina.

Por que fazer isso comigo?! Minha vontade era de gritar e acabar com a raça desses idiotas e rasgar esta roupa ridícula e vergonhosa, mas me contive apenas balançando a cabeça e contando mentalmente. Porém minhas mãos estavam cerradas e eu as apertava com força que chegava a doer, porém era a única coisa que me impedia de dar na cara deles.

Respirei fundo e saí daquele quarto pegando

um pouco de ar e tentando inutilmente me acalmar. Até que uma voz me chama a atenção:

–Johanna?! Olha só para você! Está linda...-fala Blight se aproximando vestindo um terno parecido com o tecido do meu vestido muito charmoso:

–Linda?! Pareço filha de alguma árvore morta por aí! Isso está horrível, e estou a ponto de arrancar esta peruca horrenda da minha cabeça!-eu digo:

–Mas seu cabelo não costumava ser assim, longo?-ele pergunta em confusão:

–Sim, antes deu cortá-lo em um confronto na arena! Cabelo longo me dá boas recordações e por isso eu não o uso mais, mantenho ele sempre curto!-eu digo:

–Você é confusa e estranha.-ele fala rindo:

–Eu sei... Pelo visto o desfile será de dia.-eu digo e ele concorda:

–Estão mudando muita coisa esse ano!-fala Blight:

–Menos o objetivo dos jogos e a cara feiosa do Snow!-eu digo e ambos rimos.

Ficamos na sala ouvindo uma conversa entediante, que me deu vontade de me matar, entre Pierre e os estilistas. Até que um pacificador chegou dizendo que estava na hora do desfile.

Nos lentamos e pegamos o elevador descendo até o térreo, onde estava montado onde iríamos desfilar.

Não acredito que eu estava nervosa, podia sentir a tensão novamente pelo meu corpo que a tempos eu não sentia. Bligth estava com suas mãos suadas enquanto nos dirigíamos para perto das carruagens.

Blight se sentou na mesma enquanto eu encarava meus competidores com o pior olhar frio e assassino que eu possuía. Enobaria estava chegando em um vestido vrmlho sangue com traçoas negros, dígno de uma viúva-negra que ela era com dentes de tubarão! Ao seu lado o careca perigoso Brutus, esses aí eu tinha certo receio, porém as joias falantes que também encaram a todos somente me dava vontade de rir:

–Como os jogos influenciam na amizade dos outros!-fala Blight:

–Meus únicos amigos são Fínnick, Mags e você... O resto eu corto a cabeça sem pensar duas vezes!-eu digo.

Vejo ao longe Pancada e Faísca se aproximando, sempre tagarelando assuntos sem sentido e com uma linguagem tão difícil que dá vontade de transformá-los em avoxs!

–Pancada e Faísca estão na área! De verdade, sinto mais pena deles do que da própria Mags!-eu digo e Blight sorri:

–Eles são estranhos!-fala Blight:

–São uns estúpidos inteligentes!-eu digo:

–E lá vem o príncipe da Capital! Fínnick Odair!-fala Blight com certo nojo em sua voz:

–Aonde?!-pergunto olhando para todos os lados:

–Chegando ali e olhando para você.-fala Blight.

Meus olhos encontram com o verde intenso e belo dos olhos de Fínnick e ele me chama apenas com seu olhar balançando a cabeça:

–Eu vou falar com ele, e já volto.-eu digo:

–Olha o romance...-fala Blight em um tom debochado:

–Vá para o inferno!-eu digo com raiva:

–Já estou nele, obrigado...-ele diz e eu sorrio.

Vou me aproximando de Fínnick e ele me envolve em seus braços fortes beijando o topo de minha cabeça:

–Quer um cubo de açúcar?-ele pergunta sexy:

–Não, obrigada... Não terá os meus segredos Odair!-eu digo sorrindo:

–Não preciso, já sei todos!-ele fala e eu riu:

–Você que diz...-eu digo:

–Como você está?-ele pergunta:

–Morrendo de ódio, fora isso tudo bem!-eu digo e ele sorri. Sorriso lindo:

–Haymitch quer falar conosco no meu andar, você vai para lá quando acabar o desfile!-fala Fínnick:

–Vou quando eu arrancar essa roupa do meu corpo!-eu digo e ele sorri reparando em mim:

–Está linda demais!-ele fala e eu sinto meu rosto queimando:-Só lembro de você com cabelo comprido no seu desfile! Quando nos conhecemos!

Ele fala e sinto uma dor no coração ao lembrar:

–Mas sinceramente, prefiro você de cabelos curtos! É a minha Johanna!-ele fala piscando para mim e eu beijo sua bochecha rapidamente.

E então ele me deixa em minha carruagem e vemos Katniss entrando. Fínnick sorri debochadamente e vai em direção a ela:

–Eu a odeio!-murmura Blight:

–Eu também.-concordo com ele.

Logo Peeta aparece e Fínnick a deixa e vai em direção a sua carruagem.

Não demora muito, até nos colocarem em posição. Os jogos estão começando de verdade!