–Toda essa arena parece funcionar como um relógio, com uma nova ameaça a cada hora. Mas cada ameaça dentro de uma área. Começa com o relâmpago, aí vem a chuva de sangue, a névoa, os macacos...-falava Katniss, nos explicando a teoria absurda de Wiress, enquanto íamos para a cornucópia novamente. Deus sabe-lá por quê:-Essas foram as primeiras quatro horas, às dez horas aquela onda enorme vem daquele lado.

–Wiress você é simplesmente demais!-fala Finnick passando por ela.

É, devo admitir que a teoria faz todo o sentido, do jeito que aqueles idealizadores são malucos, isso era bem provável. Wiress sem sombra de dúvida foi muito inteligente, mas eu não iria falar isso em voz alta. Eu ainda possuo um orgulho desgraçado para fazer esse tipo de coisa.:

–O bico aponta para às 12h.-falou Peeta apontando para a ponta da cornucópia:

–É onde o relâmpago cai, ao meio dia e à meia-noite.-fala Katniss indo para perto da construção também:

–E cai onde?-pergunta Beetee se intrometendo no assunto:

–Lá! Na árvore grande nos arredores da arena.-fala Katniss e Beetee focaliza sua atenção naquela área. Retirando os óculos e os colocando novamente, como se raciocinando algo:

–Ótimo.-ele murmura.

Vamos para mais adentro da cornucópia, enquanto Wiress fica cantarolando na borda da cornucópia:

–Tik tok, o relógio não para de trabalhar. Tik tok, o relógio não para de trabalhar.-ele repetia sem parar, ajoelhada passando as mãos pela água límpida.

Peeta com uma espada faz um círculo no chão, anotando o que sabemos de cada hora em que acontece alguma catástrofe.

Todos se aproximam (menos Wiress) e ficamos ao redor do círculo ouvindo o que ele dizia:

–Das doze a uma relâmpago.-ele começa falando:-Depois de uma às duas, a chuva de sangue, depois a névoa e depois os macacos.

Abaixo-me ficando mais perto do círculo tentando raciocinar um padrão que seja nessas horas:

–Tik tok, o relógio não para de trabalhar. Tik tok, o relógio não para de trabalhar.-repetia Wiress:

–E das dez às onze a onda, mas e o resto? Vocês viram alguma coisa?-pergunta katniss.

Minha vontade era de respondê-la que não, porque estava ocupada demais protegendo os tributos que você queria como aliados para perceber algo. Garota estúpida!

Mas me retenho e tento me controlar, respondo na maior calma e educação:

–Nada além do maldito sangue.-eu digo levantando e colocando o machado nos ombros:

–Se estivermos longe do setor ativo, ficaremos seguros.-fala Peeta:

–Tik tok! Tik tok! Tik tok!-continuava Wiress a cantarolar, esta melodia insuportável:

–É... Mas isso na teoria!-fala Finnick e em seguida um silêncio perturbador, até Katniss dá um grito, seguido de outro.

Viro-me rapidamente para trás e vejo o corpo de Wiress sem a cabeça, tombado para o lado respingando tonelada de sangue no chão. O cheiro enebria por toda a parte, e a cabeça dela cai na água afundando.

Mordo a língua e seguro com força minha garganta para não gritar como Katniss. Mais uma... Perdemos mais uma... Tá certo que ela era irritante, mas não queria que ela morresse.

Atrás dela Gloss estava com o peito nu, um sorriso cruel e galante e sua faca encharcada do sangue de Wiress.

Ele se levanta e se aproxima de nós:

–Ora quem eu achei por aqui...-ele diz nos provocando.

Finnick já estava segurando seu tridente com uma força descomunal, enquanto o encarava com puro ódio:

–O que você fez seu desgraçado!-eu grito pegando com força meu machado:

–Acho que meu irmão querido, matou a velha tagarela Johanna! Isso não óbvio?!-fala Cashmere chegando ficando ao lado do irmão:

–Ah... Sua vagabunda! Quem vai cortar sua cabeça sou eu!-eu grito ficando com muita raiva.

Beetee esta com uma expressão indecifrável, e os olhos lacrimejando olhando o corpo de Wiress sem cabeça no chão:

–Tem alguém com raiva aqui, senhores.-fala Brutus chegando:

–Ela não é a única Brutus!-fala Finnick com ainda mais raiva:

–Não?! E quem mais...?! Ela deve estar com mais raiva ainda de saber que o amor da vida dela, prefere uma louca varrida inútil!-fala Brutus e eu aperto com força o machado tentando controlar o ódio que se instala em meu sangue.

Sinto minha pele pegar fogo e meu corpo tremer em meio a raiva.

Finnick não está diferente, talvez esteja até em pior estado:

–Acertou bem no alvo, Brutus!-fala Enobaria chegando:

–Ótimo, era só o que faltava a dentadura de tubarão de quinta chegou para atazanar também. Mas que maravilha! O que é isso, afinal?! Reunião de tributos com bando de macacos outra vez?!-eu digo me aproximando, ficando mais a frente de Katniss, caso eles tentasse atacar:-Acho que essa hora está errada Peeta, os macacos estão atacando mais cedo!

–Ora sua...-fala Cashmere lançando sua faca, mas eu a pego antes que ela chegue em minha testa e a lanço, cravando-a em sua canela:-AH!!

–Sua vadia!-berra Gloss.

Katniss chega ao meu lado, e lança uma flecha pegando no ombro de Gloss que berra de dor.

Finnick e Brutus já estão em um combate fora de si. Enquanto eu, Katniss e Peeta estávamos diante de Gloss, Cashmere e Enobaria, sedentos por sede de sangue.

Atrás de nós Beetee se mantinha imóvel. Mas o que há com esse bode?! Tá, eu sei que Wiress se foi, mas ele tem que dá uma ajudinha...:

–Vão!-berra Enobaria com raiva em sua voz, com o olhar mortífero em mim.

Gloss corre em nossa direção juntamente com Cashmere:

–Venham!-eu grito pegando Beetee pela cabeça, e saindo correndo para trás da cornucópia:

–Se mecha, homem!-eu grito para ele.

Mas Beetee ainda estava com a mesma expressão desolada de antes. O deixo encostado na cornucópia quando paramos e Peeta ficou a sua frente com sua espada em mãos para qualquer coisa atacar.

Eu e Katniss estávamos mais a frente olhando por todos os lados, para qualquer sinal daqueles dois. Sem pensar duas vezes eu os faria engolir meu machado.

Ouvia-se apenas o som das armas de Finnick e Brutus se chocando em sincronia alarmante. Pensar nas palavras de Brutus, mas causava uma dor aguda no peito e uma raiva grandiosa. Mas nesse momento no qual me encontro sentir raiva, não é uma opção descartável:

–Silêncio... Onde estão?-pergunta Katniss com a flecha pronta para ser disparada:

–Não faço ideia. Preste atenção em qualquer movimento!-eu digo olhando atenta para cada lado.

Apenas retomo os reflexos, quando Peeta grita para nós:

–Cuidado!-ele berra.

Olho para o lado esquerdo, onde Katniss se encontra atordoada, e vejo Gloss que lança uma faca em nossa direção. Pego Katniss pelo braço e a puxo para o meu lado, enquanto com o machado eu parto a maldita faca ao meio:

–Johanna!-fala Katniss com certa urgência:

Olho para o lado direito e vejo Cashmere se aproximando de nós., com a fúria presente em sua face.

Apoio-me nos ombros de Katniss e chuto com força o maxilar de Gloss, que cai no chão atordoado. Katniss me empurra para o chão, desviando de uma facada e em seguida chuta o estômago de Cashmere.

Sinto mãos me jogando com força no chão, fazendo-me bater com certa brutalidade as costas, tirando-me rapidamente o pouco de ar que continha em meus pulmões.

Vejo katniss levando um soco no rosto e um chute nas costelas, que a faz cair. Ergo-me rapidamente, colocando as mãos nos ombros de Katniss novamente, que se encontra de joelhos, e pulo no pescoço de Cashmere. Soco sua garganta três vezes, até ela cair para o chão cuspindo sangue.

Ouço um grito e vejo Katniss por baixo do corpo monstruosamente forte de Gloss segurando sua faca que estava a poucos centímetros de sua testa.

Corro em sua direção e com o cabo do machado bato nas costas de Gloss que se vira para mim, e chuto seu estômago com toda a a força que consigo.

Katniss que já estava meio metro de distância de mim, rapidamente coloca sua flecha no arco e grita para mim:

–Abaixe-se!-ela berra.

Viro-me rápido a tempo de ver o vislumbre repugnante de Cashmere correndo em direção a Katniss por trás.

Corro em direção a Katnisss e quando a mesma atira a flecha, eu ajoelho-me no chão curvando meu corpo para trás deslizando no mesmo. A flecha passa por cima de mim e só escuto o grito de Gloss atrás de mim e o olhar de Katniss distante e com certa dor no ato:

–Abaixa!-eu grito e ela arregala os olhos se abaixando em seguida.

Pego impulso com um pulo e grito ao mesmo tempo, lançando o machado com força no peito de Cashmere que berra de dor e agonia caindo no chão tremendo e sangrando.

Vou andando até ela, e retiro o machado de seus peitos a chutando em seguida para que ela fique deitada de barriga para cima. E sem pensar duas vezes eu cravo o machado em sua traqueia retirando sua cabeça fora.

E o canhão de Cashmere é soado, olho para trás e vejo Gloss com lágrimas nos olhos lutando contra a morte certa pela flecha cravada em sua garganta. Em poucos instantes ele também se vai...

Não sei o que sinto por matar essas pessoas que conviveram comigo, só sei que nunca me senti tão suja por matá-las...