–Você ficou maluco?!-eu pergunto o empurrando, mas Blight parece atormentado e com raiva de alguma coisa ou de... Alguém?

–Você não me respondeu. Onde você estava?-ele perguntou aumentando o tom de voz. Eu nunca vi Blight assim tão nervoso e com raiva:

–Eu estava com o Fínnick, feliz?!-eu digo aumentando meu tom de voz também:

–Não! O que tanto você faz no andar dele? Johanna, nesse jogo nós somos contra ele! Eu sou seu parceiro de distrito e parece que você fala as coisas mais para o CARREIRISTA Fínnick do que para mim!-ele fala e eu sinto um aperto no coração quando suas palavras começam a fazer sentido em minha mente:

–N-Não é n-nada disso...-eu digo:

–Ah, não... E então o que você estava fazendo lá?!-ele pergunta:

–E o que isso interessa a você?! A vida é minha Blight, você não manda em mim, não possui direito nenhum sobre mim para ficar fazendo essas perguntas sobre o que eu faço ou deixo de fazer!-eu grito e isso só pareceu fazer com que ele ficasse ainda com mais raiva:

–Escuta aqui, Mason!-ele fala me empurrando contra a parede, fazendo minhas costas baterem com força contra a mesma:

–Ah...-murmuro baixo pela dor que senti:-O que há com você?!

–O que há comigo?! O que há comigo?! Escuta aqui Johanna! Se você me trair na arena saiba que eu mesmo cuido do seu funeral, está me entendendo?! Sei que somos amigos, mas é você que pediu para isso!-ele gritou me apertando mais:

–Você está l-louco!-eu gritei:

–Devo estar mesmo... Você ainda não me viu louco, gracinha...-ele fala e eu o encaro:-Pensa que eu não vi você de papo com o mentor do doze?! Aposto que nem iria falar disso comigo, né?!

–Isso não é da sua conta!-eu grito me livrando de seus braços e percebo que meus braços estão com marcas vermelhas e levemente roxeadas

–É sim! Eu sou o seu parceiro!-ele grita ficando vermelho de raiva:

–Me faz falar então, Blight! Obrigue-me... Tenta e eu te deixo aleijado!-eu digo e ele me encara:

–Eu não tenho medo de você, Johanna!-ele fala:

–E você acha, pensa, presume que eu, Johanna Mason, tenho medo de um pateta estúpido feito você?!-eu digo e ele vem em minha direção, pegando-me pelo pescoço e batendo com força contra a parede.

Eu deixo um leve grito de dor escapar pelos meus lábios. Ele era bem forte, mas nada que me deixa atordoada. Chuto seu estômago com força, e ele afrouxa um pouco o aperto, e eu soco seu nariz com minha testa.

Ele cambaleia tonto para trás, e eu ignoro a dor que minha cabeça está e vou em sua direção. Ele agarra meu punho e me joga novamente contra a parede só que dessa vez com muito mais violência.

Chutei sua canela com toda a força e ele urrou de dor se abaixando. Chutei sua cara e subi em cima dele o batendo. Até que ouvimos um grito que com certeza era daquela galinha azul, mas ignorei enquanto continuava batendo nele.

Ele rapidamente inverteu as posições ficando por cima e tentava me socar, porém eu desviava a cabeça de seus golpes com facilidade. Até que cansei desta brincadeira e foi o meu erro. Ele me socou com força em minah testa, não consegui conter um enorme grito e ele rapidamente se tocou o que estava fazendo:

–AH!-eu gritei.

Sinto uma dor aos poucos dominar toda a minha cabeça, e lágrimas quentes siando de meus olhos:

–J-Johanna, e-eu não quis, e-eu...-ele começa, mas eu soco seu maxilar com força.

Braços fortes nos seguram, pacificadores. Não demorariam a chegar com aquela galinha azul berrando daquele jeito.

Eles levaram Blight para seu quarto e me levaram até uma enfermaria, que nem me dei o trabalho de decorar o caminho já que a dor em minha cabeça estava muito forte.

Fui deitada em uma cama e começaram a passar um gel bem gelado em minha cabeça e a massageando. Senti dor no início mas logo me recompus e senti alívio.

A dor sumira, e eu me sentia nova em folha. Olhei para a senhora de cabelos brancos com algumas mechas rosadas bem clara. Nunca gostei do visual da Capital, mas ela estavam muito bem daquele jeito:

–Obrigada.-eu digo e ela me olha com um sorriso:

–Não brigue com o outro, terá tempo de sobra para fazer isso...-ela fala e sinto uma pontada mínima de raiva dela. Mas me controlei.

Eu via que ali estavam cheio de substâncias estranhas e coloridas dentro de pequenos frascos:

–Pra quê isso tudo?-pergunto:

–É aqui que estão as tintas para os cabelos do povo da Capital, sua bobinha...-ela fala e eu sorrio. Ela era bem meiga:

–Hum... Nenhuma tinta com cor de cabelo de gente, pelo que reparei.-eu digo e ela me olhou esboçando uma gargalhada:

–Tem senso de humor, adoro isso... Você não gostaria de mudar um pouco esse visual?-ela pergunta:

–Como...?!-pergunto:

–Pintar um pouco as pontas, lembro que em sua edição seus cabelos eram imensos e agora você os deixa curtos. Vamos pelo menos deixá-los diferentes!-ele fala e eu a encaro:

–Eu não sei... Posso lhe dar a resposta outro dia?-pergunto sorrindo cansadamente e ela compreende:

–Claro, flor... Agora é só seguir este corredor, virar a direita, pega o elevador e vá para o seu andar!-ela fala:

–Obrigada, mas antes... Que andar é esse?-pergunto:

–Aqui é o acima do doze!-ela fala piscando para mim.

Eu sorrio e saio dali. Até que algumas pessoas coloridas eram um pouco normais por aqui...

Cheguei em meu andar, meu corpo ainda doía um pouco. Fui para meu quarto tomei um banho morno para relaxar, coloquei uma camisola até os tornozelos branca e me olhei no espelho.

Até que mudar um pouco o visual não seria má ideia. Na minha outra edição eu os cortei, eu poderia pintar de uma cor não muito chamativa...

Com esses pensamentos, deitei-me na cama e antes de fechar os olhos tive a impressão de ouvir soluções e choro no quarto vizinho. Não tive tempo de falar ou fazer nada, o cansaço foi mais forte e me levou...