Eu não conseguia parar de pensar no que Lily e Roxanne havia me dito sobre a garota da Corvinal. Ela tinha queda por loiros, esse era o motivo dela me odiar tanto, ela amava meu Scorpius. Isso só podia ser um pesadelo, mal acaba um e já entro em outro. Só o que me faltava.

Mas o que eu não conseguia entender era para que tanto ela estava precisando de Scorpius? Isso era o que não fazia sentido em minha cabeça. Eu precisava conversar sobre esse assunto com ele. Pois ele melhor do que ninguém pode em explicar o que eu quero tanto saber. Por hora eu vou dormir.

***

Acordei bem cedo, arrumei-me e desci para tomar café. O Salão tinha pouca gente. Eu procurei Scorpius e o encontrei no meio de muitos alunos da Sonserina.

– Scorpius! – Tentei abrir passagem entre os alunos altos e fortes. Jogadores.

– Deixem a minha prima passar... – Albus veio e afastou alguns caras. – Oi Rose, ele tá meio ocupado, mas espera um pouco.

– Tá. – Sentei a mesa.

Pelos garotos que estavam presentes, percebi que o assunto era sobre jogo. Estava o time todo presente, e Scorpius bem no meio do grupo. Deve ser porque amanhã tem jogo. Sonserina Vs Lufa-Lufa.

Demorou no mínimo uns dez minutos, até que ele saiu do meio daquela rodinha de músculos e testosterona.

– Oi amor. – Deu leve selinho em mim.

– Oi. – Forcei um sorriso.

– Está tudo bem? – Ele perguntou sentando ao meu lado.

– Não, não está nada bem. – Olhei para os lados. – Precisamos conversar.

– Sobre o quê, Rose? – Ele chegou mais perto. – Você está me deixando preocupado.

– E é pra ficar. – Respirei fundo. – Não tem aquela garota do trem? – Ele fez que sim com a cabeça. – Eu falei com ela ontem.

– E ai? – Ele tava ansioso.

– Ela me odeia. Disse que eu havia tirado a pessoa que ela mais ama no momento que ela mais precisou.

– Oi? – Ele parecia tão confuso quanto eu. – Mas o que?

– É isso mesmo. – Olhei para a mesa da Corvinal. – Eu descobri algumas coisas sobre ela.

– Através de quem? – Ele perguntou olhando na mesma direção.

– Lily. Sabe que ela conheça quase toda a escola. Deixa eu te falar o que descobri. – Ele concordou com a cabeça. – O nome dela é Samilly, é do sétimo ano e tem uma queda por loiros.

– E o que mais? – Ele parecia curioso agora.

– Só isso.

– Mas... O que eu posso fazer pra ajudar? – Ele perguntou.

– Ela gosta de loiros. Disse que tirei alguém que ela mais precisava.

– Que quer dizer, Rose?

– Será que ela não gosta de você, e me odeia por estar namorando contigo. – Eu peguei em sua mão. – Amor, você já teve alguma coisa com aquela garota?

– Claro que não, Rose. –Ele se levantou. – Eu não sei nem quem é essa garota, se sei não me lembro.

– Tá bom, amor. Era só pra saber. – Me levantei e o abracei.

– Hey Casal, eu não to a fim de ver melação a esta hora da manhã, não! – Albus se aproximou de nós.

– Cala a boca, Albus! – Scorpius falou.

– Sem querer eu ouvi o que vocês estavam conversando. – Ele ficou meio envergonhado. – E eu conheço a Samilly, ela é meio que minha dupla na aula de Poções.

– Sério, Albus? – Eu me sentei novamente na mesa. – Tem como você me ajudar?

– Tem, mas como? – Ele arqueou as sobrancelhas.

– Conversa com ela, sei la. Descobri o que está acontecendo com ela.

– Eu vou tentar, Rose. Mas não garanto nada. – Ele se levantou da mesa. – Agora me dar licença, tenho aula de Poções agora. Qualquer coisa eu te informo.

– Tá. Eu também tenho aula agora. – Beijei meu namorado e saí.

***

P.O.V Albus Potter

Que a gente não faz por alguém da família? Vou dar um de fofoqueiro agora, querendo me meter na vida alheia, ainda mais da Samilly que é tão boa gente. Mas fazer o que, né?

Entrei na aula de porções, o professor nem tinha chegado ainda.

– Vou sentar aqui atrás mesmo. – Falei só para Scorpius escutar.

– Ta bom. Eu vou lá pra frente. – E assim ele foi sentar perto do Zabine.

O resto dos alunos foi começando a entrar, e a cada um que entrava eu olhava pensando que era Samilly, ela costumava se atrasar, mas nem tanto. Eu continue na expectativa que ela ia aparecer.

E ela apareceu. Ela tava de cabelo preso num rabo de cavalo, sei nem se é esse o nome que se dar.

Eu acenei pra ela. Ela sorriu delicadamente. Mas para minha tristeza ela não veio falar comigo, então eu decidi chamá-la.

– Samilly! - Ela me olhou. – Senta aqui comigo. – Eu tentei parecer amigável.

– Ta. – Ela veio andando na minha direção. E eu pude notar quando ela chegou mais perto o quanto ela estava pálida.

– Você ta bem? – Perguntei puxando o banco para que ela sentasse.

– Sim, sim. Só um pouco tonta. – Ela sorriu a força.

– Ah.

– Por que me convidou para sentar com você? – Ela me encarava com aqueles olhos que mais pareciam ver minha alma.

– Somos amigos, não? – Tentei transparecer naturalidade.

– Trocou seus amigos para ficar aqui atrás comigo? – Ela riu. – É algum tipo de brincadeira Potter?

– Claro que não Samy. Assim me sinto ofendido. – Fiz beicinho.

– Se for, coitado de você!

Mulheres sempre tem essa mania de achar que a gente quer algo em troca. E não deixam de ter razão.

...

No meio da aula, eu comecei a quebrar a concentração dela. Tinha essa mania de tirar as pessoas dos eixos. Principalmente quando eram meninas, ainda por cima, bonitas.

– Samy? – Cochichei.

– O que é? – Ela respondeu seca.

– Você ta diferente. – Tentava falar o mais baixo possível para o professor não escutar.

– Por que você acha isso? – Ela indagou olhando pra mim e mais uma vez eu fiquei sem jeito.

– Você ta meio sumida, mal te vejo e você só vive pálida. Ta acontecendo algo? – Eu fiquei realmente curioso.

– Como se você e aquela corja dos Weasley’s se importassem. – Ela falou seca.

– Uou, assim ofendeu, sabia? Pra que essa revolta?

– Desculpa Albus. – Ela baixou a cabeça. – Meu problema nem é com você.

– E é com quem, Samy? Ta começando a me deixar preocupado. – Eu peguei em sua mão que estava sobre a mesa.

– É complicado de explicar. – Ela ficou sem jeito. – To passando por uma barra... E to sozinha.

– Eu to aqui. Seja lá o que for. – Eu apertei sua mão. – Quer dividir?

– Pois bem, eu vou tentar. – Ela respirou fundo e olhou para o lado. – Muito antes das férias eu tava tendo um rolo com um fulaninho...

– Quem? – Perguntei.

– Não atrapalha. – Ela me beliscou. – Continuando... E a gente meio que tava se apaixonando um pelo outro, e tava ficando cada vez mais sério nosso caso. Até que um dia...

– Estou interrompendo alguma coisa Srta. MacGuy e Sr. Potter? – O professor interrompeu.

– Não senhor, só estávamos conversando. – Respondi sorrindo.

– Muito engraçado Sr.Potter, quer vir nos contar o que estava conversando com sua colega? – Ele indicou o palco.

– Se fosse pra contar para todos, a gente já teria contado.

– Fora da minha sala Sr.Potter! – Ele esbravejou.

– Mas já? - A sala toda caiu na gargalhada. – Primeira aula de porções do semestre e o Senhor já me coloca pra fora, isso é marcação. – Peguei minhas coisas e me retirei da aula.

E assim eu saí e fui para o refeitório, esperar o horário da próxima aula que por sinal, não era com a Corvinal, e sim com a Lufa-Lufa. Pressinto que dessa vez, não vou ser o único a sair de sala.

>> Estrela do Capítulo de hoje!

ALBUS POTTER!