P.O.V Scorpius.

A vida é meio estranha, quem diria que eu iria namorar a garota que eu odiei avida inteira. Vai ver eu sempre amei aquela ruiva, mas como eu sempre fui meio desligado pra essas coisas, não havia reparado.

Quem sabe não foi o destino que fez ela esbarrar em mim naquele dia que a Profª McGonagall nos deu a detenção.

"- Não enxerga Weasley?

– Insetos como você, não."

Rose e eu sempre nos engalfinhando.

"Os dois vão ter de passar a fazer tudo juntos. E quando digo tudo, será tudo mesmo!"

Aquelas palavras na hora, foram como tapas em nossas caras. Ainda lembro como se fosse agora: Rose saindo fula da vida da sala de McGonagall.

E o segundo dia de detenção, então. Foi um porre, eu odiava ficar na presença da minha ruivinha, como também odiava a biblioteca, essa eu ainda odeio.

"Eu detesto ficar horas estudando!

Que horas imbecil? Faz nem meio hora que estamos aqui."

Também nunca vou esquecer a briga entre eu e o Weasley-filho. O moleque tem a mão pesada pra dar soco, mas como eu não apanho calado, descontei o soco na mesma hora.

"Me larga!

Deixa esse moleque vir. Deixa eu dar umas boas palmadas nele."

E quando pedi Rose para sermos amigos coloridos, ela de primeiro não entendeu, ela às vezes é um pouco lerda. Mas logo quando entendeu, falou algo que eu nunca vou esquecer.

"– Seremos amigos coloridos, o que isso quer dizer, é que eu e você vamos ficar. Pra satisfazer um ao outro, porque do mesmo modo como eu tenho minhas necessidades, você tem a sua.

Não vou servir de brinquedinho sexual pra você!"

E é claro, ela aceitou minha proposta. Ninguém resiste aos meus charmes. Eu sempre fui convencido.

Nosso primeiro beijo foi surpreendente, assim que ela me deu a resposta, não deu pra resistir a tentação de querer beijá-la. Então eu levei-a para os jardins. Rose como sempre desconfiada.

"-Pra que me trouxe aqui?

– Para fazer isso!"

E eu beijei aquela boca linda.

São essas e outras lembranças que eu nunca vou esquecer na vida.

***

– Rose? Bati na porta do quarto dela.

– Já vai! Ouvi alguém gritar lá dentro.

A porta se abriu, mas não era minha ruivinha. Era Lily.

– Rose está ocupada. Ela falou antes mesmo que eu dissesse uma palavra.

– Mas eu quero falar com ela.

– Lamento, estamos em um momento de garotas. Garotos não participam. - Ela sorriu. - De noite vocês vão se ver. É um grude tão grande! Ela entrou resmungando.

É, o jeito que tem é ir me juntar aos machos. Desci para a sala de estar. Estava um pouco cheia. Os Weasley adoram fazer filhos.

– Hey Malfoy, que tal jogar uma partida de futebol com a gente? - Era Louis Weasley, irmão de Domi.

– Não me levem a mal, primos, mas ele é bom em jogar video game. - Albus se gabou. Só perde pra mim, é claro.

– Coitado do Scorpius se for como você no video game! - Ironizou Fred, filho de Jorge Weasley.

– Viado! - Al jogou um travesseiro na cara do primo.

– Que é isso, Al. Prove que eu estou errado! - Fred desafiou Al.

– Ok, depois não chore pelo leite derramado. - Ele agarrou o controle. - E eu vou jogar contra...?

– O Malfoy! - Os primos dele falaram em uníssono.

...

– GOOOOOOOOL! - Al deu um salto do sofá. - Gol de bicicleta meu irmão!!!! Quem é o fodão, quem é o fodão? - Ele pulava e dançava.

– Foi só um gol, Albus. Você só fez empatar! - Hugo tentando acabar com a alegria do Potter.

– Ah, cala a boca miniatura da Rose! - Albus continuou dançando.

– Mas que putaria é essa? - Sr. Potter entrou na sala.

– Foi ele! - Al e Hugo falaram ao mesmo tempo.

– Seus bestas! - Sr. Weasley falou. - Brigando pra ver quem joga mais...

– Isso lembra nossa adolescência. - Meu pai falou entrando na sala também.

– Época boa. - Se lamentou Sr. Potter.

– Ah, qual é? Qualquer um de nós três dar uma surra nesses moleques. - Foi meu sogrinho que falou dessa vez. - Sai fora Harry Jr. - Empurrou Albus do sofá. - Passa aqui esse controle.

– Vai jogar contra o genro, tio? - Louis fazendo hora.

– Quero só ver se ele é pareo pra mim!

– Depois não diz que eu não avisei viu, tio! - Albus deu os ombros.

E a partida começou. Zero a zero, ninguem respirava direito. Parecia até uma partida de verdade, mas era apenas no video game. Cada lance era um ataque de nervos, um quase gol meu, um quase gol do Sr. Weasley.

Quase no finzinho da partida, meu sogro faz um gol.

– Hehehe Porra! Agora chora Malfoy! - Sr. Weasley parecia um adolescente gritando.

– Eu deixei o Senhor ganhar, não queria levar vantagem sobre meu sogrinho! - Pisquei um olho para ele. Me levantei do sofá. - Brincadeira, Sr. Weasley.

– Te orienta moleque! - Ele me deu um peteleco na cabeça.

Por um segundo achei que fosse levar um soco na cara. Sabe-se lá, né?! E a tarde foi terminando assim. Um bando de machos jogando video game, algumas das mulheres na cozinhas e outras lá em cima.

Quando a noite chegou, cada um foi arrumar-se para a festa, que por sinal, estava ficando linda. A Sra. Potter era profissional no quesito decorar as coisas, ela decorou a casa em minutos. James e Lily fizeram da varanda uma mini boate, eles adoram essas coisas. O banquete da festa ficou responsável pela Vovó Weasley, a Sra. Weasley e minha mãe que me perdoem, mas a comida da Vovó de Rose dar de dez a zero em qualquer uma.

O jardim estava todo iluminado, enfeitado com bolas e fitas. Metade das pessoas já estavam na festa, alguns dançando na boate, outros na sala tomando um drink.

– Amor! - Era ela, minha princesa.

Me virei para vê-la.

– Rose, meu amor, você está... linda. - Falei olhando-a de cima à baixo.

Ela estava deslumbrante. Vestia um vestido vermelho justo ao corpo, que ia até a coxa, um decote razoável. Sapatos vermelhos com detalhes que eu não fiz questão de reparar, pois eu não conseguia tirar a atenção dos olhos de Rose. Sua maquiagem era leve, mas que marcava seus olhos verdes. O cabelo estava cacheado, preso logo atrás da orelha por um enfeite.

– Obrigada amor, obra da Vic e da Lily. Ah, e a sua irmã também ajudou. - Ela erradiava alegria.

– É mesmo? - Eu olhava no fundo daqueles olhos verdes.

– É, ela que fez minha maquiagem.

– É a cara dela mesmo. Sempre andou que nem o coringa na escola. - Rose me deu um leve tapa.

– Falando de mim, Scorpius? - Minha irmã acabara de aparecer.

– Falando na palhaça. - Eu ri. - Brincadeira, Kitcat.

– Você é um idiota. Tem sorte de alguém como Rose te querer. - Ela piscou um olho pra Rose.

– To perdendo alguma coisa? - Falei olhando de uma para a outra.

– Nada que você... - Ela parou no meio da frase.

– Que foi Cat?

– O bebê, ele chutou. - Ela tinha os olhos marejados.

– Uhuh, meu sobrinho vai ser um tremendo jogador.

– Só se for o próximo, irmãozinho. Sinto que esse daqui é uma menina. - Ela sorriu para Rose.

É, pelo visto eu perdi muita coisa.

– Vocês me dão licença, vou atrás do meu amor. - E ela saiu atrás de James.

Eu e Rose fomos para a pista de dança, ficamos agarradinhos por alguns minutos até nos chamarem para ir ao jardim ver a queima de fogos. Faltava apenas cinco minutos.

Nos juntamos ao resto da família. Albus olhou o relógio.

– Se preparem. - Ele olhou mais uma vez. - Contagem regressiva!!!!

– Dez! - Todos gritamos juntos. Parecia até um coral.

– Nove!

– Oito!

– Sete! - Olhei a minha volta.

– Seis! - Rose me olhou e sorriu, seus olhos marejados de lágrimas.

– Cinco! - Dei um beijo em sua testa.

– Quatro!

– Três!

– Dois!

– Um! - E começaram os papocados de fogos. Eu agarrei Rose e dei um beijo naquela linda boca e ela correspondeu.

Era um novo ano, nova vida, novas coisas.

– Feliz ano novo, meu amor. - Sussurrei no ouvido de Rose.

– Feliz ano novo, amor. - Ela respondeu baixinho.