Voluntários - Interativa escrita por BDP


Capítulo 3
Capítulo 3 - Não Estresse Uma Wood


Notas iniciais do capítulo

Não se acostumem com minha rapidez, só estou postando o capítulo porque estou sem nada para fazer o dia inteiro, então tive bastante tempo para escrever. Lembrando: se seu personagem ainda não tiver aparecido, tenha paciência!
Micah Solari: http://2.bp.blogspot.com/-no-_QSPL7Wo/ULPhYWYJtPI/AAAAAAAADUc/q1BmIKPAm0o/s1600/205430_115126465318373_21365232
Sora Jennifer Foster: http://www.asianstars.ru/wp-content/uploads/2013/06/tumblr_m7f6atJQbH1qg3b1wo1_500.png



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(POV Elizabeth)

Estava no escritório, como sempre. Por mim, pesquisaria ainda mais sobre o governo. Tinha descoberto pouquíssimas coisas, não era suficiente. Mas não podia arriscar, até porque, agora, não era apenas minha vida em jogo. Tinha Charlotte e a pequena Lena. Então eu apenas continuei fazendo meu trabalho.

O que eu estava fazendo? Simples. Pesquisando sobre Lena, não tinha informação alguma sobre ela, e eu ainda não tinha lido ou visto nada sobre ela, a maioria dos Voluntários eu achei porque tinham registros deles roubando, mudando de casa e coisas do tipo. Mas não achava nada sobre Lena.

Alguém bate na porta e eu mando entrar. Sorrio ao ver que era Lena, com a mesma roupa de ontem, por não ter mais nada além disso.

– Dormiu bem, Lena? – Perguntei.

Ela assentiu e sentou na cadeira de frente para mim. Eu rapidamente escondo os papéis, não queria que ela percebesse que eu estava pesquisando sobre ela, isso poderia deixá-la ainda mais insegura.

Lena olhou para baixo e falou, bem baixinho:

– Você sabe por que eu tenho esse... poder? Eu não entendo...

– Você não sabe? – Perguntei, e ela negou. – Venha aqui, vou te mostrar a história dos Voluntários.

Comecei a explicar tudo para ela, e falei também que para ela ser uma Voluntária ela tinha quer herdar o poder de alguém, ou seja, que a mãe ou o pai dela foram Voluntários. Quando acabei de contar, ela começou a falar, baixinho:

– Eu, minha mãe e meu irmão viajávamos sempre, nunca morávamos no mesmo lugar por muito tempo. Era muito legal, nunca brigávamos, então minha mãe ficou grávida outra vez, mas morreu no parto, assim como meu irmão. Meu pai ficou viciado em bebidas, e aí, alguns meses depois da morte da minha mãe, homens de pretos e armados entraram na minha casa e mataram meu pai na minha frente. Eles subiram até o quarto de Henry, meu irmão, e o mataram também. Então eu comecei a correr e consegui fugir. Passei alguns meses na rua, mas me levaram para um orfanato, fui adotado por um homem abusivo que só queria a ajuda financeira que recebia por adotar uma criança, então eu fugi e passei semanas na rua. Então vocês me acharam.

Eu estava completamente chocada, há alguns minutos ela não abria a boca para nada, mas agora sussurrou para mim sua triste história. Eu a abracei e disse:

– Mas agora você está segura, ok? Eu e Charlotte vamos te ajudar a usar seu poder.

Ela assentiu com a cabeça e pulou para fora do banco, quando estava quase chegando na porta, ela se virou e pergunto:

– E quanto ao que você disse ontem? Era verdade?

– O que eu disse? De sermos como irmãs? – Perguntei, e ela fez que sim com a cabeça. – Sim, era verdade.

Lena sorriu e deixou o cômodo.

– Charlotte?! – Chamei.

Poucos minutos depois, Charles entra no escritório.

– O que foi?

– Vamos sair. Nós iremos procurar mais Voluntários – eu avisei, fazendo-a cruzar os braços.

– Nós não íamos treinar? – Perguntou.

– Nós vamos! Mas precisamos de mais Voluntários! E aproveitamos para comprar roupa para Lena.

– Tudo bem, tudo bem! Mas assim que voltarmos, você vai me ajudar a treinar!

– Perfeito! – Comemorei. – Mas agora venha me ajudar a escolher quem nós vamos procurar.

Charlotte veio até a mesa e começou a examinar os papéis.

– Porque não essa? – Perguntou, apontando para uma menina com descendência japonesa.

– Tudo bem. Mas por que a escolheu? – Perguntei, curiosa.

– Diz aqui que ela pode se auto-multiplicar, pode ser muito útil.

Dei de ombros e pedi para ela ir se arrumar, enquanto eu ia chamar Lena.

Depois de todas nós ficarmos prontas, saímos de casa, dessa vez, a pé. Enquanto caminhávamos, mostrei para Lena quem estávamos procurando e ela assentiu.

Primeiro, fomos para o shopping para comprar as coisas da Lena. Ela escolheu coisas roupas com tonalidades alegres e divertidas. Depois, quando estávamos pesando em frente a uma loja de material de desenho, Lena parou de andar bruscamente e entrou correndo para dentro da loja.

– Essa menina vai acabar com todo o dinheiro – reclamou Charlotte.

– Ah, deixa ela! Coitadinha, ela merece!

Eu entrei na loja e Charlotte me seguiu, revirando os olhos, é claro. Lena pegou um caderno de desenho e lápis de cor de várias cores, olhou para mim, como se pedisse permissão. Eu sorri, peguei suas coisas e comprei para ela.

Isso bastou para deixar Lena muito mais feliz, mas Charlotte estava estressada.

– Podemos ir mais rápido com isso? – Ela perguntou. – Ainda não achamos a Voluntária e está quase na hora do almoço! Então, se tivermos que parar para almoçar, vamos chegar à Mansão mais ou menos no meio da tarde, e vai mal vai sobrar tempo para treinar!

Assim que Charles terminou de falar, nós passamos por uma loja de violão e eu vi uma pessoa que me parecia familiar. Parei em frente a vitrine e fiquei examinando.

– O que você está fazendo? – Ela perguntou, parando também.

Sem respondê-la, abri minha bolsa e peguei os papéis com as fichas dos Voluntários. Comecei a procurar uma específica e quase morri de felicidade quando achei.

– Olha, Charlotte. Ele – fiz um gesto indicando o rapaz na loja – é o Micah Solari.

Charlotte pegou a ficha da minha mão e começou a analisar.

– Verdade! Agora nem estou tão arrependida de ter vindo aqui! – Ela exclamou.

Eu revirei os olhos e entrei na loja, puxando Lena comigo. Charles veio logo atrás. Comecei a andar até onde ele estava e falei:

– Oi, você é o Micah Solari?

– Sim... – respondeu o garoto, um pouco desconfiado. – Por quê?

Como não queria usar meu poder nele, entreguei as fichas. Entreguei também a de Charlotte, para ele ver que ela estava aqui, salva, e para que ele confiasse em mim.

– Venha comigo, por favor – pedi.

Eu peguei a mão de Lena, e comecei a andar pelo shopping. Fui para o estacionamento e comecei a explicar, aos sussurros, meu plano para ele.

– E seu plano envolve uma criança de seis anos? – Ele perguntou.

– Eu tenho oito! – Protestou Lena.

– Não, ela ia ser pega por eles, então nós a resgatamos – eu expliquei.

– Ah, por favor, decida-se! – Reclamou Charlotte. – Está dentro, ou não?

– Claro que estou dentro! Não tenho prova disso, mas eles tiraram o amor da minha vida! Você não deve entender.

Charlotte mantém a postura, ela arqueou a sobrancelha e perguntou:

– Mas alguma história traumática? Por que eu acho que não foi você que viu sua mãe morrer, e que teve de fugir, deixando seu pai – adivinha! – morrer. Também não foi você que, quando finalmente arranjou uma casa, e conseguiu amar outra pessoa como um pai, mas, um dia, quando chegou a casa, ela estivesse toda revirada e seu segundo pai morto! Amores vão e vêm, pais não! – Respondeu a garota.

Eu sabia que ela devia estar extremamente estressada. Charlotte detestava falar sobre seu passado, eu mesmo só sabia de metade da história. Agachei ao lado de Lena e falei:

– Lena, por que você e Charlotte não vão tomar um sorvete, que tal? – Dei o dinheiro para ela e as duas saíram de lá.

Quando as duas já tinham desaparecido, Micah falou:

– Olha, me desculpa. Não sabia que ela já tinha passado por tudo isso.

Eu neguei com a cabeça e disso:

– Não é a mim que você deve desculpas. E, se me permite falar, eu me perdoaria o mais rápido possível. Charles é orgulhosa e não gosta de falar do passado.

– Tudo bem, quando eu me encontrar com ela, peço desculpas.

– Quer dizer que você está dentro? – Perguntei.

– Claro.

Sorri nós fomos nos encontrar com Lena, que estava com um sorvete de chocolate e Charlotte, que não comia nada e ainda tinha uma expressão de raiva.

– Vamos? – Perguntei. – O Micah falo que vai nos ajudar.

Lancei um olhar para ele, como se dissesse “agora, peça desculpas” e fui andando na frente com Lena.

(POV Narradora)

Charlotte não queria conversa com Micah. Ela realmente ficou muito estressada com ele, afinal, ela tinha passado por coisas muito piores e não saia por aí, querendo que as pessoas ficassem com pena dela.

– Olha, Charlotte. Você vai querer me escutar, ou vai ficar fingindo que eu não existo? Porque isso vai ser difícil, afinal, a partir de agora, moramos na mesma casa.

Charles olhou para ele e falou:

– Então fale logo o que você tem para falar.

– Eu queria pedir desculpas – começou Micah –, não sabia que sua história é tão triste.

– Mas ela é. E nem por isso, saio por aí contando-a para as pessoas, para que elas sintam pena de mim.

– Ei! Não falei aquilo para vocês sentirem pena! Queria apenas explicar porque eu entrei e contar minha história, simplesmente como um gesto de confiança.

– Tudo bem – falou Charles.

– Então, estou desculpado? – Ele perguntou.

– Tanto faz.

Charlotte começou a andar mais depressa, deixando Micah para trás e voltando a acompanhar as meninas. O garota nada fez para andar ao lado delas, ficou ali atrás pensando na Alexys, a sua ex-namorada, morta, ninguém tinha explicação da causa, mas Micah tinha certeza que ela tinha sido capturada pelo governo. Ele olhou para Charlotte e sorriu, Charles o fazia lembrar Alexys, não pela aparência, mas a garota tinha o mesmo gênio forte e era tão determinada quando Alexys costumava a ser.

Quando Micah saiu dos seus pensamentos, eles já estavam fora do shopping. Ele resolveu que era melhor se apressar.

Assim que Micah se aproximou das garotas, Elizabeth lhe passou a ficha da voluntária que eles estavam procurando.

– Sora Jennifer Foster – Micah leu.

– Não é ela ali?! – Exclamou Charlotte, apontando para uma garota que estava atravessando.

– Corram atrás dela! – Pediu Lizie.

Micah e Charles imediatamente foram atrás de Sora, enquanto Elizabeth se ajoelhava na frente de Lena.

– Fiquei aqui, ok? Nós já voltamos – falou Lizie para Lena.

Assim sendo, Elizabeth saiu correndo atrás dos outros, crente que Lena ficaria ali, protegida. Mas a pequena era muito teimosa, e agora que tinha encontrado uma família, não ficaria sem fazer nada. Logo Lena também estava correndo atrás de Sora.

Micah e Charlotte foram os primeiros a alcançar Sora, eles pararam ofegantes e Charles disse:

– Sora, precisamos conversar com você.

Antes que Sora pudesse responder, Lena e Elizabeth chegaram, um pouco ofegantes também.

– Sora, eu sou Elizabeth, tenho dezoito anos. Essa é Charlotte, ela tem dezessete. Lena tem oito. E esse é Micah que tem...

– Dezesseis – completou o garoto.

– Muito bem. Sabemos quem você é, nós somos como você. E estamos juntos para...

Nesse momento, um barulho de várias armas sendo carregadas fez com que Elizabeth parasse de falar. Todos os cinco Voluntários estavam cercados por agentes do governo.

– Mãos ao alto! – Gritou um deles.

Elizabeth começou a ficar nervosa e se botou na frente de Lena. Porém Sora sorriu e em um segundo o lugar se tornou um inferno.

Eram dez Sora’s que batiam em todos os agentes, eles atirava contra ela, mas não sabiam qual era a verdadeira, então isso não causava dano algum a verdadeira Sora.

Todos estavam tão impressionados com o desempenho da garota, que não prestaram atenção em mais nada. Só se ligaram que deviam estar mais atentos quando Charlotte gritou.

Um dos agentes estava tão desesperado para atingir a Sora verdadeira que estava disparando para tudo quanto é lado. E um tiro tinha atingido a perna da Charlotte, que caiu no chão, ainda gritando.

Elizabeth se ajoelhou ao lado de Charlotte, puxando Lena consigo e Micah também seguiu o gesto de Lizie. Charles passou a mão em cima do ferimento e depois começou a levantá-la lentamente, pela sua expressão dava para ver que ela fazia muito esforço. Á princípio, Elizabeth não entendeu o que Charlotte fazia, mas depois percebeu que a garota estava tirando a bala que ficara alojada na perna dela.

Depois de muito sofrimento, Charles conseguiu. A bala saiu de sua perna enquanto a garota arfava casada do esforço que teve de fazer. E, por mais que a bala tivesse saído, a dor ainda era muita. Micah estava desesperado, ele colocou as mãos ao redor do ferimento e fechou os olhos, se concentrando.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Gritou Charles.

Charlotte gritou de dor, mas logo percebeu o que Micah fazia. Ele estava curando a perna dela. Quando o garoto tirou as mãos da perna dela, Charles já estava curada.

– Obrigada – disse Chales, surpresa.

– Não foi nada – respondeu Micah.

Elizabeth e Lena se levantaram e suspiraram, aliviadas. Micah também se levantou, e ajudou Charlotte a fazer o mesmo.

Todos os agentes já tinham desistido de lutar.

– Vou apagar a memória deles, assim como fiz quando encontramos Lena, para que eles não saibam que estamos juntos – avisou Elizabeth.

Lizie repetiu todo o processo, exatamente como na última vez, e, obviamente, estava cansada quando tinha terminado o trabalho.

– Acho melhor irmos almoçar antes de voltarmos para casa – sugeriu Charlotte, mesmo querendo, na verdade, voltar logo para a Mansão. Charles sabia que Lizie precisava descansar antes de voltar andando. Também não sabia se ela mesma tinha condição de ir a pé.

~~~

Depois do almoço, os cinco Voluntários passaram na casa de Sora – ela, como os pais, vivia se mudando, mas pelo menos tinha uma moradia – e pegaram as coisas necessárias. Micah já tinha tudo que necessitava: seu violão, seu caderno onde ele escrevia as músicas que compõem e roupas.

Então eles, finalmente, começaram a voltar para a mansão. Elizabeth já tinha descansado, então para ela não teve problema algum voltar a pé. Porém para Charlotte teve, por mais que a perna dela não estivesse mais machucada, ela ainda tinha que se recuperar, então Micah acabou tendo que levá-la no colo.

Quando chegaram à Mansão, Lena foi direto para seu quarto guardar sua roupas novas. Elizabeth mostrou os quartos de Micah e Sora e foi para o escritório, atualizar as fichas dos Voluntários.

Elizabeth estava quase terminando seu trabalho quando Charlotte apareceu e disse:

– Você falou que ia me ajudar a treinar!

– Charlotte, você tem que descansar! – Elizabeth exclamou.

– Dane-se a minha perna, vamos treinar de uma vez por todas!

– Tudo bem! – Elizabeth se deu por vencida.

As duas foram para o centro de treinamento e estavam prestes a começar a treinar, quando Lena abre a porta e entra no cômodo.

– Argh! O que houve agora? Não consigo sequer treinar em paz! – Exclamou Charlotte, estressada.

– Lizie, um carro muito caro está vindo em direção a casa!

Elizabeth e Charlotte se entreolham preocupadas. A maioria dos Voluntários eram pobres e fugitivos, então elas facilmente concluíram que só podiam ser agentes do governo.

– Lena, vá chamar Micah e Sora, ok? – Disse Elizabeth, tentando fingir que estava tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Eu botei duas narrações: em primeira pessoa e em segunda para vocês verem qual vocês preferem, ok? O que acharam dos personagens novos?
Se os criadores dos quatro personagens que já apareceram tiverem algo para reclamar, é só falar nos reviews, sim?