Teleperian a Arvore Branca (ABANDONADA) escrita por Fantasminha98


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Então demorei, mas aqui está o capítulo 2 espero que gostem!

Resposta quis cap. 1

— Enrolados - Na parte que um raio de sol caio na terra e nasceu uma flor mágica.
— Harry Potter - Magos, quartos encantados para serem maiores por dentro e quadros que se mechem.
— Fairy Tail - Dragon Slayers.
— Jogos Vorazes - Pássaro tordo.
— Senhor dos Anéis - Nomes e a Ilha de Númenor.
— Zelda - Nomes dos personagens.



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A chuva voltou, tinha se transformado em uma garoa fina, mas ainda gelada. As gotículas escoriam pelo meu rosto estava tão frio que vejo a fumacinha sair da minha boca ao respirar. Se o tempo continuar assim... talvez amanha, ou melhor, hoje não faça sol, penso.

Fico olhando as estrelas por mais um bom tempo, sem me incomodar com a garoa, a mais brilhante no céu é a de Elendil. Riu baixinho ao lembrar das histórias que minha mãe contavam quando era criança.

— Como se duas estrelas pudessem se apaixonar...

Levanto porque logo vai amanhecer. Olho para a rua, silenciosa, do jeito que eu gosto. Me seguro em um cano e escorrego até a calçada abaixo, caio bem em cima de uma poça e minhas botas chapinam. O barulho assusta um gato que dormia no beco e ele mia irritado para mim, mas eu simplesmente o ignoro voltando para meu caminho. Estou mais longe do Bar do Hlóke(1) do que eu esperava.

— Calion vai me matar. - Digo batendo a mão na testa.

Apesar da provável bronca que levaria quando chegasse desço a rua calmamente, já que o sol ainda não nasceu. Ainda devo ter umas três horas de paz até a cidade acordar. Quando viro a esquina sinto o cheiro de rum no ar e com mais alguns passos estou na frente do bar. Hlóke é um lugar deplorável, uma taberna cheia de bêbados, prostitutas... e bem, o lugar fede! Felizmente hoje o velho Fenor não este caído, desmaiado, na porta do bar. Quando entro três prostitutas já vem me abraçando.

— Olá querido... - Diz a loira.

— Você deve estar tão cansado... – Diz a outa se curvando a minha frente mostrando o decote.

— Desculpa queridas... – Digo tirando o lenço que cobria meu rosto. – Não estou interessada.

— Ah você! – Reclama, a loira, com a voz de nojo e me empurrando. Rio enquanto as três saem rebolando para atormentar outro coitado.

Atravesso o cômodo rapidamente, abro uma porta secreta e desço a escada. Quando estou no último degrau, escuto:

— Olha quem chegou! – Grita Calion balançando uma garrafa de vinho. – Cadê meu dinheiro?!

— Oi! Também senti saudades Calion. – Ironizo.

O cômodo é bem mais organizado que o de cima, na verdade não tem como compara. Ele é espaçoso e limpo, mas tem pouca iluminação, já que a mesma é feita a base de castiçais de velas. Sempre há um grupo de músicos tocando e tem mesas tanto para se sentar, beber, conversar com mais privacidade, além é claro das mesas direcionadas para jogos de azar e cartas. A mais famosa das mesas de cartas é a do meu amigo Eled, mas hoje ele não estava jogando.

— Hally, querida! Você sabe que eu te amo! Até vou abrir uma garrafa do seu vinho favorito e de graça! Foi o Eled quem achou essa raridade.

— Oi Hally... Linda como sempre! – Suspira meu amigo.

— Você não desiste né Eled. – Reviro os olhos. – Mas obrigada pelo vinho.

— Disponha.

Eled é meu amigo e é um cara bonito, musculoso, tem o cabelo moreno e olhos castanhos claros. Totalmente o meu tipo de homem, mas romance só vai me atrapalhar. Eu já fiquei com ele uma vez, mas foi por pura distração. A especialidade dele é cartas e truques de ilusão, depois de mim, é o melhor da corporação ou como alguns chamam da “A Guilda”.

Na verdade o bar do Hlóke é apenas um disfarce para A Guilda da Hlóke ou como os cavaleiros do castelo nos chamam “A Corporação de Oficio Ilegal da Hlóke”, mas como eles nunca conseguem nos pegar… sem provas… sem crime! No primeiro andar é um bar pé sujo com bêbados, prostitutas e... Descendo a escada escondida tem a aria VIP onde assassinos, ladroes e caçadores de recompensa contratados se reúnem para achar trabalho.

Calion é quem manda na guilda, recebe a grana de recompensa ou de roubos feitos pelos membros e o mais importante é ele que decide para onde o dinheiro vai. Normalmente ele paga por trabalho e o que sobra, que é a maior parte, manda para orfanatos e hospitais clandestinos.

— Aqui. - Digo e coloco as três bolsas de dinheiro no balcão junto com a espada antes de sentar ao lado do Eled.

— Você foi na...

— Loja de penhores perto da ponte. Burg... sei lá do que.

— Ah sim... Odeio o Burg! Um dia o vi cobrando o triplo do valor para uma dama cujo pai esta de cama. Um sujeito deplorável. – Disse Calion pegando o dinheiro e me passando uma caneca com vinho.

— Foi bem fácil até essa espada, inútil que você pediu para eu roubar, esbarar nuns frascos de poções e acordando um Tordo vigia.

— Uma bela espada deve disser! – Fala ao tirar a espada da bainha elegantemente adornada.

— Uma bela porcaria isso sim.

Tomo um grande gole do vinho e aproveito o sabor amargo e doce.

— E ai? O que aconteceu? – Pergunta meu amigo.

— Ai, Eled? A patrulha do porto apareceu! Um bando de desengonçados em armaduras barulhentas. Ridículo! – Dou outro gole e acabo com o copo, Calion logo o enche novamente. – O pior são os guardas gritando “Pegue ele”, “Não deixem que ele escape!” – Faço uma péssima imitação. – Por acaso tenho cara de homem?!

Eled, com uma cara engraçada, faz menção a responder enquanto Calion apenas começa a gargalha.

— Ah cale a boca! Não quero saber sua resposta. E você também. – Aponto para o mais velho.

— Eu não disse nada. – Responde Calion levantando as mãos em rendição e servindo-me mais vinho. – Mas e ai? Eles eram bons?

— Um quase me enforcou ao puxar minha capa e...

— Viu! – É o que eu sempre digo. Nada de capa!

— Oi Edna... – Cumprimento a moça que acaba de chegar e sentar no banco ao meu lado.

— O de sempre. – Diz ela para Calion.

— Aqui! – Responde passando para ela uma taça cheia de um liquida transparente, com um forte cheiro de álcool, e duas azeitonas.

— E ai, Edna, você não estava nos jornais em um desfile prego? Praga? – Pergunta Eled.

— Milão, meu amor. Milão! – Diz ela virando pra meu amigo. – Um bando de nobrezinhas ricas. Mimadas, burras, magrelas e só pensão nelas mesmas! Eu criava para deuses! – Diz abrindo os braços teatralmente e logo se volta para nós. - Mas e ai? Algum de vocês tem algo para me desafiar?

Edna é uma estilista de moda para a nobreza no seu tempo livre. Normalmente é uma caçadora de recompensas especializada em disfarces. Ela tem uma das lojas de roupas mais famosas de Hyarnustar e a administra apenas por diversão. É baixa, magra e um tanto exagerada.

— Na verdade eu preciso de um remendo. – Digo tirando a capa e depois a blusa de manga comprida ficando só com o espartilho de couro preto.

Eled me olhou de cima a baixo o que me faz revirar os olhos. Passo a blusa preta, que era criação da própria Edna, para ela que pega o material diferente, bem maleável e resistente. Recoloco a capa me cobrindo para não tentar Eled.

— Hum... È um trapinho meio demodê, mas bem forte... E você conseguiu abrir um túnel aqui!!! – Gritou ela horrorizada. - O que anda fazendo Hally? – Perguntou sugestiva.

— Era o que eu estava contando antes de você chegar com toda essa sua síndrome sobre capas.

Ela apenas revira os olhos e dá um gole em sua bebida.

— Eu me livrei do cara que agarrou minha capa e o joguei sobre uma mesa cheia de livros ou algo parecido, ai veio um segundo que acertei com uma bandeja. O idiota desmaiou na hora! – Ri. - Foi ai que apareceu o terceiro. Aquele canalha desgraçado! Ele acertou meu braço com a espada e cortou a blusa, o corte na pele foi superficial, mas por pouco não acabei com ele. Consegui escapar pelo telhado da loja, os guardas me perseguiram por um tempo, mas eu os despistei perto do cais. – Digo dando de ombros e tomando mais um gole do meu vinho acabando com o quarto ou quinto copo.

— Entendi... Bem isso aqui é um modelito de mendigo, amor. Não pode se vestir assim! Eu não vou deixar! – Fala Edna. - A quinze anos podia ser, mas agora!

— Mas... como assim? É uma criação sua! – Digo pegando a blusa de suas mãos antes que ela jogasse fora.

— Quem vive de passado é museu. O futuro a gente faz agora!

— O que?!

— Você precisa de outra roupa, com certeza! – Diz ela pensativa me ignorando.

— Outra roupa?! E como é que eu vou arrumar outra roupa?!

— Não vai! É impossível! Eu to muito ocupada pede para outra pessoa!

— Espera... Espera. Você quer fazer outra roupa pra mim? É isso?

— Ai você força a barra... mas eu vou aceitar, meu bem! – Ela pega um bloquinho de desenho, que eu não sei de onde ela tirou, e começa a fazer os esboços. - Vai ser o máximo! Dramática...

— É... Uma roupa clássica que nem a da Thoronath, ela tinha uma roupa legal! A capa e as botas, eram lindas!

— NADA DE CAPA! – Grita.

— Não é ela quem escolhe? – Pergunta Eled.

Edna apenas o encara com um olhar mortal. Ele não devia ter dito isso.

— Você lembra do Celed? Alto, controlava tempestades, bom rapaz. Gentil com as crianças!

— Escuta Edna… – tentei.

— Tudo ia bem, outro dia de glória, quando a capa prendeu na roda de uma carruagem desgovernada e em chamas!

— O Celed nunca foi um poço de inteligência! – Diz Eled e começa a rir junto comigo.

— A Barad! Capa presa numa roda de um moinho!

— Edna não dá pra generalizar essas coisas e...

— Haldor: Barco de carga. Luthi: Capa presa na fuga. Ulmo: Sugado por um redemoinho. - NADA DE CAPAS! - Grita. - Agora bem, sua roupa nova fica pronta antes do próximo por do sol.

— Edna eu só preciso de um remendo… – Tento novamente. - Por razões sentimentais. – Apelo.

— Hum. Tá! Eu também faço um remendo nesse seu trapinho. – Diz ela, franzindo o nariz e tomando a blusa de volta.

— Você é a melhor de todas Edna!

— É eu sei amor, eu sei disso!

Ela toma mais um gole da taça e se levanta, levando minha blusa, se despede e sai cheia da pose.

— E então... Cadê meu pagamento?! - Pergunto para Calion que limpava alguns copos com um pano encardido.

— Toma. – Responde me passando um saco de veludo verde cheio de moedas.

Conto as moedas e reclamo:

— Não sei por que me dou ao trabalho de continuar aqui! Você nem pagar direito paga!

— Pense que... Você está ajudando criancinhas carentes e doentes. – Responde gozando da minha cara.

— Claro! – Digo sínica. – Eu também sou carente sabia? De qualquer forma tô indo. Hoje à tarde a gente se vê.

— Já vai? Não bebeu nem um copo direito.

— Na verdade, Eled. Tomei uns cinco copos!

— Já pensou se sua mãe soubesse que você está quase uma hora bebendo num lugar cheio de ladroes e assassinos!

— Ela sabe Calion. Esse é o meu trabalho.

Saio e quando estou na escada o ouço gritar:

— Manda um beijo para sua mãe por mim!

— Nunca! Desiste Calion. Ela é boa de mais para você! - Grito de volta.

Atravesso o bar e saio para a rua, o sol não nasceu ainda, mas deve faltar meia hora. Fiquei mais tempo na guilda do que eu tinha imaginado. Ando em direção ao porto e o ar adquire um aroma salgado conforme me aproximo do mar. Uma brisa gelada me atinge e eu me enrolo na capa para me aquecer. Levo cerca de vinte minutos para chegar a estalagem e quando vou virar a esquina sinto o cheiro de pão fresco, vindo da padaria ao lado.

Nienna vai gostar de ter pão fresco para o café da manha, penso. Passo na frente da estalagem e da padaria para virar e entrar no beco aos fundos das duas. Como devem ser quase cinco e meia da manha, Peeta o filho do padeiro já deve estar assando uma fornada para vender quando a padaria abrir. Tento abrir a porta dos fundos que felizmente está destrancada. Ótimo!

Abro uma frestinha e vejo Peeta tirando uma fornada de pães e colocando numa bancada, logo depois ele sai. Entro e a luz me cega já que passei a noite toda no escuro. A cozinha é bem iluminada o que permite, assim que me acostumo, ver o forno a lenha enorme, uma parede só de armários cujas portas estão etiquetadas com nomes de ingredientes e utensílios de cozinha, uma bancada de madeira que fica perto do forno, uma mesa media no meio do local, e por último as portas duplas que levam para a loja.

Pego um saco de papel da pilha, que está na mesa de madeira, ao lado de um bolo decorado só pela metade. Quando estou para pegar o primeiro pãozinho o garoto volta. Escondo-me rapidamente em baixo da mesa, é um péssimo esconderijo, mas a toalha me fornece um pouco mais de proteção. Espero ele sair de novo e levanto, pego os pães, que queimam minha mão e os coloco no saco, mas quando estou saindo escuto:

— Você não precisa fazer isso, sabia.

Viro e vejo o garoto de no máximo quinze me olhando. Peeta é um garoto loiro de olhos azuis, ele trabalha na padaria do pai ou na feira com os dois irmãos mais velhos, que por sinal são umas gracinhas. Não sei onde esta a mãe dele, acho que foi embora ou algo do tipo. Nunca conversei com o garoto, só o vi nas vesses em que minha irmã me arrasta para a padaria ou quando estou ajudando minha mãe na feira.

— Você sabe que eu já te vi fazendo isso muitas vesses e que sua irmã sempre vem pagar depois.

— Ela paga?

— Paga. – Diz ele cruzando os braços. – Você trabalha na guilda do Calion né?

— Como você sabe?

— Ele veio entregar um dinheiro, que meu pai estava precisando, sem cobrar nada. E deixou escapar que devíamos agradecer a você.

— Bem, garoto... – Começo a dizer enquanto pego um pó roxo que está em um saquinho preso no meu cinto. – … você é muito inteligente e... sabe de mais... – Rapidamente sopro o pó em seu rosto. Peeta olha, maravilhado, o pó cintilando no ar e ao respira-lo seus olhos perdem a cor, nessa hora aproveito para acerto sua cabeça com uma bandeja que estava sobre a mesa. Ele cai desmaiado e eu o seguro no momento que sua cabeça acertaria o chão.

— … e isso não pode ficar assim. – Termino a frase e pousando a sua cabeça delicadamente no chão.

Saio da padaria e aproveito que estou no beco atrás da estalagem para subir pela escada de emergência até o andar que eu moro. Abro a janela recitando um feitiço silenciador para não acordar minha irmã assim que entro no quarto, atravesso-o e abro a porta que dá para nossa pequena sala. Noto que a porta do quarto da minha mãe também está fechada, ela ainda deve estar dormindo, coloco o saco de pães na mesa e volto para meu quarto. Jogo-me na cama, por cima das cobertas mesmo, e fecho os olhos.


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Notas finais do capítulo

Oi gente espero que tenham gostado e ai vai algumas explicações!

1) Hlóke = Serpente na linguá dos elfos.

Quiz:
Identifique as referências tiradas de outros livros. (opcional.) :D

Obrigada por lerem.
Fantasminha