The Original Diaries O Mistério de Caroline Forbes escrita por Liliane de Paula


Capítulo 10
Fim


Notas iniciais do capítulo

Como o prometido, vou postar mais um capítulo.
Boa leitura!



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As lágrimas escorriam por meu rosto, banhando o mesmo e minha veste preta em respeito ao dia de luto. Toda a cidade estava em minha casa, e Elizabeth, abusada como era, estava ali, provavelmente fingindo aquele choro falso, recebendo as pessoas.
Dei uma última olhada para o rosto do meu pai. Estava lívido, sem vida, o que era óbvio, mas parte de mim não queria acreditar. Parte de mim ainda acreditava que ele poderia voltar a vida.
Minha mente estava silenciosa, era como se todo o meu cérebro entrara num estado de letargia, e eu agradecia por isso, pensar naquele momento me deixaria ainda pior. Funguei fundo para reprimir o choro e não suportando mais, me direcionei aos fundos da casa, e me sentei num degrau que dava para o pequeno jardim que possuiamos. Até mesmo o jardim estava sem vida. Pensando bem, tudo estava sem vida.
Deixei que meus olhos percorressem a área ao redor da minha casa, e na verdade, tudo estava morto. Não havia mais verde, não havia mais cor. Baixei os olhos e olhei para minhas mãos enlaçadas sem saber o que fazer.
Minha preocupação de hoje mais cedo, era saber onde Sammy estava, mas soube que estava na casa de Lucy, alheio à toda a situação, e por hora preferia que não soubesse, afinal éramos nós dois quem tinha mais afeto ao meu pai, e para falar a verdade, eu não tinha coragem de contar, não sabia como dar aquela notícia.

– Lady Caroline! - uma exclamação soou atrás de mim e senti todo o meu corpo enrijecer. Todos os meus pêlos se eriçaram ao ouvir a voz que nunca fora bem vinda, ao menos não para mim. Levantei os olhos e fitei Lorde Niklaus que tinha um leve sorriso torto em seus lábios, quase como se tivesse tentando conter uma gargalhada, e soltei um leve suspiro.

– Como você está? - perguntou cinicamente e baixei novamente os olhos, agora decidida a não encarar aquele ser desprezível novamente. - Entenda que tudo isso foi sua culpa, Caroline, se não fosse por sua teimosia, seu pai estaria vivo e vocês dois, provavelmente, estariam tomando um chá e jogando conversa fora. - ele suspirou. - Acontece que novamente você me traz problemas. Katerina fugiu.
Silêncio.

– Sei que sabe aonde ela está se escondendo, uma vez que tem o dom de descobrir coisas em relação à ela. Diga-me aonde ela está e posso trazer seu pai de volta a vida. - olhei para ele. - É o que quer, não é? Seu pai de volta?

– Eu não tenho ideia de onde Katerina está, e obrigada pela sua gentileza, Lorde Niklaus, mas recuso sua tentativa de me chantagear para conseguir o que quer. Desculpe, pergunte à alguma outra pessoa.

– Ah, Caroline, você com certeza não deve ter me escutado direito!

– Niklaus, chega. - Elijah! O moreno apareceu na minha frente e fez uma reverência que na situação atual era desnecessária, e tentei lançar o melhor sorriso seco que pude, sem sucesso. - Respeite a moça ao menos em seu momento de luto. - repreendeu o irmão. - Meus pêsames, Lady Caroline, creio que seu pai está num lugar melhor agora.

– Obrigada, Lorde Elijah. - agradeci tristemente.

– Com licença. - assenti. - Vamos, irmão. - Niklaus me encarou com ódio e se retirou dali, e balançei a cabeça para esquecer aquele assunto. Monstro. Era a realmente a única palavra que o definia.
Enquanto o praguejava mentalmente, senti minha visão ficar turva e pontadas agudas atingir meu estômago. Apoeiei-me no chão e fechei os olhos, respirando fundo. Aquela estranha sensação novamente! Não, por favor, agora não!
Passaram-se alguns curtos minutos e as pontadas haviam parado, e respirando fundo por diversas vezes para recobrar o juízo, abri os olhos, e molhei os lábios secos em alívio. Um leve desconforto passageiro.
Pisquei por algumas vezes e me levantei, andando para longe da casa, para longe da propriedade Forbes.

Parei em frente à uma casa, perguntando-me como fora parar ali. Uma casa velha, aparentemente abandonada. As janelas estavam quebradas, e a grama já se instalara na madeira da residência. Olhei para os lados e sem hesitar, entrei na casa, realmente abandonada. Quadros quebrados, sofás rasgados, uma verdadeira imundice. Virei a esquerda e avistei uma longa escadaria de madeira, e agora, hesitante, desci as escadas que rangeram sob meus sapatos de salto. Abri uma porta ao lado do fim das escadas, e ali parecia ser um quarto... Outra porta do outro lado do cômodo e atravessando o mesmo, passei pela passagem que dava para um outro quarto com direito à um sofá. Uma típica casa velha com costumes antigos. Era difícil ter um sofá grande num quarto.
Fui até o sofá, empurrei o mesmo sem esforço e puxei o tapete, e franzindo a testa por me deparar com uma passagem secreta, abri a mesma e desci as escadas cuidadosamente.
Haviam várias portas, e estranhamente, minha mente me guiou para a central, no meio de todas, a única solitária, e caminhei para ela, abrindo a mesma, escancarando a boca ao ver uma massa de cabelos escuros e cacheados que eu tanto conhecia.

– Katerina? - minha voz não passava de um sussurro. Ela se virou e pareceu surpresa por eu estar ali.

– Caroline? O que está fazendo aqui? - notei que havia dois homens grandes ao seu lado, guardando uma... porta?

– Eu... não sei. - admiti. - Você tem que fugir, não pode permanecer aqui. - avisei.

– Eu soube de Bill. - disse. - Sinto muito, eu o amava como um pai. - assenti sorrindo, estava feliz por vê-la bem. - Mas como sabe que tenho que fugir?

– Lorde Niklaus tentou me chantagear, se eu dissesse aonde você estava, ele traria meu pai de volta.

– E você disse a ele onde estou?

– Não! É claro que não! Eu não fazia ideia de onde você estava. - acalmei-a. - Ele é horrível, Katerina.

– Eu sei, eu sei. - suspirou e seu semblante ficou duro. - Estão ouvindo? São cavalos. - me encarou. - Caroline, o que você fez?

– O que? Eu não... - minha voz morreu quando eu ouvi passos acima da nossa cabeça. - Oh! Fuja, Katerina! Fuja! - olhei para a porta, desesperada. - Ele deve ter me seguido! - a ficha caiu. Ele deve ter ficado a espreita. Voltei-me a morena que agora estava desesperada.

– Desculpe, pequena Caroline. - voou em mim numa velocidade alarmante e arfei ao sentir algo duro, gélido e cortante penetrar minha pele sem aviso e cambaleei, segurando em seus ombros pequenos.

– Ka... Katerina... - baixei os olhos lentamente para minha barriga e gemi em dor ao ver uma faca grande cravada pouco abaixo da minha costela, e voltei a fitá-la.

– Me desculpe. - uma lágrima escorreu do seu rosto. - Antes você do que eu. - ela voltou-se para os homens e os três fugiram pela porta, desaparecendo.
A outra porta, que eu deveria estar protegendo, foi arrombada, e vultos se passaram, seguindo seu rastro, e em uma agonia dilacerante, cai a chão, agonizando, apertando ao redor da arma entalhada em mim.
De repente meu corpo foi pego e jogado sem delicadeza alguma numa parede. Gemi pelo impacto causado e cai no chão, sem força alguma para me levantar, e novamente eu fui pega, e gritei e chorei em desespero quando dentes afiados morderam meu pescoço em pura possessão. Mais fundo, chegando a mais profunda carne, debati-me em dor, tentando me desvincilhar daquele demônio que drenava meu sangue. Ele fechou sua mordida, e levou a cabeça para trás, levando um pedaço do meu pescoço de mim consigo e soltei outro grito de socorro. Ele me soltou e escorreguei, tremendo compulsivamente em pânico.
O monstro lambeu os lábios ensanguentados como se meu sangue fosse a melhor das refeições e foi até seu comparça, seu irmão. Aquele irmão que havia me desejado seus pêsames.
– Eu quero Katerina, Elijah. Se não a encontrar, eu juro que te matarei. Isso é uma promessa, irmão.

– Niklaus... - sussurrei com a voz entrecortada e ele se virou para me encarar em pura arrogância. - Seu pai está vindo... - tossi, engasgando com meu próprio sangue. - Com o carvalho branco... - sorri com sua reação, era de pânico, desespero, como há segundos eu estava, e covarde como ele era, ele fugiu, deixando seu irmão para trás. Elijah me deu uma última olhada, de dor, e voou, fugindo também.
E ali jazia meu corpo, como de meu pai.
Enfim, havia acabado. Finalmente eu havia encontrado a paz...


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Notas finais do capítulo

Gostaram, amores?
Este é o fim de "O Mistério de Caroline Forbes", porém vou fazer uma continuação, e para isso, eu vou demorar um pouco pois preciso fazer a capa e botar a história em andamento.
Esta fic é bem curtinha, pois tinha a intenção de que vocês entendessem como era a vida de Caroline.
E espero que tenham gostado, inclusive desse capítulo gigante. KKK
Até mais, queridos leitores, obrigada por todo o apoio!