Entramos na estrada que nos levava a La Push e apoiei minha cabeça no ombro de Jake, que olhou pra mim rapidamente e sorriu. Logo voltou seu olhar para a estrada. Continuei ali, até que senti frio. Como Jake não poderia me abraçar encolhi-me mais para perto dele. Vendo o meu estado, ele parou no acostamento e me deu seu casaco.

– Toma. Não quero que fique com frio.

– Obrigada.

Ele ficou me observando colocá-lo e depois como se estivesse acordando de um pensamento, balançou a cabeça e ligou o carro.

Depois de 10 minutos chegamos lá. Paramos o carro, no final da trilha, que nos deixava exatamente na reserva. Saímos do carro e logo Seth correu até mim e me abraçou.

– Pequena, que saudade. – Disse já me soltando.

– Também tava, lobinho. – Ele me deu um beijo na bochecha e foi falar com Jacob.

– E aí irmão? - Disse fazendo um toque com as mãos.

– Tô bem. – Quando Seth o abraçou ele cochichou, mas graças a minha super audição, pude ouvir. – Depois eu quero falar com você sobre meu Imprinting.

Como assim Imprinting, o que é isso? Ignorei e esperei eles terminarem de se falar.

– Vamos? - Disse Jake posicionando-se ao meu lado e colocando seu braço pelo meu ombro.

– Aham. – Pensei em perguntá-lo o que era Imprinting mas a adorável Leah apareceu, tirando toda ou parte da minha felicidade. Nunca fui com a cara dela e nunca irei.

– Oi Jake. – Disse a querida Leah animada. Depois de olhar pra mim , revirou os olhos e perguntou ao Jake.

– Trouxe sua vampirinha? Você sabe que não pode né..

Raiva, raiva, raiva. Claro que posso, sempre vim e não é por causa de uma loba insignificante que eu vou deixar de vir para La Push. Pensei em mostrar esse pensamento para Jake, mas não sabia como ele reagiria, talvez risse ou simplesmente acharia ridículo. Com a incerteza, resolvi ficar com ele só pra mim. Dei um sorriso irônico a ela e a mesma retribuiu.

– Leah, deixa a em paz, você sabe que ela não traz perigos. – Ela resmungou e virou as costas. - Agora vamos!

Fomos até a fogueira e nos sentamos em alguns troncos de árvore, hoje não seria para contar nenhuma história Quileute, apenas relaxar e comer algumas bobagens e claro, conversar. Sentamos perto de Emily e Sam, dei um beijo em Emily e voltei minha concentração para o fogo que saía da fogueira pois era diferente, era azul, graças ao sal que vinha dos gravetos, muito belo e interessante. Foi nesse momento que minha cabeça estava vazia de qualquer outro pensamento até que notei que Jake estava me observando.

– O que foi? -Perguntei com curiosidade e cautela na voz.

– Nada, nada não. – Balançou a cabeça e me perguntou.

– Quer marshmallows? Estão uma delícia.

– Claro.

Ele pegou um graveto e colocou dois marshmallows na ponta, pôs no fogo e começou a conversar comigo.

– E aí, como foi a viagem para a Europa?

Nos não tivemos muito tempo desde que voltei, já que a maioria das noites ele tinha ronda para fazer, de vez em quando ele pedia ao Seth para cobrir seu turno, mas não era toda noite que ele podia, já que por ser o Alpha tinha que “dar o exemplo”.

– Foi ótima, fomos à Espanha, Paris, Londres, fizemos um mini tour por lá. – Ele riu.

– Os Volturi não te perturbaram, certo?

– Não. Graças a.. – Fui cortada.

– Vampiros acreditam em Deus? -Perguntou, de inicio achei a pergunta meio estranha pelo fato de nunca ninguém ter me perguntado ou argumentado sobre o assunto.

– Acho que sim, já que sabemos que vamos para o inferno.

– Não creio que você vá para o inferno. Nunca matou nenhuma pessoa ou vez mal a ninguém.

– É quem sabe eu vá para o céu, e ficarei ao seu lado lá.

– É.. Mas eu já matei pessoas.

– Putz, então algum dia eu mato uma para poder ficar ao seu lado.

– Que horror. – Disse ele gargalhando. O que logo me fez rir também. - Sentiu minha falta? - Perguntou Jake.

Era uma pergunta óbvia, e sem muito a ver com que estávamos falando antes, mas preferi responder educadamente.

– Claro que sim, como que eu poderia não sentir falta desse gigante que convivo. – Ele gargalhou.

O fato dele ser 35 cm maior que eu, comprova que ele é um gigante ao meu ver.

– E você? Sentiu a minha? -Perguntei corando e acho que ele percebeu. Que droga, por que isso acontece quase toda hora? Meu pai me disse que puxei isso da minha mãe,obviamente quando ainda ela humana.

– Não, só quase morri! Ficar 1 mês sem ver minha Nessie é demais pra mim . – Sorri.

Sentia o mesmo que ele, mal suporto um dia, mas até que consegui, graças a maravilhosa tecnologia, também chamada de internet e celular. De vez em quando, quando minha tia não marcava algum passeio “surpresa”, nós nos falávamos por WebCam. Mas não era a mesma coisa que ouvir sua voz pessoalmente, sem citar o cheiro dele, que pra mim,é um dos melhores aromas do mundo.

– Digo o mesmo.

Ficamos um tempo só olhando dentre dos olhos quando de repente, vi uma chama dentro dos olhos dele, não de sentimentos, mas uma chama real.

– Ai meu Deus, os marshmallows! - Falei gritando. Logo olhei para eles que estavam realmente pegando fogo. Então Jake os jogou dentro de um balde de água, que provavelmente já tinha sido gelo, onde estavam guardando as cervejas, que não havia mais nenhuma. Assim que mergulhou os marshmallow na água ele retirou, revelando, um mesmo torrado. Rimos disso e ele jogou fora aqueles, colocou outros no graveto e pões no fogo, mas dessa vez, prestando atenção neles. Depois de uns 5 minutos nossos marshmallow estavam prontos, comemos enquanto conversávamos.

Logo após ouvi Rachel pegar seu violão e tocar uma música, que deveria ser nova, já que nunca tinha ouvido. Era uma melodia doce, e suave. Que combinava muito bem com sua voz.

Encostei no ombro de Jake como fizera no carro mas desta vez ele me abraçou de lado. Fazendo com que eu me aquecesse mais ainda.

Uma grande mecha de cabelo, digamos ser minha franja, começou a cair sobre meu rosto, a coloquei atrás da orelha, mas não corretamente, pois não queria ter que me soltar dos braços de Jake. E ela teimosamente, caiu novamente, e novamente, até que na terceira vez, ele me colocou na sua coxa, o que me fez ficar meio nervosa com seu ato, ficando de frente para ele e tirou a do meu rosto com delicadeza, colocando a atrás da minha orelha, seus olhos olhavam diretamente dentro dos meus, e me senti corar novamente. Abaixei a cabeça e ele me puxou para seu peito, me aconchegando em seus braços. Ele chegou até o meu ouvido e disse:

– Você fica linda quando fica com vergonha.