Falling in Love escrita por Lady Luna Stark


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Esse é do Scorpius Gato Malfoy!



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Narrado por Scorpius

–Se você está falando comigo ruiva, não eu não tenho. -pisquei para Rose.

Ela vez uma careta que eu ignorei. Essa ruiva ainda me mata.

Mas senti que ela relaxava aos poucos. Ela estava bem mal antes, pálida mesmo, o que me deixava meio aflito e preocupado.

–Vamos para a aula?-Zabini me puxou.

Dei as costas para a mesa da Grifinória, não antes de lançar um último olhar para a minha Rose, e segui junto a Luke e Alvo para a aula de Feitiços que teríamos agora com a Lufa-Lufa. Quando eu tenho aula conjunta com os lufanos sempre sento junto com a Domi, já que somos amigos e temos poucas aulas juntos.

O Prof.Flitwick não estava na sala ainda, então supus que ele estivesse atrasado. Sentei-me ao lado de Domi e ela sorriu.

–Ei, Scorp.

–Ei, Domi.

–Gostou dos nomes que escolhemos para seus futuros filhos e da Rose?-ela perguntou, risonha.

–Gostei-sorri-São muito... Criativos.

–Se com isso você quer dizer ridículos, tudo bem!

–Não, eu gostei de verdade. Principalmente de Ares e Callisto.

Ela me deu língua.

–Só porque a ruiva gosta deles.

–É verdade. -eu ri.

–Mas, me fala: por que você chamou ela de Rose?-ela franziu o cenho.

–Ué, é o nome dela, não é? Nem sei por que vocês todos ficaram bestas com isso.

–O estranho mesmo é que ela nem te corrigiu. E é a segunda vez que isso acontece. Aquele dia que eu estava conversando com ela você a chamou de “minha ruiva”, ela gaguejou e nem te corrigiu, e hoje você a chamou de Rose e você ainda está aqui, vivinho da silva! Foi por causa do quase beijo, não foi?

Eu dei uma tossida que mais parecia um engasgo. Rose contou pra ela?

–Ah, sim ela contou. -ela disse como se tivesse lido meus pensamentos. - Não diga que eu tô te contando isso, tá? Era disso que eu tava rindo aquele dia.

–Por rir você quer dizer morrer engasgada, né?

–Não exagera, loiro. É que foi realmente engraçado que a Lily interrompeu vocês. Se ela não tivesse feito aquilo...

–A ruiva teria me batido e não me deixaria beijar ela.

Domi deu uma risadinha.

–Não é bem assim. Rose pode ter muitas coisas, mas não tem uma resistência tão impressionante a você. Ela não está agindo estranho com você não?

Pensei por um minuto. Ela estava sim.

Naquela aula de poções ela me olhou de um jeito muito peculiar quando percebeu que eu a observava e corou, coisa que eu nunca a vi fazer em minha humilde presença. Ela escondeu o cabelo com o rosto, o que só me fez achá-la mais linda ainda.

E, depois de eu ter impedido ela de cometer um assassinato, não consegui me conter quando ela corou de novo quando me pegou olhando pra ela. Eu nunca tive tanta vontade de beijar alguém, então nem tentei me segurar, apenas parti pra cima dela, que não conseguia se libertar de mim.

Quando meus lábios tocaram os dela eu senti uma sensação estranha. Era surpreendentemente igual a aquela que eu tive quanto a vi pela primeira vez, na estação em que eu pegaria o trem para Hogwarts. Era um misto de calor com encantamento, só que dessa vez, com ela tão perto de mim, eu sentia descargas elétricas percorrendo todo o meu corpo, como se alguém estivesse me dando choques repetidamente com aquele negócio trouxa que dá choque.

Era uma sensação tão boa que eu me esqueci plenamente onde estávamos. Naquele momento, eu só a sentia perto de mim como se nós fossemos as únicas pessoas no mundo, só eu e ela, era só o que importava. Meio gay, mas fazer o quê? (Eu tô apaixonado, me dê um desconto!)

Mas como tudo o que é bom dura pouco ela se esvaiu dos meus braços como névoa (em outras palavras menos piegas: “Lily interrompeu”), eu estava pensando seriamente em agarrar a Rose com a Lily por perto ou não, mas a minha ruiva conseguiu se desprender de mim e me empurrar.

E depois ela saiu correndo para a aula dela. Eu também estava atrasado para a minha, que era Herbologia com a Corvinal, mas eu nem liguei, tava meio avoado mesmo.

O professor Neville torceu um pouco o nariz quando pedi licença, mas como ele é uma pessoa legal, me deixou entrar e eu fiz dupla com a Molly, já que ela estava sobrando e o Alvo e o Luke já faziam uma dupla. Descobri que a Molly, bem como o resto dos Weasley, é super legal, coisa que eu nunca tinha notado, mesmo sendo simpático com ela e tal, mas ela tem a fibra e o humor dos Weasley. Não demorei muito pra me tornar amigo dela.

Não tenho nenhum problema com os outros Weasley, só com a ruiva mesmo. E vamos encarar que não é bem um problema, é mais um precipício que eu tenho por ela.

–Sim, ela está. -respondi por fim.

Ela deu um sorrisinho vitorioso.

–Então, o que você vai fazer?-ela perguntou.

–Sei lá! O que você acha que eu devo fazer?-franzi a testa.

–Simples. Convide ela pra ir a Hogsmeade com você no Dia dos Namorados.

–Você pirou? É mais fácil ela se tornar melhor amiga da Parkinson do que ir a Hogsmeade comigo, ainda mais nesse dia!

Ela suspirou, frustrada.

–É verdade. Droga de cabeça dura que ela tem! A esperta gosta de você, mesmo que negue até a morte, e prefere manter o orgulho intacto a se permitir ser feliz!

Eu balancei a cabeça, incrédulo. Rose gosta de mim? É bom demais pra ser verdade.

Mas, se não for... Por que eu senti seu coração bater tão forte quando eu a beijei? A senti se arrepiar e ficar tensa com apenas um toque meu. Isso devia significar alguma coisa, sim.

–Bom, eu não sei exatamente como ela se sente, mas ela nunca aceitaria, disso eu sei.

–Já sei!-ela bateu as palmas, feliz.

–O quê?

–Há uma tática que eu conheço bem, que poderia dar certo. Seja amigo dela.

–Amigo dela?

–É, ué! Ela pode não te aceitar ainda como namorado, mas pode como amigo. Se você mostrar pra ela que você sabe como fazê-la se sentir bem perto de você, não irritada ou raivosa, ela pode te deixar se aproximar dela e aí...

–... pode me dar uma chance de se tornar algo mais do que amigo.-completei.

–É isso aí, Scorpius!-ela exclamou.

Não tive a chance de falar mais nada pra ela com a chegada do Flitwick.

Mas acenei em concordância. Isso bem que podia dar certo.

***

Agora a Sonserina teria aula com a Grifinória, de DCAT. Também, eu mal via a hora de ver Rose de novo (que foi, nunca se apaixonou não?), e, além disso, a aula de Defesa Contra a Arte das Trevas era minha matéria preferida. E o professor não era ninguém menos que meu primo Teddy Lupin, que, além de ser parente, também era bem amigo meu.

De fato, quando entrei na classe Teddy já estava lá. Me cumprimentou com um aceno, os cabelos geralmente azuis e chamativos hoje estavam castanhos. Acho que ele mudou pra ter cara de professor. Mas ele prefere o cabelo azul porque é a cor dos olhos de Victoire (a noiva dele), e eu concordo que azul pega melhor nele.

–Oi Teddy! Gostei do cabelo!-Alvo cumprimentou Teddy.

–Valeu, Al. - É, Teddy não ia mudar mesmo. Nunca que ele chamaria algum de seus irmãos postiços (Alvo, James ou Lily) ou seus primos pelo sobrenome, mesmo sendo agora o “Professor Lupin”.

Acabadas as formalidades sentei-me ao lado de Penélope Parkinson, o único lugar que estava vago. Ela mostrou uma sorriso quase maior que a cara ao me ver, mas que eu apenas ignorei, já que estava mais ocupado vendo a Rose rir de alguma coisa que Alvo dizia. Eles estavam sentados juntos, Alice com Polaris e Roxy com Zabini.

Estranhei um pouco a Alice ficar lançando olhares mortíferos para Luke e para Roxy, mas deve ser porque as duas brigaram, algo que eu não entendi até hoje por que, mas que me deixa super curioso.

–Bem, pessoal. -Teddy começou. -Hoje vamos ter uma aula uma pouco mais descontraída, já que é a primeira aula que eu dou pra vocês, aliás, a primeira aula que eu dou em Hogwarts, e quero que pensem bem de mim e não fiquem me chamando de viado pelas costas ou alguma coisa do tipo.

Todos nós rimos e ele deu um sorrisinho.

–Vamos fazer atividades em dupla, e me xinguem do que quiserem agora, mas eu que vou escolher essas duplas e garanto que vou querer sonserinos e grifinórios interagindo uns com os outros.

Um burburinho se propagou pela classe, mas eu não fiquei desanimado nem nada. Foi-se o tempo em que eu detestava grifinórios (se souberem disso nego até ir pro caixão), agora o lance “rivalidade entre as Casas” é só no Quadribol mesmo. Bom, pelo menos pra mim.

–Bom, calem essas bocas que eu vou escolher as duplas. -ele tirou um pergaminho do bolso - Nara Goyle com Stephenie Travis, Lauren Scott com Polaris Parkinson, Miranda Stoll com Missy McCnair, Rinus Thomas com Fergus Allen, Alvo Potter com Alice Longbottom, Penélope Parkinson com Padmé Finnigan, Marlon Wood com...

Cada pessoa que ele chamava se sentava com sua dupla, feliz ou não, e a Parkinson resmungou alguma coisa como “maldita Finnigan”, enquanto desfilava (trupicava, na verdade) até onde uma menina de cabelos escuros estava sentada. Roxy cerrou os dentes quando viu Alvo ir se sentar com Alice, enquanto Polaris se virava para Lauren.

–...Calvin Anderson, Roxanne Weasley com Mallory Gregory, Scorpius Malfoy com Rose Weasley, e Lucian Zabini com Jesse Grinwald.

Dei um sorrisinho enquanto Rose sentava ao meu lado com uma cara não muito alegre. Podia jurar que vi Teddy sorrir pra nós dois quando leu nossos nomes.

–Oi ruiva. -sorri para Rose.

Ela respirou fundo e murmurou algo como “Nem sei pra que eu tento”, enquanto eu apenas a observava.

–Bem, queridos alunos... -com todo mundo grunhindo em resposta, Teddy revirou os olhos. -Tudo bem então, seus merdas, vamos começar logo essa joça? É o seguinte: em duplas, vocês irão praticar o feitiço do patrono. Alguém pode me dizer o que é isso?-Rose levantou a mão. -Alguém que não seja a Rose?-todo mundo deu risadinhas e Rose mostrou a língua pra ele - Brincadeira, Rose, pode falar.

–É um feitiço que age como escudo contra dementadores, além de ser lançado como um aviso para alguém. Cada patrono assume a forma de um animal que, por alguma razão, pode ser identificado com o dono, mas essa forma pode mudar dependendo das circunstâncias.

–Correto Rose, 10 pontos pra Grifinória. Arrastem essas bundas daí e venham comigo até a sala aqui do lado, onde iremos praticar o feitiço do patrono.

Todos se levantaram rapidamente e seguimos Teddy até uma sala grande, espaçosa o suficiente para podermos praticar o feitiço.

–Bom, só um aviso antes de começarmos. O Patrono é um feitiço que exige muita concentração e dedicação. Para conjurar o seu patrono, você deve pensar em uma lembrança muito feliz, e não se sintam pressionados se não conseguirem, é um feitiço complicado mesmo. Devem dizer “Expecto patronum”, deixem-me mostrar a vocês.

Ele apontou sua varinha pra frente.

EXPECTO PATRONUM!-um fio dourado irrompeu de sua varinha, e logo assumiu a forma de um lobo grande, que correu por entre os alunos e logo se dissolveu no ar, arrancando exclamações de surpresa e admiração dos alunos.

–Comecem então. -Teddy sorriu satisfeito.

Rose se aproximou de mim, o rosto um pouco tenso.

–O que foi ruiva?

–Sei lá, é que parece meio complicado.

–O quê? A super inteligente Weasley achando alguma coisa complicada?-sorri irônico.

–Cale a boca. Você começa.

Eu sorri. E fechei os olhos.

Lembranças felizes logo me vieram à mente. Quando eu ganhei a minha primeira vassoura, uma Nimbus Flyeris, que foi dada pelo meu pai no meu décimo quarto aniversário. Quando eu a usei pela primeira vez, sobrevoando a mansão Malfoy, meus cabelos batendo contra o meu rosto, a sensação de liberdade. Quando eu entrei no time de Quadribol da Sonserina no meu quarto ano, como batedor, e quando eu fui escolhido para ser capitão do time, há poucos meses.

EXPECTO PATRONUM!berrei. Uma luzinha saiu da ponta da minha varinha, mas logo se apagou.

–Essa lembrança não foi muito forte, Scorpius, tente de novo. -Teddy, que viu minha tentativa desastrosa, disse.

Meus olhos se fixaram no rosto de Rose. Ela me observava pensativa, os cabelos caiando de um jeito sexy pelos ombros, os braços cruzados.

E eu subitamente lembrei da primeira vez que eu a vi.

Os cabelos cor de fogo se agitando no vento, como uma chama inapagável, o jeito que ela pulava de alegria e entusiasmo enquanto se despedia de seus pais, o sorriso que teimava em não sair do rosto. Quando os olhos dela encontraram os meus, aquele azul que insistiu em ficar em minha cabeça até hoje, eu quase me esqueci como se respirava, hipnotizado como eu estava.

E depois, quando eu tentei beijá-la, os olhos azuis com uma expressão tão indecifrável, o corpo arrepiado.

Aqueles cabelos ruivos que nunca se apagaram, o azul que nunca escureceu, os lábios que nunca deixaram de ser tão vermelhos, tudo isso nunca quis sair da minha cabeça.

E foi com esses pensamentos que obtive forças.

EXPECTO PATRONUM!–um fio dourado saiu forte da ponta de minha varinha, como um flashe de luz brilhante. Logo eu observava estupefato um leão majestoso e dourado rugir alto. Todos arregalaram os olhos e olhavam para o impotente animal boquiabertos. Até Teddy não conseguia disfarçar sua surpresa.

–Por Merlin, Scorpius! Você conseguiu!-o leão logo se dissolveu.

De todos, Rose era a que parecia mais surpresa.

–Nossa!-ela exclamou.

Ouvi alguém no fundo exclamar “Mas ele é sonserino!”. É, o símbolo da Grifinória é que era um leão, e o dos sonserinos era uma cobra. Olhando por esse ângulo, eu parecia meio traíra mesmo.

–Então, hum, sua vez. -me virei para a ruiva que ainda me olhava surpresa.

–Ah, er, tudo bem.

Ela fechou os olhos com força. Observei-a com atenção.

Ela não parecia muito segura de que lembrança utilizar, isso eu logo percebi.

–Ei-chamei-Ninguém pode ler seus pensamentos, então você pode utilizar qualquer lembrança que quiser, aquela que mais te alegra ou que te traz conforto.

–E que lembrança você usou? -ela logo abriu os olhos e franziu as sobrancelhas.

Eu não respondi. Mas olhei fixamente para ela, e a compreensão logo se instalou nos olhos dela. Não demorou muito para as bochechas dela esquentarem, e ela fechou os olhos novamente, desconfortável.

Longos segundos se passavam enquanto eu apenas a olhava curioso.

EXPECTO PATRONUM!-uma luz se acendeu na varinha dela e um filete de luz saiu, uma chama que logo se transformou em um tigre. Uma tigresa, na verdade.

O animal era do tamanho do meu leão, mas era mais escuro, as longas listras pretas e cintilantes dando um aspecto místico à sua figura.

Rose observava o animal encantada, bem como eu e o resto da sala. Ninguém, além de mim, Rose e Teddy havia conseguido conjurar um patrono nessa sala, isso eu já havia notado.

Teddy bateu as palmas, o rosto carregando uma expressão maravilhada.

–Meu bom Merlin, vocês dois só podem estar de brincadeira comigo! Logo nas primeiras tentativas conseguiram, e ainda por cima conjuraram os maiores patronos que existem! 50 pontos para a Grifinória e para a Sonserina!

Os outros alunos olhavam para mim e para a ruiva com surpresa e admiração, e alguns até com inveja por não terem conseguido. O tigre rugiu de satisfação antes de desaparecer.

–Que lembrança você usou, ruiva?-eu sorri.

Ela se virou pra mim, meio atordoada com o que acabara de presenciar e seu rosto adquiriu uma coloração meio escarlate.

–Ah, uma que eu tinha com minha família. -ela respondeu, evitando olhar nos meus olhos.

Eu não sei por que, mas tinha uma nítida sensação de que ela estava mentindo.

–Ah, tudo bem. E parabéns pelo patrono, ele é realmente impressionante. -sorri.

Então ela fez uma coisa que eu com certeza nunca esquecerei, que a partir de agora fará parte das lembranças que eu tenho dela, para sempre.

Rose Weasley, pela primeira vez na vida, sorriu pra mim.


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Notas finais do capítulo

Fala sério, o Scorp é muuuuito fofo, né?