Falling in Love escrita por Lady Luna Stark


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

A Rose finalmente vai começar a acordar pra vida.
Confiram aí!



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Não entendi de primeira por que o Malfoy me olhava com uma cara de tonto, mas eu logo me toquei que eu estava sorrindo pra ele. É isso aê. Não um sorrisinho zombeteiro, provocante, ameaçador, falso, nem porcaria nenhuma do tipo. Eu sorria de verdade pra ele.

Devia ser porque ele elogiara meu patrono, sem fazer gracinha ou pegadinha nenhuma, mas eu sabia que não era só por isso.

Eu, Rosalie Jane Granger Weasley, admito que eu estou completamente ferrada. Motivo? A lembrança que eu usei pra conjurar o meu patrono não era com ninguém menos que Scorpius Malfoy. E nem precisei me esforçar tanto.

As lembranças fluíram com tanta naturalidade que me surpreendeu.

E o fato dele estar na minha frente não ajudou em nada, apenas me constrangeu ainda mais e, assim que fechei meus olhos ainda conseguia vê-lo, tão claramente, como se estivesse de olhos abertos.

Os cabelos loiros caindo pelo rosto incrivelmente lindo, escondendo um pouco seus olhos, mas lhe dando um ar sexy. O sorriso que antes não me afetava, mas que agora poderia me derreter dentro de um freezer, que podia me fazer desmoronar e corar, que só de aparecer já fazia meu coração parecer uma escola de samba treinando. O corpo escultural, alto e perfeito que ele tinha.

E seus olhos... Azul se tornou minha cor favorita, o que é irônico porque antes era vermelho. Mas os olhos dele me afetavam muito mais que a cor da grifinória, mil vezes mais.

Meus pensamentos voaram para o dia em que ele me chamou pra sair pela primeira vez.

O sorriso convencido era bonito, mas me dava vontade de matar uma doninha. Sério mesmo, aquele Malfoy acabava com a minha paciência, não importava o quão bonito era. Pra mim isso não fazia a mínima diferença.

–Ei ruiva!-o loiro que me observava ler a um tempo chamou, o que me fez levantar os olhos, já que eu era a única ruiva sentada ali, perto do lago.

Ele estava sozinho, sem Alvo e o Zabini ou alguma vadia por perto, mas o que deixou mais curiosa foi o fato de ele estar se dirigindo à MINHA LINDA PESSOA.

Ele parou ao meu lado, enquanto eu o observava de baixo. Como eu estava sentada, ele parecia um gigante, e eu detestava ter que falar com as outras pessoas sem estar à altura delas, então me levantei e meus olhos encontraram os olhos dele. Ao perceber que eu o olhava, ele deu um sorriso de canto e eu desviei o olhar.

–É Weasley pra você Malfoy. E o que você quer?-franzi a testa.

Ele aumentou o sorriso.

–Quer ir a Hogsmeade comigo, ruiva?

Senti minha cabeça esquentar. Como aquele arrogante, idiota, metido, se atrevia a me tratar como se fosse uma daquelas vadias que ele pegava semanalmente? ELE PARTIU O CORAÇÃO DA MINHA PRIMA! E eu tinha acabado de terminar meu namoro de 10 meses com meu ex Will Jensen, e estava emocionalmente frágil, mas aquele cérebro de doninha não ia notar isso, óbvio.

Cerrei os dentes. Ele me observava meio confuso.

–NÃO!-berrei-E ME CHAME DE RUIVA DE NOVO QUE VAI SAIR POR AÍ CANTANDO FINO, OUVIU?

A boca dele se abriu em um “O” perfeito, e eu bufei antes de jogar meus cabelos para o lado, um típico gesto patricinha que queria dizer: “Veja se eu me importo com você, doninha”, e sair dali sorridente e saltitante, como se nada tivesse acontecido.”

“ROSE: 1X DONINHA: Zero”

E isso foi só umas das coisas que eu me lembrei. O Malfoy não quis deixar barato não.

–Ô ruiva? - ouvi a voz daquele ser irritante e detestável e meu humor foi por água abaixo em um nanossegundo.

–É WEASLEY PRA VOCÊ! E o que você quer, caramba?!-eu disse rispidamente.

O loiro tampou minha passagem colocando um dos braços na parede e sorriu pra mim, e eu me segurei pra não lançar um Avada naquele filho de uma...

–Por que você não aceitou meu convite aquele dia, ruiva? Que eu saiba, você terminou com o Jensen. -ele ergueu as sobrancelhas.

Eu arregalei os olhos, incrédula. Como ele sabia disso?

–Isso não é da sua conta! E saiba que eu prefiro nadar com grindlows do que sair com você, sua doninha irritante. Vai catar uma vadia, vai!

Ele me encarou estupefato enquanto eu o empurrava e saia dali andando confiante.”

E não vamos esquecer da primeira cantada que ele lançou pra mim.

“-Oi ruiva.

Ignorei a criatura sem cérebro e me sentei em uma carteira vaga. A aula de Poções iria começar, e era a primeira vez que eu o vi desde aquele dia que eu dei uma patada que foi... Ah é, ontem.

Ele arrastou a cadeira do meu lado ruidosamente e se jogou sem cerimônias nela. Me esforcei pra não soltar um palavrão (leia-se Maldição Imperdoável), e me virei para frente.

–Sabia que você é linda?

–Sabia que você é suicida? VAZA DAQUI ANTES QUE EU TE CASTRE!

Ele ignorou essa última parte e continuou:

–Não, sério, você não é um basilisco, mas olhar pra você é um perigo, ruiva. -ele disse sorrindo.

Meu rosto se avermelhou e como eu sou uma pessoa super calma, gritei:

–SE VOCÊ ME CHAMAR DE RUIVA OUTRA VEZ VAI TER UMA DONINHA A MENOS NO MUNDO, SEU TRASGO CONVENCIDO!

–Calma, ruiva!-ele disse simplesmente.

Depois disso eu não me lembro muito bem o que aconteceu, mas acho que o Malfoy saiu azul da aula de poções, mas o azul não encobriu o vermelho do rosto dele por causa do meu tapão.”

E a lembrança mais recente, aquela que fez meu cérebro se embaralhar e pensar nele de um modo totalmente diferente, aquela que me fez mudar totalmente de ideia sobre a doninha júnior.

“-Você fica linda corada, sabia disso? - ele disse.

Corei ainda mais e desviei o olhar. Foi quando eu percebi a posição em que estávamos. As duas mãos dele seguravam meus pulsos, mas as minhas repousavam no peito dele, como se eu estivesse tentando afastá-lo, o que eu certamente já deveria ter feito há muito tempo. Nossos corpos quase se tocavam, enquanto nossos rostos estavam a centímetros um do outro, e eu conseguia sentir o perfume dele. Não era um daqueles cheiros que me enjoavam, era doce e inebriante.”

“Meus pensamentos todos se embaralharam quando os lábios frios dele finalmente tocaram os meus. O toque dele era frio, mas trazia uma dormência agradável aos meus lábios. E é claro, logo veio o calor. Senti uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo, e os pelos dos meus braços se eriçavam cada vez mais, era como eu levasse choques o tempo todo, mas que não eram dolorosos, e sim extremamente prazerosos, que me queimavam até a alma.”

É, eu tenho que engolir o orgulho e confessar uma coisinha: Scorpius Malfoy mexe comigo (se me perguntarem, finjo que não ouvi. Ou jogo um Obliviate. É, esse é melhor).

Mas uma coisa que eu realmente não conseguia aceitar que as lembranças que o Malfoy utilizara para conjurar o leão dele eram comigo. O olhar que ele me mandara não tinha deixado espaço para qualquer dúvida, não mesmo. Assim que eu perguntei no que ele tinha pensado, me arrependi na hora. O azul se virou pra mim rapidamente, e penetrou em minha alma, mais forte que qualquer feitiço.

Então, ao fechar meus olhos, todas essas lembranças vieram com a rapidez de um raio e se instalaram em minha mente, me forçando a pensar não só em Scorpius, mas no que eu realmente sentia por ele.

A vontade é que eu daria tudo para ter aqueles braços me envolvendo de novo, como daquela vez em que eu quase mandei a Parkinson ir fazer companhia com o tio Voldy no inferno. E eu daria tudo pra que aqueles lábios frios tocassem mais uma vez nos meus, e que dessa vez rolasse beijo de verdade. Daria tudo pra ouvir aquela voz me chamando de minha ruiva outra vez, daria tudo pra ter aqueles olhos centrados em mim.

A verdade? Eu estava apaixonada por Scorpius Malfoy. E isso era muito, muito ruim.

***

–Rose! Como é que você fez aquilo?-Alice estava com os olhos esbugalhados.

–É! Como é que vocês dois conseguiram conjurar dois patronos imensos?-pelo jeito, Roxy não estava mais tão brava assim.

Zabini e Alvo completavam o círculo. Tínhamos aula vaga agora, então estávamos todos no jardim de Hogwarts.

Ao nosso redor, estudantes passavam rapidamente, sem parecer nos notar.

–Ah, eu não sei. -Malfoy despenteou os cabelos loiros. Sinal de nervosismo.

–Tá, cara, vou fingir que acredito. Você deve ter usado uma lembrança realmente forte. -Zabini grunhiu.

Fingi não perceber, mas Scorpius evitou olhar pra mim.

–E você, Rose?-Roxy se voltou pra mim.

–Ah, eu lembrei de uns momentos felizes. Amigos, família, sabe? - agora eu é que evitei olhar para a doninha.

–Ah, legal. Você TEM que me ensinar a fazer isso. -Roxy saltitou. Tentei não perceber a falta de opção que eu tinha.

–Rose?-uma voz conhecida me chamou.

Me virei pra trás, bem como o resto do pessoal, só pra ver Angus McLaggen vindo em nossa direção. Os cabelos encaracolados estavam mais compridos, mas os olhos claros continuavam iguais. E pareciam sem vida comparado a um certo azul...

–Sim, Angus?-eu tentei evitar que a minha voz parecesse um pouco seca, mas não obtive muito sucesso. Eu nunca mais falei com aquele otário depois que eu peguei ele beijando outra garota durante o NOSSO NAMORO. Não é preciso nem comentar que eu pus um ponto final nessa relação nossa, e ele passou uma semana na ala hospitalar depois da surra que recebeu dos meus primos.

–Eu queria falar com você. A sós.

Senti alguém enrijecer atrás de mim.

–Bom, se quiser falar comigo, acho que pode falar na frente dos meus amigos, Angus.

Ele piscou, desconfortável.

–Tudo bem. Oi Potter, Zabini, Roxanne, Alice e Malfoy. –a voz dele tremeu um pouco no nome do loiro. Parecia de medo e de desprezo.

–McLerdo. -Scorpius grunhiu. Parecia meio raivoso.

–Então, Angus... -suspirei.

–Quer ir a Hogsmeade comigo no Dia dos Namorados?-McLaggen perguntou.

Pude sentir Roxy e Alice bufarem, Alvo chiar irritado e Zabini não demonstrava nenhuma reação, mas o Malfoy...

Me virei pra eles e fiquei realmente surpresa. Scorpius fazia um esforço descomunal para não pular no pescoço do McLaggen, suas mãos estavam fechadas em punhos e os olhos azuis exalavam ódio. Nunca o vi desse jeito, exceto aquele dia em que ele brigou feio com o Angus, sem nenhum motivo aparente.

–Deixa eu pensar.-me voltei para McLaggen-Não.

–Ah, Rose, qualé, não vai me dar uma chance?-os olhos dele me fitavam suplicantes. Mas eu não estava nem aí.

–Você perdeu qualquer chance comigo quando enfiou a língua naquela garota. Me deixa em paz.-falei duramente.

Ele agarrou meu braço antes que eu pudesse me virar.

–Angus, me solta. - ordenei.

–Por favor, Rose.

–ME SOLTA AGORA!-berrei. A mão dele já estava deixando marca na minha pele.

Não tive tempo de fazer mais nada pois alguém pulou no McLaggen e eu senti meu pulso livre. Meus olhos se arregalaram ao ver Malfoy socando o nariz do Angus. Alguém gritou, e os estudantes começavam a nos rodear. E eu, abismada, estava parada perto de dois garotos tentando se matar. E por minha culpa.

–Malfoy! McLaggen! Parem agora!-gritei, mas ninguém me ouviu. Se eles fossem pegos brigando, poderiam ser suspensos ou pior, já que não era a primeira vez que isso acontecia.

–McLAGGEN! MALFOY! PAREM, SEUS IDIOTAS!-Alvo berrou. Ele também percebeu a gravidade da situação.

Malfoy socou a barriga to Angus, enquanto desviava de um tapa do mesmo. Horrorizada, percebi que os dois sangravam.

–SCORPIUS! –meu grito ecoou fortemente. Dessa vez, a gritaria acabou e eu senti todos os olhares direcionados a mim. Todos me olhavam pasmos, principalmente meus amigos.

Mas só um olhar importava. Vi Malfoy parar o punho bem no momento em que ia socar o McLaggen de novo na cara. Ele se virou devagar, a cara tão surpresa que chegava a ser cômico.

–Do quê você me chamou?- ele finalmente olhou pra mim, estarrecido.

–De Scorpius, ué! Não é o seu nome?-resmunguei. Me virei para todos os outros.-VOCÊS TEM DEZ SEGUNDOS PRA VAZAR DAQUI, OU EU ESTUPORO TODO MUNDO! CIRCULANDO, CAMBADA!

Os estudantes se dissiparam rapidamente. Sobraram apenas eu, Alvo, Zabini, Roxy e Alice, que pareciam estar incorporando estátuas, Malfoy, que estava meio confuso, e Angus, que ainda estava no chão, tapando o nariz, enquanto sangue escorria das mãos.

Caminhei calmamente até ele, que se levantou rapidamente, me lançando um olhar raivoso. Tirei a mão dele do nariz, que estava realmente horrível, e sangrava muito.

Episkey. -murmurei. O nariz dele parou de sangrar, e voltou ao normal. -Conte para alguém o que rolou aqui que eu mesma quebro o seu nariz, ouviu?-ameacei.

Ele olhou para mim com raiva mais uma vez, antes de se mandar.

–Ok, pessoal, vamos indo?-me voltei para o povo. Que não tinha se mexido ainda.

Malfoy não parecia ter se machucado tanto quanto o McLaggen. Ele tinha uns hematomas arroxeados nos braços e um corte no queixo, mas fora isso parecia ótimo. Bem, quase. Ele parecia ter sido paralisado com um olhar de basilisco, de tão imóvel que estava.

–Então, o que foi?-cutuquei o braço dele com a ponta do dedo. O toque me trouxe arrepios.

–Ãn?-ele acordou do transe. -Ah, nada não. Estou tentando entender por que você me chamou de Scorpius sendo que nunca tinha me chamado antes.

Cara, era por isso?

–Não tem nada de mais, ué! E eu falei pra chamar a sua atenção, e parece que deu certo.

–É, deu sim. -ele sorriu pela primeira vez.

Me desviei do sorriso dele antes que eu derretesse, e ao olhar para onde os outros quatro estavam, me surpreendi ao não ver ninguém.

–Amigos da onça. -grunhi.

–Concordo com você. Sabe, ruiva, ainda bem que você não aceitou o convite daquele imbecil. Ele é um trasgo completo.

ÃN? Ele falou isso mesmo que eu ouvi? Ele parecia... Aliviado.

–E o que você faria se eu tivesse aceitado?-eu ergui as sobrancelhas.

O sorriso dele vacilou. Ele despenteou o cabelo novamente, nervosamente.

–Ah, sei lá, eu só...

–Bem, obrigada. Por ter me livrado dele, sabe. -sorri timidamente.

–Tudo bem. Quer ir a Hogsmeade comigo?-ele soltou de repente.

Meus olhos teriam saltado da cara, se pudessem. Então é por isso que ele brigou com o McLaggen. Ele estava com ciúmes, e isso me deixava estranhamente feliz.

Mas... Aceitar ou não aceitar, eis a questão?

Cada célula do meu corpo gritava pra eu engolir o orgulho e aceitar logo, mas o meu cérebro vacilava um pouco. E se ele fizesse comigo o mesmo que já fizera com tantas outras garotas? Abandonar aquelas garotas choramingando pelos corredores com o coração partido não mostrava exatamente o melhor lado do Malfoy.

Ele partiu o coração da Nicky, afinal. Não era uma coisa muito animadora, e Nicky era incontáveis vezes mais bela que eu. Mesmo que Nicky me desse apoio, o que eu sei que ela faria, a situação seria meio estranha.

Ou talvez eu só não quisesse sair ferida mesmo. Mas, ao olhar para aqueles lindos olhos impacientes, percebi que nada disso importava. Eu conjurei meu patrono graças a ele, então não poderia e nem queria continuar mentindo pra mim mesma. Se ele se mostrasse decente, quem sabe... Ou se não mostrasse, bem, é pra isso que existe o Avada Kedrava.

–Sim.

–Ah, tudo bem, ruiva, eu entend... O QUÊ? Você aceitou?-os olhos dele quase saltaram das órbitas.

–É, sua lesma, eu aceitei. –revirei os olhos.

–Que bom!-ele parecia MUITO feliz mesmo. Sério, o sorriso quase não cabia na cara. Eu também não parecia muito infeliz.

–É. Mas, só pra você saber, ainda é Weasley pra você Malfoy. –eu sorri zombeteira.

Dei as costas pra ele e caminhei lentamente, tentando não começar a saltitar e a cantarolar. Sentia o olhar penetrante do loiro em mim.

E, pela primeira vez, isso não me incomodava.


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Notas finais do capítulo

Quanta fofura, né?!