Sociedade Renegada escrita por Nynna Days


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

VOOOOOOLTEEEEEEEEEEEEIPensaram que eu tinha esquecido das continuações, mas aqui estão. É que estive concentrada em outros projetos, mas consegui adiantar 1/3 de Sociedade Renegada e vou continuar escrevendo-a. Espero que acompanhem e não se acanhem em comentar, certo?



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Rose tinha um sorriso confiante no rosto enquanto pulava o muro da Sociedade Carmim para ir se encontrar com Christian.

Lilian, sua guardiã vinha logo atrás ralhando todas as palavras possíveis em um espaço curto de tempo. Ela não queria que sua princesa fosse aquele encontro e amaldiçoou-se por deixá-la descobrir aquela saída secreta do outro lado da Sociedade, já que tudo ali era rodeado por muros altíssimos e era quase impossível sair sem ser visto, então Rosemary teve que arranjar um jeito de ir encontrar Christian sem ser pega. Claro que ela não poderia despistar Lilian. Afinal, era uma guardiã treinada. Além disso, eram melhores amigas. Era questão de tempo até que ela descobrisse.

Lilian prendeu seu cabelo loiro em um rabo de cavalo alto e voltou com a sua postura séria, enquanto elas caminhavam até o ponto de encontro com Christian. Uma cabana localizada na fronteira entre as Sociedades.

Era um lugar inteligente, a guardiã tinha que admitir. Mas, o fato deles terem se encontrado há quase seis meses não era nada inteligente. Eles estavam brincando com a sorte.

E Rose sabia disso.

Por isso, que por baixo daquele sorriso confiante ela estava se segurando para não chorar. Afinal, amava aquilo que lhe era proibido. Mas seu coração a estava guiando. Ela não poderia simplesmente esquecer-se de Christian, ele tinha sido o primeiro homem que tinha lhe chamado atenção. E, mesmo por baixo daquela postura fria, ela sabia que o coração dele era doce.

A princesa virou os olhos castanhos até a sua guardiã e suspirou. Sabia que Lilian não poderia mais fazer isso. E Lilian também sabia. Simplesmente não dava para correr atrás da princesa em seu estado. Afinal, não era apenas uma criança que ela estava carregando. Eram duas. Gêmeos. E Rose viu que seriam uma menina e um menino bem bonitos.

Ela queria ter filhos com Christian. Queria que eles tivessem os mesmo olhos cinza expressivos de seu amor, queria que eles tivessem os mesmos cabelos loiros dele, queria que fossem cópias perfeitas dele. Porém, ela sabia que preço seus filhos teriam de pagar se assim fosse.

Eram água e fogo, elementos diferentes demais pra que os aceitassem juntos, eram impossibilidades demais, barreiras demais. Não era para estarem juntos.

“Lilian”, a morena chamou.

“Sim, Rose?”, Lilian tinha a voz concentrada enquanto andava por entre os galhos da floresta que rodeava a Sociedade.

“Já escolheu os nomes?”

Isso fez com que Lilian parasse e a olhasse com os olhos verdes tristes. Então, abaixou-os e afagou a barriga com dois meses de gestação. Rose sabia que aquele era um assunto que Lilian sempre queria evitar. Afinal, nem o pai das crianças as desejava. Rose também não sabia quem era o pai. Lilian apenas dizia que era um idiota com quem ela cometeu um erro.

Rose tinha as suas suspeitas. Mas aquele era um assunto da amiga e ela não faria mais perguntas. Porém Lilian ás vezes esquecia que Rose era a princesa e já era maior de idade, o que significava que tinha acesso aos registros de todos os Carmins que partiram e que chegaram. E pela época que Lilian ficou grávida e disse que o desgraçado foi embora, seria fácil descobrir quem era o pai.

No entanto Rose não fez.

“O do menino, sim”, Lilian sorriu, voltando a andar. “Será Ethan.”, ela afagou a barriga. “O da menina que eu ainda não decidi. Queria um nome que pudesse acompanhar a sua personalidade, independente de qual fosse.”

“Que tal Christina?”, a morena sugeriu.

Lilian levantou uma sobrancelha para Rose, e a princesa pensou que sua guardiã nem consideraria esse nome. Mas ela achou bom, porque era parecido com o de Christian e ele tinha muitas personalidade, independendo de quem o conhecesse. Rose tinha provado um pouco do veneno de sua ironia, mas agora só ficava com o gosto doce do romantismo.

Encarou Lilian e esperou que ela dissesse algo negativo sobre o nome que tinha oferecido. Mas, ela apenas deu de ombros.

Isso quase fez Rose frear. Se não fosse pelo fato de estarem chegando à divisa. Lilian andava com passos que invejariam qualquer grávida. Não se falaram nada pelo restante do caminho. Rose se arrependia de não ter trocado de roupas antes de sair. Afinal, andar por uma floresta usando um vestido formal não era nem um pouco prático.

“Sabe que eu não confio naquele Dark”, Lilian disse, assim que avistou a cabana. Rose franziu o cenho. Sim, ela sabia muito bem. “Mas, se você confia estou ok com isso. Confio em você.”

Rose sorriu, enquanto parava na porta da cabana, ela sabia que Christian chegaria logo. Ele tinha mais dificuldade de sair do que a princesa.

Depois que seu pai descobriu sobre a sua fuga para a Sociedade Carmim durante o aniversário de Rose, a guarda do Dark tinha sido redobrada. Mas isso não iria impediria que eles se encontrassem.

“Não sei se devo...”, Lilian começou.

“Não me venha com a mesma história de sempre, Lili.”, Rosemary suspirou e encostou-se na porta. “Você não pode dar-se ao luxo de ficar cuidado de uma adolescente irresponsável. Vá para casa e descanse. Prometo que estarei de volta aos portões Carmim em duas horas.”

Lilian levantou a sobrancelha. Então deu um meio sorriso.

“Sabe, eu também sou uma adolescente irresponsável.”, Lilian disse brincalhona. Ás vezes era fácil esquecer que Lilian era apenas dois anos mais velha. “Mas, darei sua privacidade.”, ela estreitou os olhos verdes. “Se não estiver de volta em duas horas, irei caçar aquele Dark até as profundezas do inferno, escutou? E não será para conversar.”

Rose a abraçou e sorriu.

“Ok.”

“Se cuide, Rose.”, Lilian deu um beijo na testa de sua amiga e saiu.

Assim que a loira sumiu na escuridão Rose entrou na cabana e deixou que a tristeza a acompanhasse.

Seu sorriso sumiu.

E como se tivesse ligado um interruptor, começou a chorar. Afinal, era incrível o quanto de preconceito Christian sofria. E ela sabia que na Sociedade Dark era a mesma coisa com ela.

Passou a mão pelos cabelos negros e soluçou. Ela não queria, mas tinha medo do que aconteceria se descobrissem.

Se fossem meros camponeses em uma aventura, seria mais aceitável. Mas eram a princesa Carmim e o príncipe Dark, logo eles assumiriam tronos e seus pais forçariam um casamento.

A pressão do mundo a sua volta estava fazendo Rose enlouquecer.

Ela não queria, mas a única alternativa que ela via era terminar tudo com Christian. Seu choro ficou mais alto só de se imaginar sem ver aqueles olhos cinza. Ela não percebeu o quanto ele tinha se tornado parte de sua vida, até aquele momento. Rose precisava dele.

Não sabia o motivo, mas precisava.

Sentiu um vento frio tocando seu rosto molhado e soube que o dono de seu coração tinha chego. Ela não queria que ele a visse daquele jeito. Mas, antes que pudesse sequer passar a mão pelo rosto com a esperança de apagar o resíduo daquelas lágrimas, foi puxada para o círculo seguro que eram os braços de Christian.

Sentir seu cheiro.

Tocar a sua pele quente.

Escutar seu coração.

Era tudo o que Rose precisava para respirar novamente. Seu coração deu um solavanco e todas aquelas dúvidas foram apagadas.

Ela só precisava dele, só queria a ele. Chorou por mais alguns segundos, antes que tivesse coragem de levantar os olhos escuros.

Primeiro viu os lábios cheios e convidativos, depois, o nariz reto e perfeito, então, as maças do rosto. Esperou alguns segundos antes de ir para aqueles olhos, porque sabia que perderia o fio do raciocínio.

Então era assim que olhos cinza brilhavam? Eram lindos.

Como a neblina. Frios como gelo, mas que poderiam refletir sua alma.

“Christian...”, ela tentou dizer.

“Shhhh”

Os lábios de Christian tocando os seus, fez com que Rose arfasse, seu coração atingiu uma velocidade incalculável.

Ele segurou-a com força contra o seu corpo e os moldou para que se encaixassem como peças perfeitas. As mãos dele seguravam a cintura da Carmim como se tivesse medo que ela fugisse.

As mãos delas tatearam o peito do Dark e subiram, segurando em seu cabelo loiro, como se para provar a ela mesmo que aquilo era real.

Eles se afastaram, respirando com força e se olharam. Não sabiam o que dizer.

Mas eles tinham tanto a falar.

Christian não soltara Rose em desde que chegou. Por algum motivo inexplicável, ele não conseguia deixar de vê-la.

Sabia que era loucura se envolver com uma garota de outra Sociedade. Mas, era isso o que estava acontecendo. E enquanto caminhava até ali, ele tentava arranjar um jeito de dizer que não poderiam mais ficar juntos.

Mas, quando chegou e viu Rose ali, sozinha e chorando, esqueceu de tudo, apenas queria abraçá-la, queria que ela soubesse que ele sempre estaria ali por ela e pra ela não importando o que fossem e o que dissessem. Mas Rosemary também tinha os olhos tristes. E Christian queria que esse sentimento sumisse da vida deles.

“Christian, eles vão descobrir.”, Rose disse e abaixou os olhos. O Dark arregalou os olhos. “Eu sei que vão. Mesmo sem ter visto nada. Temos que parar.”

“Eu sei.”

Christian respirou fundo. Rose levantou os olhos, pronta para chorar. Christian sabia disso e tocou o rosto dela com a ponta dos dedos e pendeu a cabeça para a esquerda, fazendo com que alguns fios loiros caíssem em seu rosto. “Você quer que a gente termine?”

“É a coisa certa e...”

“Eu quero saber de você”, ele interrompeu. “Você quer terminar comigo?”

Rose abriu e fechou a boca, procurando por palavras.

A resposta era óbvia demais.

Ela queria jogar tudo para o alto e ficar com Christian, mas sabia que na prática não era tão fácil. Ela não poderia abandonar os Carmins assim como Christian não poderia abandonar os Dark.

Antes que Rose pudesse dizer isso, viu o desespero tomar o olhar confiante do príncipe.

“Rose, se é por conta das cartas, paramos.”, ele disse e pegou as mãos dela, em súplica. “Eles estão desconfiando, mas devem achar que estamos encontrando humanos. Não podemos simplesmente abrir mão de tudo. Disso.”, ele tocou o seu peito e o dela. Então, pegou o pequeno rosto de Rose por entre as suas mãos e fez com que suas testas se tocassem. “Não me abandone.”, ele sussurrou. “Eu te amo.”

Os olhos de Rose se arregalaram. E perdeu a voz de vez. Então, pôs as mãos no rosto de Christian e o viu fechando os olhos cinza.

Ela sabia como ele se sentia. Era como se tivesse sendo queimado vivo. E ela não queria que ele sofresse tanto. Os ombros de Christian estavam tensos e ela sabia que faltavam pouco para ele começar a chorar. Os olhos da princesa também se encheram de água.

“Eu nunca vou te abandonar, Christian.”, ela sussurrou. “Só de pensar em ficar sem você é como se tudo a minha volta perdesse o sentido. Eu deixei de ser a garota que era treinada para comandar um reino e me tornei a mulher que vai sempre te amar.”

Isso o fez abrir os olhos e sorrir. Ela sorriu de volta. “Eu te amo, sendo Dark, humano ou Carmim. Eu te amo por que... Bem, não tem explicação.”, ela deu de ombros. “Eu apenas te amo.”

Eles voltaram a se beijar, como se tudo voltasse a fazer sentido. O coração dos dois amantes poderia ser ouvido à distância. Christian nunca tinha precisado tanto de uma pessoa quanto precisa de Rose naquele momento. Nunca a forçou, sabia que seria a primeira vez dela.

Rose se afastou e começou a desamarrar seu vestido com um olhar confiante. Ela queria e precisava disso, tanto quanto Christian.

Ele suspirou feliz, ao ver a mulher forte e segura que Rose era para ele. Era como ter algo para se apoiar antes de cair. Ela era tudo o que o Dark queria e não merecia. Mesmo em uma cabana no meio do nada, ele fez de tudo para tornar aquela primeira vez especial para os dois.


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Notas finais do capítulo

Comentem, amores.Sexta feira terá um novo capítulo. Beijos.



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