Em meio as sombras da noite escrita por Robert Hunter


Capítulo 7
Epílogo




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O sol da manhã iluminou todo o quarto de Rebecca, quando esta abriu a janela. Agora que tudo tinha passado as coisas estavam mais tranquilas, mas a garota se sentia mais vulnerável sem seus poderes, pelo menos poderia levar uma vida normal, só que dessa vez não seria de maneira forçada e sim natural.

Samanta bateu na porta para se anunciar e entrou em seguida, antes mesmo da filha dizer que já havia acordado.

– Bom dia, como se sente? – Disse a mãe.

– Bem. – Foi o que conseguiu dizer.

– Coraline ligou. – Anunciou Samanta.

– Era pra falar sobre Esteban? – Perguntou a garota. – Ela esta bem?

– Sim, já se recuperou bastante e sobre Esteban, ele acordou.

– Então temos que ir visita-lo – Disse se levantando num impulso.

– Iremos daqui a pouco vou tomar um banho. Coma alguma coisa.

Samanta foi em direção à porta, mas parou ao ouvir a filha.

– Isso não fantástico. – Disse a garota. – A partir de agora não precisaremos nos preocupar com esses problemas, vamos poder levar uma vida normal.

Os olhos da mulher se fecharam diante da porta. Uma angústia tomou conta dela.

– Não é exatamente assim filha, - Começou Samanta – temos que continuar tomando cuidado, você é uma ex-portadora, traiu sua raça ao negar seus poderes e usar a escuridão.

– Mas foi a única maneira que eu encontrei de... – Rebecca começou a dizer, mas a mãe a interrompeu.

– Eu sei. – Seus olhos ainda estavam pressionados. – Não importa como foi e sim o que foi. Os portadores não vão mais querer te ajudar em nada e os protetores das sombras... Ninguém sabe o que eles pensam.

Rebecca se sentou na cama e fitou o chão.

– Mas não se preocupe, você ainda tem a gente e não deixaremos nada de ruim acontecer. – Esteban, Coraline e Charlie estavam nessa frase, mesmo que como sujeitos ocultos.

As duas estavam no carro indo ao encontro de Esteban. Foram involuntárias as lembranças da noite do assassinato do pai. Rebecca pensou nas cenas daquela noite, ela fugindo com a mãe sem rumo, o sangue do pai escorrendo, a casa em chamas...

O carro parou no estacionamento do instituto de Fozlan, e a garota foi a primeira a descer.

– Como Coraline conseguiu esconder Esteban aqui dentro? – Perguntou Rebecca.

– Ela não escondeu, ele é um aluno que está doente e precisa da enfermaria. – Disse Samanta piscando para a filha.

Coraline veio correndo de dentro dos corredores do instituto/faculdade com alojamento. O abraço foi tão apertado que Rebecca sentiu que estivessem em um só corpo, mas era bom ter essa sensação com as pessoas que você gostava. Rebecca gostava de Coraline, ela ajudará na perseguição e dera tudo de si.

– Venha comigo vou te levar até Esteban.

As três caminharam pelo lugar que tinha elementos decorativos que nem de uma catedral, era como se uns dois séculos tivessem voltado. O quarto era bem espaçoso e tinha uma enfermeira regulando a velocidade que o soro descia pelo equipamento.

– Visitas? – Ela perguntou, e Coraline acenou com a cabeça afirmando, o que fez com que ela deixasse a sala.

Todos abraçaram o enfermo, até Charles entrar e todos fazerem a mesma coisa com ele. A atmosfera daquela sala da enfermaria, não era pesada como deveria ser, mas leve. É isso que as pessoas fazem, modificam o ambiente de acordo com o que sentem e naquela hora estavam todos leves.

Depois de algum tempo Rebecca ficou sozinha com Esteban. Os dois olharam um para o outro e a garota ficou em pé do lado da cama.

– Obrigado por tudo. – Disse ela.

– Mas foi você quem abriu mão dos seus poderes para salvar todos nós.

– E agora não posso mais me defender sozinha. – Rebecca lamentou.

– Mas não precisa. – Ele disse.

– Aí que você se engana, agora mais do que nunca preciso tomar cuidado e...

– Eu posso proteger você. – Sugeriu Esteban a interrompendo.

O sinal tocou como tocava todas as manhãs anunciando que os alunos deveriam ir para suas salas. Rebecca estava de volta à escola, havia ficado um bom tempo sem aparecer lá e ainda nem tinha passado por sua cabeça o desastre que isso ia ocasionar. O atestado falso que Coraline conseguirá para ela devia amenizar um pouco.

Ninguém se preocupou em perguntar o porquê dela estar faltando. Não deviam achar que isso era interessante, ela pensou. As pessoas ali não se preocupavam uma com as outras de verdade, se acontecia uma coisa ruim com você elas podiam até perguntar o que era, mas não passava de uma pergunta vazia, a resposta não ia fazer diferença. O importante ali era o quanto o final de semana seria “produtivo”.

Rebecca pensou se era ali mesmo que queria estar, então ela olhou para o lado e viu Esteban, que acenou. Agora pelo menos não estava sozinha.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Sei que ficou pequeno esse epílogo, mas não quis ficar me estendendo. Obrigado por ter acompanhado até aqui. Foi muito prazeroso escrever essa história e espero que tenha sido pra você que leu também. Caso tenham alguma dúvida ou queiram me falar alguma coisa me mandem uma MP. Deixem aí nos comentários o que acharam.
=D