Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 20
Reação biológica involuntária


Notas iniciais do capítulo

Olá amiguinhos 3:D

Só pra avisar que o final da fic ta pronto 3:D

E vocês vão querer me matar depois do final 3:D

Mommy loves you, babys ♥



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Eu e Austin nos encontrávamos deitados na areia fria e fina da praia.
Olhávamos as constelações, de mãos dadas.

Lado a lado.

— Ally. – ele me chama, e eu viro meu rosto para ele.

— O que foi? – seu rosto também vira.

Cara a cara.

Ele se senta, desviando seu olhar de mim, e soltando minha mão.

— O que foi Austin? – sento-me também, afagando seu braço direito.

Ele suspira, olhando para o outro lado.

— Eu já mandei minha inscrição pra a NYU. E vou receber a resposta na primeira semana depois do ano novo. Estou concorrendo a uma bolsa de estudos. E tudo indica que ela será positiva. Eu teria cancelado se tivesse conseguido um patrocinador na última corrida.

Parei, e retirei minha mão do braço dele.

Austin iria para New York?

— Mas... – minha voz falha. – A NYU é uma das faculdades mais concorridas. Precisa de cartas de recomendação e... – eu estava totalmente confusa com a quantidade de informação. – Como conseguiu?

Agora ele já olhava para mim, e tinha seus dedos entrelaçados aos meus.

— Eu tenho um parente que estudou lá. Minha tia, Ursula.

Encaro-o, e seus olhos já não brilham mais.

— Ela sempre foi afastada da família, e eu não a vejo desde que minha mãe morreu. Ela não sabe que eu... – ele hesita um pouco. – Bem. Você sabe. Para ela, eu sou como Charles. Então ela me ligou há uns meses, perguntando-me se eu já sabia em que universidade que eu iria entrar.

Tentei ouvir cada palavra que Austin falava.

Ele me explicou sobre sua tia Ursula recomendá-lo para a NYU. O loiro só gravou a vídeo-inscrição para a bolsa de estudos, e mandou junto da carta de recomendação.

Até Austin já sabia o que iria fazer, e eu estava aqui.

Estagnada.

Parada.

Quando ele finalizou sua fala, eu fiquei parada, tentando encontrar em minha mente algum assunto, algum comentário, qualquer coisa que eu pudesse falar.

— Que música você tocou na vídeo-inscrição? – comentei, fugindo do pensamento de que ele iria para outro estado, bem longe de mim.

— Ah... Eu.. – ele pigarrei, meio hesitante em falar. – Eu toquei uma música do Passenger.

— Passenger? – questiono. – Não sabia que gostava de música indie... Você tem cara de que só ouve rock.

Ele ri do meu comentário, concordando.

— Qual música? – pergunto.

Let Her Go. – Austin responde.

— Eu gosto dessa.

Nos deitamos novamente.

Lado a lado.

Nossas mãos unidas.

— Por quê? – pergunto. – Por que essa música?

Ele da de ombros, olhando pra as estrelas.

— Ela me faz lembrar minha mãe. – Austin aperta mais minha mão, deixando-a mais leve em seguida.

Respiro fundo e fecho meus olhos, lembrando-me do por que de eu ter saído do meu quarto.
Mas melhor não comentar nada sobre o pesadelo. Não vou estragar este momento que parece tão perfeito.

But you only need the light when it’s burning low. – ele canta um trecho da música citada há pouco tempo. – You only miss the sun, when it’s starts to snow.

You only know you love her when you’ve let her go. – nós cantamos juntos.

E por mais que nossos motivos fossem (talvez) diferentes, aquela música fazia muito sentido para ambos.

Ele puxa minha mão para perto dele e sinto-o beijar meus pulsos, onde os cortes estavam em evidência e ainda com sangue seco em volta.

Austin não é idiota. Ele provavelmente imaginou que eu sonhei com algo, e arranhei, ou raspei as cicatrizes.

Continuo com os olhos fechados, e aos poucos, meu corpo vai relaxando.

— Ally? – ouço meu apelido ser chamado, mas resolvo ignorar.

É preciso aproveitar o momento de sol depois que a tempestade passa.

Sinto Austin largar minha mão, e logo duas mãos me levantam da areia. Ele estava me carregando no colo.
O loiro caminha, e caminha, e eu não me arrisco em abrir os olhos.

Ouço-o fechar a porta “delicadamente” – com o pé. Como ele é um gênio.

Sinto quando ele sobe as escadas, e quase escorrega nos degraus. Reprimo uma risada.

Assim que consigo sentir a cama embaixo de mim, seus braços saem de perto do meu corpo, e eu sinto frio. E saudade.

Seus lábios vão para a minha testa.

Boa noite, meu amor. – ele sussurra, acariciando minha bochecha direita.

Antes que ele se vá, eu abro os olhos e seguro seu braço.

— Fique comigo. – e seus olhos castanhos brilham novamente.

— Para sempre. – Austin sorri e eu movo-me para o lado, batendo de leve no espaço que sobrou.

Ele tira a camiseta preta de alguma banda que eu provavelmente desconheço (ou não me lembro), e se deita ao meu lado, me abraçando.

Cubro nossas pernas entrelaçadas com o lençol claro e aninho-me perto dele.

E eu não poderia estar me sentindo melhor.

.

Horas depois

.

A claridade de mais um dia em Cocoa Beach atinge meus olhos, fazendo-me despertar de mais uma noite sem sonhos.

Lembro-me dos acontecimentos da madrugada.
Eu colocando um cigarro pela primeira vez na boca.
Nós dois cantando, deitados na areia.
Austin beijando meus cortes.

Ele falando que vai para New York.

Esse pensamento some da minha mente, quando me lembro de que o garoto está deitado atrás de mim, com uma das mãos em cima do meu quadril, segurando-me contra ele.

Sua respiração está batendo meu pescoço, constante e calma. Ele está apagado.

Entretanto, uma parte dele está bem acordada e em contato com minhas costas. Quase ao chegar da minha bunda.

Sempre fui uma boa aluna, e lembro-me muito bem no segundo ano, quando estudamos o corpo humano em Biologia, que é normal que garotos tenham ereções enquanto dormem e quando acordam. É algo natural do corpo masculino.

Totalmente inocente.

A quem eu estou querendo enganar...

Aquilo estava me deixando altamente nervosa. Com o que o loiro estaria sonhando? – Oras. Como se você não soubesse Alicia!

Mas a questão era com quem?

Sua respiração não é mais calma. Ele está acordando.
Sem saber o que fazer fecho os olhos, e tento ficar o mais imóvel possível.

Penso que ele vai se afastar, ou ao menos levantar-se para “aliviar-se”, mas não.

Ele me aperta mais contra seu corpo, fazendo com que eu sinta sua ereção nas minhas costas, novamente.

Acalme-se Alicia” – eu repetia mentalmente.

Austin afasta meu cabelo que se encontrava sobre meu ombro, e começa a dar leves beijinhos naquela área.

Tento controlar meu corpo para não arrepiar e nem... Ter outras reações. Quem sabe mais.. Positivas? Nem eu mesma sei.

Seus dedos percorrem desde meu ombro até meu pulso.

Controle-se”.

De repente, ele roça uma de suas pernas (que estava entre as minhas) na minha panturrilha esquerda.

Todo e qualquer pelo no meu corpo se arrepia, e eu fico gelada, deixando soltar um suspiro.

Ele a principio se afasta um pouco, para depois, apertar-me mais.

— Bom dia Ally. – ele sussurra em meu ouvido. – Dormiu bem?

— Vá se foder, loiro. – falo, sorrindo e ele ri.

Ouço sua gargalhada. Uma risada gostosa de se escutar.

Ele beija minha bochecha e se solta de mim, levantando-se.

Viro-me em direção a ele.

— Vai se aliviar? – pergunto maliciosa.

— Já que você não me ajuda, vou ter que fazer isso sozinho. – ele sorri, dando de ombros.

Reviro os olhos e levanto da cama, enquanto ele se dirige ate o final do corredor, para o banheiro.

Resolvo me vestir enquanto o garoto ainda não está aqui no quarto.

Tiro o pijama azul curto, vestindo um vestido (também azul) com pequenos desenhos de telefones. Coloquei uma, duas (ou cinco) pulseiras simples para esconder os cortes.

No momento em que eu vou guardar o pijama, avisto o caderno de capa marrom com um grande “A” em roxo na frente.
Meu diário.

A última vez em que escrevi no mesmo fora quando estávamos vindo para Cocoa. No meio da viagem, tive ideia para alguma música, e resolvi escrever.

Abro na página marcada e leio a letra que eu escrevera a alguns dias atrás.

“Take on the world, let's go crazy
Love will tell us where to go
I'll be your girl, be my baby”

— Você que escreveu? – ouço a voz do loiro atrás de mim e me assusto.

— Austin! – repreendo-o.

Ele ri, revirando os olhos.

— Me responda. Foi você que escreveu? – ele insiste.

Com certa hesitação, eu resolvo responde-lo.

— Sim. – falo, com a cabeça baixa.

— Ficou ótima.

E ele vira de costas, vestindo sua camiseta que estava ao lado da cama.

— O que? – questiono.

Ele me olha estranho.

— A letra. – ele arruma a camiseta preta nos braços, para vesti-la. – Ficou boa. Eu gostei.

Sorrio.

Assim que ele termina de se vestir, eu guardo o diário dentro da mochila, e nós dois descemos as escadas.

Encontramos Trish sentada em uma das banquetas, segurando seu celular e uma xícara de café. Dez estava sentado no sofá com sua câmera.

— Bom dia pombinhos! – o ruivo exclama.

Reviro os olhos e vou para a cozinha, pegar uma xícara de café. Austin senta-se com Dezmond, e os dois começam a conversar baixo, entre eles.

Sirvo a bebida quente em uma xícara branca qualquer que encontro nos armários.

— Olá. – cumprimento Trish, ela sorri.

— Como foi a noite com Austin? – levanto as sobrancelhas. – Por favor. Eu vi você dois dormindo juntos quando eu fui te acordar. – ela dá uma golada em seu café.

— Não aconteceu nada, ok? Nós só dormimos e...

Ouço um toque de telefone perto de mim. Não é meu, nem de Trish.

— Ah! É o meu! – o loiro exclama e pega o telefone na bancada em que eu estou escorada, bebendo café.

— Alô? – ele pergunta, sorrindo.

Logo seu rosto se fecha, e seus olhos marejam.

— O.. Que? – ele murmura.

Lágrimas caem de seus olhos quando ele os fecha.

— Eu estou a caminho.

— Austin! – chamo-o, e ele está chorando. – O que aconteceu?

O loiro para, e passa as mãos nos cabelos, nervoso e chorando.

— Char... – ele sussurra.

— O que aconteceu com ele? – Dez se aproxima, mostrando que conhece o irmão de Austin.

O loiro se desvencilha de mim, que segurava seus braços, e sobe as escadas rápido.

Sigo-o, procurando alguma resposta.

Ele segue para seu quarto, guardando toda e qualquer coisa de volta para a mochila.

— Austin. – seguro suas mãos. – O que aconteceu com Charles? – pergunto, simplesmente, tentando obter alguma resposta.

— Ele... – ele respira fundo, chorando ainda. – Sofreu um acidente.


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Notas finais do capítulo

Novamente (só pra vocês lembrarem) eu AMO todos vocês, meu bebês ♥



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