Ain't No Way We're Going Home escrita por snowflake


Capítulo 18
Carrie


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas ♥

Eu nem demorei né?

Sei lá.. Não sei o que dizer...
Somente aproveitem a leitura meus amores ♥



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— Como você pode ser tão idiota, Dezmond? - ouvi Trish gritar do lado de fora.

Ouço algo que parece um tapa.

Separo meus lábios dos do loiro e tento prestar atenção no que ocorre do lado de fora da porta.

Olho preocupada para ele. Austin me olha do mesmo modo.

O que estaria acontecendo lá fora?

Antes que eu chegue até a porta, a mesma se abre, revelando uma Trish com o rosto vermelho e um Dezmond vindo mais atrás, com a mão no rosto.
Aquela vermelhidão no rosto da latina não parecia ser vergonha.

A baixinha já havia subido as escadas, e Dez estava pegando gelo para colocar no rosto.

Vou para o segundo andar, e Austin segue para a cozinha ajudar o amigo.
Me dirijo até a última porta do corredor, em frente ao quarto do ruivo.
Bato na madeira branca três vezes com os nós dos dedos.

— Trish... - chamo-a calmamente. - Sou eu, Ally.

A porta se abre, revelando a garota de cabeça baixa. Ela caminha até a cama, jogando-se na montanha de cobertores brancos. Fecho a porta atrás de mim.
Duas linhas pretas escorrem de seus olhos até o fim do rosto. Patrícia, provavelmente, chorou muito.

— Ah Trish... - sento-me ao seu lado. - Quer me dizer o que foi?

— O Dezmond é um idiota. Como ele pode ter... - a latina murmurava, quase que para si mesma.

— O que ele fez? - tentei, docemente, arrancar alguma informação para saciar minha curiosidade.

Ela funga algumas vezes passando o dorso da mão no nariz pequeno e redondo. Respira fundo, e finalmente me olha nos olhos.
— Ele... - Trish começa hesitante. - Me convidou para o baile de formatura.
Arregalo meus olhos e sorrio em surpresa.

— Trish! Isso é demais! - mais minha felicidade e entusiasmo vão embora logo. - Então por que está chorando?

— Ora Ally! - ela reclama. - Até parece que não sabe!
Franzo o cenho.

— Se eu soubesse, eu não estaria aqui tentando descobrir. – falo, e reviro os olhos, já perdendo a paciência.

— O Dezmond... – ela fecha os olhos com força. – Depois que ele me convidou, ele falou que seria divertido que nós fossemos juntos, afinal nós somos amigos. – ela enfatiza a palavra.

Meu cenho se franze, e os cantos de meus lábios sobem, num sorriso confuso.

— E não era isso que você queria? – questiono, aproximando-se mais da garota. – Você nunca suportou o ruivo. E ter ele como amigo, já é um grande avanço.

Trish respira fundo, levantando-se e começa a andar de um lado para o outro.

— Bem... Você sabe que... – ela para, passando a mão pelo cabelo cacheado. – Eu nunca fui muito certa dos meus sentimentos, por qualquer pessoa... – Trish para, novamente, virando-se de frente para mim.

— E...? – pergunto, esperando uma resposta que preste.

— Eu.. Meio que... Tenho uma queda pelo ruivo. – Patrícia sussurra a última parte, com medo de alguém escutar.

Levanto-me, indo a sua direção.

A latina abaixa a cabeça, e olha para suas unhas.

— Mas ele não sente o mesmo. – ela finaliza.

Abraço minha melhor amiga, tentando transmitir todo o consolo possível.

— E o pior é que.. – ela continua, com a cabeça no meu ombro, por eu ser, alguns centímetros, mais alta. – Ele não é tão idiota quanto eu pensava.

Separo-me dela e franzo o cenho.

— Como assim? – puxo-a para sentar-se na cama novamente e explicar-me tudo direito.

— Ele é inteligente! Apesar de não parecer. – Trish sorria ao falar dele. – Ela fala sobre filosofia, e a teoria do universo. Apesar de eu achar isso um pouco entediante, ele conseguiu me manter focada em cada palavra que o mesmo dizia.

Patrícia gesticulava, e sorria a cada vez mais.

— E nesse tempo que você e Austin ficaram fora, nós nos conhecemos melhor. – ela abaixou a cabeça novamente, corada e sorrindo. – Ele me falou dos sonhos dele de cursar cinema, ou fotografia. Ele não se decidiu.

Afago seus braços. Ela me olha preocupada, desta vez.

— O que eu faço?

Tento encontrar em minha mente, algum conselho que eu possa dar a essa apaixonada desesperada por ajuda, mas nada me vem à cabeça.

— Fale para ele, ué. – dou de ombros. – Conte a ele o que sente, e talvez ele sinta o mesmo.

— Eu não posso. – ela resmunga. – Ele me falou que está com uma garota. Carrie. Ela é de Los Angeles. Eles se conheceram na internet, e se falam há algumas semanas. Ela vai vir para Miami, daqui a um mês, depois do Natal. – sua feição se torna triste. – Eles vão dar o “primeiro beijo” durante a virada do ano. – Trish revira os olhos com o romance excessivo, porém eu acho muito fofo.

— Bem, então você tem até o Natal para conquistar esse ruivo de olhos verdes! – exclamo, e ela dá um meio sorriso, como se dissesse “É, pode ser...”. – Vamos. Os meninos estão nos esperando. E Dezmond já deve estar preparando o jantar.

— Mas... – ela me corta, e puxa meu braço quando eu tento levantar. – Como eu vou agir perto dele?

Seja você mesma. – sorrio. – Assim ele vai cair de joelhos, implorando por você.

Ela sorri, envergonhada, e nós duas descemos até a sala de estar.

Austin estava sentado no sofá, mexendo no celular, e Dez já estava na cozinha (que exalava um cheiro muito bom, por sinal).

Empurrei Trish, gentilmente para a cozinha, e ela seguiu até lá, sentando-se em um dos banquinhos do balcão.

Eu caminhei até o loiro, e me joguei ao seu lado.

— Olá. – falamos em uni-solo. Sorriu, e dou um selinho no mesmo.

— O que está fazendo? – pergunto, olhando para a pequena tela do aparelho em suas mãos, que é bloqueada, no momento em que eu ponho os olhos nela.

— Nada. – ela dá de ombros. – Aliás, você pode me passar aquelas fotos que tiramos em Melbourne? – o loiro sorri.

— Ahm... Tudo bem. – assinto. – Já volto. Eu deixei meu celular lá em cima.

Subo as escadas, entrando no primeiro quarto à esquerda.

Procuro o aparelho sobre a cômoda e não acho o mesmo.

— Mas... Onde está? – murmuro, falando comigo mesma.

Passo as mãos sobre a cama, vendo se não estava embaixo dos lençóis, ou do travesseiro.

Procuro pelo criado-mudo, e não o acho.

Abro a primeira gaveta, e o aparelho escuro está solitário, dentro da mesma.

Franzo o cenho, percebendo o quanto essa ação já ficara repetitiva.

Reviro os olhos e saio do quarto, apagando a luz e fechando a porta.

— Gente, algum de vocês guardou meu celular no criado-mudo? – pergunto para os três, que conversavam animadamente na cozinha. - Eu não lembro te der colocado ele lá.

Austin aperta os lábios, Trish dá de ombros, e Dez mal presta atenção no que eu falo, e continua a cortar cebolas e tomates.

Os mesmos negam qualquer coisa.

— Você deve ter colocado ele lá, e nem se lembra. – o ruivo fala.

Dou de ombros e sento-me no sofá, chamando Austin.

O loiro se senta – vulgo se joga – ao meu lado e eu lhe passo as fotos.

Revendo-as agora, realmente Austin é muito bonito...

Ahm... Quer dizer...

Ah! Foda-se.

Ele é realmente lindo.

Devo ter ficado tempo de mais vendo uma das fotos em que Austin está de frente com os dois braços flexionados e com um sorriso malicioso no rosto.

Você pode ver isso ao vivo se quiser... – ele sussurra ao meu ouvido, e eu fito-o com raiva.

— Desculpe. Não resisti. – ele se defende.

Sorrio e tento ignorar.

.

Algumas horas depois

.

— Dez! Eu não sabia que você cozinhava tão bem... – elogio o ruivo, largando meu prato na pia, e prendendo o cabelo, para conseguir lavar a louça. – Vai ser gastrônomo por um acaso? – rio da minha própria piada sem graça.

— Ah.. Eu nunca tive a oportunidade de falar, então, nunca toquei no assunto. – ele da de ombros, bebericando seu copo de cerveja. – Mas eu sei. Eu sou ótimo! – ele põe as mãos atrás da cabeça sorrindo.

Reviro os olhos, enquanto Austin e ri da ação de Dez. Trish já havia subido.

— Ally. – o loiro me chama, enquanto eu passo uma esponja amarelada nas louças. – Você pretende fazer faculdade de quê?

E aquela pergunta ronda minha mente.

— Não sei ainda... – é a única coisa que consigo dizer.

Enquanto os dois entram em uma conversa super animada sobre cursos, faculdades, notas e afins, minha mente vagueia por aí.

Daqui a quatro dias, eu vou me formar no ensino médio.

Eu não tinha me tocado disso.

Eu vou estar formada no colégio.

Será que eu realmente quero fazer uma faculdade?

Eu nem sei o que eu quero fazer!

Nunca tive espaço na minha infância para sonhar em ser alguma coisa...

Acho que eu teia que me dar um ano para pensar em fazer alguma coisa, e pensar em alguma faculdade ano que vem...

Mas, e se Austin já souber o que quer, e ir para uma faculdade, deixando-me sozinha em South Miami?

E Trish também? E Dez?

Eu não aguentaria ficar um ano longe das pessoas mais importantes para mim.

E Dallas... Ele voltará somente em Junho do ano que vem.

Será que ele não veria problema em eu não ter entrado em uma universidade ainda?

Meu irmão nunca me perguntou nada sobre o que eu gostaria de “ser quando crescer”.

Tento parar de pensar nisso, e me concentrar na conversa que ocorre atrás de mim.

Os dois ainda confabulam sobre cursos.

Consigo ouvir Austin falar em algo sobre música, mas meus pensamentos gritam tanto, que eu não ouço mais nada.

Termino a louça, colocando no escorredor ao lado.

— Eu... – corto a conversa. – Já vou ir dormir.

— Mas já? – Austin se levanta, me seguindo até a escada. – O que aconteceu Alls?

— Nada! – viro-me em sua direção. – Eu só estou cansada. Boa noite. – dou-lhe um selinho e torno a subir as escadas rapidamente.

Preciso falar com meu irmão.

Mas que horas devem ser lá?

Bem, isso não importa. Sei que ele me atenderá.

Entro no primeiro quarto a esquerda, fechando a porta atrás de mim.

Procuro meu celular, lembrando-me de ter deixado no sofá da sala.

Abro a porta, e desço as escadas silenciosamente.

— (...) Então vocês ficaram? – ouço a voz do ruivo.

Sim! E foi incrível! – Austin responde-o, o que faz um sorriso brotar em meu rosto. Eles falavam de mim?

Fico parada na escada, sem que eles me vejam, e a conversa continua.

Mas... – o loiro continua. – Ela não quis transar comigo.

Também... Ela foi estuprada, Austin. Acho que Ally não vai querer transar com você por um bom tempo...

O sorriso some de meu rosto.

Eu sei, eu sei... – ele bufa. – Mas você sabe... Eu não posso ir contra meus instintos...

Ouço a risada do ruivo.

Só não desanime cara... – Dezmond fala. – Ela não é uma dessas garotas com que você fica o tempo inteiro. Ela vale a pena.

Tire o olho! Ela é minha! – Austin ameaça e, novamente, a risada esganiçada do Wade é ouvida.

Desisto de ligar para Dallas, e desisto de ouvir a conversa dos dois.

Antes que eu me levante, ouço a voz do loiro.

Eu disse a ela, que a amo.

Não vou nem ficar para ouvir o restante.

Austin gosta de mim, e parece estar apaixonado por mim.

Subo as escadas e entro, mais uma vez, na primeira porta a esquerda.

Retiro a roupa que eu vestia, e visto meus pijamas.

Abro a janela e apago as luzes.

A luz azulada da lua, pouco ilumina meu quarto, mas está ótimo assim.

Fito por um tempo o céu escuro da noite.

Respiro fundo, e o ar frio entra por minhas narinas.

Saio de perto da janela, e deito-me na cama.

Rapidamente consigo entrar em meu mundo de sonhos e fantasias.

Mas nem sempre, esses sonhos são bons.


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Notas finais do capítulo

Beijinhos da Tia Nat ♥

Mommy loves you ♥