O corpo de Nari foi jogado pela Janela. O primeiro pensamento da garota foi quanto tempo levaria para se espatifar no chão. Olhou pra baixo e calculou cerca de 3 segundos. Nesse curto instante ela teria que traçar um paradigma de toda a situação e evitar sua morte eminente. A mente da garota foi a mil processando milhares de informações ao mesmo tempo.

3...

Dean com certeza não matou Louis. Provavelmente não matarão Josh ainda pois sabem que ele é valioso pra gente. Irão usá-lo como refém. Chris, o líder é uma incógnita, pode surgir á qualquer momento. Preciso encontrar o Dean antes de qualquer coisa. Mas, a garota Carrie... ela...

2...

1...

Nari girou o corpo no ar e com a mão direita arremessou plucky contra o solo enquanto as engrenagens de seu cérebro deram um ultimo estalo. O Felino gelatinoso se expandiu num gigantesco colchão de ar. Amortecendo a queda.

– Então Carrie, de alguma forma, matou Louis. – Pensou contundente enquanto Plucky voltava a forma de bola e saltava na sua mão. Antes que ela pudesse tomar qualquer atitude, uma mão forte agarrou seu pescoço e a imprensou contra a lateral do prédio.

–Vocês... Vocês matarem ele! – Gritou Chris com os olhos amarelados úmidos e repletos de fúria.

–Não matamos ele! Foi a– Chris apertou ainda mais a garganta de Nari, impedindo que qualquer palavra persuasiva saísse de sua boca. Ele não queira ouvir desculpas, seu único objetivo era matar aqueles agentes. Nari , sem alternativas, jogou Plucky em direção ao solo. A mascote em formado de bola bateu no chão, ricocheteou num poste ali perto e acertou a nuca de Chris. O Líder da SC soltou a garota e pegou Plucky em pleno ar. O ser felino se liquefez, escorrendo pelos dedos de seu inimigo. Nari aproveitou a deixa para se afastar até uma distância segura.

Chris, ainda mais furioso, concentrou vita nos punhos. Eles emanavam uma aura roxa extremamente hostil.

–Acalme-se! É tudo um mal entendido! – Disse a garota tentando (inutilmente) acalma-lo.

–Me acalmar? Vocês mataram a única pessoa mais importante pra mim nesse mundo! – Nari pode notar resquícios de lágrimas brotando naquele rosto. – Não tem conversa pra vocês.

–é, ferrou. – Disse Plucky ao pé da garota.

Chris enfiou as mãos no duro asfalto como se fosse areia e arrancou um pedaço enorme, arremessando-o contra Nari. Ela conseguiu desviar com dificuldade, usar aquela habilidade pra reanimar Josh demandava uma quantidade absurda de vita. Agora, ela só dependia de sua melhor arma: O intelecto.

Com uma análise rápida, ele é do tipo força bruta. Entretanto, ele não pareceu fazer nenhum esforço pra quebrar e levantar aquele pedaço de concreto. Então, seu poder deve ou ser aumento de força na área onde ele concentra vita, habilidade básica de qualquer Herdeiro tipo Power, ou , Pode usar a vita pra diminuir a resistência das coisas, tornando-as fáceis de quebrar ou carregar enquanto estiver em contato com sua vita.. Preciso saber qual das duas é a verdadeira habilidade dele. O que acha, plu?

Você é o cérebro, eu só executo.

Chris levantou mais um bloco de asfalto e jogou. Nari puxou Plucky e criou uma barreira com consistência de borracha. O bloco bateu e foi devolvido para Chris que segurou-o no ar e esmigalhou como uma criança esmigalha um biscoito.

Então, é a segunda opção. Ele diminui a resistência, podendo quebrar qualquer coisa. Tenho que tomar cuidado, Se ele tocar em mim, já era.

–Não tenho mais tempo pra brincadeiras. – Disse Chris, agora, a aura roxa de vita tomava conta de toda parte superior do seu corpo. Os olhos amarelados emitiam um fraco brilho roxo. E emanação de energia começou a criar pequenas ranhuras no solo ao redor dele. Nari não queria nem imaginar o que lhe aconteceria se fosse acertada em cheio por um golpe. Ele correu em direção dela com uma sequencia de socos. Como não acertou nenhum, Chris juntou as mão acima da cabeça e as desceu com força ao chão. O impacto fez Nari se desequilibrar e cair. Ele levanto.u a perna esquerda e desceu o calcanhar em direção a cabeça da garota, Entretando, algo passou em alta velocidade e a salvou.

–Cê tá bem? – Perguntou Dean segurando Nari e Plucky nos braços, ele havia usado o jump para resgatá-los. –Por que ele tá te atacando?

– Versão curta: Carrie matou Louis e botou a culpa na gente. Mais especificamente, em você.

–Quê?! Mas eu acabei de vir de lá! Ele tava bem... Cadê o Josh?

–Ficou lá em cima. Precisamos dar um jeito de salvá-lo.

–Vem, manobra de contenção 25. – Dean ergueu a espada.

–Não vai dar, usei a Reanimação no Josh. – Disse a garota.

Reanimação era uma técnica que Nari desenvolveu. Ela concentrava uma enorme quantidade de vita em uma bolinha tirada do corpo de Plucky e colocava na boca do alvo. Essa grande vita condensada ia direto pro sistema nervoso e músculos, recuperando qualquer um física e mentalmente. Entretanto, ela ficava exausta em troca.

–Merda! – Disse Dean. – Então, deixa que eu me viro sozinho. – E saiu correndo em direção ao líder da Street Crown. Nari tentou avisa-lo das habilidades do furioso herdeiro mas não conseguiu. Quando Dean tentou cortá-lo, Chris segurou a espada que sem esforço nenhum quebrou. Com um forte chute nas costas, Chris fez Dean voar de volta, fazendo-o cair em cima de Nari.

–Lixo! – Esbravejou Chris.

–Ah não! Essa era a espada que o mano me deu! Olha isso nari! – Disse ele mostrando o cabo do que era uma espada até poucos segundos atrás. Nari o empurrou pro lado e se levantou brava.

–Isso não aconteceria se você não saísse atacando os inimigos assim! Seu ridículo! Não vejo outra escolha senão fugir. Estamos muito frac– Nari notou que um pequeno aglomerado de pessoas se formou a redor dos três, e a grande maioria estava com seus celulares em mãos, filmando tudo.

–Merda. – Comentou Plucky. Nari puxou do bolso um dispositivo um pouco maior que uma moeda, com um botão no centro. Ela o apertou e um PEM (Pulso eletro-magnético) propagou-se, queimando todos os aparelhos os celulares e dispositivos eletrônicos num raio de 50 metros. Com Exceção do seu comunicador que era resistente.

–Vamos dar o fora daqui – Disse ela afastando os curiosos para fugir com Dean em Plucky.

–Irei caçar vocês até o inferno se for preciso! – Gritou Chris, iniciando a perseguição aos agentes.

–

...

–Como puderam fazer isso? Seus lixos! – Disse Jones olhando fixamente para Josh que, por sua vez, fitava Andrew, Incrédulo. Sua decepção com o garoto voador era gigante. Eles ajudaram a avó dele, confiaram e ofereceram ajuda para serem traídos dessa maneira? E Nari? Josh rezava inconscientemente para que ela conseguisse se salvar.

–Eu poderia te matar agora – Disse Jones – Mas, você servirá de isca pro otário de cabelo branco.

Jones encostou as mãos no chão e vários espelhos foram cercando Josh em todos os ângulos possíveis. Josh Levantou os braços em direção ao rosto para se proteger. Quando abriu os olhos, viu sua imagem refletida infinitamente em todas as direções. Aquilo entorpeceu seus sentidos e ele, tonto, caiu de joelhos.

–Você está na minha Prisão de Espelhos. Nem tente quebrar os espelhos, eles se regeneram e refletem Vita. Portanto, Sem raios.

–Andrew! – Gritou Josh tentando se recompor. – Se não fosse por mim, você estaria sendo torturado agora! É assim que agradece? Você...Matou a Nari!

Andrew estava agachado num dos cantos da sala com as mãos na cabeça. Ele sabia que Josh tinha razão. O voador estava completamente consternado com o que havia acabado de fazer. Era só seguir o plano de Carrie que nada ia dar errado. Quando ela desse o sinal, ele iria entrar voando e jogar a garota pra fora do edifício. Ela tinha dito que não haveria problema, ninguém ia se machucar. Era uma distração. Agora, um de seus melhores amigos estava morto. Andrew se esforçou, mas a única coisa que conseguiu dizer foi um choroso sinto muito.

Josh enfurecido socou um dos espelhos que rachou, porém, em fração de segundos voltou ao normal. Ele socou várias vezes os espelhos mas não adiantou nada. Era aquela sensação de impotência que novamente caia sobre sua cabeça. Ele era um inútil.

...

Se esgueirando por vielas e saltando sobre latas de lixo e carros, Dean e Nari fugiam do líder da SC sedento por vingança. Fugir era moleza pra Dean, entretanto ele estava acompanhado de Nari que, além de cansada, não tinha um décimo das habilidades de parkour dele. Diferente de Chris que parecia se aproximar a cada obstáculo.

–Ele está chegando perto. Logo vai nos alcançar – Disse Nari ofegante.

–Já sei. Ta vendo aquele poste ali?

–Sim.

–Vou subir nele e distrair o cara enquanto você se esconde, chama ajuda e volta pra resgatar o Josh.

–Tem certeza? – Questionou Nari. – É perigoso se ele encostar em você, já era.

Dean olhava pra frente sério. Ficou calado por vários segundos, até que notou Nari encarando-o.

–O que foi? – Ele perguntou.

Ela deu um soco no braço dele.

–Ah tá. – Ele deu um sorriso amarelo. – Tenho sim. Pode ir.

–Seu ridículo.

–É um bundão mesmo. – Completou Plucky.

Dean riu e acelerou a corrida. Saltou e subiu no poste como um macaco. Nari e Plucky se esconderam atrás de um carro estacionado ali perto.

–Ei cara! Olha o que sei fazer! – Dean começou a simular movimentos de pole dance. Nari viu aquilo incrédula. O queixo de Plucky estava literalmente no chão. Chris viu aquele deboche e logo tratou de estraçalhar o poste. Dean saltou para o lado e começou a correr. Chris o seguiu.

Nari respirou um pouco aliviada. Ela ligou o comunicador e procurou o ícone de Rider. Infelizmente estava dourado. O que significava que o agente estava ocupado em uma missão classe S. Logo abaixo, o ícone de John estava verde. Ela relutou em clicar, chamar o John poderia piorar tudo... mas infelizmente ,tinha que fazer isso.

–John falando. Nari sua linda! Cadê vocês? O maninho saiu pra uma “S” e o Pablo está enfornado no laboratório como sempre. Aquele argentino filho da puta. Ele acha que eu perdoei ele por tomar meu leite. Perdoei uma ova. Ninguém toma meu leite. Não existe família e não existem amigos quando se trata de leite. Leite é-

–Chega John!

–Calma. Quer um balão?

–Precisamos da sua ajuda agora. Pablo deve ter avisado sobre. Josh foi capturado pelos inimigos. Dean está sendo perseguido por um deles e eu estou sem a mínima condição de lutar. Odeio dizer isso mas...precisamos de você.

–Não vou ajudar. Tchau.

–John! – Ela gritou.

–Não vou. Tô em uma missão agora. – Nari ouviu mesmo barulhos de tiro, mas logo identificou de onde vinham.

–Você tá jogando, seu ridículo.

–Por isso não vai dar.

–John, querido. Se você não aparecer aqui em 15 minutos, eu juro que quando te encontrar de novo, vou enfiar o Plucky na sua bunda.

–É! – Confirmou o felino gelatinoso. – Não... pera...

–Tá bom, tá bom. Deixe-me só conseguir o checkpoint. –O videogame disse Checkpoint em alto e bom som. – É...o próximo checkpoint.

Nari iria gritar novamente, mas se lembrou de um fato que faria John mudar de ideia na hora.

–Um dos caras é bem forte. Muito mesmo. Ele deu uma surra em mim e no Dean...ao mesmo tempo. Ninguém é páreo para ele. Parece ser invencível.

Nari não viu a expressão dele, mas tinha certeza de que um largo sorriso havia surgido naquele rosto sacana. John nunca recusaria enfrentar um inimigo poderoso. Mesmo que Nari tenha exagerado um pouquinho na descrição.

–Chego em cinco minutos. – Disse o músico.

–Acabei de enviar todas as informações.

– Tá, Te amo.

–Vá á merda.

...

Andrew ainda estava no chão se lamentando quando Jones resolveu intervir:

–Por que tá chorando Drew? Eles mataram o Louis! Para com isso!

–Mas… Eles confiaram em mim.

–E daí? Isso não importa mais. Engole o choro.

Eles ouviram passos na escada. Jones tratou logo de se preparar para o combate, não iria deixar mais ninguém de sua equipe se ferir. Porém, era Carrie que chegava no lugar. Ela estava cansada e um pouco suja, seus cabelos azuis estavam presos em um rabo de cavalo.

–O quê você está fazendo aqui? Não era pra você estar na base?

–Eu suspeitava de que eles pudessem fazer isso. Por isso vim e não avisei nada. Chris está perseguindo a garota e o cara da espada. Deem-me o item. Vou levar pra um lugar seguro.

Jones relutou um pouco, mas logo em seguida apontou para a caixa no chão.

–Quem está preso aí dentro? O outro garoto? – Perguntou ela quando notou a Prisão de Espelhos.

–Sim, pretendo usá-lo como moeda de troca.

Andrew, que encarava Carrie sério desde que ela entrou, Levantou e caminhou em sua direção.

–Você me prometeu que ninguém ia se machucar. –Disse ele.

–Andrew me querido, – Ela apoiou a mão no ombro dele. – Não sabia que eles iriam matar o Louis. Não tenho culpa. Jones, não o mate. Ele tem um rastreador e medidores cardíacos assim como os outros. Descobri assim que eles entraram na base.

–Então você sabia que eles eram agentes e não contou nada?!

–Eu não tinha certeza. – Disse ela pegando a caixa de Narium no chão. – Porém, as habilidades deles foram cruciais para completarmos essa missão. É impossível vencer um jogo de xadrez sem sacrificar algumas peças.

–Peças? – Gritou Jones. – Louis era nosso amigo porra!

–Não vou entrar nesses méritos. – Disse ela, fria. –Preciso guardar isso antes que reforços cheguem. –Carrie tirou uma Pistola de gancho da cintura. Usou-a para ir para o prédio da frente. Andrew se aproximou lentamente dos espelhos onde estava Josh, encostou a testa e disse:

–Josh, me desculpe.

–Você cometeu o maior erro da sua vida. –Respondeu Josh amargurado.

–Não escuta ele Drew. Ele tá manipulando você. Depois que isso acabar, vamos dar um jeito de resgatar sua avó. Não confie em agentes.

Andrew fechou os olhos e cerrou os punhos. Caminhou lentamente até a janela e observou a beleza da cidade noturna. Estava na hora de consertar seus erros. E assim, ele saiu voando atrás de Carrie.

Jones estava muito triste. Louis apesar de não ser um cara muito sociável, era uma pessoa muito importante pra ele porque por sua causa deixou de ser preconceituoso. Foi um choque quando descobriu, mas com o passar do tempo se acostumou e passou a tratá-lo como igual. Ele deixou de divagar quando forte estrondo que estourou a parede á sua frente. Ele pode ver e silhueta de um cara baixo, balbuciando alguns palavrões.

–É você o otário que surrou meus amigos? E cadê o Zé ninguém? –Perguntou John de cara amarrada. Ele usava o Traje de Combate com seu inconfundível coque samurai e na suas costas estava a tão sua Guitarra Ringo.

–Cuidado com ele! – Disse Josh.

–Ah. Aí esta você. – John olhou para a Prisão de Espelhos. – Quem você pensa que é pra dizer o que eu tenho que fazer ? Chegou agora e já quer botar moral? É muita audácia.

Jones aproveitou o descuido para encarcerar John em sua técnica.

–Você deve ser o reforço deles não é? – Riu Jones. – Que lixo. Você acaba de cair na minha Prisão de espelhos. Com essa técnica eu envolvo meus inimi – Jones foi interrompido por um grito de John.

–Para com essa porra! – Disse o Guitarrista irritado. – Eu não dou a mínima pra essa técnica. Não preciso saber como funciona. Vou dar um sacode em você de qualquer maneira.

–Além de idiota é arrogante. Típico de agentes. Pode tentar. Nuca conseguirá sair daí sozinho.

–É hein? Então tá. – John tirou sua guitarra das costas. Ele passou os dedos pelas cordas suavemente e tocou um único acorde. O som reverberou por todo o ambiente. Os espelhos começaram a vibrar. Jones e Josh tamparam os ouvidos pois o som se tornou ensurdecedor. Logo em seguida, todos os espelhos e vidros do local estouraram simultaneamente.

Jones ficou atônito vendo sua técnica perfeita sendo reduzida a estilhaços. John veio correndo e Jones não pode defender o forte soco que o guitarrista deu em seu rosto. Colocando-o pra dormir ali mesmo.

–Trouxa. –Disse John enquanto alongava o punho. – Porque todo cara que eu luto tem que me explicar a técnica? Eu não quero saber! Que merda! Depois levam um pau e não sabem por quê. E se esse for o tal cara que a Nari disse, vou ficar muito puto. Odeio quem mente pra mim.

–E existe alguém nesse mundo que você não odeie? – Perguntou Josh cutucando o ouvido para tentar eliminar o zumbido.

–É, tem razão. Odeio todo mundo. Não se sinta especial por fazer parte desse grupo.

Josh sentiu aquele coice doer mais que o Tratamento.

–Cara, valeu por me salvar.

–Hein? Não vim pra te salvar não rapaz. Só vim porque a Nari disse que tinha um cara bem fodão aqui. E espero mesmo que não seja esse – Disse John apoiando o pé no rosto inconsciente de Jones.

–Graças a Deus você veio! – Nari surgiu subindo as escadas. Ela tratou logo de explicar o que havia acontecido e quem estava por trás de tudo.

–Então ela matou Louis? –Questionou Josh.

–Provavelmente. O fato dela nos aceitar muito rápido foi suspeito. Além disso, quando ela ligou, estava ofegante. Logo deduzi que ela estava vindo pra cá. Ela sabia que Dean e Louis acabariam lutando, por isso os colocou juntos. Aí ela só esperou o desfecho da luta para matar o cara das correntes. Ela levou o Narium?

–Sim. Pelo que eu ouvi, parece que Andrew a seguiu.

–Vamos já descobrir. – Nari ligou o comunicador enquanto John brincava com Plucky no chão. – Ela foi naquela direção. – Disse ela apontando pra janela.

–Você colocou um rastreador nele? Quando? – Perguntou Josh.

–Ah meu querido, existem tantas maneiras de colocar um rastreador que você nem imagina... Então faremos o seguinte: John, siga o sinal do Dean e vá atrás dele. Vai encontrar o cara poderoso lá. Eu e você Josh iremos procurar Andrew. Se ele ainda estiver vivo, poderemos descobrir pra onde Carrie levou o Narium. Então é isso, Night Angel, Em ação!

John, Josh e Plucky ficaram encarando a garota, constrangidos.

–Nari , você como criadora de lemas é uma excelente líder. – John ativou os sistemas de voo de seu traje e saiu rasgando os céus para resgatar o amigo.

Josh e Nari viram John partir e ficaram em silêncio por alguns instantes. Silêncio esse que se tornava constrangedor a cada segundo.

–É...fico feliz que você não tenha morrido. – Comentou Josh para quebrar o gelo.

–Idem.

O silêncio se perpetuou até Plucky se manifestar:

–Ô dupla de dois, ainda temos algo a fazer. esqueceram? – Resmungou o felino estalando as patas.

–Vamos, tenho que bater um papinho com o Andrew.

...

...

Andrew estava em uma velocidade absurda quando enfim visualizou Carrie correndo num terraço. Ele se aproximou e com um impulso, derrubou a garota ao chão.

–O que foi isso! Saia daqui, a missão já foi concluída. – Disse ela pegando a caixa de Narium que havia rolado.

–Por que Louis morreu? – Questionou o Voador cerrando os punhos.

–Pergunte pros seus amigos agentes. Foram eles que o mataram.

–Dean Não faria algo assim...

–Ah, então você prefere acreditar nessas pessoas que você conheceu ontem do que em mim, que te conheço a três anos? Não seja tolo Drew, eles te manipularam esse tempo todo.

Andrew levou as mãos a cabeça, consternado.

–Isso... é tudo minha culpa. Vão matar minha avó, perdi um amigo e trai a confiança do Josh... eu... eu...

Ele baixou a cabeça e começou a chorar. Sem perceber, ele sentiu os braços de Carrie envolverem seu corpo suavemente. O abraço dela era quente e trazia conforto para o garoto. Ela era o mais próximo de uma irmã do que ele já teve. Ele encostou a cabeça em seu peito e sentiu seu batimento cardíaco leve. E assim, aos poucos foi se acalmando também. Ela não poderia ter matado Louis.

–Vai ficar tudo bem Drew, nós vamos dar um jeito de consertar isso. Prometo – Disse ela aos pés do ouvido dele. Eles permaneceram abraçados por um tempo até que Andrew parasse de chorar. Ele se afastou e sorriu para a garota. Em seguida, sentiu uma leve picada na nuca. Seu corpo começou a ficar dormente. Ele não conseguia mais se mexer. E assim, Carrie o largou ao chão.

–É esse seu maior defeito Drew, você é ingênuo demais. –Disse ela exibindo uma pequena agulha entre os dedos. –Você e os outros nunca suspeitaram o porquê de em todos esses anos eu nunca ter mostrado minhas habilidades? Todo esse tempo, eu estava atrás disso. – Ela mostrou o Narium – Vocês foram marionetes.

–Não...Não!

–Sim Drew. Porém, em consideração, não vou te matar. Sua vida já é horrível demais.

E Assim, ela seguiu se caminho deixando Andrew desfalecido ao chão.

...

Dean ainda fugia de Chris, eles chegavam num estacionamento térreo. Dean saltou sobre um carro, porém, Chris conseguiu ser mais rápido e acertou-lhe um soco com um punho irradiando vita. Dean juntou o braço esquerdo ao corpo para defender e sentiu seus ossos serem estilhaçados por dentro. Uma dor alucinante.

–Foi um, falta o outro. –Ironizou Chris.

Dean não conseguiria mais fugir. Seus braços eram essenciais para realizar acrobacias. Ele teria que ficar e lutar. Porém, a dor não o deixava raciocinar direito. Chris pulou na sua direção e ele conseguiu rolar para o lado. Chris virou-se com um chute e Dean dando um mortal para trás conseguiu escapar por milímetros do golpe. Ele correu mas uma pontada de dor o desconcentrou. Ele tropeçou e Chris num reflexo puro ia acertar o rosto de Dean com um poderoso chute.

Quando o pé de Chris estava prestes a estraçalhar o rosto do garoto, John surgiu um uma voadora, arremessando o líder da SC que só parou quando bateu na lateral de um dos carros.

–Então é essa cara que limpou o chão com vocês? – Perguntou o músico. – Nari e o fulano lá estão esperando por você. Deixa ele comigo.

–Você tem um anestésico aí? Ele ferrou com meu braço e tá doendo demais.

–Sorte sua que o Pablo colocou isso no meu traje antes de eu vir. – John abriu um pequeno compartimento no seu traje, tirou o medicamento que lembrava uma caneta e entregou para o garoto de mechas brancas. Dean tirou a tampa com a boca e aplicou no braço quebrado.

–Oh merda! – Disse Dean apontando pra frente. Quando John virou, viu o líder da SC carregando um carro, pronto para arremessá-lo. John calmamente tomou a dianteira. Quando Chris jogou o veículo, John jogou a cabeça pra frente. O carro parou em pleno ar com o impacto, entortando completamente. Quando a pilha de sucata caiu ao chão, Chris pode ver o garoto com as mãos no bolso, a cabeça inclinada e a testa irradiando um pouco de vita.

Ele parou o carro com a testa! Pensou Chris abismado. John tirou o comunicador e entregou-o para Dean.

–Toma, com isso você vai encontrar a Nari.– Disse com um sorriso sacana. – Agora vaza daqui! Tá na hora de mostrar como um Rei lida com a plebe.