Royalty - A Realeza escrita por Anthony Saints


Capítulo 12
Capítulo 11 - O Tratamento


Notas iniciais do capítulo

O que aguarda Josh no laboratório de Pablo?



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–Venha por aqui Josh - Disse Pablo o pegando pelo braço. Seu olhar era como o de uma criança querendo mostrar uma nota azul no boletim para os pais.

O laboratório era uma bagunça total: Papéis espalhados sobre as mesas, estantes abarrotadas de livros, microscópios com xicaras de café sobre as lentes e mais algumas a serem preparadas num pequeno fogão elétrico. Aliás, o cheiro de cafeína impregnava todo o ambiente, o que fez Josh se perguntar á quanto tempo Pablo na tirava um cochilo. O Garoto não sabia exatamente o que aquele lugar era. Um laboratório? Uma biblioteca? Uma oficina? Ou um laboratório-biblioteca-oficina?

O local era bem grande, grande o suficiente para acomodar uma moto, algumas espadas, trajes e todo e qualquer tipo de bugiganga que ali se encontrava. Realmente aquele lugar parecia um quarto de uma criança com “brinquedos” espalhados por todos os lugares.

–Uau! O que é isso? – Josh apontou para um pequeno aparelho com uma lâmpada na parte superior.

–Ah isso? – Pablo ligou o aparelho fazendo com que a lâmpada brilhasse. – Você está com seu celular aí?

–Sim, por quê?

–Tire uma foto minha segurando isso.

Josh não entendeu o pedido, mas mesmo assim o fez. Tirou seu acabado celular do bolso e selecionou a opção câmera. Ao apontar o aparelho para Pablo, o celular desligou.

–Que estranho, ele tá carregado – Disse enquanto tentava ligar o aparelho. – Deve ser problema na bateria. – E assim ele abriu a capa do celular, removeu a bateria e a colocou de volta. Tentou ligar novamente, mas foi inútil. Ele notou que Pablo sorria de maneira orgulhosa.

–Isso foi uma invenção minha. O chamo de “O Fantasma”. Todo e qualquer aparelho eletrônico que capte essa luz com as lentes da câmera, se desliga automaticamente. Equipamos ele nos trajes dos agentes para evitar que eles sejam fotografados e filmados por civis. – O argentino estufou o peito. Josh arqueou as sobrancelhas balançando o celular:

–Tá, agora pode liga-lo de volta.

–Ele vai voltar a ligar daqui a 7 horas.

–7 HORAS! Porque não disse isso antes! – Josh arregalou os olhos fazendo um biquinho. – você é mau cara. – Pablo riu.

–Ah, o relatório que Nari me enviou diz que você não sente descargas elétricas no braço esquerdo, procede? - Josh acenou positivamente. – Então vem cá. – Pablo fez Josh sentar-se em uma cadeira, colocou se braço esquerdo em cima da mesa e com um mini tazer tocava o braço do garoto.

–Você está sentindo alguma coisa?- Perguntou o cientista.

–Só a ponta do tazer, mas nada do choque elétrico - Desdenhou.

–Fascinante! Diferente da borracha, sua pele não isola a eletricidade. É como se absorvesse. uma espécie de esponja! - Pablo estava realmente atônito com aquilo. Nunca tinha visto nada semelhante, pelo menos em algo orgânico. Ele reverteu a polaridade do tazer para sugar a energia e foi efetivo. Toda a eletricidade voltou do braço de Josh para o dispositivo.

–E aí, isso é bom ou ruim?

–Excelente! Fazendo um prognóstico rápido, você pode absorver eletricidade com seu braço e depois repeli-la. Vou analisar melhor seu caso, amanhã lhe dou um diagnóstico definitivo! - Josh, como sempre não se importou muito com aquilo. Era como se ele não quisesse ter aquela habilidade, como se não quisesse ser “especial”. Tinha habito de se menosprezar sempre que possível, o que não era nada saudável para sua autoestima.

Ele levantou e viu numa mesa próxima a guitarra de John. O garoto se aproximou e pensou em girar todas as tarraxas e desafinar o instrumento, porém Pablo interviu:

–Nem pense nisso! – Adivinhou. – se esse negócio sofrer um arranhão vou ter que ouvir o John encher meu saco pelo resto da vida.

–Se é tão precioso assim, porque ele deixou aqui?

–Fui eu que desenvolvi essa guitarra – ele pegou o instrumento como se carregasse uma obra de arte. – John pediu para que eu incrementasse isso. – Pablo apertou um botão na guitarra e laminas brotaram das laterais. Assim transformando-se em uma guitarra-machado.

–Nem um pouco chamativo. – ironizou Josh.

–Então Josh - repousou o instrumento sobre a mesa com cuidado – Isso é meu laboratório. Pode vir aqui quando quiser. Dúvidas de qualquer assunto sobre física, biologia, química, matemática, geografia, informática e robótica eu terei total prazer em respondê-las. Agora venha comigo, você vai passar pelo Tratamento.

Josh tremeu. “o Tratamento é brutal” eram as palavras de Dean que giravam em sua mente. Seria espancado? Torturado? Iriam enfiar uma sonda na sua bunda? Ele não sabia, e essa duvida o faz recuar, até que Pablo o empurrou até uma sala no laboratório.

No centro da sala havia uma maca grande com algumas tiras para prender braços e pernas. Josh fez menção de correr, mas Pablo o segurou firme e deitou-o na maca. Ele estava morrendo de medo. Seus olhos estavam com uma expressão horrorizada, como se freddy Krueger e Jason o tivessem pego enquanto ele estava nu no banho. Pablo dava discretos sorrisinhos ao ver a cena. Depois que as tiras estavam bem apertadas, ele foi para uma salinha de proteção que havia ali. Pelo vidro, Pablo apertou alguns botões na mesa e, do teto acima de Josh, surgiu um aparelho pontudo com três extremidades que giravam em alta velocidade. Nas laterais emanava uma luminosidade diferente, que oscilava do branco para o azul.

–Eu poderia dizer que não vai doer, mas eu estaria mentindo –Pablo fez um pequeno terrorismo. – Mas não se preocupe, você vai desmaiar antes de sentir qualquer coisa pior.

–Posso saber pelo menos o que você vai fazer comigo? – A voz do garoto estava chorosa. Pablo deu uma leve risada e respondeu:

–Isso é um raio que desenvolvi, chamo de R.A.C.M, ou Raio de Aperfeiçoamento Corporal e Mental. O nome é bem autoexplicativo, mas mesmo assim, vou lhe dar mais detalhes. – a cada instante, o aparelho se aproximava de Josh. – Usando-o eu consigo, utilizando rajadas de energia Vita, modificar sua estrutura celular e genética, Ativando assim o chamado Gene R, o Gene Real, comum á todos os herdeiros. Antigamente, os herdeiros teriam que passar por anos de treinamento para ativar esse gene, mas graças á mim, conseguimos burlar esse processo. - o cientista piscou o olho direito. - Com esse raio, eu vou primeiro alterar sua estrutura respiratória. - e assim, a primeira rajada recaiu sobre o garoto. Ele sentiu uma dor terrível no peito. Era como se estivessem tostando seus pulmões. Ele começou a se debater com força. Quase a maca virou.

–Vou aumentar a capacidade de seus pulmões e vou diminuir a dependência de Oxigênio no seu corpo, ou seja – prossegui o cientista, – Você vai poder prender a respiração por mais tempo e seu fôlego vai aumentar.

Josh quase não ouviu, a dor causticante estava o deixando louco. Até que o raio parou. Ele ofegou e relaxou:

–Doeu muito, mas até que não foi tão ruim assim- ele sentia que o ar entrava mais facilmente. Sentiu como se seu pulmão tivesse dobrado de tamanho.

– 10% do procedimento concluído.

–O quê?! - gritou o garoto. - me tira daqui!

–calma, me surpreendi de você estar acordado ainda. Isso significa que você aguenta tudo de uma vez.

–Não. Não aguento nada. Me tira daqui.

Pablo deu uma gargalhada gostosa. Aquele garoto, não tinha problema nenhum em demostrar fraqueza. Diferente de todos os agentes que já passaram por aquilo. Todos sisudos e prepotentes... Desde quando Dean fez o tratamento ele não se divertia tanto. Por um instante ele esqueceu que Josh era um dos tão temidos ”Imperadores”.

–Vou ser bonzinho e acabar logo tudo de uma vez – ele ajustou o aparelho para a potencia de 100%. - Vou melhorar os seguintes aspectos em você: Primeiro, vou quadruplicar a calcificação de seus ossos tornando-os tão resistente como aço, e por tabela sua coagulação sanguínea vai para as alturas. Depois, vou melhorar sua derme, tornando-a super-resistente: adeus ferimentos superficiais! E por fim, vou deixar todos seus músculos mais fortes. Você vai correr mais rápido, pular mais alto e socar mais forte!

Josh estava muito dolorido para questionar algo.

–Ah é, vou melhor seu cérebro também aumentando em cerca de 30% sua velocidade de raciocínio. Não é grande coisa, mas vai ajudar e muito em missões. - Ele notou que Josh não dizia nada. – Ei cara, está me ouvido?

–Sim Hermano, acaba logo com isso de uma vez! – Respondeu rispidamente .Com uma leve determinação.

–Seu pedido é uma ordem! – E assim ligou o Raio. Josh esperneou até ficar sem voz. Mas resistiu firme. Por 8,9,10 segundos ele aguentou, até desmaiar.

É -Pablo retirou as agulhas da boca. – parece que ganhei 20 dólares.

...

Mas uma vez, Josh sentiu sua visão ficar turva, com flashs piscando na sua cara. Quando abriu os olhos viu a mesma cena novamente: Ele caído no centro de nova Iorque, com uma dor satânica e a cidade toda destruída. Mesmo sendo um sonho repetido, todo o medo e pavor que sentira retornou com força total. Percebeu porquê os jovens que ele encontrou mortos no meio do caminho eram familiares: Rider, John e Pablo eram alguns dos cadáveres jogados pela times square.

Rider estava com um buraco no peito, uma lamina o havia perfurado, deduziu Josh. John estava com a cara totalmente deformada, com se tivesse sido brutalmente espancado. Quando Josh foi verificar Pablo e ou outros, sentiu novamente um frio na espinha: era o homem loiro que estava á sua frente.

–Porque está com esta expressão imperador? Teve um dejá vu?- A voz imponente fazia josh tremer.

–Você, de novo! - Josh paralisou. Mesmo sabendo que aquilo era um sonho, o temor por aquele homem superava qualquer barreira onírica que existisse.

–Agora reconheceu seus companheiros não é? Desista! Ou esse é o único futuro que os aguarda. – um raio caiu num resto de arranha céu próximo, fazendo com que a silhueta do homem se projetasse sobre o asfalto.

Não estava louco.

Na sombra do homem, havia asas.

O loiro repetiu a mesma estocada do outro sonho no peito de Josh, despertando-o do pesadelo.

Quando acordou, estava deitado na cama inferior de um beliche. Sua visão ficou turva e ele ofegava assustado. Ficou assim por alguns instantes até que visualizou uma silhueta feminina sentada perto de si.

–Ei, está tudo bem?- Perguntou Nari sentando-o na cama e apoiando uma mão nas costas e a outra no peito dele.

–Mais um pesadelo. - ele sentiu o corpo de Nari colado no seu braço e esse era o melhor anestésico que ele poderia ter.ele se sentia melhor. mais forte. era como se seus pensamentos fluíssem mais rápido.nunca se sentira tão bem.

–É melhor se recuperar logo, nossa primeira missão é daqui á uma hora.


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Notas finais do capítulo

Então modafocares! se você leu até aqui parabéns!



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