Uma aliança nada política escrita por D C S Martim


Capítulo 6
6


Notas iniciais do capítulo

Resolvi esquentar um pouquinho as coisas entre a Dam e o Loki nesse capítulo por causa do comentário mais que gentil que a Hiromi deixou. Não é muito progresso, mas já é alguma coisa!



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Loki mantinha Dam bem perto, segurando seu braço colado ao corpo, como se estivesse com medo de deixa-la escapar. Eles caminhavam pelos corredores do palácio de Asgard, escoltados por uma esquadra de guardas fortemente armados.

–Eu poderia me livrar deles em um piscar de olhos. – gabou-se Loki.

–Eu adoraria ver você fazendo isso. – replicou ela, sinceramente.

Ele mostrou os dentes em um sorriso satisfeito.

–Não consigo acreditar que convenceu-os a me deixarem deixar a cela.

–Ela não precisou ser convencida. Já estava predisposta a fazer qualquer coisa que fosse beneficiar você.

Loki ergueu as sobrancelhas e olhou sarcasticamente para ela.

–Por que sempre nos esquecemos da parte onde ela concorda em me trancar em uma cela?

–Eu nunca disse que ela queria mimar você, apenas beneficiá-lo.

Loki sorriu.

–Muito justo.

Ele estava feliz. Tão feliz que estava até mesmo esquecendo-se de ser a criatura desprezível de sempre. Dam também gostava desse Loki feliz.

Ela escondeu a mão em um bolso, sentindo-a dolorida.

–Odin deve estar possesso!

–Nem me fale! Eu o detesto.

–Eu poderia lhe dizer para tomar cuidado ao falar do meu pai, mas sou adotado.

Eles riram.

Os guardas ao redor deles deveriam acha-los insuportáveis e insanos.

Finalmente chegaram ao labirinto. Loki e Dam entraram sozinhos.

–E agora? – ele perguntou animadamente, enchendo o peito de ar.

–Não sei, diga-me você. Tenho a impressão de que conhece esse lugar como a palma da mão. Você costumava vir aqui quando era menor?

–De fato. – ele assentiu – Era, sempre foi um dos meu lugares preferidos.

–É bonito.

–É silencioso, e enlouquecedor.

–Suponho que esteja certo.

–Suponho que você também.

–Estamos sendo amigáveis!

–Não fique muito entusiasmada.

–Tudo bem, já é alguma coisa. Pra que lado devemos ir?

–Tanto faz. Não estou com pressa para achar a saída.

–Lembre-se de que temos apenas duas horas.

–Duas horas são o bastante.- ele começou a conduzi-la pelos corredores gramados – Por que não me conta um pouco mais sobre você?

Ela suspirou. Não sabia dizer até que ponto estava sendo usada. Até que ponto Loki estava vendo aquela súbita aproximação como uma chance de trazê-la para seu lado. E, pra dizer a verdade, não se importava. Estava, afinal, desde o começo do lado dele. O único motivo para ter aceitado o pedido de Thor era ficar ao lado de Loki. Não porque gostasse dele, preferia não ter que entrar nessa discussão novamente, porque imaginava já ter deixado estabelecido que seus sentimentos com relação a ele não passavam de estritamente profissionais. Sua disposição sexual não a tornava menos capaz de fazer o que estava ali para fazer nem a fazia ter devaneios românticos onde ambos se apaixonavam e viviam juntos, e faziam filhos, e faziam amor. Esse não era seu tipo de história, e eles não eram um casal.

Estava ali para deixar que Loki visse por si mesmo como funcionavam as traiçoeiras escolhas, e ele só veria se quisesse. Dam decididamente não estava muito preocupada com o rumo que as coisas tomariam daí para frente.

Na pior das hipóteses, acabaria morta. Ela não conseguia imaginar qual seria o melhor quadro possível.

–Minha história não é muito comum. – avisou-lhe ela.

–Olhe com quem você está falando... – notou ele, fazendo-a dar um meio sorriso.

–Eu não me lembro muito da minha infância, está bem? E também não pretendo ser muito específica. Posso dar um resumo, em linhas gerais, algo bem rápido e superficial, pode ser?

Loki mordeu o lábio inferior.

–Rápido e superficial. Geralmente não agrada as mulheres.

Ela sorriu, compreendendo a piadinha maliciosa.

–Podemos compensar depois. – provocou.

Ele sorriu.

–Concentre-se na sua história.

–Eu não quero contar minha história.

–Você teria outros planos? – ele ergueu a sobrancelha, confuso.

Dam nem chegou a hesitar. Ela pesou as consequências e decidiu que valeria a pena. Empurrou as costas do príncipe contra a parede, pressionando seu corpo contra o dele. Suas mãos seguraram seus ombros e ela mordeu o lábio inferior ofegando sensualmente.

Loki pareceu genuinamente surpreso. Suas mãos escorregaram para a cintura dela sem que pensasse a respeito. Ele apertou, sentindo a textura macia. Ele estava desconfiado demais para sentir-se excitado.

–O que você está fazendo, Dam? Vai tentar me matar agora?

Ela sorriu, parecendo ligeiramente magoada.

–Eu não pretendia, mas não posso negar que agora me senti tentada.

–Então o que está fazendo?

–Eu ia beijar você.

Ele franziu a testa.

–E por que você faria isso?

–Por que você não me deixa fazer e guarda as perguntas pra depois? – sugeriu, erguendo uma sobrancelha.

Loki cedeu.

Os lábios de Dam o alcançaram de maneira persuasiva. Era um beijo forte, intenso e determinado. Loki esqueceu-se de que tinha que manter a dignidade de um príncipe.

Ele apertou os quadris de Dam com força, enquanto um gemido escapou de seus lábios. Ela escorregou a mão para o lado, apoiando carinhosamente sua bochecha, com aquela intimidade característica que o fazia tremer. Ele continuou beijando-a, puxando-a mais para perto, de uma maneira que ela não pudesse resistir, mas Dam não tinha intenção nenhum da resistir. Ao contrário.

Loki subiu a mão por sua espinha dorsal, alcançando sua nuca. Envolveu-a com a mão e apertou um pouco, sentindo a tensão de Dam acumulada nos músculos. Ela soltou um gemido estimulante e a pele arrepiou-se, fazendo-o sorrir contra os lábios que beijava.

Ela quebrou o beijo.

–Já basta.

–Não dessa vez. Eu já venho querendo fazer isso a algum tempo.

Ele inverteu as posições, colocando o corpo de Dam contra as pedras geladas. Colou os lábios ao dela, puxando-a para si em um movimento insinuante. Deus, seria tão mais fácil se ela não estivesse usando roupas!

–Hum...

Loki congelou. Por um segundo a consciência que não tinha o amaldiçoou.

–Eu não... Eu não... Não estou te desrespeitando, estou?

A preocupação pareceu desnecessária para Dam.

–Vamos combinar que se alguém estava desrespeitando alguém... Esse alguém era eu. Desculpe por isso.

Ela deu um sorriso sapeca de quem não se arrependia nem um pouco.

–Não se fala mais nisso. – ele decretou, antes de prosseguir com o beijo quente e provocante que trocavam.

Ele deslizou a mão para amparar um dos seios dela.

–Calminha aí, garoto.- reagiu Dam.

Ele apertou com um pouco mais de força.

–Não se preocupe. Não temos tempo pra isso.

Dam esperava que ele a soltasse completamente, talvez até com um pouco de rudeza, mas Loki não o fez. Ele plantou um beijo silencioso na ponta de seu queixo e passou o braço por dentro do seu, entrelaçando-os. Não era romântico, não era apaixonado, não era afetuoso. Era reconhecimento, respeito, e nada valia mais do que isso.

Dam apreciava o fato dele não tentar dominá-la, Loki apreciava o fato dela não tentar controla-lo. Lentamente, o entendimento e a intimidade cresciam entre eles. Talvez não o suficiente para fazê-los arrancar as roupas e combinarem seus corpos por algumas poucas horas, antes do amanhecer, mas definitivamente o suficiente para começarem a caminhar no mesmo compasso.

–Conte-me sobe você.- pediu ele.

–Você anda insistindo nisso.

–É mais do que justo eu saber um pouco sobre você. Você parece saber muito sobre mim.

Ela riu.

–Só o suficiente.

–Conte-me sobre você. – insistiu ele, paciente, e Dam sorriu.

–Tudo bem. Deixe-me pensar por onde começar...

Caminharam assim por mais algum tempo, e pareciam com um casal de amigos, um casal de cúmplices.

–Aos seis anos eu saí de casa.

Ele arregalou os olhos.

–Aos seis anos?!

–Não sai sozinha, saí com meu pai. Nós saímos de casa.

–Oh... Seus pais... Eles não se davam bem?

–Muito pelo contrário, mas morávamos em uma região perigosa, e os homens decidiram montar um grupo de proteção. Para proteção. Bom... Foi necessário. Eu decidi ir com ele.

–O que diabos você resolveu fazer, uma garotinha, uma linda garotinha de seis anos, em meio a um grupo de “proteção”?!

Dam pensou por um momento.

–Não sei dizer o que eu queria quando resolvi ir com ele. Só sei o que não queria: Acabar trancada dentro de uma casa, por mais bonita que ela seja, sem realizações e perspectivas. Quero um legado, quero pessoas que se lembrem de quem eu fui e do que eu fiz, e sei que é possível ser grande dentro das quatro paredes de uma casa. Minha mãe foi grande, minhas irmãs provavelmente serão. Mas não servia pra mim.

–Estou impressionado.

–Minha mãe não ficou. - Dam fez uma careta – Meio que não nos falamos mais. Ela se sentiu traída, eu suponho.

Loki pigarreou.

–Relacionamentos não são fáceis.

Ele roçou os lábios sobre os dela de uma maneira gentil, e Dam percebeu que ele estava sendo indulgente consigo mesmo.

Ouvir sobre seus problemas familiares aproximou os dois.

Em breve. Apenas mais alguns dias.

Loki estaria pronto.


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Notas finais do capítulo

Podemos, por favor, fazer isso? Os comentários, sabe?! Vocês, pessoas maravilhosas que leem essa fic... Eu quero saber quem são vocês! Quero saber o que pensam, e, principalmente, o que acham que pode melhorar.

Deixem-me amar vocês, pessoas!

Amor, D.