Beichte escrita por seethehalo


Capítulo 2
II


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulinho!!
Fiquei mega feliz com o sucesso instantâneo da fic. o/
Espero que continuem lendo e comentando!!



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     Levantei. A caminho do banheiro vi a minha mãe indo averiguar a gritaria e descobriu que o motivo era eu.

     - Bill, o que aconteceu com você? Tom, você deu alguma coisa com maçã pra ele comer?

     - Eu não! Só pedi pra ele lavar uma ontem. Mas a alergia não ia atacar só porque ele pegou numa maçã, ia?

     - Claro que não.

     Enquanto tentavam descobrir o que aconteceu comigo, eu fui ao banheiro pra ver o que aconteceu comigo, porque ainda não tinha entendido o motivo do desespero. Lavei o rosto, olhei no espelho, me vi todo cheio de brotoeja e berrei:

     - Manhêêê!!!

     - O que foi, Bill?

     - O que foi? O que foi?! Eu acordo desse jeito e vocês perguntam o que foi?!

     - Eu disse que você não ia querer continuar dormindo. – falou Tom. Dessa vez ele tinha razão.

     - O que eu faço agora?

     - Bill, ‘cê tá sentindo mais alguma coisa? – ela perguntou.

     - Tô sim. Dor de cabeça... tontura... enjoo... fraqueza.

     - Sinto muito mas só tenho uma opção... Tenho que te levar pro hospital.

     Minha mãe já fez o favor de acabar com a minha esperança, então eu tentei pelo menos não pagar mico:

     - Eu vou no porta-malas. Me recuso a aparecer em público desse jeito.

     - Nem pensar! Vá deitado no banco de trás, no máximo. Eu também não ia querer sair na rua assim... – mamis tentou fingir que não estava me medindo, mas eu percebi. – Vão se trocar, eu vou pegar o carro.

     Caralho, odeio hospital. Mas lá fomos nós. Quando estávamos quase chegando, lembrei de um detalhe que poderia pelo menos atrasar a minha mãe:

     - Hey, Tom, você não tem que ir pra escola?

     - É mesmo – ela concordou -, hoje é quarta, tem aula.

     Mamãe já ia virando a primeira esquina e voltando pra deixá-lo na escola quando ele declarou:

     - Não, mãe, eu não vou pra escola. Não posso deixar o Bill sozinho.

     - Ah, que fofo, ele se preocupa com você, Bill. Deixa ele ir com a gente.

     Tom, que estava sentado no banco da frente, virou-se pra mim com cara de vitorioso e eu lhe cochichei:

     - Trambiqueiro!

     Enfim, chegamos à droga do hospital. Mamãe deixou o Tom na recepção preenchendo ficha (toma, trouxa!) e me levou pra emergência. Aquela coceira toda tava voltando, e enchendo o saco. Chegou um médico plantonista pra me atender, e começou me crivando de perguntas: tem alguma doença respiratória? A pele é muito sensível? Alérgico a alguma coisa? Alérgico a algum medicamento? E blá blá blá blá blá... Depois começou o exame. Pediu que eu tirasse a blusa (a coceira aumentando mais), olhou aqui, olhou ali e concluiu:

     - O garoto tem uma alergia nova: picada de mosquito.

     Minha dor de cabeça aumentava e eu me sentia mais tonto e fraco do que quando saí de casa.

     - Creio que foi picado durante a noite, e isso causou uma reação alérgica... – o doutor falava e eu caí deitado na cama do consultório.

     Minha mãe deve ter se desesperado, mas eu não sei o que aconteceu. Só que acordei faminto numa cama de hospital, daquelas dignas de filme dramático em que sempre tem um personagem que sofre um acidente.

     Mas o que eu tava fazendo ali?

     - Bill... tá tudo bem contigo? – Tom perguntou.

     - Fora a fome, tá sim. O que aconteceu?

     - Você desmaiou. Vou chamar a mamãe.

     Eu desmaiei? Por causa de uma picada? Eu hein.

     - Oh, Bill, graças a deus você tá bem. – mamis entrou no quarto e me abraçou como se eu tivesse quase morrido.

     - Manhê... o que aconteceu comigo, hein?

     - Você tem uma alergia fortíssima a picada de mosquito, por isso acordou se sentindo mal. Acabou desmaiando no consultório, mas te medicaram e deixaram você repousando e... agora você tá melhor.

     - Ah, tá. Achei que tinha morrido e conseguiram me ressuscitar.

     - Cruzes, nem pense numa coisa dessas. Eu preciso ir trabalhar, qualquer coisa o Tom tá aí fora.

     - Tá bom, mãe. Tchau.

     Ela me deu um beijo e se foi. Nem um minuto depois o médico chegou pra me explicar o que eu já sabia.

     - Você precisa tomar um antialérgico de 8 em 8 horas por duas semanas, e ficar de repouso pelo menos uma. Quer dizer, não vai poder sair de casa. Nada de escola, mas nada de festa também.

     - O quê?! Eu não posso ficar uma semana trancado em casa! Eu vou cantar com a banda no sábado, eu não posso faltar de jeito nenhum!

     - Você tem uma banda, garoto?

     - Tenho, e eu não passei semanas atrás de um lugar em que possamos tocar pra arregar na hora!

     - Conta outra.

     - Conta outra, como assim conta outra? Não tá acreditando? Pergunta pro meu irmão, ele é o guitarrista e tá ali fora.

     - Aposto que você armou essa tramoia com ele pra poder ir pra alguma balada no fim de semana.

     O cara tava me irritando.

     - TOOOM! – berrei. Tinha esperança de que ele pudesse me salvar daquele mala.


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Notas finais do capítulo

Tadinho do Bill
Quando eu era criança minha mãe me levava num pediatra que chamava Carlos, mas ele era legal. Hehe.!!
Eu já fiquei cheia de brotoeja por causa de picada de mosquito... Mas não foi caso pra visitar o hospital.